Comissão Europeia mais pessimista revê em baixa crescimento da Zona Euro e UE para 0,8% em 2023

A Comissão Europeia admite que o ritmo de crescimento do bloco está a reduzir-se, numa altura em que os preços continuam a pressionar a procura. Inflação para 2024 revista em alta.

A Comissão Europeia está mais pessimista quanto à evolução da economia do bloco este ano, estimando que tanto a União Europeia como a Zona Euro cresçam 0,8%, uma revisão em baixa face às estimativas da primavera.

As mais recentes previsões apontam também para uma inflação mais baixa que o esperado este ano, mas mais elevada em 2024, nomeadamente devido aos preços da energia, revelam as previsões da Comissão, que desta vez foram lançadas em setembro em vez de julho para incorporar os dados mais recentes do PIB e da inflação.

Assim, “a economia da UE continua a crescer, embora com um dinamismo reduzido”, admite o Executivo comunitário, que revê em baixa a previsão do crescimento da economia da UE de 1% para 0,8% em 2023 e de 1,7% para 1,4% em 2024. Para a Zona Euro, a revisão foi de 1,1% para 0,8% em 2023 e de 1,6% para 1,3% em 2024, face às estimativas divulgadas em maio.

Estas projeções têm já em conta os dados mais recentes, que mostram que “a atividade económica na UE foi moderada no primeiro semestre de 2023 após os ​​choques formidáveis” que sofreu. “A fraqueza da procura interna, em particular do consumo, mostra que os preços elevados e ainda crescentes no consumidor para a maioria dos bens e serviços estão a ter um impacto mais pesado do que o esperado nas previsões da primavera”, apesar da descida dos preços da energia e de um mercado de trabalho “excecionalmente forte”.

“Os indicadores dos inquéritos apontam agora para um abrandamento da atividade económica no verão e nos meses futuros, com a continuação da fraqueza na indústria e a diminuição do dinamismo nos serviços, apesar de uma forte época turística em muitas partes da Europa“, sinalizam. A Comissão assume ainda que o aperto da política monetária determinado pelo Banco Central Europeu “está a fazer o seu caminho através da economia”, como mostra “o forte abrandamento na oferta de crédito bancário”.

Neste contexto, é de destacar também que a inflação deverá continuar a desacelerar, ainda que as perspetivas para o próximo ano sejam revistas em alta. O Índice Harmonizado de Preços do Consumidor, indicador utilizado para as comparações europeias, deverá atingir 6,5% em 2023 (a previsão era de 6,7% na primavera) e 3,2% em 2024 (em comparação com 3,1%) na UE. Na área do euro, a inflação deverá ser de 5,6% em 2023 (face a 5,8%) e 2,9% em 2024 (face a 2,8%), estimam. Ficam, ainda assim, acima da meta de 2% do BCE.

Quanto aos Estados-membros, estas previsões intercalares deixaram de incluir as previsões para todos os países, revelando apenas os números para as seis maiores economias do bloco. A Alemanha destaca-se, com a Comissão a prever agora uma contração de 0,4% em 2023 (quando antes projetava ainda um crescimento), ainda que recupere em 2024 com um crescimento de 1,1%. Itália, Países Baixos e Polónia também veem as previsões revistas em baixa, enquanto o crescimento de Espanha foi revisto em alta (para 2,2% em 2023), bem como de França (1% em 2023).

 

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