H&M vai cortar 1.500 postos de trabalho

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

A H&M anunciou que vai cortar 1.500 empregos devido à aplicação do plano de redução de custos, apresentado há dois meses, e ao aumento da eficiência, após a queda dos lucros ao encerrar o negócio.

A H&M anunciou que vai cortar 1.500 empregos devido à aplicação do plano de redução de custos, apresentado há dois meses, e ao aumento da eficiência, após a queda dos lucros ao encerrar o negócio na Rússia.

O programa, que visa poupar 2.000 milhões de coroas suecas (cerca de 183 milhões de euros) por ano a partir do segundo semestre de 2023, vai custar cerca de 800 milhões (73 milhões de euros) em custos de reestruturação, que serão contabilizados no quarto trimestre, refere a cadeia de moda sueca em comunicado, lembrando ainda que o corte de postos de trabalho se deve também ao fecho da sua operação na Rússia devido à invasão da Ucrânia.

“O programa de corte de custos e aumento da eficiência que iniciámos envolve a reestruturação da organização”, disse a presidente executiva da multinacional, Helena Helmersson. E prosseguiu: “Estamos cientes de que alguns colegas serão afetados. Vamos apoiá-los na procura da melhor solução possível para o próximo passo”.

O grupo sueco, que conta com mais de 100.000 colaboradores, tem 4.664 lojas em 77 países e está também presente em 57 mercados online.

A H&M refere ainda que a quebra dos lucros se deveu ao encerramento da atividade na Rússia devido à intervenção militar na Ucrânia, que lhe custou 2.104 milhões de coroas suecas (193 milhões de euros), e a fatores como o aumento do preço das matérias-primas, custos de energia, entregas e transporte, segundo o balanço financeiro divulgado há dois meses.

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Taxas médias das Euribor voltaram a subir este mês, mas menos do que em outubro

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

Taxas médias da Euribor a três, seis e 12 meses voltaram a subir em novembro, para 1,825%, 2,321% e 2,828%. Verificou-se uma desaceleração face a outubro.

As taxas médias da Euribor a três, seis e 12 meses voltaram a subir em novembro, para 1,825%, 2,321% e 2,828%, respetivamente, mas a um ritmo menos acentuado do que em outubro. Além de uma desaceleração face a outubro, as taxas médias da Euribor subiram mais acentuadamente nos prazos mais curtos do que nos mais longos, já que cresceram 0,397 pontos a três meses, 0,324 pontos a seis meses e 0,199 pontos a 12 meses.

Em outubro, as taxas médias a três, seis e 12 meses tinham sido respetivamente de 1,428%, 1,997% e 2,629%. Esta quarta-feira, as taxas Euribor desceram a três, seis e 12 meses, depois de várias sessões a subirem para novos máximos desde o início de 2009.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo a 6 de junho, baixou esta quarta-feira para 2,414%, menos 0,028 pontos, depois de ter subido em 29 de novembro para 2,442%, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também recuou esta quarta-feira, ao ser fixada em 1,973%, menos 0,011 pontos, contra 1,984% em 29 de novembro, um novo máximo desde fevereiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.
  • No prazo de 12 meses, a Euribor caiu esta quarta-feira, ao ser fixada em 2,830%, menos 0,062 pontos que na terça-feira, quando se tinha mantido em 2,892%, o mesmo valor de segunda-feira e um máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado a 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro.

A 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de a 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e a 8 de setembro em 75 pontos base.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% a 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Dormidas aumentaram 97,3% até outubro, mas ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Novembro 2022

No conjunto dos primeiros dez meses de 2022, as dormidas aumentaram 97,3%, mas comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas decresceram 1,6%.

Até outubro, o número de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico cresceu 97,3% face aos primeiros dez meses de 2022, com os aumentos de 23,7% nos residentes e de 177,9% nos não residentes. Porém, em relação ao mesmo período de 2019, as dormidas registaram um decréscimo de 1,6% devido a um recuo de 6% das dormidas de não residentes (as de residentes cresceram 9%), avança o Instituto Nacional de Estatística (INE)o nos dados da Atividade Turística relativos a outubro.

