Trabalhadores da CP em greve na segunda-feira por aumentos salariais

  • Lusa
  • 15 Maio 2022

Trabalhadores da CP fazem uma greve de 24 horas esta segunda-feira para reivindicar aumentos salariais de 90 euros.

Os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal fazem uma greve de 24 horas, na segunda-feira, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.

A decisão foi tomada no final de abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

A greve decorre entre as 00h00 e as 24h00, mas abrange também os trabalhadores que iniciem o seu período de trabalho hoje ou que iniciem o seu período de trabalho nas últimas horas de segunda-feira e terminem no dia 17.

O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa que a decisão dos trabalhadores é “um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos“.

“O principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades”, disse o sindicalista.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

“Se queremos a modernização do caminho-de-ferro, é preciso também apostar nos trabalhadores ferroviários”, defendeu José Manuel Oliveira.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, “que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações”.

Para os trabalhadores, “a proposta de aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante”.

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Regime fiscal português tem ajudado a aumentar interesse dos nómadas digitais

  • Lusa
  • 15 Maio 2022

Portugal tem atraído cada vez mais nómadas digitais, com os especialistas a considerarem que a vertente fiscal é uma das que também contribui para o aumento do interesse de não residentes.

O número de pessoas que encaixa no perfil de nómada digital interessado em mudar-se para Portugal tem aumentado e a vertente fiscal é uma das que também contribui para este interesse, afirmam os fiscalistas contactados pela Lusa.

“Portugal tem sido crescentemente procurado como um país para viver e trabalhar”, disse Ricardo Reis, da consultora Deloitte, precisando que, além dos “tradicionais fatores de diferenciação associados à qualidade de vida em geral, o critério fiscal justifica igualmente este movimento”, sobretudo no contexto do regime dos Residentes Não Habituais (RNH).

Dirigido a pessoas com atividade profissional considerada de elevado valor acrescentado, o RNH permite-lhes pagarem uma taxa de IRS de 20% sobre os rendimentos do seu trabalho ou da sua atividade profissional, em vez das taxas progressivas deste imposto que vão até 48%.

Para se aceder a este regime do RNH é necessário não ter sido residente fiscal em Portugal nos cinco anos anteriores e exercer uma das atividades de elevado valor acrescentado que consta da portaria publicada pelo Ministério as Finanças. Cumprindo os critérios, pode beneficiar-se do RNH durante 10 anos.

Também Joana Cunha d’Almeida, sócia responsável pelo Departamento de Direito Fiscal da Anta da Cunha Ecija, vê no RNH uma razão para se querer ser nómada digital em Portugal. “Porque normalmente estamos a falar de pessoas que são abrangidas pela lista de atividades de elevado valor acrescentado” previsto naquele regime fiscal que, notou à Lusa, confere uma taxa de tributação de 20%, muito competitiva a título europeu.

Joana Cunha d’Almeida afirma haver “imensas pessoas” a quererem saber quais as regras caso venham trabalhar para Portugal e empresas a fazer também questões nesse âmbito, sendo que estas segundas, apesar de estarem obrigadas a pagar os 23,75% de Taxa Social Única (TSU) para a Segurança Social, acabam por concluir que ter os trabalhadores a trabalhar remotamente e a viverem em Portugal compensa.

Ricardo Reis lembra, a propósito, que neste movimento, o trabalhador, mesmo que as regras fiscais do RNH se lhe apliquem, tem de ter em conta que deverá ter de pagar em Portugal Segurança Social (de acordo com as regras em vigor).

Sublinhando que existem “regras diferenciadas para trabalhadores dependentes (trabalhadores por conta de outrem) e trabalhadores independentes”, o fiscalista da Deloitte refere que, em termos gerais, no caso de “um nómada digital que permaneça em Portugal e trabalhe de Portugal remotamente para outras jurisdições, as contribuições de Segurança Social são devidas em Portugal”.

Além disso, acrescenta Joana Cunha d’Almeida, neste movimento há também que ter em conta o atual enquadramento legal das regras do estabelecimento estável. Porque, refere, “pode haver o risco de, por via da localização dos trabalhadores, se entender que a empresa tem cá estabelecimento estável”.

Numa nota informativa sobre nómadas digitais publicada em março de 2021 a sociedade de advogados PLMJ lembra que o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) introduziu um novo conceito de estabelecimento estável “que surge, também, sempre que uma empresa não residente preste serviços em território português, incluindo serviços de consultoria, através dos seus próprios funcionários ou de outro pessoal contratado pela empresa para o efeito”.

