17 mil enfermeiros foram reclassificados até ao momento, avança ministro
"Nós tínhamos uma expectativa inicial de que iríamos reclassificar cerca de 20 mil enfermeiros temos mais de 17.000. Admito que haja casos para serem resolvidos", disse Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde disse esta segunda-feira que já foram reclassificados 17 mil enfermeiros, quando a expectativa do governo era de 20 mil, e que o executivo tem reunido regularmente com sindicatos sobre o assunto.
“O Governo chegou a acordo com a grande maioria dos sindicatos de enfermeiros no final do ano passado para um sistema de contagem dos seus pontos que conduziu já a uma revalorização na carreira e, naturalmente, também na remuneração de mais de 17.000 enfermeiros”, disse Manuel Pizarro a jornalistas após uma visita às obras de construção do futuro Hospital de Sintra, no bairro da Cavaleira, freguesia de Algueirão – Mem Martins.
De acordo com o ministro, o processo ainda está em curso, “vendo agora caso a caso, situações em que um ou outro profissional não acha que foi bem reclassificado”. “Nós tínhamos uma expectativa inicial de que iríamos reclassificar cerca de 20 mil enfermeiros temos mais de 17.000. Admito que haja casos para serem resolvidos”, disse, lembrando que foram pagos retroativos a janeiro de 2022 a todos os enfermeiros requalificados.
O ministro da Saúde reconheceu também que “demora tempo” a generalização de bons procedimentos de gestão hospitalar para fazer face aos atrasos no acesso a algumas especialidades. Questionado sobre o facto de a marcação de uma primeira consulta na Guarda estar com um atraso de cerca de 1.200 dias, ou na zona do Fundão uma consulta de apoio à fertilidade ter uma espera de 900 dias, números avançados no domingo pelo comentador da SIC Luis Marques Mendes, o ministro da Saúde disse que também viu “outros gráficos onde eram apresentadas melhorias”.
“Vi gráficos de grande melhoria da situação do hospital Santa Maria, uma situação muito positiva no hospital São João”, referiu, adiantando a necessidade de se criarem “bons procedimentos de gestão, que permitem que alguns hospitais públicos tenham uma resposta excelente e atempada”. De acordo com o ministro, esse processo “demora tempo a generalizar-se e há de ser feito paulatinamente”, sendo que “a expectativa é que os resultados venham a melhorar progressivamente”.
Para Manuel Pizarro “há que organizar melhor os recursos disponíveis”, em alguns casos contratar outros serviços “preferencialmente contratar profissionais dentro do SNS”, mas sem qualquer problema em contratar fora caso haja necessidade.
O ministro adiantou que tinha dado conta ao presidente da câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que está em curso uma operação que vai entrar em ação “no próximo outono” para o alargamento da parceria publico privada do Hospital de Cascais, “com cerca de mais 100 camas” destinadas aos utentes de um conjunto de freguesias do concelho de Sintra.
Quanto à questão da falta de médicos de família em Sintra, onde cerca de 60% dos utentes esperam atribuição, Manuel Pizarro reconheceu que a Câmara Municipal de Sintra tem sido “exemplar no seu esforço para contribuir para que o SNS consiga superar algumas das suas dificuldades”, admitindo a falta de profissionais.
“Nós temos especialistas de medicina geral e familiar a menos. Eu tenho muita expectativa que o concurso que está agora a decorrer, lançado no dia 2 de maio, no qual abrimos no país todas as vagas possíveis, permitam colocar um número significativo. As nossas expectativas são entre 200 a 250 médicos”, disse.
Manuel Pizarro frisou que o país necessita de um total de 978 especialistas de medicina geral e familiar, garantindo que irá contratar “todos os que estejam disponíveis para trabalhar no SNS”, lembrando que agora formaram-se cerca de 300. O ministro não colocou de parte abrir concursos para os médicos “que acabaram agora a especialidade, depois de conhecido o resultado deste concurso” que decorre.
“Depois deste concurso anunciaremos novas medidas para continuar a mitigar este problema”, sublinhou. Neste momento, e segundo dados avançados pelo ministro, há cerca de 1,6 milhões de pessoas sem médico de família.
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