Taxa mais usada no crédito da casa já atingiu o pico
O seu empréstimo da casa está indexado à Euribor a 6 meses? Há boas notícias: o pico já ficou para trás e a taxa começa a descer no fim do primeiro trimestre do próximo ano.
A taxa mais usada no crédito da casa em Portugal já atingiu o pico. Pelo menos é o que antecipa o mercado, que aponta para que a Euribor a 6 meses – utilizada em cerca de 40% dos contratos com taxa variável – se mantenha abaixo dos valores máximos registados em julho até começar a descer a partir do fim do primeiro trimestre do próximo ano.
As Euribor, que são usadas no cálculo da prestação da casa, começaram a subir de forma acentuada no início do ano passado, perante a normalização brusca da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a escalada da inflação.
Desde janeiro de 2022, a Euribor a 6 meses passou de valores negativos para perto dos 4%, acumulando uma subida de cerca de 450 pontos base num período de menos de dois anos. Durante algum tempo, o mercado acreditou que este importante indexante pudesse superar aquela fasquia, mas já não prevê que isso venha a acontecer, à medida que o ciclo de subida dos juros do BCE deverá estar perto do fim e numa altura em que os dados da inflação começam a aliviar de forma mais evidente. A reunião de setembro do banco centra da zona euro poderá representar uma última subida ou o início de um período de pausa.
Depois de ter atingido o valor mais alto a 21 de julho, nos 3,972%, a Euribor a 6 meses não mais ultrapassou esse patamar no último mês. Esta segunda-feira a taxa baixou para os 3,941% e deverá rondar os 3,95% nos próximos meses, de acordo com as projeções divulgadas pela Chatham Financial para os forward rate agreements, os contratos financeiros negociados em mercado secundário que permitem a fixação de uma taxa de juro no futuro e que são utilizados pelos profissionais para antecipar as oscilações das taxas de juro no longo prazo.
Embora estes instrumentos financeiros estejam longe de serem 100% certeiros quanto a preverem a evolução das taxas, pois refletem as expectativas dos investidores perante a informação disponível no momento, podem servir de referência para o mercado. Por outro lado, as atuais projeções ajudam a cimentar a ideia que muitos analistas já avançaram: a maior parte do impacto gerado pela galopante subida das taxas de juro no último ano e meio já foi “encaixado” pelas famílias com crédito à habitação.
De acordo com a mesma fonte, a Euribor a 3 meses, que é usada como indexante em cerca de 30% dos contratos em Portugal, só deverá atingir o pico em novembro, começando a descer a partir dessa altura.
Taxa mensal sem subir pela primeira vez em ano e meio
Apesar da manutenção destas taxas, a prestação da casa vai continuar a subir nos próximos meses, à medida que os contratos forem sendo atualizados, mas de forma menos intensa. Só mais tarde é que as famílias poderão ter algum alívio, mas tudo dependerá do comportamento do BCE – ou melhor, da descida da inflação rumo ao objetivo de 2% no médio prazo.
Agosto poderá representar o início do fim deste ciclo de subida das taxas. Pela primeira vez desde janeiro de 2022, a taxa média mensal da Euribor no prazo de seis meses deverá não registar qualquer agravamento em comparação com o mês anterior. Os dados até esta segunda-feira dão conta de uma média de 3,941%, igual à registada em julho.
Isto fará com que a prestação para um crédito da casa de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1% de mantenha nos 800 euros em setembro, igual à prestação de agosto, de acordo com a simulação realizada pelo ECO.
Assim sendo, para quem vai ver as condições do seu contrato revistas pelo banco no próximo mês, poderá contar com uma subida da prestação na ordem dos 51 euros, o menor agravamento desde agosto do ano passado.
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