Para estes efeitos, tais atividades devem ser realizadas durante mais de 183 dias num período de 12 meses, com início ou fim no ano fiscal relevante, adianta a mesma informação, ressalvando que as convenções para evitar a dupla tributação (CDT) celebradas por Portugal “normalmente não preveem este conceito de estabelecimento estável e as disposições da CDT prevalecem sobre as disposições de direito interno português”.

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Microsoft vai eleger professores e escolas mais inovadoras. Candidaturas abertas

O objetivo destes programas é reconhecer os docentes e instituições pelas melhores práticas de adoção e transformação digital na educação. Escolas e professores podem candidatar-se até 7 de julho.

Já abriram as candidaturas para os programas de educação da Microsoft, “Showcase School” e “Microsoft Innovative Educator (MIE) Expert”, do ano letivo 2022/2023. O objetivo é reconhecer os professores e escolas pelas melhores práticas de adoção e transformação digital no panorama da educação. As candidaturas estão abertas até 7 de julho.

“Na Microsoft, somos diariamente inspirados pelo impacto dos professores e das escolas no desenvolvimento das competências do século XXI dos alunos. Porque o digital também fomenta estas competências, é, com grande entusiasmo, que abrimos as candidaturas para os nossos programas de inovação na educação, que contam cada vez com mais escolas e professores portugueses”, diz Sandra Martinho, diretora para a área de educação e filantropia na Microsoft Portugal.

“Estes programas traduzem-se no acompanhamento, formação, partilha de experiências e ajuda à reflexão, às escolas e professores, nos seus caminhos de adaptação e transformação no digital”, acrescenta, em comunicado.

O programa “Showcase School” da Microsoft reconhece e promove a colaboração entre as escolas a nível mundial, através de reuniões regulares, workshops, guias, entre outras atividades focadas na transformação da educação. A nível global, integra 417 showcase schools, sendo que cinco são em Portugal: escola global, Agrupamento de Escolas de Freixo, Escola Profissional do Alto Minho Interior, Escola Profissional de Braga e United Lisbon International School.

Já o programa “MIE Expert” distingue, a nível global, os professores mais inovadores de cada país e com os quais a Microsoft colabora através de uma comunidade mundial exclusiva. A comunidade internacional de MIE Experts conta com 26 mil professores e em Portugal, só no último ano, cresceu 15%, para 412 professores inovadores. A nível dos distritos destacam-se Aveiro (100), Porto (79), Lisboa (75) e Braga (52), com 66% dos professores no atual ano letivo a lecionar em escolas públicas.

Para se tornarem uma Showcase School, as instituições de ensino terão, primeiro, que integrar o programa Showcase Incubator, no qual recebem o apoio da comunidade da Microsoft, incluindo 472 parceiros globais de formação e 199 líderes de transformação digital da educação. O programa conta com 909 instituições globalmente e com nove escolas em Portugal, além da Madeira, a primeira região a nível mundial a integrar o programa Showcase Incubator.

Para apoiar as escolas e professores na submissão das candidaturas, a Microsoft irá organizar duas sessões gratuitas, via Teams, para cada programa: Showcase School, dia 31 de maio, às 17h30, e MIE Expert, dia 8 de junho, às 17h30. Mais informações sobre o processo de candidatura aqui.

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AXA S.A. aprovada pelo regulador para ser resseguradora do grupo

  • ECO Seguros
  • 15 Maio 2022

Transformação permitirá ressegurar internamente filiais europeias através de tratados de quota-parte, renováveis ano a ano. A mudança supõe fusão com atual resseguradora cativa.

AXA S.A., holding que controla o grupo segurador francês homónimo, obteve aprovação da Supervisão francesa para se tornar a entidade resseguradora.

A autorização concedida pela Autorité de Contrôle Prudentiel et de Résolution (ACPR) constitui aval regulatório necessário ao projeto, anteriormente anunciado pela sociedade anónima, de se transformar na resseguradora interna do Grupo no sentido de “melhorar a fungibilidade do capital em todo o grupo.”

Afirmando tratar-se de objetivo enquadrado com a sua política de gestão de capital, a companhia pretende ressegurar parte das entidades europeias (suas subsidiárias de seguros gerais) através de tratados de resseguro de quota-parte, renováveis anualmente.

O processo de transformação da sociedade holding em resseguradora será concluído após a fusão entre a Axa S.A. com a sua resseguradora cativa (Axa Global Re), procedimento com formalização prevista para o final de junho de 2022.

No mesmo comunicado, a Axa indica que já concretizou alteração de estatutos para se tornar resseguradora, confirmada por votação favorável dos acionistas, na assembleia geral do passado dia 28 de abril.

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“Moedas digitais” dos clubes portugueses já afundaram 85%

"Fan token" da Seleção Nacional caminha para o primeiro aniversário a cair mais de 80% face ao valor inicial. Já o do Porto cai mais de 85%.

