Chefe da diplomacia dos EUA considera “irresponsável” suspensão da Rússia do acordo nuclear

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2023

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken referiu "continuar pronto" para discutir com a Rússia a qualquer momento a limitação de armas estratégicas.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA), Antony Blinken, descreveu nesta terça-feira como “muito dececionante e irresponsável” a decisão da Rússia de suspender a sua participação no acordo New START, sobre armas nucleares.

O anúncio da Rússia de que suspendeu a sua participação no New START é muito dececionante e irresponsável”, afirmou aos jornalistas na Embaixada dos EUA em Atenas, na Grécia.

Contudo, o secretário de Estado norte-americano referiu “continuar pronto” para discutir com a Rússia a qualquer momento a limitação de armas estratégicas, independentemente de qualquer coisa que aconteça no mundo ou nas suas relações.

“Continuaremos atentos para ver o que a Rússia está realmente a fazer”, garantiu Antony Blinken.

O Presidente russo declarou hoje que Moscovo suspendeu a sua participação no tratado New START, o último pacto de controlo de armas nucleares que restava com os Estados Unidos, aumentando a tensão com Washington no âmbito da invasão da Ucrânia.

Falando no seu discurso sobre o estado da nação, Vladimir Putin disse também que a Rússia deveria estar pronta a retomar os testes de armas nucleares se os Estados Unidos o fizessem, uma medida que poria fim à proibição global destes testes, em vigor desde os tempos da Guerra Fria.

Explicando a sua decisão de suspender as obrigações da Rússia no âmbito do New START, Putin acusou os Estados Unidos e os seus parceiros da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) de declararem abertamente o objetivo da derrota da Rússia na Ucrânia.

O tratado, assinado em 2010 pelo Presidente Barack Obama e o Presidente russo Dmitri Medvedev, impõe a cada país um limite de arsenal de 1.550 ogivas nucleares e de 700 mísseis e bombardeiros. O acordo prevê inspeções em locais definidos para comprovar o seu cumprimento.

Poucos dias antes de o tratado expirar, em fevereiro de 2021, a Rússia e os Estados Unidos concordaram em prorrogá-lo por mais cinco anos.

A Rússia e os Estados Unidos suspenderam as inspeções mútuas no âmbito do New START desde o início da pandemia de covid-19, mas Moscovo recusou-se, no outono passado, a permitir o seu recomeço, aumentando a incerteza sobre o futuro do pacto. A Rússia também adiou indefinidamente uma ronda planeada de consultas ao abrigo do tratado.

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Maior acionista da EDP ultrapassa os mil milhões de euros em ativos em Espanha

Filial da estatal China Three Gorges em Espanha fechou 2021 com lucros de 30 milhões de euros.

Os chineses da China Three Gorges, maior acionista da EDP, estão a apostar no mercado espanhol de renováveis. A gigante asiática fechou o exercício de 2021 com um volume de ativos na filial em Espanha que ultrapassa os 1.000 milhões de euros, avança o Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Foi em dezembro de 2020 que a China Three Gorges decidiu abrir uma empresa em Espanha de onde controla grande parte da aposta da energética chinesa no sul da Europa, pelo que 2021 foi o primeiro ano em que operou integralmente a partir da filial em Espanha. A subsidiária fechou esse ano com 30 milhões de euros em lucros.

Atualmente, a gigante chinesa já conta com mais de 2GW de renováveis ​​entre Espanha e Itália. As operações no sul da Europa começaram com a participação de 20% na EDP (que agora já atingiu os 21,08%), que foi a primeira operação relevante neste campo.

O escritório em Madrid é liderado por Ignacio Herrero, um banqueiro de investimentos especializado em energia que já trabalhou no Citi, Deutsche Bank e Credit Suisse.

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Juros elevados continuam a pressionar Wall Street

Retalhistas Home Depot e Walmart apresentam previsões desanimadoras e pesam no sentimento dos investidores. Principais índices norte-americanos negoceiam no vermelho.

Wall Street abre em queda nesta que é a primeira sessão da semana, já que os mercados dos EUA estiveram fechados na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes. As preocupações com as subidas de juros continuam a penalizar o sentimento dos investidores, que digerem também as perspetivas desanimadoras das retalhistas Walmart e Home Depot.

O sentimento dos investidores continua a ser penalizado pela incerteza e a antecipação dos impactos da subida de juros. “Não vemos a recessão como fora de questão agora e acreditamos que o rali diminuirá à medida que avançamos no primeiro trimestre”, sinaliza o analista do JPMorgan Mislav Matejka, citado pela CNBC.

