Zelensky garante que Bakhmut “não está ocupada pela Federação Russa”
O Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, negou na cimeira do G7 que a cidade de Bakhmut esteja ocupada pelas tropas russas, "ao dia de hoje".
O grupo Wagner e o Governo russo vieram reclamar a conquista de Bakhmut, a cidade no leste da Ucrânia que nos últimos meses tem sido palco de uma sangrenta batalha. O presidente ucraniano pareceu inicialmente admitir, ainda que de forma ambígua, a derrota, mas em declarações este domingo na cimeira do G7 foi muito claro ao dizer que Bakhmut “não está ocupada pela Federação Russa, ao dia de hoje”.
Vladimir Zelensky afirmou que as tropas ucranianas continuam na cidade. “Estamos a lutar graças à coragem do nosso povo, dos nossos guerreiros”, disse em declarações aos jornalistas, citadas pelo The Guardian. “Compreendo claramente o que aconteceu em Bakhmut. Não posso partilhar convosco as visões táticas dos nossos militares”, afirmou ainda.
Algumas horas antes, Zelensky tinha dado uma resposta ambígua. Questionado sobre se Bakhmut estava ocupada pelas tropas russas respondeu: “Não me parece”. Em seguida, virando-se para o jornalista que tinha feito a pergunta, acrescentou: “O que tem de compreender é que não existe nada lá, todos os edifícios foram destruídos“. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada. Bem, muitos soldados russos mortos, mas eles vieram por nossa causa”, disse ainda, segundo o relato da agência espanhola EFE.
O assessor de imprensa de Zelensky, Sergii Nykyforov, fez mas tarde uma publicação no Facebook onde já clarificava a intenção das palavras do presidente, dizendo que ele nega a perda do controlo da cidade, noticia a Reuters.
“Pergunta do repórter: Os russos dizem que capturaram Bakhmut. Resposta do Presidente: Não me parece”. Acrescentou ainda, em ucraniano: “Desta forma, o presidente negou a captura de Bakhmut”.
Zelensky viajou para Hiroxima para participar na cimeira do grupo das sete países mais desenvolvidas, o G7, e foi questionado sobre Bakhmut à saída de uma reunião bilateral com o homólogo norte-americano, Joe Biden.
O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou, no sábado, a conquista total da cidade de Bakhmut. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.
Os mercenários do grupo Wagner lideraram as forças russas na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde a invasão da Ucrânia, em 22 de fevereiro de 2022.
Zelensky agradeceu aos soldados que lutaram contra as tropas russas durante oito meses em Bakhmut. “Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram”, afirmou na cimeira do G7 que decorre até este domingo em Hiroxima, no Japão.
No início do encontro com Biden, Zelensky disse que a Ucrânia “tem uma posição forte no campo de batalha” e que se mantém a expectativa de que lance em breve uma contraofensiva para retomar as regiões ocupadas pelos russos.
Apesar de ser considerada uma cidade sem valor estratégico, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ambos os lados, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates. Desconhece-se o número de baixas civis e militares na batalha pelo controlo de Bakhmut, bem como nos 15 meses de guerra na Ucrânia.
Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, a cidade de Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra.
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