Crioestaminal vai integrar piloto da semana de quatro dias do Governo
A Crioestaminal acredita que esta iniciativa pode trazer benefícios significativos, quer para os colaboradores, quer para a empresa ao nível da produtividade e atração e retenção de novos talentos.
A Crioestaminal, sediada em Cantanhede, é uma das empresas que vai participar no projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho promovido pelo Governo. Durante seis meses, os cerca de 90 colaboradores do laboratório de células estaminais vão experimentar uma redução das horas de trabalho semanais, mantendo os seus salários e benefícios.
“A flexibilidade no trabalho faz, desde sempre, parte da cultura da empresa. Este projeto aparece na altura certa. A Crioestaminal completa 20 anos em 2023 e consideramos que estamos na altura de dar o salto para uma nova forma de trabalhar, que acreditamos ser o futuro no mercado de trabalho. Uma forma que dê mais tempo livre aos colaboradores, para fazerem o que desejarem”, justifica Alexandra Mendes, diretora de recursos humanos da Crioestaminal.
A redução de horas semanais vai implicar a revisão completa dos processos de trabalho dentro da empresa, o que pode incluir medidas como a otimização da duração das reuniões e do número de participantes, a criação de métodos de trabalho que evitem interrupções ou a adoção de novas tecnologias e softwares. Tudo para que o serviço não saía comprometido. O laboratório da Crioestaminal vai continuar a funcionar de acordo com uma escala que garante a disponibilidade, durante todos os dias da semana, para receber e criopreservar as amostras dos bebés que nascem, assegura a empresa.
“Para os nossos clientes nada mudará. Ou, se calhar, muda tudo. Quem guarda as células estaminais na Crioestaminal sabe que está a guardar as células numa empresa que considera que o mais importante são as pessoas e que, ter colaboradores satisfeitos e motivados garante um serviço de qualidade”, refere Alexandra Mendes, citada em comunicado.
Apesar de consciente de que é necessário repensar e restruturar a forma como o trabalho é realizado, de forma a garantir que a mudança para uma semana de trabalho mais curta é efetiva e sustentável, a Crioestaminal acredita que esta iniciativa pode trazer benefícios significativos, quer para os colaboradores, quer para a empresa ao nível da produtividade e atração e retenção de novos talentos.
O economista e co-coordenador do projeto-piloto, Pedro Gomes, sublinha que “a Crioestaminal é uma empresa do século XXI, numa indústria do século XXI. Está na fronteira da tecnologia, mas não se acomoda: continua a investir em I&D e a inovar. A sua participação neste piloto atesta esse espírito inovador, que todos queremos para a nossa economia”.
“O trabalho preparatório desenvolvido pela Crioestaminal ao longo dos últimos três meses foi exemplar, sendo notório o esforço de aprendizagem com exemplos internacionais. A diversidade de funções dentro da empresa, desde os laboratórios à parte comercial, gera uma maior complexidade de implementação. A Crioestaminal é um exemplo exímio de como lidar com esta complexidade, oferecendo, em simultâneo, múltiplas soluções para acomodar uma redução da semana de trabalho”, acrescenta ainda Rita Fontinha, co-coordenadora do projeto-piloto e especialista em recursos humanos.
Piloto do Governo arranca em junho
A semana de quatro dias tem sido amplamente discutida como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também a produtividade e competitividade das empresas. A iniciativa do Governo é uma das primeiras tentativas de testar esta abordagem em grande escala.
“O projeto piloto da semana de quatro dias significa uma redução dos tempos de trabalho para os trabalhadores, aumentando a sua disponibilidade para investirem na sua formação, na sua vida familiar e nos outros papeis que desempenham na sociedade. A empresa não passa a operar apenas 4 dias, mas organiza-se para novas formas e tempos do trabalho. E as empresas que perceberem esta mudança terão uma vantagem competitiva no mercado de trabalho para atrair e reter talento”, afirma Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho.
De acordo com os últimos dados, divulgados pela organização do piloto promovido pelo Governo no final de março, um total de 46 empresas, das quais quatro com mais de 1.000 trabalhadores, decidiram avançar para a segunda fase do piloto da semana de quatro dias, cujo arranque está previsto para junho. Um total de 20 mil colaboradores estará abrangido neste piloto.
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