Perante este contexto, o industrial Dow Jones recua 0,38%, na abertura, para 33.699,69 pontos, enquanto o S&P 500 cai 0,66% para 4.052,35 pontos. Já o tecnológico Nasdaq cede 1,25%, para 11.640,37 pontos.

Em destaque nas quedas estão as ações da Home Depot, que caem 4,69% para 303,05 dólares no arranque da sessão, depois da retalhista de materiais de construção dar uma perspetiva morna para este ano, apesar de registar fortes lucros no fecho de 2022.

A tendência verificou-se também para o Walmart, que divulgou ganhos anuais e previsões desanimadoras, à semelhança da Home Depot. Os títulos da retalhista recuam 0,94% para os 145,07 dólares.

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CGD regressa à televisão com Patrícia Mamona como protagonista

Assinada pela Fuel, produzida pela Fast Foward e com planeamento de meios da PHD, 'Chegar mais longe' é a assinatura da campanha institucional que marca o regresso da Caixa à televisão.

A Caixa Geral de depósitos vai voltar esta terça-feira a fazer publicidade em televisão, meio no qual não comunicava desde outubro de 2021.

A atleta Patrícia Mamona é a protagonista da campanha, assinada pela Fuel e produzida pela Fast Foward, com realização de João Teixeira. Com a assinatura ‘Chegar mais longe’, a nova campanha institucional cruza os atributos da atleta com os do banco: resiliência, esforço, dedicação, foco, ambição e superação são as ideias que a marca pretende transmitir.

“A Patrícia inspira-nos a sermos melhores, um conceito alinhado com as causas da Caixa, que está em acelerada transformação para acompanhar as exigências dos seus clientes, com um serviço de qualidade 24 horas por dia e 365 dias por ano, e, tal como a Patrícia Mamona, está sempre pronta para competir, para chegar mais longe, tendo ultrapassado os 2,2 milhões de clientes digitais, ao mesmo tempo que mantém a maior rede de agências bancárias em Portugal”, justifica o banco.

“É um grande orgulho para a Caixa esta associação à atleta Patrícia Mamona, pelo empenho que ela coloca em tudo o que faz. A Patrícia Mamona é a prova de que o destino é feito por quem, perante os obstáculos, não desiste e obstinadamente, encara a superação como o caminho a seguir para ir mais longe“, diz citada em comunicado Raquel Vila Verde, desde novembro diretora de comunicação e marca da Caixa.

Com planeamento da PHD, para além de televisão, a campanha vai estar em imprensa, rádio, cinema, digital e mupis.

A campanha engloba também os colaboradores da Caixa. Nesta vertente, a atleta vai desafiar “cada um, individualmente e em equipa”, a Chegar mais longe. “Todos podemos chegar mais longe. Eu na pista vocês na Caixa”, é o headline.

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PIB da OCDE cresce 2,9% em 2022, contra 5,7% em 2021

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2023

O crescimento abrandou especialmente no último trimestre do ano em toda a OCDE, designadamente 0,3% face aos três meses anteriores.

O Produto Interno Bruto (PIB) na OCDE cresceu 2,9% em 2022, uma taxa inferior à de 2021 (5,7%), mas superior aos níveis imediatamente anteriores à pandemia, uma vez que em 2019 a taxa foi de 1,9%.

O crescimento abrandou especialmente no último trimestre do ano em toda a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), designadamente 0,3% face aos três meses anteriores, de acordo com as últimas estimativas provisórias da organização que reúne as economias mais avançadas do mundo, reveladas hoje num comunicado. Este valor inclui o abrandamento das economias dos países do G7, num contexto de elevada inflação e subida das taxas de juro.

Para estes países, que já publicaram estimativas detalhadas dos PIB, o avanço foi de 0,4% nos últimos meses do ano, comparado com 0,5% no trimestre anterior, e entre os sete Estados, a Alemanha e a Itália registaram taxas negativas (-0,2% e -0,1% respetivamente). Também houve um acentuado abrandamento em França, Canadá e Estados Unidos, mas as taxas de crescimento económico mantiveram-se em terreno positivo.

Neste grupo, “os movimentos voláteis do mercado internacional continuaram a ter um efeito substancial“, nota a organização, que destaca o caso do Reino Unido, para o qual as exportações líquidas representaram uma queda de 0,8 pontos do PIB, em comparação com o aumento de 3,7 pontos no terceiro trimestre.

De facto, tanto o Reino Unido como a União Europeia no seu conjunto tiveram um crescimento nulo no quarto trimestre de 2022, embora a zona euro tenha crescido 0,1%.

