Fed abre linha de emergência para evitar contágio da falência de banco das startups
A Reserva Federal dos EUA abriu uma linha de emergência de liquidez para evitar riscos de contágio da falência do banco das startups ao sistema financeiro
Depois da falência do SVB Financial Group, dona do Sillicon Valley Bank (SVB), o Governo americano apressou-se a garantir que não haveria um resgate com dinheiro dos contribuintes.
No entanto, este domingo, a Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou a criação de uma linha de emergência de liquidez para garantir que todos os clientes com exposição ao SVB através de depósitos possam reaver o seu dinheiro já a partir desta segunda-feira.
“Para apoiar as empresas e as famílias americanas, o Conselho da Reserva Federal anunciou no domingo que disponibilizará fundos adicionais às instituições depositárias elegíveis para assegurar que os bancos têm capacidade para satisfazer as necessidades de todos os seus depositantes“, referiu a Fed em comunicado.
Segundo o regulador do mercado bancário norte-americano liderado por Jerome Powell, “esta ação reforçará a capacidade do sistema bancário para salvaguardar os depósitos e assegurar o fornecimento contínuo de dinheiro e crédito à economia.” Além disso, deixou claro a capacidade e a vontade da Fed para normalizar o setor. “A Reserva Federal está preparada para lidar com quaisquer pressões de liquidez que possam surgir”, lê-se no comunicado.
A forma de a Fed restituir confiança ao mercado passa pela disponibilização de uma linha de financiamento adicional através da criação de um novo Programa de Financiamento a Prazo Bancário (Bank Term Funding Program – BTFP) que oferecerá empréstimos de até um ano a bancos, associações de poupança, cooperativas de crédito e outras instituições depositárias elegíveis que se comprometam a dar como colateral obrigações do Tesouro dos EUA e outros títulos de dívida do Tesouro norte-americano, obrigações hipotecárias e outros títulos que serão definidos pela Fed e que serão avaliados ao par.
Com esta iniciativa, a Fed acredita que “o BTFP será uma fonte adicional de liquidez contra títulos de alta qualidade, eliminando a necessidade de uma instituição vender rapidamente esses títulos em tempos de stress”, como sucedeu com o SVB que, por via de uma “venda rápida” destes ativos para garantir a sustentabilidade da instituição teve de reconhecer perdas 1,8 mil milhões de dólares, despoletando posteriormente o descalabro do banco.
“Estou satisfeito por terem chegado rapidamente a uma solução que protege os trabalhadores americanos e as pequenas empresas, e mantém o nosso sistema financeiro seguro”, referiu Joe Biden, Presidente dos EUA, sublinhando que “a solução também assegura que os dólares dos contribuintes não sejam postos em risco.”
Como forma de conferir ainda mais segurança ao mercado, a Fed refere que “com a aprovação da Secretário do Tesouro [Janet Yellen], o Departamento do Tesouro disponibilizará até 25 mil milhões de dólares do Fundo de Estabilização Cambial como uma salvaguarda para o BTFP”. No entanto, a entidade liderada por Powell sublinha que “não prevê que será necessário recorrer a estes fundos de reserva.”
As declarações da Fed e dos reguladores do sistema financeiro norte-americano foram recebidas positivamente pelos mercados asiáticos. O índice Hang Seng de Hong Kong terminou a sessão a subir 2,11% e tanto o índice Shenzhen Composite como o Shanghai Composite encerraram a sessão com ganhos de 0,4% e 0,8%, respetivamente.
No Japão, o principal índice acionista (Topix), apesar de ter fechado a cair 1,5%, chegou a negociar com ganhos. Entre os títulos mais destacados da sessão esteve o Softbank, identificado como uma das instituições com maior exposição ao SVB, que encerrou o dia a perder 1,5%.
Cerca de uma hora depois do fecho da bolsa de Tóquio, a instituição financeira que conta com muitos investimentos em startups tecnológicas, revelou num comunicado citado pela Reuters que antecipa que a falência do SVB não tenha qualquer impacto na condição financeira da instituição, “dado o anúncio das autoridades dos EUA de que os depósitos estão totalmente protegidos.”
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