Ryanair rejeita subida de quase 18% das taxas no aeroporto de Lisboa em 2024
Companhia aérea irlandesa considera que os aumentos propostos pela ANA para as taxas aeroportuárias são "excessivos e injustificados" e vão prejudicar o turismo. E ameaça sair da Madeira.
A Ryanair rejeita a proposta da ANA – Aeroportos de Portugal que pretende aumentar as taxas reguladas nos aeroportos nacionais em até quase 18% em 2024, considerando que os aumentos são “excessivos e injustificados” e vão prejudicar o turismo nacional, especialmente nos Açores e Madeira.
A gestora aeroportuária propôs um aumento anual médio das taxas reguladas no Humberto Delgado de 13,38% no próximo ano e um adicional por erros de estimativa apurados em 2022, segundo a proposta avançada pelo Jornal de Negócios, o que pode fazer aumentar as taxas reguladas no aeroporto de Lisboa em 17,94% em 2024.
No documento, a ANA explica que, em 2024, a receita regulada média máxima (RRMM) que está autorizada a cobrar para os aeroportos do grupo de Lisboa (que inclui o Humberto Delgado, mas também Beja, Açores e Madeira) é de 14,61 euros por passageiro, o que se traduzirá numa variação das taxas reguladas por passageiro de 1,64 euros (mais 12,64%). As companhias aéreas podem contestar a proposta, sendo que a decisão final caberá à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Em comunicado, a companhia aérea de bandeira irlandesa acusa a ANA de procurar “aumentos excessivos e injustificados das tarifas em todo o território de Portugal, incluindo Lisboa (+18%), Porto (+13%), Faro (+12%), Açores (+8%) e Madeira (+9%)”, considerando que estes terão “um impacto extremamente negativo na conectividade, no turismo e no emprego” nacional, “especialmente para as economias insulares“.
Para a Ryanair, esta proposta “é exatamente o oposto daquilo que os aeroportos portugueses necessitam”, nomeadamente os da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores, que “dependem de aeroportuárias baixas para impulsionar a conectividade e o turismo”.
“A Ryanair já foi forçada a encerrar a sua base nos Açores na sequência dos anteriores aumentos de tarifas da ANA”, recorda a empresa liderada por Eddie Wilson, apelando à gestora aeroportuária que retroceda na proposta, de modo a “evitar o mesmo destino para a Madeira”.
“À medida que outros aeroportos da União Europeia reduzem as taxas para promover a recuperação do tráfego, a ANA aumenta as taxas ano após ano, o que fará com que as taxas de passageiros do aeroporto de Lisboa aumentem 50% desde 2019”, aponta a Ryanair apelando ao regulador intervenha “urgentemente” e proteja “os passageiros e as economias insulares” portuguesas dos excessivos preços de monopólio da ANA”.
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