O setor do alojamento turístico registou 2,6 milhões de hóspedes e 6,8 milhões de dormidas em outubro, correspondendo a variações homólogas de +23,4% e +23,5%, respetivamente (+41,1% e +37,2% em setembro, pela mesma ordem). Face a outubro de 2019, verificaram-se crescimentos de 5,0% e 6,2%, respetivamente.

Fonte: INE

No mês em análise, o mercado interno contribuiu com 1,8 milhões de dormidas e o mercado externo com 4,9 milhões, o que representa, respetivamente, um decréscimo de 2,7% e um aumento de 3,7% face ao mesmo período de 2021. Comparando com outubro de 2019, as dormidas de residentes aumentaram 21% e as de não residentes cresceram 1,5%. Outubro, aliás, foi o mês que registou o maior crescimento de dormidas de não residentes face a 2019, nota o INE.

Também as dormidas superaram os valores de 2019 em todos os segmentos de alojamento. Na hotelaria — hotéis, hotéis-apartamentos, apartamentos turísticos, aldeamentos turísticos, pousadas e quintas da Madeira –, aumentaram 23,4% em outubro face ao mesmo mês de 2021 (+6,1% face a outubro de 2019), o que corresponde a um peso de 83,4% no total de dormidas.

No caso dos estabelecimentos de alojamento local, embora as dormidas tenham registado um crescimento homólogo maior (+28,4%) do que no segmento de hotelaria, têm um peso no total de dormidas de apenas 13,3%, sendo que estas aumentaram 0,6% em relação a outubro de 2019. O turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,2%), por sua vez, teve o menor aumento (+9%) dos três segmentos de alojamento no mês em análise, mas registou o maior crescimento (+45,2%) face a outubro de 2019.

Todas as regiões registaram aumentos de dormidas, com o Algarve a concentrar 28,2% do total, seguido da Área Metropolitana de Lisboa (26,6%) e o Norte (16,5%). Porém, na comparação com os níveis pré-pandemia, apenas o Algarve registou um decréscimo (-1,3%), enquanto a Madeira e os Açores tiveram os maiores aumentos (+25% e +17,5%, respetivamente).

Mercado norte-americano disparou quase 40% face a outubro de 2019

O turismo de norte-americanos em Portugal continua a crescer. Em outubro, de acordo com os dados do gabinete estatístico, o número de dormidas de norte-americanos registou um aumento de 39,5% em relação ao mesmo mês de 2019, representando 8,8% do total de dormidas de não residentes.

Já o mercado britânico diminuiu 1,7% relativamente a outubro de 2019, embora tenha uma quota de 20,8% do total das dormidas de não residentes em outubro. As dormidas de hóspedes alemães (peso de 12%) registaram a segunda maior diminuição no grupo dos 17 principais mercados emissores (-10,2%) face ao período pré-pandemia, enquanto o mercado brasileiro registou o maior decréscimo (-15,3%).

(Notícia atualizada pela última vez às 12h11)

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Famílias consomem menos e investimento cai no terceiro trimestre

O investimento passou de um crescimento de 3,5% no segundo trimestre, para uma redução de 0,4% no terceiro, revela o INE.

O Produto Interno Bruto aumentou 4,9% em termos homólogos e 0,4% em cadeia no terceiro trimestre de 2022, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. A procura interna teve um contributo menor para o crescimento neste período, sendo que as famílias consumiram menos e o investimento caiu, passando de um crescimento de 3,5% no segundo trimestre, para uma contração de 0,4%.

“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre, passando de quatro pontos percentuais (p.p.) no segundo trimestre, para 2,9 p.p., verificando-se um crescimento ligeiramente menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento, determinada pelo comportamento da variação de existências”, indica o INE.

Olhando para as componentes da procura interna, em termos reais, “verificou-se uma ligeira desaceleração do consumo privado (inclui as instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias)”, enquanto o consumo público seguiu a tendência contrária e aumentou 0,5% em termos homólogos, menos 1,2 p.p. que no trimestre anterior.

