De saída da liderança, Jerónimo de Sousa apela à resistência do PCP

  • Lusa
  • 12 Novembro 2022

No último discurso enquanto secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou que o PS conseguiu maioria absoluta em janeiro graças a uma "operação de chantagem e mistificação".

No último discurso enquanto secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa reconheceu que o partido tem dificuldades e insuficiências que “importa superar” e apelou à resistência dos comunistas contra a “brutal ofensiva” em curso.

“Sabemos dos impactos negativos nos planos eleitorais, de expressão institucional, das nossas dificuldades, das nossas insuficiências e atrasos que estão identificados e importa superar”, disse Jerónimo de Sousa, na abertura dos trabalhos da Conferência Nacional do PCP, em Corroios, concelho do Seixal.

O apelo à resistência foi acentuado com o improviso no final do seu último discurso: “o vento está duro e muito forte, fustiga-nos o rosto, mas nunca hão de ver-nos levar com ele de costas, porque estaremos sempre virados para a frente, em todo o nosso projeto, do nosso ideal, do nosso partido!”.

Antes disso, numa parte da intervenção virada para dentro, o líder cessante, reconheceu: “sabemos quanto pesa a brutal ofensiva que se desenvolve contra o PCP, porque é o que é e não abdica de o ser, com os interesses de classe que assume, os objetivos por que luta e o projeto transformador de emancipação social de que é portador”, completou.

Ao longo dos últimos anos, continuou Jerónimo de Sousa, o PCP foi alvo de “campanhas de deturpação das suas posições, das calúnias e das tentativas de chantagem”, assim como de tentativas de “condicionamento e silenciamento”, em resultado da “sua corajosa intervenção”.

Jerónimo de Sousa apontou o dedo à “classe dominante, os senhores do mando no país”, que perante esta “ofensiva” queria que o PCP tivesse “abdicado de princípios e objetivos, se submetesse à sua agenda” e ‘fechasse os olhos’ às “opções de classe do PS, os projetos das forças reacionárias, a natureza da NATO, a guerra e as sanções”.

E continuando a falar para dentro, o secretário-geral cessante descansou os militantes que receavam uma mudança de rumo do PCP e falou para a “classe dominante”: “Enganaram-se e vão continuar enganados!”

“Sabemos igualmente que a ação do Partido, as condições de intervenção e luta resultam não apenas das decisões e opções próprias, mas também da ação dos seus adversários e do quadro mais geral – nacional e internacional – em que intervém”, completou.

Entre o “caderno de encargos que Jerónimo deixou ao seu sucessor, no plano da organização interna, está o desenvolvimento da ligação e do trabalho com outros democratas e patriotas” “seja no âmbito da CDU seja num plano mais largo” assumindo a realização de contactos regulares a partir de cada uma das organizações com aqueles que se destacam na vida coletiva”.

PS “cada vez mais inclinado para a direita”

Na parte mais virada para fora, Jerónimo de Sousa acusou neste sábado a governação de maioria absoluta de mostrar “um PS cada vez mais inclinado para a direita” e considerou que os socialistas, PSD, CDS e IL e Chega encenam e empolam divergências.

“Hoje está muito claro qual é o sentido da governação do PS maioritário e quão verdadeira era a palavra do PCP quando afirmava que o PS não queria resolver os problemas nacionais, mas tão só romper com a política de defesa, reposição e conquista de direitos e criar condições para retomar na plenitude a política de direita que sempre teve como sua”, acusou Jerónimo de Sousa, na abertura dos trabalhos da Conferência Nacional do PCP, em Corroios, concelho do Seixal.

Para Jerónimo de Sousa, a governação socialista “mostra um PS cada vez mais inclinado para a direita”, ao fazer opções de política económica e orçamental que conduzirão ao “perigo de uma nova fase de definhamento económico e degradação social”.

“As recentes alterações do quadro político”, continuou o líder cessante do PCP, vão “replicar, senão aprofundar a evolução negativa do país que décadas de política de direita impuseram”.

E a maioria absoluta que António Costa alcançou nas eleições legislativas de janeiro só foi alcançada com uma “operação de chantagem e mistificação”.

Segundo o secretário-geral comunista, a alteração no quadro político decorrente das eleições traduziu uma “ampla promoção” das forças reacionárias num quadro em que PS e os partidos de direita “empolam e encenam” uma oposição entre si quando na verdade tem uma “ação convergente” em aspetos essenciais.

Caderno de encargos

 

O PCP anunciou há uma semana que Jerónimo de Sousa ia deixar de ser secretário-geral do PCP por razões de saúde e que Paulo Raimundo era o nome proposto para o substituir. Paulo Raimundo, de 46 anos, vai ser hoje eleito o quarto secretário-geral do PCP depois de uma reunião do Comité Central que deverá começar assim que encerrarem os trabalhos do primeiro dia da conferência.

A Conferência Nacional do PCP, a quarta em 100 anos, foi organizada com o objetivo de reenquadrar a ação do partido em contexto de maioria absoluta do PS, aumento da inflação e consequente degradação das condições de vida da generalidade da população, e também de incerteza em relação ao redesenho do mapa geopolítico internacional.

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Fitch sobe rating da região da Madeira para BBB+

  • ECO
  • 12 Novembro 2022

Agência de notação financeira dos Estados Unidos colocou avaliação desta região autónoma no mesmo patamar do Estado português.

A região autónoma da Madeira voltou a ter a mesma avaliação do Estado português. A agência de notação financeira Fitch subiu o rating relativo à dívida do Governo regional da Madeira de BBB para BBB+, o terceiro patamar acima do nível mínimo de investimento, segundo informação divulgada na noite de sexta-feira. A perspetiva da avaliação manteve-se como estável.

“A melhoria acompanha a subida da avaliação sobre a dívida soberana portuguesa, para BBB+, em 28 de outubro de 2022”, segundo comunicado divulgado pela agência de rating dos Estados Unidos.

Em 28 de outubro, a Fitch foi a terceira agência de notação financeira a rever em alta o rating de Portugal neste ano, depois da DBRS e da Standard & Poor’s.

Uma eventual mudança da avaliação da dívida da região da Madeira depende da alteração do rating sobre a dívida soberana portuguesa e do seu apoio relativamente a esta região autónoma, justifica a agência.