Entre os números divulgados hoje, a OCDE salientou também que, na última parte do ano, os efeitos da guerra na Ucrânia continuaram muito presentes, especialmente nos países mais próximos do conflito. Destes, a Polónia teve a maior contração de todos os Estados membros no período final de 2022, com um declínio de 2,4% do PIB.

O maior crescimento anual do PIB em 2022 – entre os países da OCDE para os quais já foram publicados números detalhados – foi na Irlanda, com 12,2%, enquanto a Letónia teve o mais baixo (1,5%).

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Municípios abrem cordões à bolsa para apoiar Carnaval em tempos de crise

De Torres Vedras a Estarreja até Loulé as autarquias abrem os cordões à bolsa para o Carnaval sair às ruas em tempos de crise, mesmo com impacto nas contas municipais.

Nem as festividades do Carnaval ficam imunes ao impacto da inflação e da guerra na Ucrânia com o orçamento das festividades a disparar nalguns municípios do país. Como é o caso do centenário Carnaval de Torres Vedras, que este ano tem “o maior orçamento de sempre” e em parte por causa do “aumento dos custos de bens e serviços resultante da atual conjuntura económica”, justifica ao ECO a autarca Laura Rodrigues.

O ECO foi saber junto de algumas autarquias qual o impacto desta festividade nas contas municipais. Os presidentes de câmara são unânimes em apontar o dedo à difícil conjuntura económica com aumento dos custos das matérias-primas a reboque da inflação e da invasão da Ucrânia pela Rússia. Também o presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina, aponta “os tempos de incerteza em que se verifica uma exponencial subida de alguns serviços e bens, imprescindíveis à organização do Carnaval”. Mesmo assim, o autarca de Estarreja, eleito pela Coligação PSD/CDS-PP “Sempre Mais”, garante que “o investimento se mantém igual ao último Carnaval de 2020”.

O facto de ser o maior orçamento de sempre prende-se com o aumento dos custos de bens e serviços, que resulta da atual conjuntura económica.

Laura Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras

A comemoração do Entrudo é de tal forma importante para as localidades que muitos dos autarcas até inscreveram, em orçamento municipal de 2023, uma verba destinada a apoiar o evento. Aconteceu em Loulé e em Estarreja, onde as verbas atribuídas ao Carnaval assumem um peso nas contas municipais maior do que em Terras Vedras, com 400 mil euros e 375 mil euros de investimento direto, respetivamente.

Mas, no caso de Estarreja, o orçamento da festividade carnavalesca chega a atingir os 500 mil euros, “se for tido em conta o investimento dos grupos e escolas de samba, para além dos apoios do município”, calcula o autarca Diamantino Sabina.

Carnaval de Estarreja

Já em Torres Vedras são 100 mil euros a saírem dos cofres da autarquia socialista para apoiar as festividades daquele que é conhecido como património cultural imaterial de Portugal. E cujo orçamento total — o maior de sempre — ronda os 930 mil euros este ano, avança ao Eco a autarca deste município da região do Oeste, Laura Rodrigues.

O facto de ser o maior orçamento de sempre prende-se com o aumento dos custos de bens e serviços, que resulta da atual conjuntura económica”, justifica a líder da Câmara de Torres Vedras. Mas também se deve à necessidade de um maior investimento em segurança e socorro, nomeadamente o posto médico avançado no Parque Regional de Exposições, com médicos e enfermeiros, equipamento de Suporte Avançado de Vida, Material de Trauma e de pequena cirurgia, apoiados por 32 camas.

Além de um maior investimento na produção dos seis carros alegóricos a propósito do centenário do Carnaval de Torres Vedras, da sátira à política local, nacional e internacional, assim como do aumento do apoio aos grupos de mascarados e ao corso escolar.

Já a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros apoia com 20 mil euros o Carnaval de Podence, reconhecido pela Unesco como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Os Caretos de Podence, com chocalhos à cintura e um pau na mão, dão vida à festividade que atrai uma multidão de curiosos. O município estima a afluência de 60 mil pessoas e um retorno económico significativo sem, contudo, adiantar valores.

Torres Vedras espera retorno económico de 12 milhões de euros

Carnaval de Torres Vedras

Mas está à vista o retorno dos investimentos feitos em tempos economicamente conturbados, a julgar pela afluência de milhares de pessoas que contribuem para o tecido económico da região com despesas em estadias e alimentação. Em Torres Vedras são esperadas mais de 500 mil pessoas e autarquia calcula, por isso, que as festividades carnavalescas tenham um impacto na economia local na ordem dos 12 milhões de euros. Entre os setores mais beneficiados estão a hotelaria, restauração, estabelecimentos noturnos, pequeno comércio tradicional e empresas associadas à produção do Carnaval.

