BRANDS' ECO Heróis PME: “O futuro de Portugal depende do crescimento de PME”
Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, é o embaixador da 5ª edição dos Heróis PME. Em entrevista ao ECO, o responsável garante que as PME são cruciais para o crescimento do país.
A quinta edição do prémio Heróis PME já está a decorrer e, à semelhança das outras edições, tem como principal objetivo distinguir a coragem e resiliência das empresas portuguesas, bem como dar a conhecer ao público a história de vida dos seus empresários e da própria criação das suas PME.
Este ano, o embaixador do programa é Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, que, em entrevista ao ECO, destacou a importância de se realizarem iniciativas como a dos Heróis PME e ainda realçou o impacto positivo que as PME podem ter na economia do país.
De acordo com o responsável da Renova, o apoio às PME é fundamental para que mais empreendedores se sintam encorajados a pôr as suas ideias em prática sem a pressão do sucesso imediato. Veja abaixo a entrevista.
Qual a importância de uma iniciativa como a dos Heróis PME?Uma das dificuldades que o nosso país tem é, sem dúvida, ter um PIB baixo. Nós podemos fazer crescer o PIB do país se conseguirmos criar valor. E cria-se valor através de empresas e do desenvolvimento de produtos ou serviços. E as empresas começam por empresas pequenas, por PME. Portanto, eu acho que a criação de PME é muito importante para o país, mas, às vezes, isto é quase uma heroicidade. Isto porque Portugal não tem uma cultura muito favorável, por imensas razões, à criação e desenvolvimento das empresas. Portanto, acho que uma iniciativa destas pode incentivar essa criação e dar visibilidade às PME de sucesso, que, muitas vezes, não têm essa visibilidade. É extremamente inspirador e motivador para as pessoas saberem de outros casos, de maneira que acho de uma importância enorme este tipo de iniciativas.
Por que decidiu aceitar o desafio de ser o embaixador do programa este ano?Aceitei o desafio porque eu acho que Portugal precisa mesmo de uma mentalidade de empreendedorismo e de criação de empresas. Nós vemos imensos jovens espetaculares a saírem com ideias das universidades e acho que é uma pena não criarem a sua própria empresa e não arriscarem. E isto também acontece porque no nosso país o insucesso é muito penalizado. Às vezes, uma pequena empresa não tem logo sucesso, mas é importante que façam e, se não sair bem à primeira, que não desista. Eu acho que esta necessidade de haver startups, de as pessoas investirem, de criarem a sua própria empresa, pode permitir desenvolver imenso o país. E se eu puder ajudar a contribuir, nem que seja um bocadinho, ficaria contentíssimo.
O que mais valoriza dentro de uma PME?
Pessoas. Normalmente, uma PME começa com a ideia de uma pessoa. E nós vemos essa pessoa com os olhos a brilharem e com a capacidade de partilhar uma ideia, algo que quer fazer, portanto aquilo que eu mais valorizo são pessoas. No fundo, em todas as organizações, o mais importante são as pessoas. Mas quando ela é muito pequena, quando está no começo, então ainda mais importância têm.
Quais é que acha que deveriam ser os cuidados de uma PME que pretenda crescer no mercado?Ter pessoas com capacidade, em primeiro lugar. E depois há duas ou três coisas que também são importantes. Uma delas é entender que, às vezes, não chega ter uma ideia boa, é preciso conhecer os clientes a quem vai ser vendida essa ideia. Portanto, é necessária uma atenção muito especial ao mercado, que exige ter um espírito comercial que, às vezes, falta. E, por outro lado, ter um controlo muito grande dos custos das coisas, isto porque podemos ter a melhor ideia, mas se o custo for muito elevado e as pessoas não estiverem dispostas a pagar por isso, ela será um insucesso. Ou seja, as três coisas são: as pessoas, o conhecimento do mercado e a que preço vou vender os produtos.
Como vê o futuro das PME em Portugal?Eu acho que o futuro de Portugal depende do crescimento de PME. Eu acho que é extremamente importante termos um viveiro muito grande de PME. Até porque há PME que depois se tornam empresas muito grandes e das quais sai muito valor. Portanto, acho que seria muito importante ser acarinhado esse viveiro de PME. E eu espero que haja muito mais. É por isso que estou aqui, mas isto depende de muita coisa. No entanto, dentro do que me for possível, ajudarei a dar visibilidade a casos que são inspiradores.
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