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PS propõe exceção ao direito à liberdade em caso de emergência sanitária

  • Lusa
  • 12 Novembro 2022

Esta é a solução dos socialistas para que se possa determinar o isolamento de pessoas como aconteceu durante a pandemia de covid-19 sem recurso ao estado de emergência ou ao estado de sítio.

O PS propõe introduzir na Constituição mais uma exceção ao direito à liberdade para permitir isolamento de pessoas em caso de emergência sanitária, determinado pela autoridade de saúde, salvaguardando recurso urgente à justiça.

No projeto de revisão constitucional do PS divulgado na sexta-feira, é acrescentada uma alínea ao número 3 do artigo 27.º da Constituição, no qual estão elencadas as situações excecionais em que pode haver “privação da liberdade, pelo tempo e nas condições que a lei determinar”.

Na nova alínea, o PS propõe que isso possa acontecer também para “separação de pessoa portadora de doença contagiosa grave ou relativamente à qual exista fundado receio de propagação de doença ou infeção graves, determinada pela autoridade de saúde, por decisão fundamentada, pelo tempo estritamente necessário, em caso de emergência de saúde pública, com garantia de recurso urgente à autoridade judicial”.

Esta é a solução dos socialistas para que se possa determinar o isolamento de pessoas como aconteceu durante a pandemia de covid-19 sem recurso ao estado de emergência ou ao estado de sítio, regimes consagrados na Constituição sem os quais “os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias”.

Estes dois regimes, previstos para “casos de agressão efetiva ou iminente por forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da ordem constitucional democrática ou de calamidade pública”, implicam uma proposta do Presidente da República, uma autorização da Assembleia da República, com consulta ao Governo, e têm duração máxima de quinze dias, salvo em casos de guerra, podendo contudo ser renovados.

O artigo 27.º da Constituição, que salvaguarda o direito à liberdade e à segurança, já tem no seu número 3 várias exceções em que é admitida a privação da liberdade, como a detenção em flagrante delito, a prisão preventiva, a prisão ou outra medida coativa sujeita a controlo judicial, a sujeição de menores a medidas de proteção, assistência ou educação em estabelecimentos adequados ou o internamento de portadores de anomalias psíquicas.

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Investimento captado por vistos gold recua 34% em outubro

  • Lusa
  • 12 Novembro 2022

Nos 10 primeiros meses do ano, o investimento totaliza 509,4 milhões de euros, mais 36,5% face a igual período de 2021.

O investimento captado através dos vistos ‘gold’ em outubro recuou 4,5% em termos homólogos e 34% em cadeia para 44,3 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base em dados do SEF.

Em 02 de novembro, durante uma visita à Web Summit, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o Governo está a avaliar a continuidade do regime de vistos ‘gold’ – programa de Autorização de Residência para o Investimento (ARI) -, admitindo que, “provavelmente, já cumpriu a função que tinha a cumprir e que neste momento não se justifica mais manter”.

Em outubro, o investimento captado com os vistos ‘dourados’ recuou 4,5% face ao montante captado em igual mês de 2021 (46,4 milhões de euros). Face a setembro (67,4 milhões de euros), registou-se uma quebra de 34%.

Nos 10 primeiros meses do ano, o investimento totaliza 509,4 milhões de euros, mais 36,5% face a igual período de 2021, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nos dados fornecidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

No mês passado, foram concedidos 83 vistos, dos quais 71 pelo critério de compra de bens imóveis (27 para reabilitação urbana) e 12 por via da transferência de capitais.

Em termos acumulados, foram atribuídos até outubro 1.009 vistos ‘gold’ (94 em janeiro, 94 em fevereiro, 73 em março, 121 em abril, 112 em maio, 155 em junho, 80 em julho, 77 em agosto, 120 em setembro e 83 em outubro).

O investimento em compra de bens imóveis totalizou em outubro 39,5 milhões de euros, dos quais 9,9 milhões de euros em reabilitação urbana. As transferências de capital somaram 4,7 milhões de euros.

Assim, no mês passado foram concedidos 15 vistos ‘gold’ à China, 12 aos Estados Unidos, 11 ao Brasil, nove à África do Sul e cinco à Índia.

No mês em análise, foram concedidas 111 autorizações de residência a familiares reagrupados, o que no total corresponde a 1.203.

O programa ARI fez 10 anos em outubro passado (arrancou em 2012) e, neste momento, está a ser avaliada a sua continuidade.

No dia 09 de novembro, durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o ministro da Economia, António Costa Silva, afirmou que o Governo está a criar um grupo de trabalho com os ministérios da Economia, dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna para avaliar o fim do programa.

No mesmo dia, a APEMIP – Associação dos Profissionais das Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal pediu ao Governo para não cessar o programa dos vistos ‘gold’, apontando que tal seria “uma decisão incongruente” e que os imóveis transacionados ao abrigo do programa representam “apenas 0,6%” desde o início do programa.

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Comida, clima, dinheiro. Qual o “peso” de 8.000 milhões de pessoas no mundo?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Novembro 2022

Com o crescimento populacional a desafiar o uso de recursos, demógrafos e economistas aconselham os países ricos a adaptar-se ao envelhecimento e a apostar no progresso social dos menos desenvolvidos.

A população mundial deverá atingir o marco dos oito mil milhões na próxima terça-feira, dia 15 de novembro, segundo a estimativa do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas. Este número — que nunca foi tão elevado, mas que também está a desacelerar — esconde diferentes diagnósticos, se o planeta for dividido em regiões mais e menos desenvolvidas, mas levanta grandes alertas: ao nível da produção alimentar, das alterações climáticas e da distribuição de recursos. O que podem as economias fazer para se adaptarem ao crescimento demográfico e aproveitarem o aumento da esperança de vida?

Antes de responder à pergunta, importa perceber como é que o mundo chegou aqui. A explicação mais simples para o aumento da população mundial é que resulta de um saldo natural “muito positivo”, ou seja, o número de nascimentos supera bastante o número de óbitos, resume ao ECO a demógrafa e professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), Maria João Valente Rosa. No fundo, trata-se de um fenómeno denominado transição demográfica, que consiste na alteração da relação entre nascimentos e óbitos.

O presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Paulo Machado, explica que, no passado, essa relação fazia com que o crescimento da população tivesse “uma variação baixa”. Com a transição demográfica, observou-se uma redução muito relevante dos óbitos. Só que, numa parte do mundo — designadamente nos países da África subsariana, em parte da Ásia e, mais moderadamente, na América Latina –, “essa redução dos óbitos não foi acompanhada por uma redução dos nascimentos”, o que resultou na quadruplicação da população mundial em pouco mais de 80 anos, assinala o demógrafo.