O ano de 2021 foi marcado pela escalada do preço e popularidade de grande parte dos criptoativos. A Seleção Nacional e o FC Porto também quiseram surfar a onda e lançaram os seus próprios fan tokens no ano passado, que assemelham-se às criptomoedas mas oferecem outros benefícios aos adeptos. Contudo, a tendência está a arrefecer e estes criptoativos registam quebras entre 80% e 85% face ao preço em euros a que foram inicialmente vendidos aos fãs dos clubes. O tumulto nos mercados também não está a ajudar.

O fan token da Seleção Nacional, lançado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), negoceia na plataforma Socios.com com o nome $POR. Em vias de completar o seu primeiro aniversário, regista uma desvalorização superior a 80% face ao valor inicial em euros.

A queda já era significativa há algumas semanas, mas agravou-se na semana passada, quando a maioria dos ativos de risco registaram grandes perdas à luz da expectativa de subida das taxas de juro pelos bancos centrais. Um aperto da política monetária para tentar controlar a inflação.

A 14 de junho de 2021 foram postos à venda um milhão de unidades do token da Seleção Nacional por dois euros cada, de um total de 20 milhões de tokens emitidos. Ao fim de duas horas, toda a oferta disponível já se encontrava esgotada, permitindo à FPF e parceiros arrecadarem dois milhões de euros.

Quase um ano depois, cada token vale cerca de 37 cêntimos. O volume negociado encontra-se em cerca de 143 mil, e o montante negociado quase nos 460 mil Chilliz ($CHZ).

Para adquirir este criptoativo, os fãs devem aderir à plataforma Socios.com e trocar euros por Chilliz ($CHZ), uma criptomoeda com o nome da sua entidade gestora. Depois, basta trocar esses Chilliz por $POR. As vantagens para os investidores vão desde a interação com a equipa nacional ao direito de voto em sondagens publicadas pela Seleção, sendo que isto gera pontos que podem ser trocados por “experiências únicas”, itens exclusivos, jogos, entre outras coisas, segundo a Socios.com.

Desde o lançamento da criptomoeda, foram publicadas apenas duas sondagens, uma para a escolha da música a ser tocada no aquecimento na Seleção (cuja vencedora foi This One’s For You, de David Guetta e Zara Larsson), e o “top 5” de mensagens de apoio à Seleção no jogo contra a Turquia realizado em 24 de março.

Nos dez meses em que a criptomoeda esteve disponível, o preço mais alto em registo verificou-se a 23 de setembro, dia em que o ativo chegou a cotar nos 8,81 $CHZ, o que corresponderia, na altura, a cerca de 2,169 euros, segundo dados do Investing.com. Já o mais baixo (em Chilliz) foi de 2,19 $CHZ a 26 e 28 de novembro, o que, na altura, representaria cerca de 66 cêntimos por token.

Em comparação, um token da Seleção vale agora cerca de 3,21 $CHZ, em torno dos 37 cêntimos. E cada unidade de Chilliz corresponde a 11 cêntimos.

Desempenho do fan token da Seleção (em $CHZ):

Fonte: Socios.com

FC Porto lança token na Binance

O token do FC Porto, lançado em novembro, em parceria com a corretora de criptomoedas, segue o mesmo caminho. Tal como o da Seleção Nacional, também o token “PORTO” pretende envolver os fãs nas decisões tomadas pelo clube, bem como proporcionar “experiências incríveis”.

A operação de venda inicial arrancou a 16 de novembro seguindo um modelo de “subscrição”, onde os interessados alocaram unidades da própria criptomoeda da Binance (“BNB”) e receberam token de PORTO” com base no rácio entre o BNB investido e o total alocado por todos os subscritores.

Nos primeiros dois dias de vida, o valor do token PORTO desceu cerca de 52%, passando dos 10,98 euros, o seu valor mais elevado em registo, para os 5,19 euros. Contudo, o valor mais baixo verificado corresponde a 99 cêntimos na passada quinta-feira, 12 de maio. Atualmente o token do FC Porto acumula uma desvalorização superior a 85% desde o seu lançamento, cotando em cerca de 1,629 euros.

Analisando somente a evolução referente aos últimos três meses, a criptomoeda do clube português desvalorizou cerca de -53,33% apesar de ter registado uma subida de 24 de fevereiro a 11 de abril. A partir de 22 de abril, o PORTO registou uma descida acentuada que se mantém até à data, em linha com a tendência geral de descida dos ativos de risco, incluindo as ações.