As despesas de consumo final das famílias residentes em bens não duradouros e serviços desaceleraram, enquanto a componente de bens duradouros registou um crescimento homólogo mais pronunciado, destacando-se a aquisição de veículos automóveis. É de notar, no entanto, que existe aqui um efeito base já que no terceiro trimestre do ano passado houve uma redução significativa.

Já o investimento passou para uma contração de 0,4%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu na construção e desacelerou nas áreas de equipamento de transporte e produtos de propriedade intelectual, sendo que apenas a FBCF em outras máquinas e equipamentos registou uma aceleração, para uma taxa de 6,6%.

Já o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu para 2,0 p.p. (3,3 p.p. no trimestre precedente), indica o INE. As exportações de bens e serviços tiveram uma desaceleração significativa no terceiro trimestre, sendo mais acentuada que as importações. É de notar que apesar deste abrandamento, as exportações de serviços “continuaram a aumentar de forma considerável”, nomeadamente devido à dinâmica do turismo.

Tendo em conta o aumento dos preços nos fluxos de comércio internacional, verificou-se uma perda dos termos de troca (4,1%), que foi ainda assim “ligeiramente menos intensa que no trimestre anterior”.

Quanto ao emprego, este abrandou mas as horas trabalhadas aumentaram. A “produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 3,3% em termos homólogos, menos 2,0 p.p. que no trimestre anterior”, enquanto aquela medida com base no número de horas trabalhadas “registou uma variação homóloga de 3,8%, após um crescimento de 8,3% no segundo trimestre”.

(Notícia atualizada às 11h45)

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Portugal antecipa pagamento de 1.400 milhões de euros

Numa operação de recompra de dívida, o IGCP conseguiu antecipar 1.400 milhões de euros de dívida que iriam vencer em outubro do próximo ano e em fevereiro de 2024.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira um leilão de recompra de duas obrigações do Tesouro com vencimento em outubro de 2023 (OT 4,95% 25Out2023) e fevereiro de 2024 (OT 5,65% 15Fev2024), que resultou na antecipação de 1.400 milhões de euros que iriam vencer nos próximos dois anos.

Esta operação de recompra de dívida contou com uma forte adesão dos investidores, com o volume de ofertas por parte dos investidores para a linha que iria vencer no próximo ano a contar com uma oferta quatro vezes superior à procura do Estado e a linha de 2024 a registar uma oferta 1,3 vezes acima da procura.

Com esta operação, o Estado retira pressão para os próximos dois anos. No entanto, a linha OT 4,95% 25Out2023 ainda tem um saldo-vivo de 10.026 milhões de euros e a linha OT 5,65% 15Fev2024 ficou com um montante de 7.981 milhões de euros.

Esta foi a segunda operação de recompra de dívida realizada pelo IGCP este ano. A primeira ocorreu a 29 de março e resultou na antecipação de 431 mil euros de uma Obrigação do Tesouro que iria vencer a 17 de outubro deste ano.

Pelo meio, o IGCP realizou ainda duas operações de troca (a primeira a 6 de julho e a segunda a 26 de outubro) que tiveram como foco as mesmas obrigações do Tesouro que foram esta quarta-feira parcialmente recompradas.

Estas duas operações de troca culminaram no adiamento global de 2.495 milhões de euros de dívida que iriam vencer a 25 de outubro de 2023 e 14 de fevereiro de 2024 para depois de 2027, através da colocação desse montante em Obrigações do Tesouro com vencimento em 2027, 2028, 2032, 2035 e 2052.

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Altice premeia inovação na Diversidade, Cibersegurança e Realidade Audio Aumentada

  • BRANDS' ECO
  • 30 Novembro 2022

Na 6ª edição do Altice International Innovation Award, que teve 125 candidaturas, foram premiados dois projetos portugueses e uma startup irlandesa na sua grande final, ontem, em Lisboa.

