Associação Suíça de Seguros reafirma estabilidade

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2023

Num mercado marcado pela incerteza económica e tensões geopolíticas, as seguradoras suíças tiveram um bom desempenho em 2022. O negócio não-vida cresceu mesmo a uma taxa acima da média.

Segundo Rolf Dörig, Presidente da Associação Suíça de Seguros (SIA), na conferência anual dos meios de comunicação social, em Zurique, “os seguros privados demonstraram mais uma vez estabilidade num ambiente difícil”.

O líder sublinhou que os resultados se devem, sobretudo, às condições de enquadramento na Suíça: “esta é a única forma de as seguradoras continuarem a reforçar a resiliência da economia suíça e da sua população, e assim desempenhar a sua responsabilidade económica”, acrescentou, aludindo à importante reforma do sistema de pensões profissionais. Na perspetiva da SIA, todos os elementos para uma boa solução estão disponíveis.

“Os seguros privados demonstraram mais uma vez estabilidade num ambiente difícil”, afirmou Rolf Dörig, Presidente da Associação Suíça de Seguros (SIA).

De acordo com projeções da SIA, a maioria dos ramos de seguros registou um crescimento moderado no ano passado. O ramo não-vida, em particular, cresceu a uma taxa acima da média de 3%, de acordo com um comunicado de imprensa, na terça-feira. O volume de prémios no ramo da vida manteve-se estável.

O ramo não-vida excedeu o crescimento médio a longo prazo, de acordo com a SIA. “Este é também um sinal da forte procura no ano passado”, comentou o Diretor da Associação Urs Arbter. Os seguros contra incêndios, riscos naturais e de propriedade em particular aumentaram, com um crescimento de 8,3%. Isto deveu-se principalmente a valores segurados mais elevados. No seguro automóvel, o volume de prémios permaneceu constante, em geral, embora a indústria tenha segurado uma carteira de veículos mais cara e maior.

Após a queda acentuada do volume de prémios nos seguros de vida suíços, a partir de 2020, o crescimento dos seguros unitários nos seguros de vida individuais, em 2022, assegurou um volume global de prémios quase ao nível do ano anterior. O negócio do grupo, por outro lado, continua a declinar. A normalização das taxas de juro é uma boa notícia para as seguradoras de vida, o relatório continua.

“No entanto, só podem ser emitidas garantias mais elevadas se o aumento das taxas de juro se revelar sustentável”, disse Ruedi Kubat, membro do Conselho de Administração da SIA e CEO da Allianz Suisse. Mesmo que a solvência das seguradoras do ramo vida prove que elas enfrentaram os desafios com as estratégias certas, uma reforma do regime de pensões profissionais continua a ser inevitável e urgente.

A SIA também apresentou um novo estudo da BAK Economics, que sublinha a importância económica das resseguradoras para a Suíça como local de negócio. Os resseguradores estão entre as indústrias mais produtivas da Suíça. Com um valor acrescentado de 3,7 milhões de francos suíços por emprego a tempo inteiro, eles excedem muitas vezes o nível de produção da economia global. Com 45 resseguradores, a maioria dos quais estão localizados na região de Zurique e Zug, a Suíça é o terceiro maior local de resseguro do mundo.

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Vincent Rensonnet junta-se à equipa de subscrição de propriedade da Ageas Re

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2023

Como subscritor de resseguros não-vida, Rensonnet acrescenta à firma mais de 21 anos de experiência profissional no setor do resseguro internacional.

A marca de resseguro do Grupo Ageas, Ageas Re, nomeou Vincent Rensonnet Lead Underwriter para as regiões Iberia e América Latina, parte da sua equipa de subscrição de propriedade, liderada por Jeremy Walker.

Como subscritor de resseguros não-vida, Rensonnet acrescenta à firma mais de 21 anos de experiência profissional no setor do resseguro internacional.

O profissional integra a Ageas Re depois de ter sido Vice-Presidente para a América Latina na SiriusPoint, fornecedor global de serviços de seguros e resseguros.

Antes disso, colaborou com a Sirius International Insurance Corporation – antes de esta se tornar a SiriusPoint – onde se juntou como P&C Underwriter para França em 2001, antes de ser nomeado P&C Underwriter para França e América Latina em 2009.

A Ageas expandiu as suas atividades de resseguros para o open market e a subscrição de negócios de terceiros, comercializando sob a marca Ageas Re, em setembro de 2022.

Nos últimos anos, o negócio de resseguros da empresa cresceu de uma atividade interna para um segmento significativo do grupo, com uma top line de 1,6 mil milhões de euros e um lucro líquido de 87 milhões de euros, em 2021.

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AIG e Stone Point Capital formam MGA

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2023

A nova agência independente terá como objetivo servir segmentos de mercado de elevado valor líquido e de ultra elevado valor líquido.

A seguradora American International Group (AIG) e a empresa de participações privadas Stone Point Capital assinaram um acordo para criar uma nova MGA. A nova agência independente terá como objetivo servir segmentos de mercado de elevado valor líquido e de ultra elevado valor líquido. A AIG e a Stone Point não divulgaram os termos financeiros da transação.

“Ao estabelecer parcerias com uma empresa de capital privado de classe mundial como a Stone Point, podemos maximizar os pontos fortes deste negócio e melhorar a oferta de produtos para melhor servir os mercados de High e Ultra High Net Worth” afirmou Peter Zaffinos, líder AIG.

A AIG planeia transferir o seu negócio de Private Client Group (PCG) para esta nova plataforma independente e renomear PCG como Private Client Select Insurance Services (PCS).