Já o município de Estarreja estima um impacto económico no território a rondar os três milhões de euros com uma afluência às ruas de Estarreja de 100 mil pessoas, durante os dias do evento, com grupos e foliões a desfilar nos corsos, assim como em desfiles noturno e infantil, além de marchas luminosas ao ritmo do samba. Cinco mil pessoas estão envolvidas na organização deste Carnaval desde setembro, o mês em que começaram os preparativos desta comemoração que data dos inícios do século XX.

O centenário Carnaval de Torres Vedras

Sob a temática “100 Anos do Carnaval de Torres Vedras”, esta festividade prolonga-se até 14 de fevereiro de 2024 e tem como atração o carro alegórico que transporta os Reis do Carnaval de Torres Vedras. “Este ano celebramos precisamente os 100 anos da primeira chegada do Rei do Carnaval, em 1923. Ao longo de 100 anos, os torrienses preservaram esta festa e acrescentaram novas práticas e tradições de Carnaval”, frisa a autarca Laura Rodrigues.

“Foi o caráter único do entrudo torriense que levou o município de Torres Vedras a avançar, em 2016, com o pedido de registo do seu Carnaval no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, conta ao ECO a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras. Acabou por ver o pedido aprovado em 2022.

Por estes dias saem às ruas carros alegóricos, cabeçudos, zés pereiras, reis e matrafonas. “O que faz com que o Carnaval de Torres Vedras seja tão diferente é a dedicação de quem o constrói, do povo folião”, sublinha a autarca socialista.

Entre os momentos de maior atração estão os carros alegóricos com sátira política e social junto dos foliões. Desde o famoso Zé Povinho, passando pelo conflito entre Rússia e Ucrânia até ao primeiro-ministro António Guterres (ou “Yoda Guterres”) muitas são as paródias previstas nesta comemoração.

Carnaval de Loulé

Folia e samba em Estarreja

“O Carnaval de Estarreja remonta a 1897, com a realização das primeiras batalhas das flores. E sempre gozou de boa fama”, começa por contar o presidente da Câmara Municipal de Estarreja. “Nestes últimos anos, temos vindo a trabalhar num novo formato que privilegia o espetáculo e o público, apostando num conjunto de infraestruturas ao nível de bancadas, iluminação, acolhimento de públicos, venda antecipada de bilhetes incluindo na bilheteira online, e transfer do público a partir de parques de estacionamento disponibilizados para o evento”, descreve Diamantino Sabina.

Loulé espera atrair entre 60 a 80 mil pessoas

O rei do Carnaval de Loulé, em 2023, “o Metoposaurus algarvensis”

Com o título de “o mais antigo Carnaval do país”, o evento de Loulé, no Algarve, tem à cabeça a sátira política, desta feita sob o tema “Ó Zé… Já viste o Algarvensis?”, numa alusão à candidatura conjunta de Loulé, Silves e Albufeira a Geoparque da Unesco que serve de inspiração para os desfiles carnavalescos.

São esperadas entre 60 a 80 mil pessoas, durante os três dias de folia, para assistir a “um cartaz de excelência com um cortejo único em termos artísticos e coreográficos”, segundo o município.

Com uma pitada de humor à mistura, os carros alegóricos desfilam nas ruas de Loulé com a representação do conflito na Ucrânia com o carro “Cereal Killer” ou os problemas ambientais, com o “Bote Ação Climática”.

Mas o rei da festa deste ano é “o Metoposaurus algarvensis, um anfíbio extinto semelhante a uma salamandra gigante que viveu há 227 milhões de anos e que serviu de base a esta candidatura a Geoparque”, descreve a autarquia. Destaque ainda para os carros alegóricos, decorados com milhares de flores de papel.

De norte a sul do país festeja-se o Entrudo por estes dias, com Ovar e Mealhada a destacarem-se também no mapa nacional e o Carnaval da ilha da Madeira como um dos pontos altos do calendário das festividades desta região insular.

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McCann Worldgroup apresenta estudo sobre Europa em Madrid

  • Servimedia
  • 21 Fevereiro 2023

O grupo McCann Worldgroup vai apresentar o seu estudo sobre o presente e futuro da Europa em Madrid, dia 2 de março. Os resultados baseiam-se em 12 mil entrevistas realizadas em 16 países europeus.

