Montenegro denuncia “número político” de Costa com aumento das pensões
Presidente do PSD defendeu pagamento de "melhores salários" na administração pública e nas empresas e avisou para "número político" de atualização extraordinária das pensões.
O presidente do PSD defendeu nesta quarta-feira que Portugal tem de “arriscar pagar melhores salários” na administração pública e nas empresas e avisou para o “número político” que o Governo se prepara para fazer com a atualização extraordinária das pensões.
Num pequeno-almoço promovido pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, num hotel em Lisboa, Luís Montenegro voltou a acusar o primeiro-ministro, António Costa, de ser “o campeão” na cobrança de impostos, e de a fiscalidade em Portugal ser demasiado elevada e imprevisível.
“O sr. António Costa será campeão em qualquer caso, não precisa de estar a dar uma goleada aos portugueses. Está primeiro a fazê-los sofrer para depois ter meios para fazer algumas benesses para determinadas camadas populacionais e, desculpem dizer, camadas eleitorais”, afirmou.
O líder do PSD enquadrou neste âmbito o aumento extraordinário que começará a ser pago aos pensionistas em julho. “A campanha eleitoral já está em curso. Esta semana vamos ser prendados com a notícia do aumento extraordinário das pensões que não é aumento nenhum: é apenas devolver aos pensionistas o que o dr. António Costa cortou lá atrás, no ano passado“, considerou.
Montenegro lembrou que o PSD apresentou uma proposta para que fosse inscrito no Orçamento para este ano “a atualização que a lei prevê”, na altura rejeitada. “Primeiro cobrou, primeiro sacrificou, e agora aparece com cara lavada a querer dar o que já era das pessoas, fazer um número político com o que já era dos pensionistas”, criticou.
O sr. António Costa será campeão em qualquer caso, não precisa de estar a dar uma goleada aos portugueses. Está primeiro a fazê-los sofrer para depois ter meios para fazer algumas benesses para determinadas camadas populacionais e, desculpem dizer, camadas eleitorais.
Um dia depois de o Banco Central Europeu ter alertado para o impacto que os aumentos salariais podem ter na persistência da inflação, o líder do PSD não se referiu diretamente a estas previsões, mas deixou um desafio. “Em Portugal, temos de arriscar com uma política salarial para valorizar quem trabalha na administração pública e nas empresas”, defendeu.
O líder do PSD admitiu que “é comum dizer que os salários não se aumentam por decreto”, e até considerou que nem no salário mínimo nacional deveria ser essa a via. “Mas confesso que vamos mesmo ter de arriscar no Estado, mas também nas empresas, em pagar melhores salários”, disse, alertando para a falta de recursos humanos na administração pública em áreas essenciais como saúde, educação segurança ou tribunais.
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