Julho foi o mês mais quente desde que há registo
Só na primeira e terceira semana de julho, a temperatura ultrapassou temporariamente o limiar de 1,5° Celsius, acima do nível pré-industrial. Emissões humanas são o principal responsável.
As primeiras semanas de julho foram as mais quentes desde que há registo e, segundo a Copernicus, julho está prestes a ser considerado o mês mais quente de sempre.
A informação é divulgada esta quinta-feira num relatório do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus (C3S), um dos seis serviços de informação temáticos do programa de Observação da Terra da União Europeia. Segundo a entidade, no dia 6 de julho, a temperatura média global diária do ar à superfície ultrapassou o recorde estabelecido em agosto de 2016, tornando-se no dia mais quente de que há registo, seguindo dos dias 5 e 7 de julho.
A Copernicus informa que as primeiras três semanas de julho foram o período consecutivo mais quente desde que há registo. Durante a primeira e a terceira semanas do mês, a temperatura média global ultrapassou, ainda que temporariamente, o limiar de 1,5° Celsius, acima do nível pré-industrial.
“Desde maio, a temperatura média global da superfície do mar tem estado muito acima dos valores anteriormente observados para esta época do ano, contribuindo para o julho excecionalmente quente“, informa o relatório.
Considerando os dados, a Copernicus conclui que será “extremamente provável” que julho de 2023 não só seja o julho mais quente de sempre, como também o mês mais quente de sempre, depois de junho deste ano ter ficado com esse título. Na análise referente a esse mês, a Copernicus indicou que, durante 15 anos, o mês de junho esteve consistentemente acima das médias do período de referência 1991-2020, mas junho de 2023 esteve muito acima dos outros, tendo sido considerado uma “anomalia” pela equipa de especialistas.
Na nota divulgada esta quinta-feira, Carlo Buontempo, diretor do C3S, considera que “as temperaturas recorde fazem parte da tendência de aumento drástico das temperaturas globais”, e atira: as emissões antropogénicas [derivadas da ação humana] são, em última análise, o principal motor deste aumento das temperaturas”.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas subscreve o alerta, acrescentando que “a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa é mais urgente do que nunca. A ação climática não é um luxo, mas uma obrigação.”
A OMM prevê que existe uma probabilidade de 98% de que, pelo menos, um dos próximos cinco anos seja o mais quente de sempre e uma probabilidade de 66% de se exceder temporariamente os 1,5°C acima da média de 1850-1900 durante pelo menos um dos cinco anos.
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