No dia 2 de março, o McCann Worldgroup apresentará a sua “Verdade sobre a Nova Europa”, um dos estudos mais ambiciosos realizados pela unidade de inteligência do grupo, em The Valley, Madrid, que analisa a situação económica, social e tecnológica na Europa, e a forma como os cidadãos enfrentam o presente e preveem o futuro do continente, noticia a Servimedia.

O relatório, baseado em mais de 12 mil entrevistas realizadas em 16 países europeus, conta entre os seus participantes executivos de empresas tecnológicas, bancos, comunicação, saúde, finanças, especialistas em geopolítica, inovação, startups e cidadãos que representam a maioria da sociedade europeia.

Truth About New Europe’ é possivelmente um dos maiores estudos quantitativos e qualitativos realizados na Europa, numa situação como a atual, após a pandemia do coronavírus, a guerra na Europa e um contexto de instabilidade permanente.

Os inquéritos refletem o que os cidadãos esperam e querem da nova Europa, conclusões que servirão de instrumento para as instituições e empresas, para ajudar a corrigir erros, procurar as soluções certas para as preocupações atuais dos europeus e descobrir novas oportunidades para o crescimento futuro das empresas e marcas.

A apresentação do estudo contará com a presença da direção de topo do McCann Worldgroup com a presença do seu presidente na Europa, Fernando Fascioli, Marina Specht, CEO do grupo em Espanha e Harjot Singh, Global Chief Strategy Officer do McCann Worldgroup. O relatório será apresentado por Rodney Collins, EVP, Chefe Global de Ciência Humana do McCann Worldgroup e Agustin Soriano, Director de Estratégia Global do McCann Worldgroup Espanha.

A apresentação será seguida de um painel de discussão, moderado pelo diretor do ‘El Confidencial’, Nacho Cardero, com a participação de Elena Pisonero, (fundadora da Relathia. Directora independente e especialista em questões políticas e macroeconómicas); Sofía Rodríguez-Sahagun (Chefe Global de Marketing, Vendas Digitais e Economia Comportamental no BBVA); Carina Szpilka (co-fundadora Kfund, Directora Independente e Presidente Adigital); e a própria Marina Specht como CEO do McCann Worldgroup.

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UE reduz consumo de gás natural em 19,3% entre agosto e janeiro

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2023

Uma decisão do Conselho da UE fixou uma meta de redução de 15% no consumo de gás natural, tendo em vista diminuir a dependência energética face à Rússia. Portugal supera meta ao reduzir 17%.

O consumo de gás natural recuou, na União Europeia (UE), 19,3% entre agosto do ano passado e janeiro deste ano, face à média do mesmo período entre 2017 e 2022, divulgou esta terça-feira o Eurostat.

O gabinete oficial de estatísticas da UE lembra que uma decisão do Conselho da UE fixou, como parte da estratégia da diminuição da dependência energética face à Rússia, uma meta de redução de 15% no consumo de gás natural no período entre agosto de 2022 e março de 2023, face à média do mesmo período em cinco anos consecutivos, pelo que o bloco comunitário está a conseguir cumprir esse objetivo.

Entre agosto de 2022 e janeiro deste ano, os Estados-membros que conseguiram maiores recuos no consumo de gás natural foram a Finlândia (-57,3%), a Lituânia (-47,9%) e Suécia (-40,2%), enquanto os países com diminuições mais modestas foram a Irlanda (-0,3%), a Espanha (-13,7%) e a Eslovénia (-14,2%), mas estes dois últimos países já muito perto da meta de 15%, superada por Portugal, que registou um recuo na ordem dos 17%.

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Empresas ficam de “bolsos vazios” até maio nos apoios à internacionalização

Afinal, os apoios à internacionalização que o Governo tinha prometido antecipar do próximo quadro comunitários, apenas vão chegar ao terreno a partir de maio. Candidaturas ainda estão em avaliação.

Na segunda metade do ano passado, o Governo anunciou a intenção de antecipar as verbas do próximo quadro comunitário (Portugal 2030) referentes aos apoios para a internacionalização, com que as associações empresariais contam para organizar a participação em feiras no estrangeiro, por exemplo. No entanto, o dinheiro não vai chegar ao terreno antes de maio.

“Os apoios à internacionalização estão em avaliação. Esse prazo termina no início de maio e, quando forem feitas as aprovações, depois serão pagos. A sua atribuição depende do processo concorrencial que está neste momento a ser avaliado por parte da AICEP. Vai ser o primeiro Concurso do PT2030 com resultados anunciados”, resumiu o secretário de Estado, Pedro Cilínio.