Com a mortalidade a baixar muito e a natalidade a não baixar da mesma maneira, houve um aumento muito significativo da esperança média de vida à escala mundial. Em 1800, a esperança de vida à nascença era de 30 anos, sendo que nenhum país tinha uma esperança de vida acima dos 40 anos, de acordo com estimativas da época. Em 1950, a esperança média de vida à nascença era de 46,5 anos, enquanto em 2021 se fixou nos 71 anos.

Maria João Valente Rosa sublinha que esta evolução advém de progressos sociais importantes em áreas como saúde pública, nutrição, higiene das pessoas e medicina. No entanto, é algo “paradoxal”, ressalva. “O aumento da população mundial é um indicador de sucesso social, porque tem que ver com a diminuição da mortalidade. Mas representa, ao mesmo tempo, um sinal de alerta para o futuro, porque embora isto resulte de algo que foi benéfico para a população, o que acontece hoje é que o rápido crescimento da população é consequência do fraco desenvolvimento social“.

O motor foi positivo, mas a população continua a crescer muito e de uma forma desigual à escala regional. É nas zonas menos desenvolvidas, como países africanos, asiáticos e da América do Sul, que “a diferença entre os nascimentos e os óbitos é maior e, por isso, nascem muitos mais do que aqueles que morrem”, detalha a docente da FCSH-UNL. De acordo com a ONU, estes países representavam cerca de 8% da população mundial em 1950; hoje, já representam 14% da população mundial e espera-se que em 2050 representem 20% da população mundial.

os países mais desenvolvidos, que se concentram na Europa e na América do Norte, estão a perder protagonismo à escala mundial, quando foi neles que começou a explosão demográfica. “Os países europeus e os EUA e Canadá sofreram uma mutação muito significativa, que fez com que tivesse baixado a mortalidade, mas também tivesse baixado bastante a natalidade”, sustenta Paulo Machado. Se em 1950 representavam cerca de 32% da população do mundo, atualmente já representam cerca de 16% e, em 2050, poderão representar 13% da população mundial.

Noutras zonas do planeta, os desequilíbrios agravaram-se não tanto por um aumento da população, mas sim pelo povoamento. Isto é, a urbanização teve um crescimento brutal desde 1980/90, mais até do que o crescimento populacional em alguns casos. E nas novas zonas cada vez mais sobrepovoadas encontram-se desequilíbrios. É o caso do Brasil, que se tornou “muito mais assimétrico” por causa da sua urbanização, exemplifica o demógrafo.

Este aumento do volume populacional exige mais recursos, desde água e alimentos às matérias-primas. Que não são ilimitados. Até hoje a sua distribuição nunca foi feita de forma igual. Aliás, no final do século XVIII, Thomas Malthus alertava no livro “Ensaio sobre o Princípio da População” que a população, quando não controlada, cresce desmesuradamente e vai exceder os recursos naturais.

Por outras palavras, “se a população aumenta e os recursos não acompanham este crescimento, vai dar origem à miséria, à fome e, por sua vez, vai dar origem à morte”, precisa Maria João Valente Rosa. Acontece que a relação entre população e recursos está “razoavelmente controlada” apenas no sentido de “assegurar a sobrevivência em relação às zonas mais ricas”, acrescenta o presidente da APD.

Reconhecendo que nos países europeus e nos Estados Unidos já existem “dificuldades óbvias no domínio da água”, Paulo Machado dá como exemplo a tecnologia alimentar, que veio resolver parte dos problemas nestes países mais ricos e desenvolvidos. mas em países mais pobres e menos desenvolvidos, onde a tecnologia alimentar é menos eficaz, as dificuldades “já se manifestam há muito tempo e a ideia é que se vão acentuar”. Cenário semelhante deverá acontecer com os recursos energéticos.

Segundo Maria João Valente Rosa, este problema não tem unicamente que ver com o crescimento da população, como também com o estilo de vida e os modos de consumo e produção, sobretudo nas regiões mais ricas, provocando “um enorme desgaste no planeta” devido ao forte impacto ambiental.Se todos vivessem como os europeus ou os norte-americanos, o planeta já não chegava“, assevera.

Um relatório da ONU dá conta de que o sistema de produção de alimentos, tal como existe atualmente, não pode continuar sem causar graves danos ambientais. E alerta para a necessidade de se desenvolverem políticas que alterem as práticas desses sistemas e que as tornem sustentáveis, preservando a biodiversidade. Por exemplo, adaptar as colheitas à diversidade de climas e desenvolver melhores transportes e redes de distribuição alimentar.

Não podemos continuar a fazer mais do mesmo para responder a um crescente número de pessoas que habitam o planeta Terra. Para que mais gente consiga ter o alimento de que necessita para viver, é necessário que os sistemas de produção alimentar sejam adaptados a uma população em rápido crescimento.

Maria João Valente Rosa

Demógrafa e professora universitária da FCSH-UNL

Ainda assim, a economista Marta Sistelo, da Faculdade de Economia do Porto, observa que as taxas de crescimento da população têm desacelerado. Por isso, “o medo de que os alimentos não sejam suficientes para uma população maior parece menos preocupante do que o perigo da utilização dos recursos terrestres às taxas atuais, com consequências ambientais gravíssimas“, salienta.

Desenvolvimento social como “contracetivo” para a elevada fecundidade

Cimeiras como a COP27 – Conferência do Clima das Nações Unidas, que está a decorrer no Egito, procuram soluções para mitigar os desafios sociais, económicos e demográficos provocados por oito mil milhões de habitantes. Até ver, as consequências destes fóruns de discussão, no sentido do resultado prático, têm sido “razoavelmente modestas”. As palavras são de Paulo Machado, que sublinha que a escala a que essas soluções hoje se colocam “ultrapassa e muito a escala dos países”, deixando os governos “razoavelmente coartados na sua ação”.

“Por outro lado, mesmo dentro de cada país, as soluções — aquelas que poderiam ser imediatamente compreendidas como boas soluções — exigem recursos para os quais é difícil encontrar mobilização. Seja dentro dos próprios países, seja até através de recursos internacionais. Refiro-me a recursos de natureza financeira, mas também de natureza tecnológica”, remata.