Os vencedores da 6ª edição do Altice International Innovation Award, que teve a sua grande final ontem no Convento do Beato em Lisboa, foram a Inclusio, uma plataforma de medição de diversidade e de inclusão, de origem irlandesa, na categoria Startups, com um prémio de 50 mil contos, o projeto “Dynamic Defense for Softwarized and Virtualized Networks”, de Vítor Cunha, na categoria Academia, com um prémio de 25 mil contos, e a Dreamwaves, projeto inclusivo que utiliza a Audio Augmented Reality, na categoria Inclui by Fundação Altice, com a atribuição de 20 mil euros.

Alexandre Fonseca, co-CEO da Altice Europe e presidente do júri, referiu que este evento era o momento “de se falar de inovação, empreendedorismo, criatividade, e tecnologia para construir uma sociedade melhor e mais digital”.

Pelo quinto ano consecutivo, em associação com a ANI (Agência Nacional de Inovação), foi atribuída a distinção Born from Knowledge (BfK) à Iplexmed, que nasceu a partir da tese de doutoramento de Bruno Almeida. Esta deu origem a uma plataforma que permite o diagnóstico não invasivo em contexto doméstico de infeções respiratórias clínicas e resistentes através de um teste de diagnóstico rápido eletrónico portátil e conectável. Esta startup foi criada por seis investigadores da Universidade do Minho, e do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e participou num programa de aceleração da startup Braga.

A escolha dos vencedores foi da responsabilidade de um júri constituído por representantes da Altice Labs, Altice Portugal, Agência Nacional de Inovação (ANI), Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Enterprise Ireland, Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”, Associação Europeia de Operadores de Redes de Telecomunicações (ETNO), Fundação Altice, Luz Saúde, Startup Lisboa e Universidade de Coimbra.

A 6ª edição do Altice International Innovation Award contou com 125 candidatos de Portugal e da Irlanda, tendo sido selecionados nove finalistas, três por cada uma das categorias Startup, Academia e Inclui. Nas suas seis edições teve 526 candidaturas e foram concedidos mais de 460 mil euros.

O perfil dos vencedores

Na categoria de startups, venceu a Inclusio. Trata-se de uma plataforma de medição da Diversidade e da Inclusão, liderada por Sandra Healey, que combina tecnologia, ciência comportamental e Inteligência Artificial. Permite que os empregados de uma organização construam, de forma confidencial, o seu perfil de diversidade. Permite que as empresas consigam medir e rastrear dimensões de neurodiversidade, deficiência e experiência profissional viabilizando o desenvolvimento de políticas mais inclusivas e o ajuste e acomodação das diferentes dimensões da experiência humana em contexto laboral.

Já na categoria de Academia, o projeto “Dynamic Defense for Softwarized and Virtualized Networks” foi o grande vencedor. Vítor Cunha é investigador no Instituto de Telecomunicações em Aveiro, tem várias certificações em cibersegurança e desenvolveu esta abordagem inovadora durante o doutoramento. Tem por objetivo fazer face ao atual cenário de prevalência de riscos de Cibersegurança que alia técnicas de Moving Target Defense (MTD) e Two-Factor Authentication. Prevê a criação de uma camada de defesa/autenticação de rede que irá mover a superfície de ataque (a função potencialmente vulnerável) observando todas as configurações disponíveis e assim impedindo ou dificultando o processo de ataque.

Por fim, na categoria INCLUI by Fundação Altice, venceu a Dreamwaves, uma solução de navegação baseada em Audio Augmented Reality que pode beneficiar utilizadores com défices visuais, séniores e também ciclistas e motociclistas. A ideia nasceu na Áustria de duas paixões de Hugo Furtado, a Realidade Aumentada, área de investigação aplicada à medicina, e o som e que está a ser desenvolvida em Lisboa e Viena. Trata-se de uma proposta de solução stand alone que integra navegação mãos-livres através de áudio espacial, Realidade Aumentada e localização de utilizadores utilizando modelos de Machine Learning. Os pontos de som virtuais ativados pela aproximação do utilizador são ouvidos como objetos reais, podendo o utilizador caminhar facilmente para cada fonte sonora.

