Segundo vice-presidente da Comissão assinala saída. Frans Timmermans concorre à liderança dos Países Baixos

Frans Timmermans, um dos vice-presidente da Comissão Europeia e a cara do Pacto Ecológico Europeu, vai candidatar-se a primeiro-ministro dos Países Baixos nas próximas eleições legislativas, a 22 de novembro. O anúncio foi feito pelo próprio, esta quinta-feira, depois de o líder do governo do Países Baixos, Mark Rutte, ter apresentado a demissão, no início deste mês.

“Esta manhã comuniquei aos partidos Trabalhista e Verdes que gostaria de ser candidato à liderança nas próximas eleições“, cita a Reuters as declarações de Timmermans emitidas pela televisão nacional daquele país, esta manhã. “Quero ser primeiro-ministro porque acho que podemos fazer política de forma diferente dos últimos anos, podemos criar uma sociedade mais justa, em que o mercado [financeiro] sirva as pessoas e não o contrário”.

Caso os partidos confirmem o número dois da Comissão Europeia como candidato principal – decisão que só chegará em agosto – Timmermans terá de deixar o seu cargo em Bruxelas e regressar aos Países Baixos, onde já desempenhou funções governativas. Entre 2012 e 2014, durante o anterior governo de Rutte, Timmermans foi ministro dos Negócios Estrangeiros.

No entanto, um porta-voz da Comissão Europeia, citado pela agência Reuters, assegurou esta quinta-feira que a candidatura de Timmermans à liderança da coligação trabalhistas-verdes “é ainda apenas uma hipótese, sujeita a um processo interno nos partidos”.

“Até à conclusão deste processo, não haverá nenhum impacto na sua disponibilidade como membro da Comissão Europeia, e ele continuará a ser o vice-presidente executivo com o pelouro do Pacto Ecológico Europeu”, cita a Reuters.

Com Timmermans na corrida, esta poderá ser a segunda baixa de peso no executivo comunitário de Ursula von der Leyen à medida que se aproximam as eleições europeias, em 2024. Na semana passada, a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, anunciou que será candidata, no próximo ano, à presidência do Banco Europeu de Investimento (BEI).