A rápida criação de vacinas contra a Covid-19 é um bom exemplo de como a ciência e a tecnologia podem resolver problemas, ainda mais a nível global. Mas como corrigir as assimetrias populacionais? A política do filho único, experimentada na China, é uma das soluções mais conhecidas. Paulo Machado não a defende, visto que daí resultaram outros problemas demográficos. Mas é “a melhor solução” que conhece, de tal maneira que o país mais populoso do mundo vai ser rapidamente ultrapassado pela Índia.

Para o presidente da APD, “não existem propriamente” soluções — no limite, obrigaria a uma “verdadeira revolução, de modos de produção, política, cultural”. “Encontramos movimentos sociais importantes, mas são isso mesmo, movimentos sociais, que ainda não têm uma expressão que nos capacite a uma verdadeira transformação da sociedade”, lamenta.

Não obstante, como aconteceu no passado, a chave deve passar pelo desenvolvimento social. O crescimento populacional pode ser uma boa oportunidade sobretudo para os países da África subsariana, alguns da Ásia e parte da América Latina, designadamente onde a natalidade é maior, criarem “empregos mais produtivos e decentes”, de modo a “acelerar algum crescimento económico”, defende Maria João Valente Rosa.

Ao mesmo tempo, os governos dessas regiões necessitam de promover a desaceleração do seu crescimento demográfico, apostando em fatores como a educação, a igualdade de género e o acesso aos sistemas de saúde, particularmente à saúde reprodutiva e ao planeamento familiar. “A ideia é também diminuir as gravidezes indesejadas, que fazem com que nasçam muito mais crianças do que aquelas que à partida poderiam nascer”, argumenta.

Economias adaptadas ao envelhecimento da população

Contrariamente às regiões mais pobres, os países mais desenvolvidos deparam-se com os desafios trazidos pelos baixos níveis de mortalidade e de fecundidade, que resultam no envelhecimento das suas populações. Os cuidados de saúde de longa duração e o decréscimo da população em idade ativa são os principais, mas em alguns países, como Portugal, há ainda o desafio da sustentabilidade da Segurança Social.

O envelhecimento, com maior intensidade nos países mais desenvolvidos, é uma tendência que está e vai ficar, pelo menos, a médio prazo“, salienta Maria João Valente Rosa. Mitigar esta intensidade passa muito pela questão migratória. “Sobretudo pela entrada de pessoas do tipo laboral, ou seja, se esta entrada acontecer nas idades ativas, que são simultaneamente as idades mais férteis”, detalha a investigadora.

Por um lado, a imigração ajuda a compensar a diminuição das pessoas em idade ativa, para efeitos de mercado de trabalho e para efeitos de produtividade; por outro lado, as pessoas nas idades ativas estão também nas idades mais férteis e, por isso, acabam por contribuir para o número de nascimentos nos países mais envelhecidos.

Só em Portugal, 13,6% dos nascimentos que ocorreram em 2021 eram nascimentos cujas mães tinham nacionalidade estrangeira. “É uma fatia extremamente importante. Sem esses nascimentos, os nascimentos em Portugal no último ano – que já foram muitíssimo baixos – nem tinham atingido os 70 mil”, admite Maria João Valente Rosa, ressalvando que “não evita o prosseguimento do processo de envelhecimento”.

“Em países como Portugal são os imigrantes que ajudarão a travar a descida na taxa de natalidade, e serão um motor de crescimento e rejuvenescimento da população”, frisa a economista Marta Sistelo. Isto porque, justifica, “uma população envelhecida significa mais despesas com pensões e cuidados de saúde, menos força de trabalho e menor crescimento da produtividade com consequente impacto negativo no crescimento económico. A produtividade no trabalho é superior a meio da vida e, por isso, um aumento da população nessa idade tem um contributo direto para a produção nacional”.

Uma população envelhecida significa mais despesas com pensões e cuidados de saúde, menos força de trabalho e menor crescimento da produtividade com consequente impacto negativo no crescimento económico. A produtividade no trabalho é superior a meio da vida e, por isso, um aumento da população nessa idade tem um contributo direto para a produção nacional.

Marta Sistelo

Economista

Faz sentido os países continuarem a adotar os mesmos sistemas e modelos que tinham, quando a sua população está a envelhecer? A demógrafa argumenta que, em termos coletivos e individuais, “todos temos a ganhar se essas pessoas continuarem a ter um papel importante para a sociedade, contribuindo com algumas atividades que possam ser desenvolvidas”. “A idade não é um atributo importante para decidirmos sobre o valor de alguém“, sublinha.

No modelo atual, as pessoas iniciam uma atividade quando são mais novas e, de uma maneira geral, continuam nessa atividade ao longo do tempo. Mas as pessoas vão mudando as suas características e, quando são mais velhas, já não estão a fazer tão bem a sua atividade como faziam e também ficam cansadas de a fazer. Em resumo, indica a investigadora da FCSH-UNL, “o trabalho que estão a fazer não se adaptou também à mudança e não potencializou aquilo que, ao longo do tempo, a pessoa foi acrescentando a si própria”.

Com as sociedades sustentadas no conhecimento, e sendo este “um valor que não se perde com a idade”, a resposta passa pela formação contínua, não só para a atualização de saberes, mas também para a aquisição de novos conhecimentos, até porque as próprias empresas beneficiam desse aspeto, bem como a sociedade como um todo, defende Maria João Valente Rosa.

O demógrafo norueguês Vegard Skirbekk, que esteve recentemente em Portugal, defendeu precisamente a necessidade de mudar a forma como é encarado o envelhecimento da população. Paulo Machado ressalva, porém, que a questão não está na capacidade de adaptação, antes está no tempo da adaptação.

A velocidade da mudança, em termos do comportamento demográfico, não foi acompanhada de uma transformação societal que tivesse permitido acomodar facilmente e sem efeitos muito negativos aquilo que está a acontecer: temos muitos filhos que não têm sítio para ficar; temos instituições de má qualidade no acolhimento de idosos; não temos uma habitação ajustada às famílias, sobretudo na relação entre o local de trabalho e o local de residência, obrigando as pessoas diariamente a fazer deslocações que demoram horas.