Ainda nesta última categoria foi atribuída a distinção Born from Knowledge (BfK), com ANI, à IPLEXMED, uma plataforma que permite o diagnóstico não invasivo, em contexto doméstico, de infeções respiratórias clínicas e resistentes através de um Teste de Diagnóstico Rápido eletrónico portátil, com conectividade, que permite a visualização dos resultados no smartphone do paciente e o armazenamento e transmissão de dados de saúde para acesso em tempo real pelo médico, viabilizando um tratamento personalizado adequado. Permite avaliar múltiplos focos infecciosos, bem como resistências antimicrobianas associadas, em simultâneo, numa única medição, em minutos e de forma fiável.

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Custo da nova interligação elétrica entre Espanha e França terá aumentado 50%

  • Capital Verde
  • 30 Novembro 2022

Custo dos materiais, como o alumínio e o níquel, subiram entre 30 a 40% o que resultou num aumento do custo da nova interligação elétrica entre Espanha e França em cerca de 50%.

O custo para a construção da nova interligação de eletricidade entre Espanha e França, pelo golfo da Biscaia, terá aumentado em cerca de 50% face ao aumento dos preços dos materiais.

Segundo o Cinco Días, estima-se que o preço dos materiais necessários para a construção desta ligação tenha disparado entre 30% e 40%. Fontes do setor fizeram as contas e revelaram à publicação espanhola que os custos aumentaram em 50% face ao investimento inicial, ascendendo aos 2,7 mil milhões de euros.

Ainda não é claro quem pagará esse extra. Segundo o Cínco Dias, os reguladores de Espanha e França estão em conversações sobre a divisão do custo total do projeto. Neste momento, Bruxelas não deverá alocar mais fundos e o regulador francês recusa-se a contribuir com mais do que o valor previsto no acordo original assinado entre os operadores da rede elétrica dos dois países, a REE (Espanha) e a RTE (França), em 2017.

O projeto de interligação elétrica submarina entre Espanha e França, através do Golfo da Biscaia, terá encarecido devido à forte subida dos preços dos materiais (como o alumínio ou níquel) para a construção do cabo que ligará as localidades de Gatica, no País Basco, e Cubnezais, no norte de Bordéus.

Com uma extensão de quase 400 quilómetros (13 quilómetros em terra espanhola; 80 quilómetros em território francês e 300 no fundo do mar), o projeto, composto por duas linhas de 400 quilovolts, implicará um aumento da capacidade de interligação entre os dois países: desde os atuais 2.800 megawatts (MW) para 5.000 MW.

Os governos dos três países deverão reunir-se em Alicante, no próximo dia 9 de dezembro, para discutir as interligações energéticas. O objetivo é reduzir o isolamento da Península Ibérica, que há anos funciona quase como uma ilha energética, dado o fraco nível de interligação com o resto na Europa.

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Taxa de desemprego resiste a abrandamento da economia e mantém-se nos 6,1% em outubro

Taxa de desemprego não registou variação face ao mês anterior, apesar da travagem da atividade económica em outubro. Taxa de subutilização do emprego subiu para 11,4%.

A taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 6,1% em outubro, segundo a estimativa divulgada hoje pelo INE, resistindo ao abrandamento da economia. Há, no entanto, um ligeiro decréscimo na população empregada e um crescimento da taxa de subutilização do emprego, que se situou em 11,4%.

A taxa de desemprego situou-se em 6,1%, um valor idêntico ao de setembro e 0,1 pontos percentuais superior ao de julho. Isto num mês em que os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, já davam conta de uma travagem da economia, com a taxa de variação homóloga do indicador para a atividade económica a cair de 5,7% em setembro para 5,4% em outubro. O indicador para o consumo privado diminuiu de 2,9% em setembro para 2,4% em outubro. No mesmo mês do ano passado, tinha sido de 7,7%.