Uma vez estabelecida a MGA, os funcionários da PCG, incluindo o grupo de liderança sob a direção do presidente e CEO da PCG, Kathleen Zortman, mudar-se-ão para a nova MGA.

O presidente e CEO da AIG, Peter Zaffinos, afirmou: “tal como anteriormente divulgado, a AIG tem vindo a explorar estruturas que, ao longo do tempo, permitirão à PCG ser apoiada por fornecedores de capital de terceiros, incluindo a AIG e o seu consórcio inovador da Lloyd’s, referido como Syndicate 2019. Ao estabelecer parcerias com uma empresa de capital privado de classe mundial como a Stone Point, podemos maximizar os pontos fortes deste negócio e melhorar a oferta de produtos para melhor servir os mercados de High e Ultra High Net Worth”.

O diretor executivo da Stone Point, Jim Carey, afirmou: “estamos entusiasmados por entrar nesta parceria e esperamos construir uma MGA de alto desempenho, comprometida com a excelência nos atrativos mercados de High e Ultra High Net Worth. Estou confiante que a experiência da Stone Point no setor dos seguros, juntamente com os conhecimentos de gestão de riscos e de produtos da AIG, irá criar um valor significativo para todos os interessados”.

A transação planeada está sujeita à receção de aprovações regulamentares e outras condições de encerramento.

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Liberty Portugal aposta na comunicação da Génesis, seguro auto ‘à medida’

  • ECO Seguros
  • 16 Fevereiro 2023

Em paralelo às negociações da compra das unidades Liberty Seguros em Portugal, Espanha e Irlanda, por seguradoras globais, a companhia está focada em dar a conhecer a Génesis.

À parte do negócio que envolve a seguradora, que colocou à venda as suas unidades portuguesa, espanhola e irlandesa, no ano passado, por um preço superior a mil milhões de euros, a Liberty Portugal está focada em dar a conhecer a Génesis by Liberty Seguros.

A Decisão Inteligente” é o nome da campanha publicitária, composta por quatro filmes, que pretende reforçar a notoriedade da seguradora e representar o ‘value for money’ no mercado português.

“Quisemos, com esta campanha, destacar que a Génesis permite que as pessoas poupem no seu seguro automóvel sem abdicarem da proteção que precisam, ao darmos a possibilidade de escolherem e pagarem pelas coberturas que necessitam, através de um processo de simulação muito simples e rápido”, explicou André Taxa, Head of Brand da Liberty Seguros na Europa.Hugo Amaral/ECO

A Liberty Seguros quer captar atenções, com a campanha criativa, para as características da sua oferta de seguro auto, especificamente para os benefícios da escolha de coberturas personalizadas, de acordo com as necessidades de cada cliente, da simplicidade da contratação e do preço competitivo.

“A Génesis by Liberty Seguros foi totalmente concebida a pensar nos clientes que procuram um serviço totalmente digital e é um canal complementar, uma vez que a Liberty tem nos mediadores o seu principal canal de distribuição, que representa cerca de 86% da produção total“, sublinha a seguradora, em comunicado.

A Génesis by Liberty Seguros disponibiliza seguro automóvel para veículos ligeiros de passageiros, para clientes individuais e através de apólices anuais. As franquias são fixas e são oferecidas coberturas opcionais. Entre elas contam-se a assistência em viagem plus, fenómenos da natureza, quebra isolada de vidros, furto ou roubo, proteção de animais domésticos, escolha a oficina e extensão territorial.

“Num contexto marcado pela acentuada perda de poder de compra, quisemos, com esta campanha, destacar que a Génesis permite que as pessoas poupem no seu seguro automóvel sem abdicarem da proteção que precisam, ao darmos a possibilidade de escolherem e pagarem pelas coberturas que necessitam, através de um processo de simulação muito simples e rápido”, explicou André Taxa, Head of Brand da Liberty Seguros na Europa. “Para o fazer, criámos filmes que, através do humor, captam situações com as quais todos nos relacionamos. O amigo que dá sempre a sua opinião, a colega de trabalho que gosta muito de ajudar, a filha que sabe tudo ou o vizinho que nunca deixa de dar o seu conselho e ligámos isso com o mundo dos ‘influenciadores digitais’, de forma a termos uma campanha atual e impactante”, afirmou o profissional.

Os dois primeiros episódios, ‘Fenómenos da Natureza’ e ‘Quebra Isolada de Vidros’ já estão disponíveis online, no canal Youtube da Génesis by Liberty Seguros.

A campanha, desenvolvida pela Leo Burnett, com produção da The Playground, realização de Martim Condeixa, locução de Miguel Guilherme e consultoria de produção da pro(u)d, será transmitida em televisão e online, nas redes sociais da Génesis by Liberty Seguros.

“Colocar as pessoas em primeiro lugar e tornar as coisas melhores são dois dos valores refletidos na oferta de seguro”, escreve a companhia, em comunicado.

 

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“Modelo estatizante”, “tardio”, “retórico”: a reação dos partidos ao pacote de habitação

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2023

O programa do Governo para a habitação não agradou nem à esquerda nem à direita numa primeira leitura. Leia as reações dos partidos.

Os partidos criticaram de imediato a bateria de medidas do Goverbo para a habitação, apresentadas após o Conselho de Ministro. O PSD criticou o “modelo estatizante e abusivo” e o Chega disse que falhava “em metas concretas”. À esquerda, a deputada bloquista Mariana Mortágua avisou que o preço das casas continuará “astronómico”, enquanto os comunistas defenderam a alteração da lei do arrendamento “para defender os inquilinos”.