Atualmente, o valor de mercado do token PORTO é de 12,71 milhões de euros, correspondente a uma oferta em circulação de 7,49 milhões unidades, ou 18,72% do total de 40 milhões de tokens emitidos. A ideia do clube é que o número de unidades em circulação vá sendo progressivamente desbloqueado a cada 12 meses, em novembro.

Evolução do fan token do Porto (em euros):

Fonte: Binance.com

O ECO tentou contactar a Federação Portuguesa de Futebol e o FC Porto, no sentido de obter um comentário oficial, mas não obteve resposta até ao fecho deste artigo.

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ASAE recebeu 400 denúncias sobre preços dos combustíveis

  • Lusa
  • 15 Maio 2022

Inspetor-geral Pedro Portugal Gaspar adiantou que a ASAE recebeu 400 denúncias relacionadas com o aumento do preço dos combustíveis, assegurando que todas estão a ser analisadas.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) recebeu 400 denúncias relacionadas com o aumento do preço dos combustíveis, afirmou o inspetor-geral Pedro Portugal Gaspar, assegurando que continuará a ser feito o acompanhamento do mercado.

“Manteremos um acompanhamento do mercado como em tudo”, sendo ainda avaliado se a ASAE voltará ao “terreno” para monitorizar a evolução do preço dos combustíveis, avançou Pedro Portugal Gaspar, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

Após referir que estas “400 denúncias estão a ser analisadas”, o responsável da ASAE revelou que, das duas ações de monitorização dos preços realizadas no espaço de oito dias em 71 postos de combustíveis do país, verificou-se “algumas oscilações” nos preços.

Já em matéria de bens alimentares, o inspetor-geral disse que a ASAE tem estado a acompanhar o impacto da inflação nos preços, considerando que, apesar de terem sido detetados aumentos de 20 e 30%, os mesmos podem não constituir especulação.

“Nesta matéria, margens dos 20 ou 30% não me parece que vão reunir requisitos considerados de prática especulativa, tendo em conta que de facto também há, a montante na cadeia, vários elementos de encarecimento que podem justificar essa mesma oscilação”, disse.

No início do mês, a ASAE anunciou que detetou apenas uma situação de alegado incumprimento na aplicação da redução do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) nos postos de combustível que monitorizou.

Esta monitorização, a nível nacional, dos postos de abastecimento de combustível, teve o objetivo de verificar a implementação da nova medida de redução dos preços dos combustíveis, resultante da descida do ISP.

Esta ação “teve como pressuposto a verificação da oscilação dos preços por litro comparativamente a períodos anteriores, em especial, avaliando o impacto da redução do ISP no preço final ao consumidor”, explicou a autoridade.

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Lucro da petrolífera Saudi Aramco dispara 82% para 38 mil milhões no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 15 Maio 2022

Aumento do preço do petróleo e das vendas de barris permitiu à petrolífera saudita subir os lucros em 82% para 38 mil milhões no primeiro trimestre, um valor recorde desde a entrada em bolsa, em 2019.

A petrolífera estatal Saudi Aramco registou lucros de 39,5 mil milhões de dólares (cerca de 38 mil milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano, uma subida homóloga de 82%.

Segundo um comunicado do grupo, o resultado líquido obtido nos primeiros três meses de 2022 corresponde ao melhor desde que o gigante da energia entrou em bolsa, em 2019, com os 38 mil milhões de euros registados a praticamente duplicarem os 20,8 mil milhões de euros obtidos no período homólogo de 2021, e a serem impulsionados “pela subida do preço do petróleo e das quantidades vendidas e pela subida das margens” de refinação e comercialização.

No mesmo comunicado, a Saudi Aramco refere que o resultado líquido atingido traduz um valor “recorde” desde a abertura do seu capital em bolsa e anunciou que vai distribuir um dividendo e 18,8 mil milhões de dólares (cerca de 18,1 mil milhões de euros).

Citado no comunicado, o presidente executivo da Aramco, Amin Nasser, referiu que “num contexto e grande volatilidade dos mercados globais” a empresa vai continuar focada “em ajudar a satisfazer a procura mundial de energia de forma confiável, acessível e cada vez mais sustentável”.

“A segurança energética é vital e estamos a investir a longo prazo, aumentando a nossa capacidade de produção de petróleo e gás para satisfazer o crescimento previsto da procura e criando valor a prazo para os acionistas”, precisou o gestor.

Amin Nasser afirmou-se “mais otimista do que nunca” sobre a contribuição “positiva” da Aramco na colaboração com parceiros nacionais e internacionais para “explorar tecnologias e soluções novas e emergentes” desde “o desenvolvimento de tecnologias de transporte mais limpas, até ao estabelecimento e cadeias de valor no hidrogénio e amoníaco” baixas em carbono.