Os dados do INE indicam que a população ativa (5,197 milhões) diminuiu 0,2% em relação a setembro e 0,1% relativamente a julho, tendo aumentado 0,5% por comparação com outubro de 2021. “A diminuição da população ativa resultou do decréscimo tanto da população empregada (8,0 mil; 0,2%) como da população desempregada (2,2 mil; 0,7%)”, explica o instituto de estatística.

A população inativa (2,46 milhões) aumentou 0,4% em relação ao mês anterior e 0,1% face a julho, uma evolução explicada “principalmente pelo acréscimo do número de inativos disponíveis, mas que não procuram emprego (7,6 mil; 6,4%)”.

A taxa subutilização de trabalho (um indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego) aumentou em uma décima face a setembro, para os 11,4%.

(notícia atualizada às 11h50)

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Com inflação acima do previsto, Governo vai ter de corrigir atualização das pensões

O indicador de preços sem habitação, utilizado no cálculo dos aumentos das pensões, foi mais elevado que o estimado pelo Governo. Valor vai ter de ser corrigido em alta.

Com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), confirma-se o que já se suspeitava: o Governo terá de corrigir o aumento das pensões para o próximo ano, já que a inflação foi mais elevada do que o esperado pelo Executivo. Os cálculos governamentais foram feitos tendo em conta um IPC sem habitação de 7,1%, e este fixou-se nos 7,46%, segundo os valores provisórios divulgados esta quarta-feira.

O Governo utilizou uma forma diferente de atualizar as pensões desta vez. Calculou o aumento como está previsto na lei, mas decidiu antecipar uma parte (equivalente a meia pensão) para outubro deste ano, encurtando assim a atualização do próximo ano.

O primeiro-ministro tinha sinalizado que se fosse aplicada a lei como está, segundo as suas previsões e pressupostos na altura, o aumento era de 8% para pensões até 886 euros, 7,64% para as pensões entre 886 e 2.659 euros e 7,10% para as outras pensões sujeitas a atualização. No entanto, com a antecipação, os aumentos passaram a ser de 4,43%, 4,07% e 3,53%, respetivamente.

Mas estes valores presumiam uma inflação (ou melhor, a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem habitação) de 7,1% e a estimativa rápida do INE indica que este valor foi afinal de 7,46%, superior ao previsto pelo Governo.

O Executivo já tinha assegurado que se a inflação fosse mais alta do que o previsto, o valor seria corrigido. “Se a inflação em novembro for superior ao previsto (…) asseguraremos a neutralidade de acordo com o que seria a aplicação da fórmula no que é o somatório do apoio extraordinário com a atualização de 2023“, reiterou Fernando Medina na apresentação do Orçamento do Estado.

Parece que esta correção terá mesmo de avançar. Os valores exatos são, no entanto, difíceis de calcular, porque já foi paga uma parte este ano. Mesmo assim, é possível perceber qual seria a atualização se a lei fosse aplicada. A lei atual faz depender a atualização das pensões de dois fatores económicos:

  1. O crescimento real do PIB, correspondente à média da taxa do crescimento médio anual dos últimos dois anos, terminados no terceiro trimestre do ano anterior àquele a que se reporta a atualização ou no trimestre imediatamente anterior, se aquele não estiver disponível à data de 10 de dezembro;
  2. E a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem habitação, disponível em dezembro do ano anterior ao que reporta a atualização, ou em 30 de novembro, se aquele não estiver disponível à data da assinatura do diploma de atualização.

Ora tendo em conta que a média do crescimento do PIB foi maior do que 3% (fixando-se em 4,8% segundo os dados mais recentes do INE, também mais elevada do que o previsto pelo Governo), é apenas preciso olhar para a última linha da fórmula.

Segundo as contas do ECO, se a lei fosse aplicada as pensões mais baixas deveriam ter um aumento de 8,42%, enquanto aquelas entre 2 e 6 IAS subiriam 8,06% e as mais altas eram atualizadas em 7,46%, o valor da inflação. A estas percentagens tem de ser retirado o montante já atribuído no complemento de outubro.