O pacote de habitação será agora sujeito a um processo de consulta pública e daqui a um mês, em 16 de março, serão aprovadas definitivamente as medidas em sede do Conselho de Ministros. Leia abaixo a primeira reação dos partidos ao pacote de habitação apresentado pelo Governo:

PSD critica modelo “estatizante e abusivo” do governo para habitação

O PSD criticou as medidas apresentadas pelo Governo para a habitação, classificando-o como um “modelo estatizante e abusivo” ao impor “uma lógica pública de coerção e abuso do poder sobre os direitos e propriedade dos portugueses”.

O líder parlamentar do PSD diz que “ficou clara nesta apresentação que há dois modelos absolutamente diferentes no tema da habitação”.

Um modelo estatizante, abusivo que o governo agora apresenta, e o modelo do PSD que envolveu a discussão na sociedade civil, aberto, moderno”, defendeu, numa referência às medidas apresentadas pelos sociais-democratas esta semana. Para o PSD, este programa “mostra um governo fechado sobre si mesmo, alheado da realidade, cada vez mais próximo das posições da extrema-esquerda e que depois de sete anos de falhanço absoluto nas políticas de habitação entra por um caminho bastante perigoso”.

Parece regressar aos anos 70 com um ataque claro à propriedade privada, aos bens dos portugueses, com o Governo a querer impor uma lógica pública de coerção e abuso do poder sobre os direitos e propriedade dos portugueses”, acusou. Para os sociais-democratas, as medidas apresentadas pelo executivo “desrespeita as câmaras municipais”.

Chega diz que Governo “optou deliberadamente por um modelo de atraso”

O presidente do Chega considerou que as medidas divulgadas para a habitação não constituem “uma solução que efetivamente” vá apoiar os portugueses e que o Governo “optou deliberadamente por um modelo de atraso”.

Parece-nos ser um programa demasiado retórico, onde falhou a definição de metas concretas, o Governo não se conseguiu comprometer com uma solução que efetivamente fosse de apoiar aqueles que agora estão a sentir dificuldades em pagar renda e em pagar o seu crédito”, afirmou André Ventura.

O líder do Chega defendeu que “a má notícia” para os portugueses é que nos “próximos meses vão continuar com dificuldades em pagar rendas, vão continuar com dificuldades em pagar o crédito à habitação”.

André Ventura apontou que este “programa com um nome muito pomposo” é composto por “medidas em que a sua maioria, provavelmente cerca de 80%, não dependem da aprovação do Governo, mas dependerão da aprovação parlamentar, terão um longo período de discussão pública ou serão medidas que terão de mexer com instrumentos fiscais em vigor”. E advertiu que isso “atrasará quase até ao limite do próximo ano a sua entrada em vigor”.

IL critica “morte do arrendamento local” e “agressão insustentável à propriedade privada”

O presidente da IL, Rui Rocha, considerou que o pacote para a habitação hoje conhecido vai determinar a “morte do arrendamento local” e é uma “agressão insustentável à propriedade privada”, acusando o Governo de ter reagido “em desespero”.

Rui Rocha foi muito crítico das opções tomadas, considerando que esta foi a “reação de um Governo em desespero” e que a responsabilidade política do setor ter chegado a esta situação é totalmente de António Costa e do seu executivo.

Para o presidente liberal, vai ser feita uma “intervenção brutal no mercado habitacional, que vai ter consequências nefastas”, alertando que vai ser alterada a fisionomia das cidades com o “ataque brutal, a morte do arrendamento local”. Rui Rocha condenou a “agressão insustentável à propriedade privada”, considerando que o Governo disparou “em todas as direções, em desespero”.

PCP defende “investimento substancial” para aumentar habitação disponível

O PCP defendeu um “investimento substancial” por parte do Estado para que seja disponibilizada mais habitação e considerou que as medidas apresentadas pelo Governo constituem “borlas fiscais” vantajosas para os “grandes detentores do património imobiliário”.

O que é preciso mesmo é alterar a lei do arrendamento para defender os inquilinos e conferir estabilidade às suas vidas, o que é preciso é colocar os bancos a pagar estes aumentos das taxas de juro e não acumularem lucros aos milhões com as dificuldades das famílias, o que é preciso é um investimento substancial, não em borlas fiscais, mas de facto em disponibilização de habitação para as pessoas que hoje enfrentam esta carência gritante”, defendeu o deputado Bruno Dias.

Bruno Dias considerou que, “para o Governo, a habitação continua a ser tratada como uma mercadoria em mercado especulativo” e que “aquilo que há é recursos públicos e financiamento público para suportar e sustentar esses ganhos especulativos”.

“Nós temos um conjunto de medidas anunciadas que passam, desde logo, por substanciais borlas fiscais, com enormes vantagens para grupos económicos e para os grandes detentores do património imobiliário”, criticou. No que toca ao arrendamento, o deputado do PCP criticou que “mantém-se, no essencial, a ‘lei Cristas’, do tempo da ‘troika’, a lei dos despejos”.

“Mas em cima desses despejos o Governo lembrou-se de meter a Autoridade Tributária e colocar o regime que hoje as pessoas conhecem que é aplicado nas portagens, em que as Finanças aparecem a cobrar em nome das concessionárias, e agora aparecem as Finanças com processos de execução fiscal, etc, a cobrar as rendas aos inquilinos, nesses contextos do balcão dos despejos que já vem do tempo da troika”, referiu.