Em 2021, o lucro líquido registado pelo gigante da energia Saudi Aramco subiu 124% face a 2020, atingindo 99 mil milhões de euros.

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Associação russa foi expulsa da GFIA e da Insurance Europe

  • ECO Seguros
  • 14 Maio 2022

As duas maiores associações de seguradoras na Europa e no mundo terminam com estrondo a relação com a União das Seguradoras de Toda a Rússia, liderada por um dos homens do presidente.

A Federação Global de Associações de Seguros (GFIA), que agrega associações que representam cerca de 89% dos seguros a nível mundial, encerrou a sua ligação com União das Seguradoras de Toda a Rússia (ARIA), a associação de empresas de seguros com poder de regulação naquele país.

A ARIA, liderada por Igor Yurgens, afirma-se “um dos alvos para a publicação de fakes de representantes de países hostis e daqueles que querem prejudicar o mercado de seguros”.

 

Esta medida segue-se à decisão da Insurance Europe, que junta todas as associações de países do Espaço Económico Europeu, que também votou para encerrar a associação à ARIA em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) faz parte da GFIA e da Insurance Europe.

“Expressamos nossa total solidariedade com o povo ucraniano que está mostrando força e bravura incríveis durante esses tempos mais desafiadores”, afirmou a Insurance Europe, que “condena de todo o coração as ações militares do governo russo”.

Ao mesmo tempo Michaela Koller, diretora-geral da Insurance Europe, dirigiu uma carta à Associação de Empresas de Seguros, Liga de Organizações de Seguros da Ucrânia, União de Seguradoras de Kharkiv, Associação Nacional de Seguradoras da Ucrânia e Federação de Intermediários de Seguros da Ucrânia disponibilizando a organização para “fornecer todo o apoio que puder”.

Por seu lado a GFIA, sediada em Bruxelas, justifica que um dos seus propósitos é “contribuir para o diálogo internacional sobre assuntos de interesse comum, por meio da formalização do contacto, cooperação e diálogo entre associações nacionais e regionais de seguros”, acrescentando que “os membros da GFIA desejam expressar sua total solidariedade ao povo ucraniano que está demonstrando incrível força e bravura diante de adversidades inimagináveis. Seguradoras de todo o mundo estão a tomar as medidas necessárias para cumprir as sanções que resultaram da invasão, e muitas também estão a tomar iniciativas de solidariedade para apoiar o povo ucraniano”.

A ARIA é presidida por Igor Yurgens, também presidente da associação russa de seguros automóvel (RAMI), e que ocupa variados cargos na estrutura do poder russo. Esta associação chamou recentemente a atenção para a “atual situação tensa, quando reguladores ocidentais e agências de inteligência ucranianas estão a agitar o nosso mercado financeiro” que, segundo a ARIA, a escolheram como “um dos alvos para a publicação de fakes de representantes de países hostis e daqueles que querem prejudicar o mercado de seguros, que é a principal ferramenta para cobrir os riscos de toda a economia”.

A ARIA vai dar uma conferência, esta terça feira, dia 17, para expor a sua opinião sobre o impacto das sanções no mercado de seguros de vida, o papel do mercado de seguros de vida nos investimentos em dívida pública, novas abordagens para regular o mercado de seguros de vida e os resultados do combate ao misselling. Segundo relatos da associação, está a existir na Rússia uma concorrência desleal entre companhias de seguros, com base no argumento de umas estarem menos expostas que outras às sanções ocidentais.

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Gelados “sem culpa” da Swee procuram estômago sem ir tanto ao bolso

Depois de se conhecerem no ginásio, Diogo Gouveia e Tiago Rebelo transformaram um evento saudável cancelado pela pandemia num gelado com menos açúcar do que um pacote - e sensível a vários bolsos.

A Swee quer conquistar todos os portugueses com um gelado pronto para qualquer estômago e sensível às carteiras. À venda desde julho de 2021 com sabor de chocolate e de caramelo, o produto português já está disponível em cerca de 500 lojas físicas e virtuais em todo o país. Entre o final deste ano e o início de 2023 será a vez de o mercado espanhol conhecer o gelado de 500 ml e que tem menos açúcar do que um pacote.

“O nosso gelado mantém todo o sabor, cremosidade e textura, através da redução de calorias, açúcar e gorduras retirando toda a culpa. Desta forma, o vegan e saudável torna-se acessível à população”, destaca ao ECO um dos fundadores da marca, Diogo Gouveia, em conjunto com Tiago Rebelo.

Os dois empreendedores são os únicos trabalhadores da empresa até este momento porque todas as outras funções do negócio foram externalizadas. Produção incluída. O gelado, mesmo assim, é 100% português. Também há preocupação com o desperdício alimentar porque “todas as perdas industriais são recolhidas em baldes, armazenadas em congeladores e voltamos a utilizar nas produções seguintes”.

