Pensar a Região Centro

  • ECO
  • 12 Junho 2023

Na Conferência “Região Centro” ficou claro que esta zona do País está em franco desenvolvimento, por conta da indústria e do turismo, mas tem como principal entrave a falta de mão de obra.

A Conferência “Região Centro”, levada a cabo pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), a 2 de junho, em Coimbra, reuniu diferentes especialistas com o propósito de debaterem o futuro desta zona que, todos os anos, se torna mais atrativa para turistas e investidores.

As Beiras vivem lado a lado e ocupam uma das áreas mais extensas de Portugal. Somam-se 100 Municípios distribuídos pela maior placa geográfica administrativa de Portugal. Se as compararmos com outras zonas do país – o Alentejo tem 57 autarquias e o Algarve, apenas 16 – chegamos à conclusão de que na região centro o “convívio” entre pares é bastante maior. Razão pela qual é importante pensar nesta zona como um todo.

Num primeiro momento da conferência, Pedro Machado, Presidente do Turismo do Centro, e Duarte Vicente, diretor-geral da revista Time Out, expuseram as suas visões e perceções sobre a região, cujos indicadores referentes ao turismo estão, em 2023, muito acima do ano anterior. Uma expansão rápida e progressiva que, segundo Pedro Machado, se deve a uma nova forma de estar da população em Portugal e no estrangeiro. Atualmente, o “novo luxo” que o turismo procura chama-se Tempo, Espaço e Segurança. E onde podem os novos turistas encontrar esse requinte? Na região Centro, nas aldeias ou nos hotéis Boutique, etc.

Segundo o presidente do Turismo do Centro, o próprio modelo de negócio está a mudar. Já o diretor da Time Out destaca a importância dos nómadas digitais. Como turistas de longa duração, acabam por permanecer nos locais durante muito tempo e trazem mais-valias económicas, culturais e sociais a toda a região.

No final da sua intervenção, Pedro Machado fez questão de destacar a importância que, hoje em dia, as redes sociais têm no desenvolvimento económico do turismo nas diferentes regiões. Contudo, a falta de mão-de-obra nos serviços acaba por ser um grave problema no setor e impactar o funcionamento e dinâmica dos mesmos.

No mesmo debate foram ouvidos empresários da região, exemplo de António Henriques, que fundou a consultora CH Consulting há 25 anos e sediou-a em Coimbra. Hoje, a empresa marca presença em todo o país e “deu o salto” além-mar para paragens como o Belize, Colômbia, Madagáscar e Brasil. O CEO refere que os 100 municípios da região têm 100 realidades diferentes. Do litoral ao Interior, as Beiras são muito díspares. Ainda assim, o maior problema, que assume ser transversal a todo o território, prende-se com a falta de recursos humanos: “Em 25 anos nunca tive tanta dificuldade em contratar como agora”, assume.

Também Raúl Santos criou a SunEnergy em Aveiro, mas sediou-a em Coimbra. O empresário está contente com o desenvolvimento que o negócio tem tido e considera que tal se deve à linha que seguiu: apostou num novo modelo de franchising inovador. “Ou seja, conseguimos um crescimento mais rápido, com um risco inferior e, em simultâneo, alcançamos maior proximidade junto dos nossos clientes. Este modelo permitiu diferenciarmo-nos da concorrência”, conta.

João Carvalho diretor Comercial e Marketing d’A Previdência Portuguesa, acredita que um dos principais problemas da região prende – se com o investimento. Ou a falta dele: “Com as taxas de juro a crescer, as famílias não conseguem fazer face às necessidades básicas. Este é um dos aspetos que me parece crítico, até porque acreditamos que o futuro e o crescimento dependem desse investimento. Mas tem de haver um equilíbrio entre a poupança presente e o futuro.”

Assista ao vídeo da Conferência “Região Centro”.

 

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