Porto de Aveiro abre três áreas industriais para projetos de eólico offshore

Na zona industrial e logística onde já opera a gigante sul-coreana CS Wind, a Administração do Porto de Aveiro está a disponibilizar três parcelas para unidades fabris do setor eólico offshore.

A Administração do Porto de Aveiro (APA) vai disponibilizar mais cerca de 190 mil metros quadrados na Zona de Atividades Logísticas e Industriais (ZALI) para a instalação de empresas do setor das energias eólicas offshore, afetando três novas parcelas para a construção e exploração de negócios nesta área.

Segundo a informação disponibilizada pela autoridade portuária, uma das áreas a concessionar dispõe de uma frente de cais com 200 metros de comprimento, a ser construída pela futura concessionária, que “gozará de prioridade na acostagem de navios que movimentem as suas cargas”; enquanto as outras duas parcelas ficam numa segunda linha, sem acesso direto ao plano de água.

Planta de localização das três novas parcelas

“Qualquer interessado na atribuição do uso privativo, mediante contrato de concessão, de uma ou mais das parcelas identificadas poderá apresentar à APA o seu interesse, por escrito, no prazo de 30 dias contados da publicação deste aviso”, lê-se no aviso assinado pelo presidente do conselho de administração, Eduardo Feio, anterior presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).

Caso o Governo consiga concretizar a instalação dos dez gigawatts (GW) previstos no primeiro leilão eólico offshore, Portugal poderá ver nascer ao longo da sua costa cerca de 650 turbinas eólicas, todas elas com uma distância mínima entre si de dois quilómetros e com até 15 megawatts (MW) de potência. Marco Alves, CEO do centro de investigação português Wavec Offshore Renewables, estima a criação de de 95 mil postos de trabalho diretos, a maioria “altamente qualificados”.

Estendendo-se por cerca de 73 hectares e com uma frente marítima de um quilómetro localizada entre o terminal de contentores e o de granéis sólidos, a ZALI apresenta-se como uma “plataforma logística portuária ímpar em Portugal, dado oferecer ligações marítimo e rodoferroviárias competitivas aos mercados internacionais, inclusive a possibilidade dos operadores económicos utilizarem um cais privativo”.

É nesta zona industrial pertencente ao concelho de Ílhavo que está instalada a sul-coreana CS Vinde, que no ano passado passou a deter a 100% da ASM Industries, produtora de torres eólicas e fundações offshore, após comprar a participação de 40% que ainda estava nas mãos de Adelino da Costa Matos, que deixou o cargo de CEO. A multinacional tem em curso um plano de investimento de 100 milhões de euros em Aveiro, que prevê duplicar o efetivo para mil pessoas e quintuplicar a faturação desta subsidiária para 400 milhões de euros em 2025.

Entretanto, num outro aviso publicado esta quinta-feira, o Porto de Aveiro anuncia ter recebido uma proposta para a construção de um parque de armazenamento de combustíveis líquidos, numa parcela com mais de 38 mil metros quadrados situada no Terminal de Granéis Líquidos, ficando o interessado, que não identifica, obrigado ao pagamento das taxas de ocupação desta área e à movimentação de mínimos anuais de carga.

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