Quanto ao crédito à habitação, “deixam-se intocados os interesses da banca e não se coloca estes lucros milionários que os bancos apresentam a responder aos problemas do aumento das despesas das pessoas com a habitação”, afirmou o deputado. Bruno Dias referiu também, em relação aos vistos gold, que “finalmente o Governo percebeu que era preciso eliminar esse sistema”, mas defendeu que “o problema é que há um conjunto de outros regimes fiscais de privilégio, como é o caso dos residentes não habituais, que se mantêm inalterados”.

BE diz que preço das casas continuará “astronómico” e critica “oceano de borlas fiscais”

A deputada do BE Mariana Mortágua considerou que o pacote da habitação mostra que “maioria absoluta desistiu do país”, criticando o “oceano de borlas fiscais” à especulação e o facto do preço das casas “continuar astronómico”.

“Ouvimos com atenção o primeiro-ministro e chegámos à conclusão que se esta é a resposta que o Governo tem para a crise da habitação hoje, então a maioria absoluta, de facto, desistiu do país. O que o primeiro-ministro acabou de dizer é que o preço das casas que é astronómico vai continuar a estar astronómico”, disse aos jornalistas Mariana Mortágua numa primeira reação.

Alertando que “os preços não vão descer”, a deputada do BE afirmou que “uma parte das medidas e benefícios fiscais, por exemplo, que já existiam e foram ineficazes”. “Imaginem que uma entidade que comprou um prédio, que despejou quem lá vivia, que especulou com esse prédio, agora pode vender esse mesmo imóvel ao estado e não pagar imposto sobre mais-valias. É um oceano de borlas fiscais, é um prémio a quem especulou, a quem ganhou com a crise”, condenou.

Sobre o conjunto de medidas que “coloca o Estado a financiar rendas altas e prestações bancárias altas”, Mariana Mortágua também foi muito crítica e apontou que “os bancos podem praticar taxas usurárias, podem cobrar prestações que as famílias não aguentam e é o Estado e são os contribuintes que vão participar nessas prestações bancárias”.

“Posso aqui garantir que, daqui a um ano, vamos estar neste mesmo sítio a falar da mesma crise de habitação que hoje temos porque os interesses estrangeiros e não residentes com mais dinheiro vão continuar a comprar as casas nas grandes cidades que os residentes não podem comprar porque não têm dinheiro, porque as casas vazias vão continuar vazias, porque a lei do arrendamento continua a permitir contratos de muito curto prazo, a não proteger a estabilidade desses contratos”, lamentou.

Para o BE, as medidas decididas pelo Governo não resolvem qualquer problema da habitação porque “são um prémio fiscal a quem lucrou, são uma borla fiscal à especulação e não vão baixar os preços da habitação, como aliás o primeiro-ministro tão bem admitiu”.

PAN pede mais apoios para classe média na habitação e diz que há “caminho a fazer”

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, alertou que são necessários mais apoios para a classe média no que toca à habitação e defendeu que ainda há “um caminho a fazer” nesta matéria. Inês Sousa Real salienta que este pacote “peca por tardio” e que algumas “já podiam estar em vigor se a maioria do PS não tivesse rejeitado” propostas anteriormente apresentadas no parlamento como o fim dos vistos gold.

“Há uma transversalidade das medidas ao arrendamento e à habitação própria permanente que salientamos como positivas mas ainda assim é preciso que se vá mais longe, porque o Governo essencialmente cria mecanismos de apoio para famílias até ao sexto escalão do IRS”, salientou. Desta forma, alertou, o executivo esquece “a realidade portuguesa, nomeadamente da classe média, mais uma vez”.

“Há alterações no sentido de garantir que, pelo menos até ao sétimo escalão, as famílias ficam protegidas”, acrescentou. Sousa Real defendeu também que o executivo apresentou um “’simplex’ do ponto do vista ambiental” ao “permitir uma maior flexibilização do uso dos solos, ao invés de aproveitar o património edificado já existente”.

A deputada pediu ainda mais apoios para jovens que “precisam de ver o seu acesso ao crédito bonificado garantido”. “Vamos analisar em maior detalhe estas medidas, mas ainda há um caminho a fazer quer ao nível de património público que tem que ser disponibilizado, quer ao nível dos apoios, para que cheguem verdadeiramente a quem deles necessita”, frisou.

Livre espera que Governo tenha “roubado bem” medida sua sobre crédito à habitação

O deputado único do Livre, Rui Tavares, acusou o Governo de ter copiado uma proposta do partido sobre crédito à habitação, esperando que o executivo a tenha “roubado bem”, deixando elogios e avisos. “O Governo demorou seis meses para chumbar a proposta do Livre e no dia a seguir apresentá-la. Não me importo, desde que a tenham roubado bem. Vamos verificar no detalhe se é exatamente igual ao que o Livre tinha, mas e depois de tanta pirueta que tenham caído do lado certo”, considerou.

Rui Tavares detalhou que tinha apresentado uma proposta para que todas as pessoas que tenham créditos à habitação com taxa variável (…) pudessem abrigar-se na taxa fixa”, medida que foi apresentada em setembro, aprovada na generalidade em outubro “e entretanto na especialidade, ontem mesmo, depois de meses em que não apresentou uma proposta, não contribuiu para o debate e apenas pediu adiamentos, o PS mudou o seu sentido de voto e decidiu chumbar”.

Em relação a outras medidas, Tavares considerou que “há algumas positivas”, como a disponibilização de património do Estado para habitação, apelando a um “inventário exaustivo” deste. O deputado único alertou que a flexibilização do licenciamento para construção “pode ter vantagens mas comporta riscos” e defendeu a necessidade de “balcões habitação com toda a informação para quem necessita”.