Em março foram vendidos 15 mil copos e o negócio já é rentável. Diariamente são produzidas até 12 mil unidades para garantir que nunca falta oferta no mercado.

O copo de gelado pode ser encomendado através das plataformas digitais Uber Eats, Getir e Bairro, em Lisboa; nos espaços físicos, os gelados da Swee podem ser comprados em cerca de 250 lojas do Pingo Doce, no El Corte Inglés e também em algumas lojas do Intermarché, Amanhecer e Meu Super. O preço de referência está nos 4,99 euros.

Tudo começou no ginásio

Diogo Gouveia e Tiago Rebelo têm apenas 23 anos, mas já estão a apostar no segundo negócio da carreira. Os dois fundadores conheceram-se enquanto treinavam num ginásio, em 2018. Com o fascínio pelo empreendedorismo como interesse comum, criaram a primeira empresa com 18 anos, em 2018. No ano seguinte, puseram em marcha o evento Health Market Cascais, dedicado à alimentação saudável.

O sucesso da primeira edição resultou num “calendário cheio de ativações” para 2020. Só que a pandemia de Covid-19 acertou em cheio no negócio. “Perdemos 99% da faturação”, recorda Diogo Gouveia ao ECO.

Ainda assim, nem tudo estava perdido: os dados recolhidos no mercado revelaram-se valiosos para o futuro dos dois empreendedores. “Apercebemo-nos de que o local com maior interesse no evento tinha a ver com os produtos vegetarianos.”

O nosso gelado mantém todo o sabor, cremosidade e textura, através da redução de calorias, açúcar e gorduras retirando toda a culpa. Desta forma, o vegan e saudável torna-se acessível à população

Diogo Gouveia

Co-fundador da Swee

Analisadas as tendências de consumo a nível internacional, os dois empreendedores concluíram outra coisa. “É curioso que queiramos que as pessoas sejam mais saudáveis e tenham uma alimentação mais sustentável e depois cobramos três ou quatro vezes mais do que um produto normal”, resume o gestor.

Estava dado o mote para criar um produto “guloso” como o gelado, mas que fosse “saudável” e que respondesse a alguns problemas da concorrência. “Um gelado barato resolve a situação mas não é o melhor do mundo; os mais luxuosos são perfeitos para lidar com desgostos, mas são caros e diabetes em forma de colher; o que existe de vegan e saudável é aborrecido, caro e normalmente são uma obrigação e não uma escolha”, aponta.

Com capitais próprios de 30 mil euros, os dois fundadores trabalharam na receita entre a segunda metade de 2020 e o princípio de 2021. Os primeiros gelados chegaram ao mercado em julho de 2021, mas a fórmula tem sido melhorada.

Já depois disso, a empresa ganhou a categoria alimentar no programa de aceleração From Start-to-Table, promovido pela associação Startup Lisboa, e ainda obteve a certificação V-Label, dedicada a produtos vegetarianos e veganos.

Olho no estrangeiro e no pastel vegan

Diogo Gouveia e Tiago Rebelo já estão a pensar como levar a Swee para lá da fronteira. Espanha já está na mira do negócio para ainda este ano. Mas também há alvos como França e o Reino Unido. Por causa do Brexit, está a ser equacionada uma parceria com um produtor local para o mercado britânico.

Para que a marca chegue ao estrangeiro, contudo, será necessário levantar uma ronda de capital, assumem os fundadores. Com a injeção de fundos também poderão reforçar a equipa própria, de forma a gerir o crescimento do negócio.

Antes disso, ainda no primeiro semestre, haverá um novo produto saudável pronto a consumir na casa dos portugueses depois das refeições. “Vamos pôr à venda nos supermercados embalagens de pastel de nata ultracongelado. Bastam sete minutos no forno em casa e a sobremesa estará pronta”, antecipa Diogo Gouveia. Tal como nos gelados, a receita contém muito pouco açúcar e menos calorias do que o costume, “mas sem perder o sabor”.

A mais longo prazo, a Swee quer ainda criar um “ponto de encontro e de experiências para as pessoas terem contacto com a marca”.

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Serviços prisionais dizem que Rendeiro estava a ser monitorizado

  • Lusa
  • 14 Maio 2022

João Rendeiro foi classificado como um prisioneiro de alto risco e estava a ser monitorizado, disse um porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul numa entrevista na televisão sul-africana.

O porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul revelou, numa entrevista a uma estação de televisão sul-africana, que João Rendeiro foi classificado como um prisioneiro de alto risco e estava a ser monitorizado.

