Lucros da Altri caem 34,4% no primeiro trimestre, para 19,6 milhões
Desempenho financeiro no arranque do ano influenciado pelo volume de vendas, com as receitas totais a baixarem quase 10%, para 224,7 milhões de euros.
O resultado líquido do grupo Altri ascendeu a 19,6 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, que ficou marcado por um alívio nos preços das fibras celulósicas, o que representou uma descida de 34,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
O desempenho financeiro no arranque do ano foi influenciado pelo volume de vendas, com as receitas totais a baixarem 9,9%, para 224,7 milhões, pressionadas pelo efeito de “destocking” na indústria de pasta e papel – com a desaceleração na procura global e a normalização da logística –, e pelo menor contributo das vendas de energia.
A evolução das receitas, associada aos principais custos variáveis (que continuam a um nível mais elevado do que no período homólogo), acabaram por levar a uma evolução negativa na margem. Entre janeiro e março deste ano, o EBITDA atingiu os 50,2 milhões de euros, um decréscimo de 17,6%, registando-se uma margem EBITDA de 22,3% (-2,2 pontos percentuais).
Em comunicado enviado à CMVM, o CEO da Altri refere que, apesar da estabilização nos principais custos, estes continuam mais elevados do que no mesmo período do ano passado”, pelo que “este contexto reforça o foco na gestão dos custos em todo o processo produtivo e na implementação de medidas adicionais que permitam melhorar a eficiência operacional”.
“Apesar desta conjuntura, continuamos o novo esforço de investimento em projetos relevantes que reforçam a nossa aposta no crescimento orgânico. Só neste trimestre, o Grupo Altri investiu um total de 18,4 milhões de euros, quase três vezes mais que no período homólogo, num esforço de melhoria da eficiência e sustentabilidade das nossas unidades industriais, mas também procurando prepará-las para que possam agarrar novas oportunidades criadas pela bioeconomia”, salienta José Soares de Pina.
Através da Caima, da Celbi e da Biotek, a Altri produziu 239,5 mil toneladas de fibras celulósicas no trimestre, uma redução homóloga (-14,5%) em resultado da paragem programada da principal unidade industrial do grupo neste período, em que a dívida líquida do grupo “permaneceu praticamente inalterada”, ascendendo a 327,5 milhões de euros. Para outubro está programada a paragem para manutenção das unidades da Biotek e da Caima.
Em relação ao Projeto Gama, na Galiza, em que prevê anunciar a decisão final de investimento em 2023, o grupo refere que está a “avançar nos principais pilares para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da UE”.
O projeto Gama decorre de um memorando de entendimento assinado com a Impulsa, um consórcio público-privado da Comunidade Autónoma da Galiza, para estudar em exclusivo a construção de uma unidade industrial de raiz, com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.
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