“O Governo dirá que já sabia há muito tempo que o mercado não resolve sozinho o problema da habitação. O problema é que se o Governo já sabe há muito tempo porque é que demorou tanto tempo a agir? É melhor saber e agir agora do que alguns partidos políticos que dizem que o faz falta é mais alojamento local ou mais mercado”, considerou.

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Stop promete manter pré-aviso de greve até 10 março após parecer da PGR

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2023

"O Stop não vai retirar nenhum pré-aviso de greve. (...) Na prática, não há negociação", diz o sindicato.

O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop) prometeu esta quinta-feira que vai manter o pré-aviso de greve até 10 de março após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter emitido um parecer sobre a legalidade das paralisações.

O Stop não vai retirar nenhum pré-aviso de greve. (…) Na prática, não há negociação. Não é sério alguém dizer que quer negociação e depois não ceder, discutir e negociar sobre as questões principais que levaram mais de 100.000 pessoas no último sábado para a rua”, disse o líder do Stop, André Pestana, que falava aos jornalistas junto ao Palácio da Justiça, em Lisboa, ao lado do advogado António Garcia Pereira, que dá apoio jurídico ao sindicato.

Temos cada vez mais medidas intimidatórias. Os serviços mínimos são cada vez mais serviços máximos. Os profissionais de educação, pelo que temos visto nas redes sociais, estão muito indignados. Isto está a gerar mais indignação, mais raiva”, salientou. André Pestana lembrou que esta quinta seria ainda realizada uma reunião com as comissões de greve e as forças sindicais das escolas para decidirem “coletivamente qual é a resposta a mais este ataque”.

O Governo não está a aceder em questões que são nevrálgicas para quem trabalha nas escolas e que têm consequências para os nossos alunos. (…) Vamos continuar esta luta a não ser que as comissões, por algum motivo, decidam o contrário”, sublinhou. Por sua vez, Garcia Pereira considerou a emissão do parecer da PGR “uma operação de propaganda” feita pela tutela, afirmando que se trata de “uma mera opinião jurídica”.

“Mesmo que o parecer seja homologado – ou já foi – pelo ministro da Educação, não passará de uma instrução aos serviços, não tem nenhuma eficácia externa. (…) O único órgão que pode decretar a licitude ou a ilicitude dessas situações ou processos grevistas são os tribunais”, indicou.

“Este parecer encerra-se nas suas próprias contradições, porque não pode deixar de reconhecer que a liberdade de adesão é um ato individual de cada trabalhador, que a pode assumir e que a pode revogar e pode retomar outra vez a adesão. Os próprios autores do parecer reconhecem que não têm fundamento”, anotou.

Garcia Pereira acrescentou que o parecer “referencia com toda a clareza que se trata de um direito que o trabalhador pode exercer, mas depois não pode (…), se não convier ao Governo”. Na quarta-feira, a PGR considerou haver uma divergência entre os pré-avisos de greve entregues ao Ministério da Educação e a informação dada aos professores pelo Stop.

O parecer aponta uma “divergência entre os avisos prévios de greve enviados ao Ministério da Educação, que referiam que a greve corresponderia à jornada diária de trabalho”, e a informação dada aos docentes pelo stop que, no seu ‘site’, dizia ser “possível aos docentes decidirem a concreta duração do período em que aderem à greve, tornando-a, nesses casos, numa greve com características similares às da greve self-service”, refere o ME.

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Governo anuncia 150 milhões de euros de crédito para municípios fazerem obras em casas devolutas

O Governo anunciou uma linha de crédito de 150 milhões dirigida aos municípios para que possam realizar obras em casas devolutas. Autarcas Social Democratas dizem que "é um presente envenenado".

O Governo vai criar uma linha de crédito de 150 milhões de euros para financiar a realização de “obras coercivas por parte dos municípios” em casas devolutas e com baixas condições de habitabilidade, anunciou o primeiro-ministro António Costa, durante a conferência de imprensa realizada após Conselho de Ministros dedicado ao tema da habitação. O presidente dos Autarcas Social Democratas (ASD), Hélder Silva, contrapõe e diz que “é mais um presente envenenado do Governo para as autarquias”.

Esta medida faz parte do Programa Mais Habitação, que foi aprovado sta quinta-feira durante o Conselho de Ministros. Segundo o primeiro-ministro, este financiamento aos municípios pelo Estado já não é novo.

“Os municípios têm há muitas décadas competência legal para proceder a obras coercivas de casas devolutas e com baixa qualidade de habitabilidade, [ou seja], tomam posse administrativa, realizam as obras”, afirma António Costa. Mais, reitera, “este mecanismo já existe há muitos anos, mas raramente recorrem por dificuldades financeiras para procederem à realização de obras coercivas“.

Por isso mesmo, o Governo vai criar esta linha de crédito de 150 milhões de euros, dirigida aos municípios.

“Presente envenenado para as autarquias”

Contactado pelo Local Online/ECO, o líder dos ASD considera que “é mais um presente envenenado do Governo para as autarquias”. Mais, questiona, em tom crítico Hélder Silva: “Já nos chega a descentralização. Agora ainda querem que nos endividemos para realizar obras coercivas? Querem que façamos os trabalhos difíceis?”.

É uma mão cheia de boas intenções que não vai resolver o cerne da questão [que, aliás], representa um mascarar da ferida que não terá cura com este penso rápido.

