“Sabemos as profissões que vamos perder e precisar. Temos de fazer com que isto resulte”, diz CEO da Sonae
Cláudia Azevedo foi uma das oradoras convidada do painel "What Next for Jobs?", que decorreu durante a conferência do Fórum Económico Mundial.
Está nas mãos dos governos, empresas e pessoas promover uma cultura de aprendizagem ao longo da vida, de modo a conseguirem abraçar as oportunidades que surgem. A transição digital e energética já começou e a escassez de talentos nestas áreas está a penalizar a evolução e o crescimento. É preciso apostar no reskiling, já.
“Não precisamos destas skills no futuro, precisamos agora. O facto de não termos estas competências está a fazer-nos abrandar a transição energética. A Europa diz que são precisos mais um milhão de engenheiros para fazer os painéis solares que deveria estar a fazer agora”, começou por dizer Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, durante a sua intervenção na conferência do Fórum Económico Mundial sobre crescimento e futuro do trabalho, que decorreu esta tarde.
“Na Europa, só 50% da população tem digital skills básicas. Há um trabalho enorme que tem de ser imediatamente feito. Nós sabemos tudo, sabemos quais as profissões que vamos perder, sabemos de que profissões vamos precisar… Temos de fazer com que isto resulte. E não é para 2050, é para hoje”, continuou a gestora, que partilhou o painel “What Next for Jobs?” com Younes Sekkouri, ministro da Inclusão Económica, das Pequenas Empresas, do Emprego e das Competências de Marrocos, Sander van ’t Noordende, CEO da Randstad, e Steve Sedgwick, anchor da CNBC, que moderou o debate.
Admitindo que a retalhista portuguesa tem uma “enorme dificuldade em encontrar talento” nestas áreas, Cláudia Azevedo defendeu que o reskilling é uma “responsabilidade de todos”: Governo, empresas e pessoas. E relembrou a iniciativa de formação europeia “Reskilling 4 Employment” (R4E), cuja empresa é uma das promotoras. O programa, uma iniciativa da European Round Table for Industry (ERT), tem a meta da requalificação de um milhão de adultos na Europa até 2025.
O CEO da Randstad acrescentou ainda a importância de apostar na especialização – “é fundamental especializar skills“– e na equidade – “toda a gente tem de participar, ninguém pode ficar para trás”. Por outro lado, relembrou ainda que existe uma ideia antiga sobre educação que está a deixar de fazer sentido. “É preciso ir ao colégio à universidade, aprender em sala de aula. Não, já não é mais assim.”
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