Tomada de posse dos novos Secretários de Estado - 02DEZ22
Pedro Cilínio, secretário de Estado da EconomiaHugo Amaral/ECO

Como o ECO noticiou no início deste ano, o prazo para a apresentação de candidaturas a apoios a projetos conjuntos de internacionalização para pequenas e médias empresas (PME), lançado ao abrigo deste mecanismo extraordinário de antecipação de verbas do Portugal 2030, devia ter terminado a 30 de dezembro, mas acabou por ser prorrogado até ao final de janeiro.

A estes apoios atribuídos sob a forma de subvenção não reembolsável puderam candidatar-se empresas integradas em projetos conjuntos promovidos por entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, de natureza associativa e com competências específicas dirigidas às PME, nomeadamente associações empresariais, câmaras de comércio e indústria ou agências regionais de promoção turística.

Em entrevista ao Público, no início deste mês, o ministro da Economia e do Mar revelou que tinham sido recebidas 36 candidaturas, de 38 proponentes, envolvendo 1.400 empresas. “A totalidade são 92,5 milhões de euros e o incentivo que já decidimos é de 52,5 milhões de euros”, calculou António Costa Silva nessa altura. Porém, o secretário de Estado dá agora a entender que estas contas ainda podem variar, falando apenas de montantes “disponibilizados”.

Pedro Cilínio, que substituiu João Neves na secretaria de Estado da Economia precisamente depois de um desentendimento público sobre a descida do IRC, está esta terça-feira em Itália a visitar as empresas portuguesas que participam na Micam, a maior feira de calçado do mundo, colocando-se na “montra” de Milão para subir os preços. Em paralelo estão a acontecer outras duas feiras (Mipel e Lineapelle), igualmente com participação nacional, focadas no segmento das componentes para calçado, curtumes e marroquinaria.

O cluster português de calçado e artigos de pele, que em 2022 exportou um valor recorde de 2.347 milhões de euros para 172 países, já integrou uma dezena de iniciativas promocionais desde o início do ano. O plano de promoção externa da associação do setor (APICCAPS), no valor de dez milhões de euros, é precisamente um dos que ainda aguarda “luz verde” por parte do Ministério da Economia. Prevê mais de 40 ações durante este ano, sendo 55% do orçamento para feiras e 31% para promoção e prospeção.

(O jornalista viajou para Milão a convite da APICCAPS)

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Governo adianta mais dinheiro às empresas para os mega projetos do PRR

As verbas que são adiantadas para o arranque das Agendas Mobilizadoras, os mega projetos de investimento no PRR, vão ser reforçadas para 23% para “dar músculo de execução", disse Pedro Cilínio.

O Governo quer concluir “a muito breve prazo” o processo de negociação e de contratação das 52 Agendas Mobilizadoras para Inovação Empresarial, anunciando que vai ser reforçado o nível de adiantamento e de pagamento para esses mega projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Uma das medidas que estamos a implementar é [para] aumentar o nível de adiantamento em mais dez pontos, para que todas as Agendas tenham um volume adicional de verbas para arrancarem os seus investimentos”, referiu esta terça-feira, em Itália, o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio.

No âmbito do PRR há uma regra de adiantamento de 13%. No entanto, após uma negociação com a área do planeamento e a chamada estrutura de missão Recuperar Portugal, foi “identificada a possibilidade de aumentar em dez pontos o nível de adiantamento inicial que as agendas podem receber”, explicou o governante, em declarações aos jornalistas.

Nas contas do secretário de Estado da Economia, que falava à margem da visita que está a realizar a uma feira de calçado em Milão onde as empresas portuguesas entraram para tentar subir os preços, isto permite que, a seguir à contratação, “no prazo máximo de três meses, uma agenda [tenha] 23% do dinheiro do PRR na sua mão para dar músculo de execução a estes projetos”.

Depois de na semana passada, na Fundação de Serralves, no Porto terem sido postas em marcha mais nove agendas mobilizadoras, com estes projetos de investimento que ligam empresas, startups e a academia a terem de reajustar os orçamentos face aos montantes inicialmente previstos — os cortes variam entre 9% e 28%, segundo os cálculos feitos pelo ECO –, faltam ainda assinar dez contratos de um total de 53 mega projetos no PRR.

Nessa altura, o presidente do IAPMEI, Luís Guerreiro, reconheceu ao ECO que está afastado o reforço de verbas para este programa. Num cenário em que no PRR apenas há 930 milhões de euros para os incentivos das agendas mobilizadoras e os 1,6 mil milhões adicionais não podem ser usados na totalidade para as agendas, o novo líder da agência pública sublinhou que os valores “estão todos fixados” pelo primeiro-ministro.