Hélder Silva

Presidente dos Autarcas Social Democratas

Para o autarca de Mafra, esta medida não passa de “uma mão cheia de boas intenções que não vai resolver o cerne da questão [que, aliás], representa um mascarar da ferida que não terá cura com este penso rápido”.

Hélder Silva chama, por isso, a atenção para “questões que ficam por resolver, como o preço dos terrenos, o valor da construção, a redução dos impostos e o aumento dos incentivos aos proprietários para investirem em arrendamento”. O social-democrata acrescenta ainda o “congelamento das rendas e a flexibilidade da lei do arrendamento urbano”.

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Carlos Cortes é o novo bastonário da Ordem dos Médicos

Carlos Cortes é o novo bastonário da Ordem dos Médicos. O atual presidente do Conselho Regional do Centro reuniu 11.176 votos e vai substituir Miguel Guimarães, que ocupa o cargo desde 2017.

Carlos Cortes venceu esta quinta-feira a segunda volta das eleições para a Ordem dos Médicos. O médico no Centro Hospitalar Médio Tejo e atual presidente do Conselho Regional do Centro vai substituir Miguel Guimarães, que é desde 2017 bastonário desta ordem.

Numa eleição renhida que teve direito a segunda volta, Carlos Cortes teve 11.176 votos, enquanto Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto e ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde teve 6.867 votos, segundo os resultados provisórios divulgados após o fecho das urnas, que decorreu pelas 19h00. Nesta segunda volta, que decorreu entre 7 de fevereiro e esta quinta-feira, votaram 19.312 médicos.

O novo bastonário da Ordem dos Médicos deverá entrar em funções a partir de 14 de março, revelou Miguel Guimarães ao ECO.

Nascido em Lisboa, Carlos Cortes formou-se em Medicina em Coimbra, tendo-se especializado em Patologia Clínica em 2006. Além disso, o médico de 53 anos, tem subespecialidade em Microbiologia Médica desde 2020 e uma pós-graduação em gestão e direção em Saúde e de Ética em Saúde. Atualmente é presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos e médico no Centro Hospitalar Médio Tejo.

Na primeira volta destas eleições, que decorreram de 10 a 19 de janeiro, tinham concorrido seis candidatos, contudo, não houve a maioria necessária para decidir o novo bastonário da Ordem dos Médicos, passando os dois mais votados a esta segunda volta. Na primeira volta, além do cargo a bastonário, foram a votos outros órgãos: para o Norte venceu a lista liderada por Eurico Castro Alves, no Centro, onde havia uma única lista venceu Manuel Veríssimo, e no Sul a de Paulo Simões.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Terrenos e imóveis de comércio e serviços vão poder servir para habitação sem alteração de licença

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2023

Primeiro-ministro explica que mudança poderá ser feita "sem necessidade de alterar qualquer plano de ordenamento do território ou licença de utilização".

Terrenos ou imóveis autorizados para comércio e serviços vão poder ser utilizados para construção ou convertidos em habitação sem alteração de planos de ordenamento do território ou licenças de utilização, anunciou esta quinta-feira o Governo.

Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o primeiro-ministro apresentou os cinco principais eixos de um programa designado Mais Habitação, sendo um deles relativo ao aumento da oferta de imóveis utilizados para fins de habitação.

Neste âmbito, António Costa destacou a possibilidade de “terrenos classificados para utilização para fins de comércio ou serviços possam ser usados para a construção de habitação” e que “imóveis que estão licenciados para atividades comerciais ou serviços possam ser convertidos em habitações”. A mudança, segundo o primeiro-ministro, poderá ser feita “sem necessidade de alterar qualquer plano de ordenamento do território ou licença de utilização”.

Num Conselho de Ministros dedicado exclusivamente ao setor da habitação, António Costa anunciou ainda que o Estado vai disponibilizar “terrenos ou edifícios para, em regime de contrato de desenvolvimento de habitações, serem cedidos para cooperativas ou para o setor privado desenvolver habitações a custos acessíveis”.

Ainda no primeiro eixo do programa, o Governo vai lançar dois concursos especificamente para construção modular, técnica que o primeiro-ministro destacou como “inovadora” no setor da construção e que “permite encurtar significativamente os prazos de construção, ao mesmo tempo que dá um contributo significativo para a melhoria da eficiência energética”.

Como exemplos de terrenos para construção modular, António Costa apontou a Quinta do Viso, no Porto, com cerca de 70 fogos, e outro na Quinta da Alfarrobeira, em Lisboa, com cerca de 350 fogos.

Questionada pelos jornalistas, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, também presente na conferência de imprensa, explicou que, desde 2019, tem estado a ser feita a inventariação do património do Estado com aptidão habitacional, tendo já sido iniciada a concretização, prevista no Plano de Recuperação e Resiliência, de cerca de 7.000 habitações públicas, construídas e reabilitadas pelo Estado.

“O que apresentamos aqui é uma medida complementar no imediato, através da cedência destes terrenos. Fizemos uma primeira cedência de terrenos para as cooperativas e reforçamos este trabalho com um conjunto de terrenos que vamos identificando para podermos, em paralelo, trabalhar com os privados e as cooperativas, concorrendo sempre para garantir que as rendas são sempre a preços acessíveis”, afirmou, adiantando que, neste momento, não está “definida nenhuma meta” em relação a terrenos a disponibilizar.

Os outros quatro eixos do programa Mais Habitação, que ficará em discussão pública durante um mês, são: simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias. Após a discussão pública, algumas das medidas voltarão a Conselho de Ministros para aprovação final e outras darão entrada na Assembleia da República, explicou António Costa.

