Ativistas climáticos bloqueiam entrada do Conselho de Ministros

  • Lusa
  • 14 Setembro 2023

Jovens estão agarrados uns aos outros nas portas de acesso ao edifício das instalações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), onde vai decorrer a reunião interministerial.

Vinte estudantes do grupo Greve Climática Estudantil estão esta quinta-feira de manhã a bloquear todas as entradas do local onde vai decorrer o Conselho de Ministros, em Algés, no concelho de Oeiras.

“Estamos a bloquear todas as entradas onde vai decorrer o Conselho de Ministros. Estamos colados aos portões e em outros casos usamos tubos de ferro”, disse à Lusa, no local, Beatriz Xavier, porta-voz dos ativistas.

Os estudantes usaram cola e alguns estão emparelhados com tubos de ferro que tapam as mãos e os braços, estando agarrados uns aos outros nas portas de acesso ao edifício das instalações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), onde vai decorrer a reunião interministerial, agendada para as 9h30.

“É inaceitável que os governos não coloquem nas reuniões a crise climática no centro da mesa de discussão. A humanidade registou os meses mais quentes de sempre e vai ser mais intenso. Já sabíamos disto quando começámos os primeiros protestos em 2019″, disse Beatriz Xavier do coletivo.

A porta-voz afirmou ainda que os estudantes “não queriam estar aqui”, mas precisam de se manifestar. “Somos desprezados. Segundo o último relatório da ONU, estamos no limite. O ano 2023 é fulcral”, acrescentou.

Na porta principal está colocado um cartaz que diz “último inverno de gás”, alertando para os perigos da descarbonização. Além dos ativistas que se prenderam às grades e aos portões, outros elementos do grupo de estudantes mantêm-se no exterior de forma pacífica. A polícia está presente.

Pelo menos quatro ativistas detidos pela PSP no protesto climático em Algés

Pelo menos quatro ativistas climáticos foram detidos no protesto que bloqueou as entradas do complexo junto ao rio Tejo, em Algés, para onde foi marcado o Conselho de Ministros, constatou a Lusa no local. “Estão mais uma vez a reprimir-nos“, disse à Lusa Beatriz Xavier.

A Unidade Especial da PSP retirou os estudantes que se tinham prendido às grades da entrada principal do Instituto Português e da Atmosfera (IPMA) e do Ministério do Mar, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.

Pouco antes das 10 horas, os portões da entrada principal foram abertos e alguns veículos civis entraram no complexo.

Os jovens detidos foram conduzidos, algemados, para os veículos policiais. Um deles decidiu não caminhar, tendo sido arrastado por dois polícias.

Os elementos do coletivo não foram informados do local para onde estes quatro detidos foram conduzidos, disse à Lusa a porta-voz do coletivo, admitindo que todas as pessoas que se prenderam às grades de todo o complexo “foram ou vão ser detidas”. “Vamos saber em que esquadra estão e vamos manifestar-nos à porta”, disse Beatriz Xavier.

“A nossa luta é pelo clima porque é urgente. Vamos ter de continuar a agir”, acrescentou Beatriz Xavier.

A polícia reforçou a presença no local desde as 9 horas com mais de 10 veículos, a maior parte da Unidade Especial da PSP.

(Notícia atualizada às 10h42 com detenção de pelo menos quatro jovens)

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