Macron e Scholz pedem repetição de eleições autárquicas no Kosovo
A Presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, disse que estava "disponível para considerar" a proposta feita pela França e pela Alemanha.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediram esta quinta-feira a realização de novas eleições em municípios disputados no norte do Kosovo, cenário de confrontos recentes.
“Pedimos a ambas as partes que organizem novas eleições nestes quatro municípios, o mais rapidamente possível”, com um “compromisso do Kosovo” e “uma participação nestas eleições de forma clara por parte do lado sérvio”, disse Macron, após uma reunião quadripartida com os presidentes sérvio e kosovar em Chisinau, na Moldova, à margem da cimeira da Comunidade Política Europeia que hoje decorreu naquele país.
A Presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, disse pouco depois que estava “disponível para considerar” a proposta feita pela França e pela Alemanha. A União Europeia (UE) também prometeu reunir ministros de ambos os países para tentar encontrar uma solução para este problema.
O chefe de Estado francês criticou ainda “a lamentável organização de eleições quando não foram dadas as garantias de um desfecho adequado”, bem como a eleição de “quatro autarcas com menos de 5% dos eleitores, o que obviamente não é condição de legitimidade”.
Pelo quarto dia consecutivo, dezenas de manifestantes sérvios concentraram-se diante das câmaras de três municípios do norte do Kosovo para exigir a saída dos presidentes de câmara albaneses, cuja autoridade não reconhecem, e da polícia kosovar.
Os protestos decorrem em Zvecan, Leposavic e Zubin Potok, em frente às instalações municipais, onde os soldados da missão de paz da NATO no Kosovo (KFOR) colocaram barreiras metálicas e arame farpado. A situação é de uma calma aparente, após os violentos confrontos de segunda-feira entre manifestantes e as forças de segurança em Zvecan, que fizeram cerca de 80 feridos, 30 soldados da KFOR e 50 manifestantes sérvio-kosovares.
Segundo os meios de comunicação social locais, a KFOR reforçou a presença em vários pontos de Zvecan a pedido dos sérvios, que receiam incidentes com a polícia kosovar. Os líderes políticos da comunidade sérvia apelaram aos manifestantes para que protestem pacificamente e não entrem em conflito com a KFOR.
O primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, rejeita a possibilidade de afastar os presidentes de câmara eleitos destes municípios, apesar dos apelos dos Estados Unidos para que esses autarcas trabalhem fora dos edifícios oficiais e para que a polícia especial seja retirada da área para reduzir as tensões.
Entretanto, no setor sul (albanês) da cidade de Mitrovica, a polícia kosovar pediu aos cidadãos que ignorassem o apelo nas redes sociais para uma marcha de protesto em direção ao norte da cidade, onde vivem os sérvios.
O Kosovo, uma antiga província sérvia povoada por uma grande maioria de albaneses, proclamou a independência em 2008, decisão que a Sérvia não reconhece. Os dois países estão a negociar a normalização das relações sob os auspícios da UE e com o apoio dos Estados Unidos.
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