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Direito de Resposta. “Descobrirpress de Jacques Rodrigues declarada insolvente”

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2023

Foi enviado para o ECO direito de resposta a notícia com o título “Descobrirpress de Jacques Rodrigues declarada insolvente".

Do anúncio da conferência sobre a sucessão das empresas familiares, pela Associação Empresarial de Braga, Post em 29/09/2022, anunciando a Conferência. “As empresas familiares representam a forma organizacional mais comum em todo o mundo. Portugal não é exceção e estima-se que 70% a 80% das empresas sejam negócios familiares, os quais contribuem para 50% do emprego e 60% do Produto Interno Bruto.”

a) Desvaloriza-se na noticia o facto de se tratar de um conjunto de empresas familiares, induzindo a que se trata de uma teia de empresas com o único objetivo de delapidar património para evitar o pagamento a credores, omitindo-se a criação de riqueza, o prestigio editorial, o volume de negocio avançado e os postos de trabalho criados ao longo dos anos, através das empresas com a participação social e de Administração do Sr. Jacques Rodrigues e sua família, como se se tratasse de uma pretensa atividade ilícita, prejudicial ao mercado e violação das leis.

b) Chega-se a dizer que as empresas não têm qualquer atividade que não seja prestar serviços entre si, retirando recurso financeiro à Editora e criando uma falsa ideia de debilidade financeira para se permitir o sucessivo recurso ao PER, que a empresa viu como uma oportunidade para diluir o pagamento das dividas ou não o fazer de todo.

c) As empresas com participação social no seu Capital de Jacques Rodrigues e família têm há mais de 40 anos a esta parte, atividade própria, cumprindo todas as obrigações legais, inclusivamente fiscais, incluindo a revisão e certificação das contas por ROC independente, e criando postos de trabalho. Sendo que num determinado período de tempo estes postos de trabalho ascendiam a mais de 400.

d) Os serviços entre empresas a funcionar numa lógica de grupo económico implica sinergias para rentabilizar, o que se faz constituindo empresas com atividades especificas e que possa satisfazer as sucessivas etapas do processo produtivo, evitando-se no possível ter que ir buscar os produtos ou serviços terceiros, sem qualquer restrição na lei, que não seja a regra da concorrência.

e) A Descobrirpress por resultados em investimentos menos conseguidos, e com a acumulação de divida de tesouraria, teve dificuldades na compra da matéria prima e serviços necessários para a edição regular das revistas, ficando apenas a prestar serviços na produção dos conteúdos para as revistas, passando uma terceira empresa a assumir as responsabilidades, encargos e relações com a Banca para a compra dos serviços e matéria prima – papel de impressão e gráfica em especial.

f) Assim, as dificuldades da Descobrirpress, e com o empenhamento do grupo como se referiu na manutenção da edição das revistas, são tudo situações que pré-existem muito antes da constituição da empresa que passou a assegurar a gestão da matéria-prima e dos serviços, e foi numa lógica de manter a edição das revistas e do negocio, permitindo-se a viabilização da Descobrirpress através dos seus serviços de produção editorial, dada a sua dificuldade em manter crédito junto dos seus parceiros – gráfica e impressão.

g) Falamos de dificuldades da Descobrirpress que se foram acumulando há mais de 15 anos a esta parte, substancialmente agravadas nos últimos 10 anos devido à permanente queda nas vendas das revistas e perdas avultadas no negócio da publicidade. Estas perdas de venda acumulados nos últimos 10 anos representam mais de 60%. Factores estes sem retrocesso, originado por factos estranhos à empresa e sem poderem ser por esta solucionados.

h) O que tudo obrigou a submeter a Descobripress a um PER em vigor até ser decretada a insolvência e que foi aprovado pelo dito representante dos trabalhadores – o Sr. Luis Monteiro Pereira – e nele se colocou à disposição dos credores a informação sobre o histórico e se propuseram medidas de saneamento que foram aprovadas., ou seja, nada a esconder.

i) Chega-se a dizer que os Serviços da empresa terceira têm o custo à medida da vontade dos acionistas. Pergunta-se: deviam de ser fixados à vontade de quem?

j) Induz-se falsamente o leitor, por não ser verdade – “Descobrirpress de Jacques Rodrigues” ou, o que é o mesmo, “dono da Impala”, no sentido de que Jacques Rodrigues ultrapassa os órgãos sociais das empresas, procedimentos fiscais e contabilísticos e toma as atitudes e as decisões sobre todas as empresas sem quaisquer barreiras ou limites, fazendo entender por isso, que está acima da lei e ou a incumpre nas decisões que toma.

k) Diz-se ainda que a empresa se recusa a pagar a divida aos trabalhadores, omitindo-se o que qualquer pessoa sabe, ou seja, em insolvência os pagamentos aos credores obedecem a um controlo do Administrador de Insolvência e a um mapa de graduação de créditos, ou seja fora da vontade da empresa insolvente.

l) Acrescentando-se que no último PER que a empresa propôs (não homologado) e que foi votado afirmativamente pelos credores que representam mais de 90% dos créditos, estava previsto o pagamento dos valores em divida aos trabalhadores, na medida das possibilidades do cumprimento do PER para com os demais credores, embora com prioridade dos créditos laborais.

m) Acresce ainda a pandemia que se sentiu durante cerca de 2 anos, em que durante este período, os apoios que foram prestados pelo Governo à comunicação social excluíram a edição das Revistas (da Descobrirpress).

n) Mantém-se o recuo nas vendas, mesmo considerando a retoma pós pandemia, persistindo a alteração dos consumidores no hábito de leitura e produtos consumidos, com a utilização da Internet e redes sociais em grande escala.