Paulo Machado

Demógrafo e Presidente da Associação Portuguesa de Demografia

Entretanto, as estimativas da ONU publicadas em julho preveem ainda que o crescimento da população já está a desacelerar e que em 2086 vai mesmo começar a diminuir, o que resulta do fator do dividendo demográfico. Por um lado, com o envelhecimento da população, existem mais pessoas nas idades superiores e o número de óbitos começa a aumentar, enquanto serão cada vez menos as mulheres em idade reprodutiva (dos 15 aos 50 anos), logo, haverá menos nascimentos.

Em resumo, “a população vai desacelerar fruto do número de óbitos que vai ultrapassar o número de nascimentos; quando isto acontecer, a população mundial diminui”, explica Maria João Valente Rosa. Daí que os oito mil milhões precisem de ser vistos com uma “leitura dupla”: chegámos aqui pela diminuição significativa da mortalidade, mas isto não significa que devam continuar a aumentar.

Uma frase atribuída a Darwin diz: “Não é a espécie mais forte que sobrevive, nem mesmo a mais inteligente, mas a que reage melhor à mudança”. Os demógrafos alertam que as mudanças que se fizerem levam muito tempo a produzir resultados, pelo que é preciso começar a trabalhar já. Com o crescimento da população mundial a desacelerar, as economias serão obrigadas a pensar a fecundidade sob a lente de aspetos como desigualdade, baixos níveis educacionais e pobreza.

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Passos Coelho: “Ilusões sobre milagre da dívida podem estar a chegar ao fim”

  • Lusa
  • 12 Novembro 2022

Antigo primeiro-ministro considera que "os esforços de redução orçamental em países como Portugal continuaram a depender sobretudo do sacrifício do investimento".

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho alerta que “a ilusão” da consolidação orçamental dos últimos anos poderá estar a chegar ao fim e que a elevada carga fiscal indireta pode ser um travão à recuperação económica.

“Parece que as ilusões sobre o milagre da dívida e da consolidação dos últimos anos poderão estar a chegar ao fim”, adverte o anterior chefe do executivo português num texto de 40 páginas inserido no livro “Portugal – Alemanha Convergência e Divergências”, a que a Lusa teve acesso, e que estará em breve nas livrarias.

Pedro Passos Coelho contesta também a ideia “que vem sendo propalada” em Portugal de que a dívida europeia não terá custos para os países periféricos, considerando-a “manifestamente enganadora”.

Apesar de dissertar maioritariamente sobre as políticas europeias, o antigo primeiro-ministro deixa vários recados para Portugal, criticando sobretudo os impostos elevados que considera ser o sustentáculo da consolidação orçamental.

Como o tempo dos juros baixos está a ficar ultrapassado com o ressurgimento da inflação, a política monetária não só não ajudará a pagar os custos de financiamento daqui para a frente, como constituirá uma fonte de pressão para que os governos também imponham políticas mais restritivas para ajudar ao controlo da inflação

Pedro Passos Coelho

Antigo primeiro-ministro

A carga fiscal indireta elevada, que ajuda à ilusão de ter ‘contas certas’ sem políticas restritivas, acaba por ser um travão à recuperação quando as crises batem à porta” e “ainda mais em ambientes recessivos”, adverte.

O ex-líder do PSD considera que “os esforços de redução orçamental em países como Portugal continuaram a depender sobretudo do sacrifício do investimento e na concentração da ‘austeridade’ orçamental em torno de uma carga fiscal crescentemente elevada, centrada na tributação indireta”.

“Como o tempo dos juros baixos está a ficar ultrapassado com o ressurgimento da inflação, a política monetária não só não ajudará a pagar os custos de financiamento daqui para a frente, como constituirá uma fonte de pressão para que os governos também imponham políticas mais restritivas para ajudar ao controlo da inflação”, alerta.

Dívida é toda para pagar

O ex-chefe do executivo PSD-CDS insiste que “toda a dívida tem de ser paga, e esta dívida contraída nos mercados internacionais pela Comissão Europeia deverá contar com recursos próprios, que virão dos bolsos dos contribuintes de toda a União, para ser amortizada”.

“Se, por qualquer razão (relacionada por exemplo com a dificuldade de os governos virem a aceitar esses recursos próprios tal como desenhados pela Comissão Europeia, ou dificuldade simplesmente de os parlamentos nacionais os virem a ratificar) esses custos tiverem de recair diretamente sobre os meios a serem garantidos pelos Estados, então ficará claro que, independentemente de serem contribuintes ou beneficiários líquidos dos fundos europeus, serão os países a diretamente a suportar os custos do financiamento, e verificar-se-á mais uma vez a máxima económica de que ‘não há almoços grátis’”, sublinha.

Passos volta então a deixar mais um recado para o executivo português: “No caso de Portugal e dos portugueses, portanto, esses fundos serão tudo menos oferecidos (já que sempre serão pagos, direta ou indiretamente) e a ilusão de que, sendo da União, ninguém tem de os pagar ou de que serão os contribuintes dos países excedentários a suportar em exclusivo esse financiamento é tudo menos realista”.

Recordando o período da pandemia em que “foram os Estados mais endividados aqueles que menos despenderam” em medidas de apoio aos setores afetados pela crise”, o ex-primeiro-ministro indica que Portugal esteve “entre os mais condicionados no conjunto da União Monetária”.

“Apesar da retórica mais despreocupada a propósito da dívida durante alguns anos, a verdade é que a memória dos tempos da crise do euro acabou por trazer algum travão na utilização de recursos públicos no apoio à recuperação económica”, escreve.

Passos Coelho aborda também o passado para refutar a ideia de que a austeridade foi desnecessária.

A ideia de que a crise trouxe uma ‘austeridade’ desnecessária e desumana por imposição dos credores e por falta de determinação dos devedores é outra caricatura demasiado irrealista (tanto no que respeita aos credores propriamente ditos, como relativamente a qualquer dos governos em Portugal – tanto o governo socialista que negociou o pedido de ajuda, quanto o governo que chefiei e que ajustou o memorando recebido e negociado anteriormente”, argumenta.

Quanto à posição da Alemanha nesse período, o ex-líder do executivo português escreve: “Um aliado interessado em ajudar-nos a ultrapassar as dificuldades e a vencer a crise”.

No final do texto e depois de prever o fim das ilusões do “milagre da dívida”, mostra-se expectante quanto a uma inversão de políticas ao nível europeu.

“Veremos em breve se estamos perto de um virar de página no projeto europeu, ou se simplesmente viveremos com o fim das ilusões e prosseguiremos o equilíbrio instável em que nos temos habituado a viver”, conclui.

