Residentes de Barcelona queixam-se dos preços do arrendamento e culpam nómadas digitais

E já não é só na habitação que notam diferenças. Uma cerveja num bar do bairro de Poblenou, em Barcelona, passou a custar seis euros, dizem os residentes.

Com o preço do arrendamento de casa a aumentar, os residentes do bairro de Poblenou, em Barcelona, estão a ser obrigados a sair da zona, rumo a outras localizações onde o custo do aluguer seja mais baixo. O aumento da população de nómadas digitais, especialmente vindos do Reino Unido, é apontado pelos residentes como um dos principais fatores que está a fazer disparar o preço do arrendamento de casa, avança o Schengen Visa Info (acesso livre, conteúdo em inglês). Em Espanha, os pedidos para vistos para nómadas digitais arrancaram em fevereiro.

Embora as rendas mais elevadas se destinem aos nómadas digitais, os catalães defendem que acabam por ser afetados pelo aumento de preços, e até forçados a abandonar o seu atual local de residência. E já não é só na habitação que notam diferenças.

“Não somos o alvo para os bares. Agora querem vender a estrangeiros. Cobram seis euros por uma cerveja”, afirma um residente de Poblenou.

Os catalães defendem ainda que os proprietários preferem, agora, alugar as suas casas a estrangeiros, nómadas digitais e trabalhadores remotos em Espanha, uma vez que, em princípio, ganham ordenados mais elevados.

Um nómada digital natural de Londres, atualmente a viver no bairro de Poblenou, não partilha a mesma opinião. Defende que este tipo de trabalhadores traz mais valor à economia do que os tradicionais turistas, que, normalmente, não permanecem tanto tempo, nem vivem como um local.

Os pedidos para o visto de nómada digital em Espanha arrancaram oficialmente no início de fevereiro, tornando possível a todos os estrangeiros dirigirem-se a terras espanholas e trabalharem a partir daí, de forma legal, para clientes e empresas localizadas fora de Espanha.

Em Portugal, uma nova tipologia de visto muito semelhante — que permite a cidadãos de fora da União Europeia e do Espaço Económico Europeu viverem e trabalharem para fora a partir de Portugal — entrou em vigor no final de outubro passado. Desde esse momento o país emitiu já “cerca de 550 vistos” para nómadas digitais trabalharem remotamente a partir de Portugal. Informáticos, profissionais liberais e de outras atividades diversas são os perfis mais recorrentes entre os que solicitam esta autorização.

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