Sintra, 14 de novembro de 2022.

Em representação da sociedade Descobrirpress – Serviços Editoriais e Gráficos, SA. e Jacques da Conceição Rodrigues.

A Advogada
Isabel Candeias.

Menção: “Decorre de deliberação do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, em conformidade com o nº 4 do artigo 27º da Lei da Imprensa”

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Novabase vota em assembleia-geral redução do capital em mais de 32 milhões

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2023

Os acionistas serão chamados a decidir, na assembleia-geral de 13 de março, a redução do capital dos atuais 32.971.463,70 euros para 942 mil euros.

A tecnológica Novabase convocou uma assembleia-geral de acionistas para o dia 13 de março, na qual vai ser votada a redução do capital social da empresa em mais de 32 milhões de euros para 942.041 euros.

De acordo com a proposta enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em cima da mesa estará a redução do capital social da empresa “de 32.971.463,70 euros para 942.041,82 euros, sendo o montante global da redução de 32.029.421,88 euros, destinado a libertação do excesso de capital e transferido na sua totalidade para reservas livres”.

Da ordem de trabalhos faz igualmente parte a votação sobre a redução do capital social por amortização de ações próprias “a serem adquiridas no âmbito da oferta pública de aquisição parcial e voluntária de ações próprias, anunciada preliminarmente pelo Conselho no dia de 16 de fevereiro”. Os acionistas vão ainda deliberar sobre o balanço reportado ao final de 2022.

A assembleia-geral extraordinária vai decorrer, exclusivamente, através de meios telemáticos.

A Novabase suspendeu ainda, temporariamente, o seu programa de recompra de ações, após lançar uma oferta pública de aquisição sobre até 20% do seu capital. “A Novabase – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. anuncia a suspensão temporária do programa de recompra de ações da Novabase, lançado em 29 de setembro de 2021 e atualmente em curso, na sequência da divulgação no dia de hoje do anúncio preliminar relativo a uma oferta pública de aquisição de ações próprias”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Novabase lançou uma oferta pública de aquisição sobre um máximo de 6.280.279 ações, ou seja, 20% do seu capital, por uma contrapartida de 4,85 euros, adiantou a empresa, em comunicado ao mercado. Esta oferta “é parcial e voluntária, tendo por objeto um máximo de 6.280.279 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal unitário de 1,05 euros, representativas de 20% do capital social da oferente”, disse a empresa, na mesma nota.

De acordo com a Novabase, “a contrapartida para aquisição das ações objeto da presente oferta é de 4,85 euros por ação, a pagar em numerário, deduzida de qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros do exercício, de distribuição de reservas ou restituição de capital social”.

“A oferente e sociedade visada detém atualmente 2.065.207 representativas de 6,58% do seu capital social, das quais 962.194 ações, representativas de 3,06% do capital social, são detidas através da sua participada Novabase Consulting S.G.P.S., S.A.”, acrescentou.

A tecnológica somou 8,9 milhões de euros de lucro em 2022, mais 2% do que em igual período do ano anterior. De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os lucros da empresa situaram-se em 8,9 milhões de euros em 2022, acima dos 8,7 milhões de euros registados no ano anterior.

“Os resultados de 2022 da Novabase revelam um bom desempenho, suportado por uma execução bem-sucedida da nossa estratégia”, afirmou, citado na mesma nota, o presidente executivo da empresa, Luís Paulo Salvado. Por sua vez, o volume de negócios atingiu 163,4 milhões de euros mais 18% do que no ano anterior, quando tinha representado 138,8 milhões de euros.

Do total apurado em 2022, 60,9% foi gerado em países terceiros, enquanto 39,1% tiveram origem em Portugal. O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) fixou-se, no ano passado, em 14 milhões de euros, acima dos 12,7 milhões de euros verificados em 2021.

Já o ‘net cash’ representou 39,5 milhões de euros, quando em 2021 tinha sido de 55,8 milhões de euros, sobretudo devido à remuneração acionista (13 milhões de euros). O número médio de trabalhadores da Novabase foi de 2.112 no ano passado, um aumento de 8% “excluindo a equipa de ‘shared services’ absorvida pela Celfocus, principal empresa do ‘Next-Gen’, em 2022”.

 

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Senhorios vão pagar menos ao Fisco. Estas são as novas taxas sobre as rendas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Fevereiro 2023

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira uma medida que diminuiu em três pontos percentuais, de 28% para 25%, a taxa autónoma que incide sobre os rendimentos de rendas.

O Governo propõe a redução da taxa de imposto sobre as rendas como parte do pacote de medidas apresentado esta quinta-feira para o setor da habitação. De acordo com o ministro das Finanças, a taxa geral de tributação sobre os rendimentos prediais – quando o senhorio não opta pelo englobamento dos rendimentos – descerá dos atuais 28% para 25%.

Mas há situações em que esta taxa baixa ainda mais, particularmente em função da duração do contrato. Por exemplo, em contratos com duração entre 5 e 10 anos, a taxa aplicável em sede de IRS reduz de 23% para 15%.

Já nos contratos entre 10 e 20 anos de arrendamento, a tributação passa de 14% para 10%, enquanto nos contratos com duração superior a 20 anos o imposto desce de 10% para 5%.

Estas medidas fazem parte do pacote “Mais habitação”, aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros. As propostas são dirigidas sobretudo à promoção do mercado de arrendamento e à dinamização de construção de habitação e que contempla vários benefícios fiscais.

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