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Ministério do Ambiente prepara reunião com Rui Moreira por causa do Metro do Porto

Ministério do Ambiente pretende reunir-se com presidente da câmara do Porto por causa do impacto das obras de expansão da rede do Metro do Porto.

O Ministério do Ambiente prepara-se para marcar uma reunião com o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira. Em causa está o impacto na cidade da construção da linha Rosa do Metro do Porto e a ameaça do autarca de não serem autorizadas as obras de construção da linha Rubi e do metrobus na Avenida da Boavista.

A reunião deverá decorrer na semana entre 21 e 25 de novembro, já depois da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 27), segundo apurou o ECO. Ainda está em avaliação se a reunião vai contar com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, ou o secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, antecessor de Tiago Braga na presidência do Metro do Porto. O ministério liderado por Duarte Cordeiro está envolvido neste tema porque tutela o Metro do Porto.

Em carta enviada na quinta-feira ao presidente do Metro do Porto, o presidente da câmara do Porto manifestou a sua preocupação com o “impacto profundamente negativo” da construção da nova linha Rosa da Metro do Porto, alegando que a obra apresenta “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes”. Rui Moreira acusou a empresa de cancelar as reuniões do grupo de trabalho conjunto com o município, STCP Serviços, empreiteiro e entidade fiscalizadora.

A linha Rosa deverá ficar pronta até dezembro de 2024. Conhecida como linha circular, vai ligar a estação de São Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, com a construção de novas estações em São Bento (II)/Praça da Liberdade, Hospital Santo António, Galiza e Casa da Música (II).

O autarca ameaçou mesmo não autorizar o lançamento da obra de construção da linha Rubi e do metrobus porque estas “não poderão ser concomitantes com as obras ainda em curso e cujo real cronograma não pode ser aferido”.

Um eventual atraso no lançamento das obras da linha Rubi pode ser comprometedor para a construção da segunda linha do Metro do Porto em Gaia: a empreitada, orçada em 299 milhões de euros, pertence ao Plano de Recuperação e Resiliência e tem de ficar pronta até ao final de 2025, sob pena de perder o financiamento comunitário.

A linha Rubi será uma nova linha do Metro do Porto entre Santo Ovídio (Vila Nova de Gaia) e Casa da Música (Porto). Em Gaia, as estações previstas são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

Na nova linha está prevista uma nova ponte sobre o rio Douro entre as zonas do Candal (Gaia) e do Campo Alegre (Porto). A necessidade da construção desta ponte já foi criticada por Rui Moreira: “Para que fique claro: não era ali que eu fazia a ponte. Não fazia a ponte com aquela altura. E até lhe digo mais: tenho dúvidas se a ponte é necessária”, referiu o autarca no final de setembro.

Antes do encontro entre Governo e câmara do Porto, está marcada para segunda-feira uma reunião restrita entre elementos da Assembleia Municipal do Porto e a administração do metro do Porto por causa da Linha Rubi.

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Centeno critica Carlos Costa e pede “respeito pelas instituições”

  • ECO
  • 11 Novembro 2022

"Permitam-me que deixa aqui hoje este apelo, um apelo de respeito pelas instituições", disse o ex-ministro das Finanças, na sequência da polémica que envolve o livro com declarações de Carlos Costa.

Mário Centeno deixou esta sexta-feira uma crítica a Carlos Carlos na sequência da polémica com a pré-publicação do livro onde o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) deixa duras críticas ao primeiro-ministro. Citado pela TSF, Mário Centeno apelou ao “respeito pelas instituições”.

“A melhor estratégia para combater a desigualdade é a educação”, disse o atual governador do BdP esta sexta-feira, durante um discurso em que o objetivo era homenagear a economista Manuela Silva, falecida em 2019, e que se notabilizou pelo combate às desigualdades sociais.

Mas Centeno aproveitou para fazer referência, ainda que de forma indireta, à polémica com a pré-publicação do livro onde Carlos Costa critica o primeiro-ministro pela sua atuação em determinados momentos, levando o primeiro-ministro a avançar mesmo com processo judicial.

Não reduzimos a pobreza e desigualdade em democracia se não respeitarmos as instituições, quer quando as servimos, quer quando as deixarmos de servir. (…) Permitam-me que deixa aqui hoje este apelo, um apelo de respeito pelas instituições“, disse Mário Centeno, citado pela TSF. Questionado depois pelos jornalistas, o ex-ministro das Finanças disse que tinha sido “muito claro” no que tinha dito em palco.

No livro “O Governador”, do jornalista Luís Rosa, Carlos Costa acusa António Costa de, por exemplo, o ter pressionado para que Isabel dos Santos não fosse afastada da administração do banco BIC. António Costa vai avançar com um processo judicial. De acordo com o Observador, na obra são revelados “factos até agora desconhecidos sobre a intervenção da troika, o caso Banco Espírito Santo e a resolução do Banif, entre outros temas”.

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Novos casos e mortes por Covid descem na última semana. Internamentos aumentam

  • ECO
  • 11 Novembro 2022

Entre 1 de novembro e a passada segunda-feira, 7 de novembro, foram registados 5.291 novos casos de infeção e mais 44 mortes por Covid em Portugal.

Entre 1 de novembro e a passada segunda-feira, 7 de novembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 5.291 novos casos de Covid, em termos acumulados, menos 602 face aos registados na semana anterior. O boletim desta sexta-feira indica ainda que, neste período, morreram 44 pessoas, menos 12 com a doença face aos sete dias anteriores.

A região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) continua a registar o maior número de infeções. Dos 5.291 novos casos confirmados, 2.170 localizam-se nesta região, seguindo-se a região Norte, que contabilizou 1.233 novas infeções. Só no Algarve houve um aumento registado de novos casos, enquanto nas restantes regiões observou-se uma redução deste indicador.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa, mas voltou a verificar-se um aumento no número de pessoas hospitalizadas com Covid. Na segunda-feira, 7 de novembro, havia 571 pessoas internadas, mais 46 face à segunda-feira anterior. Deste total, 34 pessoas estavam internadas em unidades de cuidados intensivos (UCI), um número que não sofreu alterações face à segunda-feira anterior.

Boletim epidemiológico de 1 a 7 de novembro

A taxa de mortalidade está em quatro óbitos por milhão de habitantes, a sete dias, verificando-se menos 12 mortes face à semana anterior.

