Lucros da EDP sobem 43% no primeiro semestre para 437 milhões de euros
Energética revela que os valores são suportados pela recuperação de 68% da produção hidroelétrica "que tinha sido fortemente impactada pela seca extrema em Portugal no primeiro semestre de 2022".
A EDP fechou os primeiros seis meses do ano com lucros de 437 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 43% quando comparado com o período homólogo do ano passado. Numa base recorrente, o lucro teria sido ainda maior, de 517 milhões de euros, 72% acima do registado na primeira metade de 2022.
De acordo com o relatório e contas divulgado esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os valores são suportados pela recuperação de 68% da produção hidroelétrica “que tinha sido fortemente impactada pela seca extrema em Portugal no primeiro semestre de 2022”. No final de julho, o nível médio dos reservatórios das albufeiras da EDP em Portugal encontrava-se em máximos dos últimos 10 anos para este período do ano, informa a energética.
No que toca ao EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o relatório informa que este aumentou 24% para os 2,4 milhões de euros numa altura em que os custos financeiros líquidos aumentaram 8% para os 416 milhões de euros.
A EDP chegou a junho com um aumento da dívida de 16%. De acordo com o comunicado, como “resultado da aceleração do investimento em renováveis e em redes de eletricidade”, a dívida da energética no primeiro semestre situou-se nos 15,3 mil milhões de euros, quando em dezembro era de 13,2 mil milhões de euros.
Relativamente ao investimento conduzido pela EDP, no primeiro semestre, este cifrou-se em 2,9 mil milhões de euros no primeiro semestre, dos quais 97% tiveram como destino o setor das energias renováveis e as redes de eletricidade. A energética de Miguel Stilwell d’Andrade explica que aposta “reforça o compromisso da EDP com a transição energética.” O investimento em nova capacidade de energias renováveis atingiu os 2,3 milhões de euros dos quais mais de 80% está situada nos Estados Unidos e Europa.
EDP vende projetos renováveis na Polónia por 500 milhões
O dia fica também marcado por mais um passo na estratégia de rotação de ativos renováveis da EDP.
Esta quinta-feira, a CMVM dá conta de que a EDP concluiu a venda de três projetos eólicos em operação na Polónia de 300 megawatts (MW) por 490 milhões de euros à Orlen Wind 3, uma companhia detida pela petrolífera polaca Orlen.
Aos três projetos, comissionados em 2021/2022, acrescem ainda 159 megawatts (MW) de projetos solares híbridos em desenvolvimento, indica o comunicado. De acordo com a EDP, a transação está ainda sujeita a condições precedentes, regulatórias e outras, habituais para uma transação desta natureza.
A venda deste projeto sucede à transação concluída, também esta semana, em Espanha. A EDP Renováveis concluiu a venda de nove projetos eólicos, com uma capacidade de 257 megawatts (MW), à austríaca Verbund por 460 milhões de euros.
Segundo o relatório de contas, estas rotações de ativos deverão acompanhar outras transações atualmente em curso no continente americano uma vez que integram parte do programa de rotação de ativos do grupo. Feitas as contas, a EDP espera fechar o ano com um encaixe superior a 1,5 mil milhões de euros.
Quanto a perspetivas para o resto do ano, a energética espera atingir no segundo semestre de 2023 um EBITDA recorrente de cerca de cinco mil milhões de euros, lucros de cerca 1,1 milhões de euros e uma dívida líquida de 15 mil milhões de euros, “em linha com os objetivos financeiros no plano estratégico 2023-2026”, apresentado ao mercado a 2 de março de 2023.
Notícia atualizada às 18h53
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