Exclusivo Filipe Costa deverá ser o novo presidente da Aicep
A passagem de testemunho não será imediata. Luís Castro Henriques ainda tem de apresentar o plano de contas e o nome de Filipe Costa ainda tem de passar pelo crivo da Cresap.
O presidente da Aicep, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, está de saída, tal como o ECO avançou em primeira mão. A liderança do organismo público que promove a globalização da economia portuguesa deverá passar para as mãos de Filipe Costa que está agora à frente da Aicep Global Parques, apurou o ECO junto de várias fontes.
Filipe Costa é desde julho de 2018 o presidente executivo da Aicep Global Parques. Mas conhece bem os cantos da agência até porque, antes do cargo que agora ocupa, foi durante três anos delegado da Aicep em São Francisco e antes em Xangai (de 2011 a 30 de junho de 2015). Em 2011, o secretário de Estado da Internacionalização Bernardo Ivo Cruz, que tem a tutela da agência, era também delegado da Aicep e, por inerência, conselheiro económico e comercial na embaixada portuguesa no Brasil, onde dirigiu o centro de negócios da Aicep para a América Latina.
Filipe Costa tem também experiência em fundos europeus já que entre 2009 e 2011 foi o encarregado da Estrutura de Missão para a Gestão dos Fundos Comunitários (EMGFC) no Ministério da Administração Interna (MAI). Uma experiência que será muito útil tendo em conta que a Aicep é um organismo intermédio dos fundos europeus e estes são sempre um bom chamariz para atrair investidores estrangeiros (embora o PT2030 tenha limitações na elegibilidade das grandes empresas).
A experiência política também faz parte do seu currículo já que foi chefe de gabinete do ministro da Justiça, Alberto Costa, (2005-2008) e chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura (2001-2002). Este último cargo foi exercido enquanto era coordenador das organizações não-europeias nas relações externas da Anacom.
Mas a carreira de Filipe Costa começou nas redações, nomeadamente da Lusa, mas cedo passou para a comunicação, primeiro como assessor de Jorge Coelho quando este era ministro de Estado e do Equipamento Social no Governo de António Guterres, tendo depois passado para diretor do gabinete de imprensa do ICEP, o instituto encarregue da promoção do investimento, comércio e turismo antes da fusão com a API, que tinha a seu cargo a atrair os grandes investimentos.
O ECO contactou o gabinete do secretário de Estado da Internacionalização que remeteu o anúncio do novo conselho de administração da Aicep mais para a frente, lembrando que o atual ainda está em funções até 31 de dezembro.
No entanto, a passagem de testemunho não será imediata. Luís Castro Henriques ainda tem de apresentar o plano de contas. O ainda presidente da Aicep garante que sai por vontade própria, como sublinhou em entrevista ao Observador (acesso pago), e com um vasto leque de recordes. Espera fechar o ano de 2022 com a contratualização de dois mil milhões de euros, um ano de transição dos fundos europeus que por isso não ajudam a alavancar novos investimentos, o pipeline (universo de projetos que estão a analisar a possibilidade de investir no país) ascende a 2,5 mil milhões e as exportações vão de certeza passar os 50% do PIB.
Por outro lado, o nome de Filipe Costa ainda tem de passar pelo crivo da Cresap, já que ao cargo de presidente da Aicep se aplica o estatuto de gestor público.
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