O boletim indica ainda que a incidência em Portugal fixou-se nos 51 casos por 100 mil habitantes, numa média a sete dias, o que representa uma redução de 11% face ao registado na semana anterior. Já o risco de transmissibilidade (Rt) subiu para 0,97, numa média a cinco dias.

Nove meses depois da última reunião, os especialistas voltaram esta sexta-feira a encontrar-se no Infarmed para avaliar a pandemia. No final do encontro, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, voltou a rejeitar a adoção de mais “medidas de saúde pública de natureza obrigatória”, mas lembrou que “virar a página não significa decretar o fim da pandemia por Covid.

(Notícia atualizada às 21h30 com mais informação)

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Acionistas da TAP aprovam alterações ao capital da companhia

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

Estas alterações servem para dar cumprimento ao plano de reestruturação, “inscrito nos compromissos que a empresa e o Estado português têm com Bruxelas”, diz o administrador financeiro da TAP.

Os acionistas da TAP aprovaram esta sexta-feira, em assembleia geral, uma proposta do Estado para um aumento do capital, seguido de redução em igual valor, e injeção de dez milhões de euros, confirmou à Lusa o CFO da companhia.

Segundo Gonçalo Pires, estas alterações servem para dar cumprimento ao plano de reestruturação, “inscrito nos compromissos que a empresa e o Estado português têm com Bruxelas”.

Na convocatória, disponível no site da companhia, o Estado deu conta da ordem de trabalhos, na reunião magna da TAP SGPS, para “a realização de um aumento de capital social da Sociedade do atual montante de 15.000.000,00 euros para o montante de 239.093.530,00 euros” na “modalidade de entradas em espécie a subscrever pela acionista República Portuguesa, representada pela Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), mediante a conversão das prestações acessórias na Sociedade de que é titular a República Portuguesa, representada pela DGTF, no montante de 224.093.530,00 euros com a emissão de 22.409.353 novas ações ordinárias escriturais, com o valor nominal de 10,00 euros (dez euros)” cada uma.

Depois disso, foi votada “a realização de uma redução do capital social da sociedade no montante de 239.093.530,00 euros, correspondente à totalidade do capital social após o aumento” a que se reporta o ponto anterior “destinada à cobertura parcial de prejuízos da sociedade”, sendo que fica “esta redução condicionada à aprovação do aumento de capital previsto no ponto seguinte desta ordem de trabalhos, com a extinção de 23.909.353 ações representativas da totalidade do capital social da sociedade”.

Assim, “sendo aprovada a realização da redução do capital social da sociedade tal como prevista no ponto dois desta ordem de trabalhos”, os acionistas deliberaram “sobre a realização de um aumento do capital social da sociedade do então atual montante de 0,00 euros, para o montante de 10.000.000,00 euros”, a ser “integralmente subscrito” pela “acionista República Portuguesa, representada pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças”, no montante de 9.900.000,00 euros e “pela acionista Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A., no montante de 100.000,00 euros, ambos através de entradas em dinheiro, a que na totalidade corresponderá a emissão de um milhão de novas ações ordinárias escriturais, com o valor nominal de 10,00 euros cada”.

Outro ponto passou por “deliberar sobre a supressão do direito de preferência dos demais acionistas no aumento de capital previsto no anterior ponto” da ordem de trabalhos, lê-se no documento.

As mudanças previstas no capital social da TAP SGPS não dão direito a “qualquer indemnização”, tendo em conta que a redução do capital da companhia “ocorre por absorção de prejuízos”, ficando o Estado o único acionista, adiantou o Governo, no dia 12 de outubro.

Em resposta à Lusa, sobre a ordem de trabalhos de uma convocatória para a assembleia-geral da empresa, os ministérios das Finanças e das Infraestruturas e Habitação referiram que, “de acordo com a decisão da Comissão Europeia de aprovação do Plano de Reestruturação”, o “Estado português deve promover a redução do capital e absorção de prejuízos, e ainda o aumento do capital, no valor de 10 milhões de euros, por forma a que o Estado fique o único acionista”.

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Tripulantes da TAP “podem vir a ganhar mais” do que em 2019 se trabalharem mais, diz administrador financeiro

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

"Temos todos que ser mais produtivos, incluindo os tripulantes de cabine. Na British Airways podem trabalhar até 900 horas por ano. Porque é que na TAP só se pode trabalhar até 600?", diz Gonçalo Pire

O administrador com o pelouro financeiro da TAP (CFO), Gonçalo Pires, garantiu que “todos os tripulantes de cabine da TAP podem vir a ganhar mais do que ganhavam em 2019”, mas que para isso têm de “trabalhar mais”.

Em entrevista à Lusa, a propósito da renegociação dos acordos de empresa que está a decorrer na companhia, e que motivou a convocação de uma greve pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Gonçalo Pires disse que a proposta da TAP assenta no aumento da produtividade.

“Não queremos confundir ninguém, é preciso ter uma discussão informada e perceber que a reação do sindicato dos tripulantes de cabine à proposta da TAP” deve ser “enquadrada no mundo real”, referiu, salientando que não há “mais oportunidades para fazer da TAP uma empresa financeiramente sustentável”, tendo em conta as ajudas de Estado, de 3,2 mil milhões de euros, o que obriga a “administração a rever a estrutura de custos da empresa e fazer tudo o que está ao seu alcance para tornar a empresa financeiramente rentável”.

“Neste contexto, ter acordos coletivos de trabalho que sejam competitivos, modernos, ajustados aos tempos que vivemos, a momentos de competitividade com outras companhias aéreas é uma obrigação da empresa e desta administração”, destacou.

O CFO da TAP considera que os atuais acordos “são antigos” e “fora de prazo”, sendo preciso ajustá-los “aos tempos modernos”, citando um estudo, de um consultora para a companhia, que concluiu, segundo o gestor, que “para as duas grandes categorias profissionais de tripulantes de cabine, na do comissário assistente na TAP ganham 25% mais, já depois dos cortes salariais, e no caso do topo da carreira, dos supervisores de cabine, 50% mais” do que na British Airways.