A revelação de Singabakho Nxumalo foi feita durante uma entrevista ao canal Newzroom Afrika, na sexta-feira, e surgiu no contexto de uma pergunta sobre o tipo de pessoa que era João Rendeiro e qual o seu estado emocional.

“Infelizmente não posso falar muito sobre esses aspetos, exceto para dizer que ele foi classificado como alguém de alto risco, portanto significa que ele estava a ser monitorizado e que os guardas faziam questão de verificar o seu bem-estar”, afirmou o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul.

João Rendeiro, de 69 anos, morreu na quinta-feira na prisão de Westville, onde foi encontrado morto.

Na entrevista à Newzroom Afrika, Singabakho Nxumalo confirmou que o ex-presidente do banco BPP foi encontrado enforcado, mas remeteu mais detalhes sobre as circunstâncias para uma investigação “mais aprofundada”.

“As autoridades do seu país [Portugal] e a família merecem saber quais foram as circunstâncias desta morte. Para isso lançámos uma investigação para esse efeito”, apontou.

O porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul destacou também o facto de João Rendeiro ser uma figura que despertava muito interesse mediático e deu conta de várias tentativas para chegar ao contacto com o ex-banqueiro.

Ele era muito importante no seu país. Houve coisas que vimos, pessoas a tentar fazer o que nunca tínhamos visto na África do Sul. Tivemos pessoas que fingiam ser amigos ou familiares para ter acesso a ele. Penso que conseguimos lidar bem com isso”, ressalvou.

Questionado sobre o impacto que esta morte teve no sistema prisional sul-africano, Singabakho Nxumalo assegurou que as autoridades prisionais “lutam todos os dias para impedir que haja mortes nas prisões”.

“É algo que nos perturba. Os números de mortes nas prisões têm vindo a cair, mas isso não nos conforta”, atestou.

Entretanto, esta manhã, em declarações à agência Lusa, Singabakho Nxumalo excluiu o envolvimento de terceiros na morte de João Rendeiro, uma vez que o ex-banqueiro se encontrava numa cela individual.

Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul.

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G7 critica decisão da Índia de proibir exportações de trigo

  • Lusa
  • 14 Maio 2022

A Índia proibiu as exportações de trigo devido ao súbito aumento dos preços do cereal . Os ministros da Agricultura do G7 criticaram a decisão argumentando que tal decisão "só irá piorar a crise".

Os ministros da Agricultura do G7 criticaram a decisão da Índia de proibir as exportações de trigo, argumentando que tal decisão “só irá piorar a crise” no fornecimento de grãos, já sob tensão com a guerra na Ucrânia.

Os ministros da Agricultura do G7 reunidos, em Estugarda, na Alemanha, “recomendaram” este sábado levar esta questão para a reunião de chefes de Estado e de Governo do grupo em junho, onde a Índia estará presente como convidada.

“(…) Se todos começarem a impor tais restrições às exportações ou mesmo encerrar os mercados, isso só piorará a crise e também prejudicará a Índia e os seus agricultores”, disse o ministro da Agricultura alemão, Cem Özdemir, após uma reunião com seus homólogos em Estugarda.

“Nós apelamos à Índia que assuma as suas responsabilidades como membro do G20“, acrescentou, em reação ao anúncio de Nova Deli.

“Nós somos contra as restrições de exportação e pedimos para manterem os mercados abertos”, afirmou Özdemir.

O G7 reúne as sete maiores economias mundiais e é integrado pela Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia (UE) a participar também nas reuniões do grupo.

A Índia proibiu as exportações de trigo a partir de hoje devido ao súbito aumento dos preços do cereal no mercado mundial, situação que colocaria em risco a segurança alimentar do país, segundo um comunicado do Governo indiano.

“A política de exportação de trigo está proibida com efeito imediato”, exceto os envios “para os quais já foram emitidas uma carta de crédito irrevogável” antes desta notificação, declarou a Direção-Geral de Comércio Externo num comunicado divulgado na noite de sexta-feira.

Esta decisão do Governo indiano foi motivada principalmente pelo conflito na Ucrânia e pelas ondas de calor que prejudicaram a produção do cereal no país.

A Direção-Geral de Comércio Externo indiana especificou que o Governo indiano pode emitir uma licença especial para exportar trigo para países que correm o risco de sofrer com a escassez de alimentos e, assim, atender às suas necessidades.

A Índia é o segundo maior produtor de trigo, colhendo anualmente cerca de 107 milhões de toneladas, o que representa 13,5% da produção mundial, segundo dados do Ministério do Comércio indiano. No entanto, a maior parte dessa safra é destinada ao consumo interno.

O preço do trigo disparou no mercado mundial desde o início da invasão da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, já que os dois países envolvidos no conflito representam cerca de 30% das exportações mundiais deste cereal.

