Bruxelas insiste que procura melhor solução para todas as partes quanto aos cereais
O comissário europeu com a pasta do comércio, Valdis Dombrovskis, afirmou que quer "encontrar uma solução que tenha os melhores resultados para todas as partes envolvidas".
A Comissão Europeia insistiu esta quarta-feira que está a fazer os possíveis para encontrar uma solução para a exportação de cereais pelo Mar Negro que seja a melhor para todas as partes envolvidas.
“A nossa posição é clara. Queremos encontrar uma solução que tenha os melhores resultados para todas as partes envolvidas. Os nossos corredores solidários providenciam à Ucrânia alternativas à exportação pelo Mar Negro”, considerou o comissário com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis.
De acordo com o jornal digital europeu POLITICO, a Ucrânia ameaçou a União Europeia (UE) com um processo junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) se Bruxelas mantiver as restrições às exportações de produtos agrícolas ucranianos.
As exportações ucranianas destes produtos estão suspensas nos mercados da Polónia, Hungria e outros três países da UE na sequência de um acordo que a Comissão fez para proteger os agricultores destes países de um influxo mais barato do país vizinho, que está a ser assolado por uma guerra que cobre grande parte do território utilizado para a agricultura.
Na sexta-feira e sábado, especialistas da Comissão Europeia visitaram a Roménia para reforçar a capacidade da rota do rio Danúbio com vista a melhorar o fluxo de mercadorias de e para a Ucrânia ao longo dos corredores de solidariedade.
A Roménia, membro da UE e da NATO, tem ajudado a Ucrânia a vender os cereais desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022. O Danúbio, que nasce na Alemanha e desagua no Mar Negro, é uma importante via comercial para vários países europeus, incluindo a Ucrânia e a Roménia.
“A Comissão Europeia criou uma Plataforma de Coordenação Conjunta sobre as exportações da Ucrânia para trabalhar em estreita colaboração com os países, entre os quais a Roménia, a Moldova e a Ucrânia, a fim de melhorar o trânsito e o fluxo de mercadorias de e para a Ucrânia ao longo dos corredores de solidariedade“, explicou a tutela comunitária, numa nota informativa divulgada na sexta-feira.
“A plataforma está a trabalhar bem em soluções práticas para eliminar os estrangulamentos e acelerar o tráfego, a fim de permitir à Ucrânia exportar cereais através da UE como alternativa aos portos do Mar Negro, depois de a Rússia ter abandonado a iniciativa para os cereais do Mar Negro e ameaçado o transporte no Mar Negro”, reforçou.
Na quinta-feira, a Comissão Europeia admitiu prorrogar até dezembro o acordo alcançado em abril passado com cinco Estados-membros da UE, incluindo a Roménia, para garantir o trânsito de cereais ucranianos.
A UE suspendeu em maio de 2022, por um ano, os direitos aduaneiros sobre todos os produtos importados da Ucrânia e trabalhou para permitir a exportação dos seus stocks de cereais após o encerramento das rotas pelo Mar Negro, na sequência da invasão do país pela Rússia em fevereiro 2022.
Os países vizinhos da UE registaram um aumento substancial nas chegadas de milho, trigo ou girassol da Ucrânia, fazendo com que os armazenamentos ficassem saturados e os preços locais caíssem.
Polónia, Hungria, Eslováquia e Bulgária proibiram, por isso, cereais e outros produtos agrícolas importados da Ucrânia em meados de abril passado, dizendo que queriam proteger os seus agricultores, abrindo um confronto com a Comissão Europeia, responsável pela política comercial da UE.
Nessa altura, o Executivo comunitário concluiu um acordo de princípio com esses quatro países, bem como com a Roménia.
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