O SNPVAC, num comunicado esta semana, contestou a publicação destes dados, que considera um “ataque difamatório”. Segundo Gonçalo Pires, “a TAP não existe contra grupos profissionais”, garantindo que são “uma família” que deve “contribuir para o mesmo, para tornar a empresa sustentável”. “Queremos em boa-fé negociar estes acordos de trabalho para garantir precisamente a sustentabilidade da empresa”, indicou, referindo que “todos os tripulantes de cabine da TAP podem vir a ganhar mais do que ganhavam em 2019. Têm é de trabalhar mais”.

“Nós temos todos que ser mais produtivos, incluindo os tripulantes de cabine. Na British Airways podem trabalhar até 900 horas por ano. Porque é que na TAP só se pode trabalhar até 600?”, questionou.

O CFO recusou que os tripulantes de cabine possam perder em média 450 euros com o novo acordo. “A nossa proposta faz um ajuste da remuneração fixa. Mas paga mais se se voar mais”, reforçou. “O mandato desta administração é entregar o plano [de reestruturação]. E o plano obriga-nos a ser financeiramente sustentáveis. E para atingir essa sustentabilidade temos de mexer em contratos que são antigos e prejudicam a empresa e estamos a fazê-lo para todos”, garantiu, realçando que a gestão tem de “rever os acordos coletivos de trabalho que infelizmente garantem muito pouca produtividade”.

“Isto não é nenhuma injustiça”, sublinhou, afirmando que é preciso “negociar de boa-fé” porque “é uma mudança na vida das pessoas”, sendo que “no caso dos tripulantes de cabine em média o corte representa 120 euros na remuneração fixa”, indicou, reconhecendo que “é uma alteração contra as condições que tinham em 2019”.

Questionado sobre o sentido de oportunidade de avançar com estas medidas numa altura de inflação elevada, Gonçalo Pires disse que a administração não esquece “a situação” atual, recordando que já foi anunciado que, “dependendo dos resultados do final do ano”, está “a equacionar uma forma de compensar excecionalmente o impacto da inflação”.

Sobre as negociações com os pilotos, Gonçalo Pires disse que estão “mais avançadas”, mas ainda longe de um desfecho. Segundo o CFO, os pilotos “aceitaram a nova proposta da TAP e estão a negociá-la. Sabem que a proposta que fizemos não vai ser aquela que vai ficar, porque isto é uma negociação, mas aceitaram e estamos à mesa e a discutir ponto a ponto. É isso que queremos fazer com todos os grupos profissionais e é isso que gostaríamos que acontecesse com os tripulantes de cabine”, indicou.

“Nós não estamos a negociar para beneficiar uns e prejudicar outros. Percebemos que existem especificidades em cada um dos grupos profissionais e obviamente que a rapidez com que fecharmos com cada um não depende só de nós, mas também da vontade que eles têm de chegar a acordo”, referiu.

“Estamos a fazer tudo para que 2023 corra muito melhor” na operação

Gonçalo Pires garantiu também que a administração da companhia está “a fazer tudo para que 2023 corra muito melhor” em termos operacionais, sobretudo no verão. O gestor disse que a empresa estava “a trabalhar precisamente para isso”, mas recordou vários constrangimentos. A TAP, à imagem de outras companhias aéreas europeias, cancelou dezenas de voos durante o verão por problemas operacionais.

A TAP vive com um tema estrutural, que é a nossa infraestrutura. Estamos com um aeroporto congestionado”, recordou, abordando ainda a questão da insolvência da Groundforce, que presta serviços de assistência em terra nos aeroportos (handling), processo sobre o qual disse esperar “ter notícias em breve”.

“Tivemos estes upgrades tecnológicos na NAV [que implementou um novo sistema], estamos a lidar com o absentismo dos tripulantes de cabine”, destacou, indicando que é preciso melhorar “em cada um destes pontos para no próximo verão ter uma operação muito mais consistente”.

Gonçalo Pires reconheceu que é nos picos da atividade que existem os “maiores problemas”. Por isso disse que a companhia estava muito concentrada “em garantir que o próximo verão correrá muito melhor”, apontando ainda os problemas de frota que prejudicaram a companhia.

“Quando chegamos havia um plano para receber seis novos E-jets da Embraer”, mas “esses aviões estão ainda atrasados, só recebemos três e ainda estamos à espera de três que esperamos receber até ao início do próximo ano”, indicou, recordando ainda as questões em torno da “fiabilidade da frota de [aviões] ATR”.

“Reduzimos a frota dos ATR e acabamos o contrato com a White”, recordou, explicando que “não era um operador com uma sustentabilidade financeira para garantir serviço aos clientes da TAP”, sendo que, por isso, haverá “mais fiabilidade na operação” da companhia. “Estamos a fazer tudo para que 2023 corra muito melhor”, rematou.

Questionado sobre a possibilidade de a TAP optar por mais contratos de prestação de serviços externos, conhecidos na aviação como ACMI, o administrador financeiro realçou que “em 2022 foram menores do que em 2019”. Gonçalo Pires justificou a opção por estes contratos, muito contestados pelos sindicatos, “pelo atraso dos E-jets”, indicando que foi preciso “proteger o serviço”, e por “um problema técnico” com a frota do A339 da Airbus.

“A guerra criou problemas na cadeia de abastecimento e isto está a gerar grandes impactos nas cadeias de produção especialmente em aviões”, referiu, lembrando que depois da pandemia “houve uma grande recuperação da atividade e isso causou problemas”. “Para o ano é possível que tenhamos que usar taticamente ACMI se tivermos algum problema com algum dos nossos parceiros, mas será sempre para suprir uma operação, todas as companhias aéreas o fazem”, sublinhou.

 

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Galp conclui programa de recompra de ações no valor de 150 milhões

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

Através deste plano, a empresa comprou 14.139.087 títulos, representativos de, aproximadamente, 1,71% do total de ações da petrolífera.

A Galp concluiu esta sexta-feira o seu programa de recompra de ações, no valor de 150 milhões de euros, através do qual adquiriu cerca de 1,71% dos títulos da empresa, tendo por objetivo reduzir o capital em bolsa.

“A Galp concluiu hoje, 11 de novembro de 2022, o seu programa de recompra de 150 milhões de euros em ações próprias”, anunciou, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa tinha iniciado a recompra em 12 de maio.

Através deste plano, comprou 14.139.087 títulos, representativos de, aproximadamente, 1,71% do total de ações da petrolífera. Segundo a mesma nota, todas as ações recompradas vão ser canceladas até ao final do ano. Na sessão da bolsa, esta sexta, as ações da Galp subiram 3,01% para 11,31 euros.

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