O aumento do custo do trigo, somado ao de outros alimentos e do petróleo, elevou a inflação na Índia para 7,79% em abril, o seu nível mais alto desde maio de 2014.

Além disso, a Índia foi afetada nas últimas semanas por várias ondas de calor severas, chegando a 47 graus Celsius em algumas partes do país, que devastou os seus campos de trigo e reduziu o rendimento das colheitas.

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Moreira da Silva acusa Governo de “embuste” e de dever mil milhões aos contribuintes

  • Lusa
  • 14 Maio 2022

Candidato a líder do PSD acusou este sábado o Governo de “embuste” e de ter violado a reforma da fiscalidade verde, encaixando uma receita fiscal de mil milhões de euros, “que tem de ser devolvida”.

O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva acusou este sábado o Governo de “embuste” e de ter violado a reforma da fiscalidade verde, encaixando uma receita fiscal de mil milhões de euros, “que tem de ser devolvida”.

Discursando na sede da União Geral de Trabalhadores (UGT), em Lisboa, no âmbito do Conselho Nacional dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD), Jorge Moreira da Silva abordou a reforma da fiscalidade verde, feita em 2014, quando era ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia do XIX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho.

Moreira da Silva disse que, em 2015, através dessa reforma, as pessoas “tiveram uma redução do imposto do IRS” de 150 milhões de euros, “através das receitas que foram alcançadas pela taxa do carbono, a taxa dos sacos de plástico, a taxa sobre a deposição de resíduos em aterro, a taxa sobre os recursos hídricos”.

“A lógica era tributar mais aquilo que é mau – a poluição – para tributar menos aquilo que é bom – que é o trabalho, o IRS – e funcionou. E até pusemos uma norma – o artigo 50 da reforma da fiscalidade verde – que tornava obrigatória a neutralidade fiscal”, referiu.

Segundo o candidato à liderança do PSD, desde que os socialistas substituíram os sociais-democratas no Governo, em 2015, “isso está a ser violado de forma grosseira”.

Moreira da Silva acusou os executivos do PS de terem mantido a taxa de carbono, mas eliminado a descida do IRS, “encaixando receita”.

“O Governo tem mil milhões de euros que são nossos, que são vossos, e que têm de ser devolvidos. Aquilo que, de uma forma grosseira, foi feito pelo Governo durante os últimos seis anos – que foi violar o artigo 50 da reforma da fiscalidade verde – traduz-se num embuste e numa falta de respeito pelos trabalhadores portugueses”, considerou.

Moreira da Silva defendeu que essa violação da reforma da fiscalidade verde é um desrespeito para com os portugueses “que se levantam cedo e muitas vezes não têm alternativa de transportes públicos senão pegar no carro”, e para com “aqueles que trabalham até tarde e que acham que pagam impostos a mais”.

“Essas pessoas ficam a saber que o Estado, o Governo português, tem quase mil milhões de euros que devia ter sido entregue aos portugueses em descidas do IRS, em descidas do IRC, e em incentivos à mobilidade. Eu acho isto inqualificável, acho uma falta de respeito com os cidadãos portugueses, e acho é tratar-nos de uma forma menor, e acho que é este tipo de coisas que afasta as pessoas da política”, sublinhou.

Num discurso de cerca de 40 minutos, Moreira da Silva abordou ainda os “choques globais” que se fazem sentir – como a “crise financeira”, a “crise climática” e a “crise da biodiversidade” – para sublinhar que o “sonambulismo, algum entorpecimento a que se assiste na política portuguesa (…) não é aceitável”.

“Nós temos mesmo de perceber que o momento que estamos a viver é um momento de enorme exigência e não vamos lá se continuarmos a fazer o mesmo e, quando digo fazer o mesmo, estou a falar dos partidos do sistema político no geral”, referiu.

Abordando assim o seu ‘slogan’ de campanha – “direito ao futuro” – , Moreira da Silva referiu que, apesar de o “contrato social estar avariado” em Portugal, é necessário “oferecer aos portugueses uma resposta que reconquiste” o seu “verdadeiro direito ao futuro”.

“Esta é a principal razão da minha candidatura: eu acho que o contexto é tão exigente como o PSD é capaz de entregar uma solução esperançosa”, frisou.

Hoje, foram também revelados os mandatários distritais de Jorge Moreira Silva, entre os quais constam, designadamente, os nomes da atual bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco (por Lisboa), do provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares (pelo Porto), o deputado António Topa Gomes (por Aveiro), do presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Mário Constantino (por Braga), do presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela (por Santarém).

As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se em 28 de maio, e são candidatos anunciados à sucessão de Rui Rio o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva.

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