Vem aí o “IAPMEI 5.0” com novas contratações

Esta terça-feira, o secretário de Estado garantiu ainda que o lugar de vice-presidente do IAPMEI, que tinha sido criado em maio do ano passado para “reforçar a capacidade do IAPMEI na implementação do PRR”, vai ser “preenchido nos próximos dias”, prometendo para “muito em breve” o anúncio do nome que vai ocupar esse cargo.

“Mas não é só na estrutura dirigente que vai haver esse reforço. Temos em curso um programa de renovação [da agência], a que chamo IAPMEI 5.0. Será uma organização moderna, presente em todo o território, usando canais digitais para estar próxima das empresas”, indicou o sucessor de João Neves na secretaria de Estado da Economia.

E depois de terem sido contratados 32 novos quadros nas últimas semanas, como o ECO noticiou em primeira mão, vão entrar outros 18 até ao final do primeiro semestre e está a ser preparado um “processo de recrutamento adicional para renovar a estrutura interna do IAPMEI, para trazê-lo para o futuro”.

Temos em curso um programa de renovação a que chamo IAPMEI 5.0. Será uma organização moderna, presente em todo o território, usando canais digitais para estar próxima das empresas.

Pedro Cilínio

Secretário de Estado da Economia

Já questionado sobre o impacto na execução dos fundos europeus que estão a ter as mexidas nas cúpulas de organismos relevantes para decidir os apoios às empresas, com demissões no próprio IAPMEI ou na Agência Nacional de Inovação (ANI) por falta de apoio político — e cuja equipa dirigente será “reforçada” –, Pedro Cilínio respondeu que o Executivo está “a fazer as mudanças de forma a que as operações continuem, dentro da normalidade e gradualmente [possam] introduzir as melhorias dentro das organizações”.

(O jornalista viajou para Milão a convite da APICCAPS)

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Euribor sobe para novo máximo a seis meses e cai a 12 meses

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2023

A taxa Euribor subiu a três e seis meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a 12 meses.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três e seis meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a 12 meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, inverteu hoje a tendência das últimas seis sessões e desceu, ao ser fixada em 3,578%, menos 0,001 pontos, contra o novo máximo desde dezembro de 2008, de 3,579%, registado em 20 de fevereiro. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do ‘stock‘ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
  • Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 3,225%, mais 0,033 pontos que na véspera e um novo máximo desde dezembro de 2008. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 2,682%, mais 0,028 pontos, depois de ter subido até 2,703% em 16 de fevereiro, um novo máximo desde janeiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 02 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Países com sanções anti-Rússia estão a “penalizar-se a si próprios”, diz Putin

  • Lusa e ECO
  • 21 Fevereiro 2023

O Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o momento que o país vive como "difícil", mas assegurou que o desenvolvimento económico ia continuar mesmo com as sanções.

O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu esta terça-feira que a Rússia alcançará os seus objetivos na Ucrânia “passo a passo”, ao mesmo tempo que descreveu o momento que o país vive como “difícil”. Assegurou também que o desenvolvimento económico da Rússia irá continuar mesmo com as sanções, defendendo que os países que avançaram com estas estão a “penalizar-se a si próprios”.

“Para garantir a segurança do nosso país, para eliminar a ameaça representada pelo regime neonazi que surgiu na Ucrânia após o golpe de 2014, foi decidido realizar uma operação militar especial. Passo a passo, com cuidado e consistentemente, alcançaremos as tarefas que estamos enfrentando”, disse Putin, no seu discurso sobre o Estado da Nação perante as câmaras do Parlamento.

Putin defendeu ainda que o Ocidente começou “não apenas uma agressão militar e de informação, mas uma agressão económica” contra a Rússia. “Não obtiveram sucesso em nenhuma dessas áreas”, reiterou, salientando que “os promotores das sanções [anti-Rússia] estão a penalizar-se a si próprios”.

“Provocaram um aumento de preços nos próprios países, o fecho de fábricas, o colapso do setor de energia e estão a dizer aos seus cidadãos que a culpa é dos russos”, disse Putin. O presidente russo acrescentou ainda que as sanções não estão a ter efeito e que o governo russo tem planos para assegurar o “desenvolvimento económico” e travar o desemprego.

O discurso, primeiro sobre o Estado da Nação feito por Putin em quase dois anos, acontece três dias antes de ser assinalado o primeiro aniversário da ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022. O Kremlin não permitiu que meios de comunicação social de países considerados como “inimigos” obtivessem acreditação para fazer a cobertura mediática do discurso.

