Pinto Moreira proibido de contactar políticos e funcionários da autarquia

O ex-autarca de Espinho, no âmbito da Operação Vórtex, ficou proibido de contactar politicos e funcionários da Câmara de Espinho, além de testemunhas e os outros arguidos.

O ex-autarca de Espinho e deputado social democrata, Pinto Moreira, no âmbito da Operação Vórtex, ficou proibido de contactar políticos e funcionários da Câmara de Espinho, além de testemunhas e os outros arguidos.

O deputado do PSD Pinto Moreira começou esta sexta-feira a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal no âmbito da Operação Vórtex, onde o ex-autarca de Espinho está acusado de corrupção passiva, tráfico de influência e violação das regras urbanísticas.

Em março, Joaquim Pinto Moreira, que foi presidente da Câmara de Espinho entre 2009 e 2021, foi constituído arguido no âmbito deste processo relacionado com corrupção naquela autarquia, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional (DIAP) do Porto.

Joaquim Pinto Moreira, na bancada parlamentar do PSD. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

À data, o ex-autarca ficou sujeito à medida de coação menos gravosa, o Termo de Identidade e Residência.

O despacho de acusação, consultado pela Lusa, refere que o deputado Pinto Moreira se comprometeu a favorecer os interesses do grupo Pessegueiro, permitindo “decisões céleres e favoráveis” nos processos urbanísticos submetidos à autarquia, desde logo o “Urban 32”.

De acordo com a investigação, a 27 de novembro de 2020, após a venda do imóvel para onde estava projetado o “Urban 32”, o empresário Francisco Pessegueiro, coarguido no processo, entregou 50 mil euros ao social-democrata, num café em Vila Nova de Gaia.

Pouco tempo depois, o ex-autarca terá ainda solicitado a Francisco Pessegueiro 25 mil euros por cada “démarche” a tomar em outros projetos urbanísticos do grupo, principalmente o 32 Nascente (três torres de habitação, comércio e serviços de saúde) e o lar residencial Hércules.

O MP diz que mesmo depois de sair da autarquia, Pinto Moreira continuou a exercer influência junto do então chefe de divisão de obras da autarquia, igualmente arguido no processo, para que os referidos procedimentos tivessem o fim desejado, no sentido de receber as contrapartidas acordadas.

Os investigadores referem ainda que entre janeiro e junho de 2022, o ex-autarca chegou a exercer influência que adquirira enquanto presidente da câmara para condicionar pareceres obrigatórios da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil no procedimento urbanístico do lar Hércules.

No mesmo processo, está também acusado Miguel Reis (PS), que renunciou ao mandato de presidente da Câmara de Espinho na sequência desta investigação e que se encontra em prisão domiciliária, de quatro crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação.

Os empresários João Rodrigues, Francisco Pessegueiro e Paulo Malafaia foram acusados (em co-autoria) de oito crimes de corrupção ativa, um de tráfico de influência, cinco de prevaricação e dois de violação das regras urbanísticas.

 

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