Assembleia de obrigacionistas da Efacec adiada para 12 de setembro após envio de “documento complementar”
Efacec enviou documento complementar aos obrigacionistas a 21 de julho, que "exige tempo adicional para a análise detalhada". Para já, a reunião foi adiada de 7 de agosto para 12 de setembro.
Afinal, a assembleia de obrigacionista da Efacec, da qual está dependente o sucesso da operação de reprivatização, já não se vai realizar na próxima semana, a 7 de agosto. O encontro foi adiado para 12 de setembro, depois de ter sido entregue documentação adicional que os obrigacionistas consideram exigir tempo para ser analisada.
“O presente adiamento da assembleia de obrigacionistas tem por fundamento o facto de ter sido disponibilizado pela emitente (…), por sugestão de obrigacionistas, um documento complementar de apoio ao Consent Solicitation Memorandum no dia 21 de julho“, pode ler-se no comunicado publicado pela Efacec.
“Dada a natureza das matérias sujeitas a votação pela assembleia de obrigacionistas e a necessidade de conferir aos senhores obrigacionistas tempo adicional para a análise detalhada do conteúdo do Documento Complementar, afigura-se como necessário, pela emitente, adiar a data de realização da assembleia de obrigacionistas”, acrescenta a mesma nota, com data de 27 de julho.
Em cima da mesa está a proposta do fundo alemão Mutares, a entidade escolhida para comprar os 71,73% da Efacec, para que os obrigacionistas aceitem um corte de 50% da dívida que vence em 2024. Do lado dos bancos as negociações estão a correr bem e tudo parece encaminhado para um desfecho positivo, mas uma parte dos obrigacionistas apelou publicamente para que a proposta da Mutares fosse rejeitada.
Este braço-de-ferro parece assentar na ideia de que o Governo continuará a injetar dinheiro na empresa — cerca de dez milhões de euros por mês para assegurar a tesouraria e o financiamento da empresa –, caso não os obrigacionistas não aceitem o corte em cima da mesa.
Os bancos estão dispostos a aceitar o corte de dívida proposto pelo fundo alemão e a “trabalhar com a Mutares para o futuro da empresa”, numa base “construtiva”, como o ECO escreveu na semana passada. O processo só terá sucesso se os obrigacionistas aceitarem também o corte proposto. Um corte inferior “terá como consequência direta a liquidação da empresa”, precisou a mesma fonte próxima do processo.
O Estado, que já injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias, queria ver o processo de reprivatização terminado em julho. No entanto, com o adiamento da assembleia de obrigacionistas, o processo vai arrastar-se ainda mais. O adiamento pode chegar a quase dois meses. A nova reunião está marcada para as 10h00 de dia 12 de setembro, mas se não houver quórum, então a segunda convocatória atira o encontro para 29 de setembro.
Recorde-se que há outro negócio que está dependente da venda da Efacec: a compra da Jayme da Costa. As negociações estão suspensas deste que o fundo alemão foi selecionado para a reprivatização da Efacec, tal como o ECO avançou. E só depois de uma due diligence total para perceber sinergias e complementaridades com a Efacec, ou outra empresa que o Grupo Mutares detenha, é que será tomada uma decisão se avançam ou não com a compra. Entretanto, escreveu o Jornal de Negócios, a Visabeira já avançou com uma proposta de compra de 50% da empresa deditos pela Core Capital.
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