O dia escolhido para o discurso, que será transmitido por todas as televisões públicas do país, coincide com a data em que Vladimir Putin assinou o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Lugansk e de Donetsk, na região do Donbass (leste ucraniano). Nesse mesmo dia, 21 de fevereiro de 2022, Putin ordenou a mobilização do Exército russo para “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, um prelúdio para o início da ofensiva militar contra a Ucrânia que aconteceria poucos dias depois.

Rússia suspende participação no tratado NEW START sobre armas nucleares

O Presidente russo declarou hoje que Moscovo suspende a sua participação no tratado New START, o último pacto de controlo de armas nucleares que restava com os Estados Unidos, aumentando a tensão com Washington sobre a invasão da Ucrânia.

Falando no seu discurso sobre o estado da nação, Vladimir Putin disse também que a Rússia deveria estar pronta a retomar os testes de armas nucleares se os Estados Unidos o fizessem, uma medida que poria fim à proibição global de testes de armas nucleares, em vigor desde os tempos da Guerra Fria.

Explicando a sua decisão de suspender as obrigações da Rússia no âmbito do New START, Putin acusou os Estados Unidos e os seus aliados da NATO de declararem abertamente o objetivo da derrota da Rússia na Ucrânia. “Eles querem infligir-nos uma ‘derrota estratégica’ e tentar chegar às nossas instalações nucleares ao mesmo tempo“, disse.

Putin argumentou que, enquanto os Estados Unidos pressionaram para o reinício das inspeções às instalações nucleares russas ao abrigo do tratado, os aliados da NATO tinham ajudado a Ucrânia a montar ataques com drones a bases aéreas russas que albergam bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear.

“Os drones utilizados para o efeito foram equipados e modernizados com a assistência de peritos da NATO”, disse Putin. “E agora eles querem inspecionar as nossas instalações de defesa? Nas atuais condições do confronto parece um perfeito disparate”. Putin salientou que a Rússia está a suspender o seu envolvimento no New START e ainda não se está a retirar totalmente do pacto.

O tratado New START, assinado em 2010 pelo então Presidente dos Estados Unidos Barack Obama e pelo Presidente russo Dmitry Medvedev, limita cada país a não mais de 1.550 ogivas nucleares colocadas e 700 mísseis e bombardeiros colocados. O acordo prevê a realização de inspeções no local para verificar o cumprimento.

EUA classificam acusações de Putin sobre ameaça do Ocidente como um “absurdo”

Um alto responsável dos Estados Unidos denunciou hoje o “absurdo” das acusações do Presidente russo, Vladimir Putin, de que a ameaça ocidental contra a Rússia justificava a invasão da Ucrânia. “Ninguém está a atacar a Rússia. Há uma espécie de absurdo na ideia de que a Rússia estava sob alguma forma de ameaça militar da Ucrânia ou de qualquer outro”, disse aos jornalistas o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Antevendo o discurso de Joe Biden, marcado para as 16:30 de hoje, no Castelo Real de Varsóvia, Sullivan disse que “[o Presidente] não traçaria nenhum tipo de plano para acabar com a guerra, por via diplomática”. Em vez disso, ele irá concentrar-se na lição mais ampla a ser aprendida com a guerra na Ucrânia no que ele vê como um “ponto de inflexão” numa luta global entre democracias e regimes autocráticos.

“Assim, os seus comentários falarão especificamente sobre o conflito na Ucrânia, mas é claro que ele também falará sobre a luta mais ampla entre (de um lado) os agressores que estão tentando destruir princípios fundamentais e (de outro lado) as democracias que se unem para tentar aplicá-las”, disse.

Em Varsóvia e Moscovo, Joe Biden e Vladimir Putin discursam em forma de duelo nesta terça-feira, apresentando dois pontos de vista radicalmente opostos sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, um dia após a visita surpresa do presidente americano a Kiev. O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje o Ocidente de querer impor à Rússia uma “derrota estratégica” na Ucrânia e acabar com o país “de uma vez por todas”.

“As elites do Ocidente não escondem o seu objetivo: infligir uma derrota estratégica à Rússia, ou seja, acabar connosco de uma vez por todas”, afirmou, num discurso sobre o Estado da Nação às duas câmaras do Parlamento, três dias antes do primeiro aniversário da ofensiva à Ucrânia. “A responsabilidade pelo fomento do conflito ucraniano e das suas vítimas (…) recai totalmente sobre as elites ocidentais”, disse o Presidente russo, repetindo a sua tese segundo a qual o Ocidente apoia as forças neonazis na Ucrânia para consolidar uma luta anti-Estado russo.

(Notícia atualizada às 12h15)

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