Dois terços dos portugueses dão nota negativa a Governo na agricultura
Entre os inquiridos no inquérito do CESOP, 89% vê como justas as reivindicações que o setor agrícola tem vindo a fazer e apenas 11% referem que o Governo deu resposta aos apelos.
Dois terços dos portugueses fazem uma avaliação negativa do trabalho que o Governo tem feito no setor agrícola, segundo uma sondagem realizada pelo CESOP – Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, a pedido da Confederação dos Agricultores de Portugal. Maioria dos inquiridos já ouviu falar das reivindicações dos agricultores e considera-as justas.
Entre os inquiridos deste inquérito realizado entre os dias 10 e 19 de abril de 2023, 89% vê como justas as reivindicações que o setor agrícola tem vindo a fazer e apenas 11% referem que o Governo deu resposta aos apelos, segundo indica a CAP, em comunicado enviado este sábado. Dados mostram que portugueses “exigem mais da parte do Governo, na agricultura e em termos de medidas e apoios”, indica Marcelo Rebelo de Sousa, na apresentação do estudo.
Apesar da má nota dada ao Governo na resposta às reivindicações, 41% dos inquiridos avalia como razoável o trabalho que tem sido feito pela ministra da Agricultura e da Alimentação. Já questionados sobre as áreas que deveriam ser tuteladas pelo Ministério, os portugueses consideram que áreas como as florestas e a utilização da água devem estar sob a alçada da ministra.
Luís Mira, secretário-geral da CAP, defende que se tem assistido a uma “clara desvalorização política da pasta da Agricultura, consumada no esvaziamento progressivo das competências do Ministério da Agricultura, ao mesmo tempo que assistimos ao empobrecimento do discurso público em torno do setor agrícola – que, quer queiramos ou não, é uma atividade vital para a economia portuguesa e um fator crucial para a coesão do País”, citado em comunicado.
Já no que diz respeito aos preços ao consumidor, os portugueses atribuem como principais fatores pelo aumento do custo dos alimentos a “margem dos lucros da Distribuição (40%), a subida dos fatores de produção como efeito da guerra na Ucrânia (34%)”, mas também os impostos cobrados pelo Estado, através do IVA (22%).
Quanto ao acordo para o IVA Zero, “62% dos respondentes afirmam que os apoios do Governo à produção não permitem que os consumidores tenham acesso a produtos mais baratos”, nota a CAP.
O inquérito obteve 991 respostas válidas, sendo 50% dos inquiridos mulheres, 28% da região Norte, 21% do Centro, 35% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.
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