É de ressalvar ainda assim que esta é uma estimativa rápida do INE, sendo que os dados definitivos referentes ao IPC do mês de novembro de 2022 serão publicados no próximo dia 14 de dezembro. Assim, estes valores ainda poderão mudar.

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Comboios a hidrogénio em Portugal são “solução limitada”

Eletrificação da restante rede ferroviária nacional é prioridade da Infraestruturas de Portugal e deverá estar concluída "até 2027 ou 2028".

Mais de 1.000 quilómetros da rede ferroviária nacional ainda não têm corrente elétrica a passar por cima da linha. O problema, no entanto, deverá ser resolvido até 2027 ou 2028, com a eletrificação das restantes linhas. Pôr comboios a hidrogénio também é um cenário, embora com limitações.

“A eletrificação, com a colocação de uma catenária, tem custos de infraestrutura e manutenção mas é altamente eficiente. As perdas de energia da catenária até aos rodados dos comboios são de 10% a 15%, no máximo”, nota o coordenador do Plano Ferroviário Nacional, Frederico Francisco, durante a participação num debate no congresso da associação de transportes Adfersit.

Em comparação, com o hidrogénio, “as perdas entre a produção e a utilização podem atingir os 75%”, acrescentou. Em suma, “o hidrogénio é muito melhor do que o diesel, sem dúvida, mas a partir de um certo patamar de tráfego torna-se muito difícil ser energeticamente eficiente face à catenária”.

Por causa disso, “o hidrogénio pode ser uma solução para acelerar a descarbonização onde não é evidente avançar com a eletrificação. Em Portugal, será sempre uma solução limitada mas que poderá ter o seu espaço”, concluiu.

Da esquerda para a direita: José António Barros (presidente da assembleia-geral da AEP); Fernanda do Carmo (diretora-geral do Território); Carlos Fernandes (vice-presidente da IP); Ernesto Martins de Brito (antigo presidente da CP)

Com a incerteza sobre a utilização do hidrogénio nos comboios, “contamos até 2027 ou 2028 resolver a eletrificação da rede ferroviária nacional“, referiu o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes.

No debate sobre o Plano Ferroviário Nacional (PFN), as opiniões dividiram-se. O vice-presidente da IP sinalizou que o documento “dá-nos uma previsibilidade que não existe até hoje. Sabemos o que o país pretende.” A diretora-geral do Território, Fernanda do Carmo, considera que todas as análises custo-benefício a aplicar “têm de incluir o impacto territorial” porque “há opções que são pesadas em termos de custo e de tempo de execução e de planeamento”.

Ernesto Martins de Brito elogia a existência do plano mas pede mais ambição. “O PFN deveria ser uma bússola estratégica para acolher métricas de desenvolvimento para aumentar utilidade no longo prazo.”

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Inflação na Zona Euro abranda para 10% em novembro com ajuda da energia

A taxa de variação homóloga do índice de preços terá travado de 10,6% em outubro para 10% em novembro. Queda abre espaço para aumento de apenas 50 pontos base na taxa de juro do BCE, dizem analistas.

Novembro deverá trazer um alívio na inflação da Zona Euro. A estimativa rápida do Eurostat aponta para uma taxa de 10%, um recuo face ao recorde de 10,6% registado em outubro. Energia e serviços deram uma ajuda, mas a alimentação não.

Os preços da energia continuam a ser os que mais pesam na inflação, mas novembro terá trazido uma travagem, com a estimativa a apontar para uma taxa de variação homóloga de 34,9%, bem abaixo dos 41,5% de outubro. Uma tendência que será influenciada pela desvalorização da cotação do petróleo e o alívio no gás natural, sobretudo nas primeiras semanas do mês.

Os serviços também terão ajudado à descida da inflação no bloco da moeda única, com a taxa de variação homóloga a cair de 4,3% em outubro para 4,2% este mês. Nos bens industriais não energéticos a taxa manteve-se em 6,1%.

Em sentido contrário, a alimentação continua a pressionar em alta os preços, com a inflação homóloga a subir de 13,1% em outubro para 13,6% em novembro. Uma subida ditada pelos alimentos processados, já que nos não processados a taxa encolheu.

A inflação na Zona Euro terá também recuado na comparação face ao mês anterior, com a estimativa rápida do Eurostat a apontar para um recuo de 0,1%. O índice de preços excluindo a energia e alimentação, que é seguido de perto pelo BCE, terá registado uma variação homóloga de 5%, idêntica à do mês anterior.

“Olhando para o futuro, embora a inflação deva permanecer elevada, o facto de os preços da energia estarem a baixar significa que os dados de hoje provavelmente serão seguidos de uma queda gradual da inflação na Zona Euro”, afirma a Oxford Economics num comentário à publicação do Eurostat.

“A desaceleração na taxa de inflação de 10,6% para 10% em novembro foi a primeira desde junho de 2021 e mais significativa do que o inicialmente esperado. Não nos surpreenderia ver a taxa acelerar em dezembro ou janeiro, dada a volatilidade nos números mensais, mas há poucas dúvidas que descerá rapidamente no próximo ano”, comentou a Capital Economics.

A empresa de research económico considera que os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat suportam a sua previsão de um aumento de 50 pontos base na próxima reunião de política monetária do BCE, em dezembro. Uma visão que também é partilhada pela Oxord Economics.

Com uma variação homóloga de 9,9% em novembro, a taxa de Portugal em cima da média da Zona Euro. Letónia, Lituânia e Estónia têm as estimativas mais elevadas, na casa dos 21%. Espanha (6,6%) e França (7,1%) têm as taxas mais baixas.

(notícia atualizada às 10h40)

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Mais de 5.000 milhões de pessoas terão problemas de acesso à água em 2050

  • Lusa
  • 30 Novembro 2022

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 3.600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5.000 milhões até 2050.

Cerca de 3.600 milhões de pessoas têm problemas de acesso à água pelo menos um mês por ano, número que pode aumentar para mais de 5.000 milhões até meados do século, refere um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O relatório sobre a disponibilidade de água potável no planeta, divulgado esta terça-feira, é o primeiro que a OMM dedica especificamente aos recursos hídricos e destaca que em 2021 dois terços da superfície terrestre tiveram fluxos fluviais abaixo da média dos últimos 30 anos, enquanto apenas um terço estava acima ou nos níveis médios.

Numa fase que se caracteriza pela procura crescente por este elemento líquido e uma oferta limitada, a água também está relacionada com 74% dos desastres naturais (secas, cheias, tempestades), aponta o documento divulgado pela agência das Nações Unidas.

“Os impactos das alterações climáticas tendem a manifestar-se através da água, com secas mais intensas e frequentes, inundações mais extremas, chuvas sazonais mais irregulares e aceleração do degelo dos glaciares”, sublinhou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, durante a apresentação do relatório.

O estudo destaca como zonas onde o fluxo do rio estava abaixo da média em 2021 o Río de la Plata e o sul e sudeste da Amazónia, na América do Sul, ou as bacias dos rios Colorado, Missouri e Mississippi, na América do Norte.

Em África, também houve um fluxo abaixo da média nos rios Níger, Volta, Nilo e Congo, enquanto na Eurásia o mesmo ocorreu nas bacias da Sibéria, outras partes da Rússia e da Ásia Central.

Em contraste, foram registados fluxos acima do normal em algumas bacias da América do Norte, no norte do Amazonas, rios no sul da África (como o Zambeze e o Orange) e outras na China e na Índia, países que sofrerem recentemente inundações de grandes dimensões.

Algumas das áreas onde o abastecimento de água está em níveis críticos veem a sua situação agravada pela sobre-exploração das águas subterrâneas, alerta o relatório.

O documento também analisa a criosfera, o gelo nos polos, montanhas e glaciares, que é a maior reserva mundial de água doce por ser fonte de rios e abastecimento de 1.900 milhões de pessoas.

A OMM alerta também para o degelo preocupante em áreas como o Alasca (América do Norte), Patagónia (América do Sul) ou Himalaias (Ásia).

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