Exclusivo Visabeira compra 100% da Jayme da Costa

O grupo de Fernando Campos Nunes vai comprar à Core Capital os 50% que esta detém na Jayme da Costa. O grupo alemão Mutares fica assim pelo caminho.

O grupo Visabeira vai comprar a totalidade da Jayme da Costa. A Visabeira já detinha uma participação de 50% da empresa e decidiu comprar os restantes 50% à Core Capital, a capital de risco que entrou na empresa, em 2019, e a ressuscitou no âmbito de um Processo Especial de Revitalização (PER).

O grupo de Fernando Campos Nunes apresentou à Core uma oferta pelos seus 50% na Jayme da Costa, como avançou o Jornal de Negócios (acesso pago) em julho, que surgiu depois de terminado o período de exclusividade do fundo alemão Mutares, que está prestes a concluir a compra da Efacec.

A oferta da Mutares remonta ao início deste ano, mas, tal como o ECO avançou, desde que foi selecionada para a compra da Efacec – a 7 de junho – suspendeu as negociações de compra desta empresa especialista no setor das energias renováveis, em particular nos projetos de engenharia, procurement e construção de energia solar.

Ao que o ECO apurou a Jayme da Costa vai ter este ano um EBITDA entre três e quatro milhões de euros, um salto face ao EBITDA ajustado negativo de 11, 2 milhões de euros em 2022. A empresa “já saiu dos cuidados intensivos”, mas ainda requer muito investimento, disse ao ECO fonte conhecedora do negócio.

O processo de recuperação da empresa, cujas instalações fabris se situam no concelho de Vila Nova Gaia, permitiu passar de um nível de faturação de 5,8 milhões de euros em 2029, quando a Core a comprou, para cerca de 50 milhões, este ano, e a equipa cresceu de 67 colaboradores para 176. Além disso, a empresa já tem, para 2024, encomendas que asseguram uma estabilização dos valores de EBITDA.

As ofertas em cima da mesa rondavam entre cinco e sete vezes o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) que a Jayme da Costa vier a registar este ano, avançou o Jornal de Negócios e confirmou o ECO.

O arrastar do processo de privatização da Efacec acabou por jogar a favor da Visabeira, que entrou na Jayme da Costa em 2020, para lhe dar músculo financeiro, fundamental para vingar no mercado fotovoltaico, altamente aquecido. Foi a complementaridade entre a Efacec e a Jayme da Costa que despertou o interesse do fundo alemão nesta empresa centenária (foi criada em 1916).

Um interesse que não desapareceu, como apurou o ECO, mas está condicionado ao resultado da reprivatização da Efacec – uma corrida na qual a Visabeira esteve em conjunto com a Sodecia. Ou seja, só depois da compra da Efacec é que a Mutares iria avaliar as possíveis sinergias entre as duas empresas. Mas essa janela de oportunidade fechou-se, já que tudo aponta para que a operação só fique fechada nas primeiras semanas de novembro.

Enquanto a Efacec tem estado num lento processo de desvalorização, tendo em conta o impasse na operação de reprivatização, a Jayme da Costa já está recuperada, com a dívida saldada, mas a precisar de ganhar escala. A empresa replica em menor escala as áreas de negócio da Efacec e, segundo avançou o Expresso (acesso pago), já absorveu mais de duas dezenas de quadros da empresa.

O seu presidente executivo é Fernando Lourenço, um antigo quadro da Efacec, onde trabalhou 25 anos, que chegou a ser administrador já após a entrada de Isabel dos Santos na empresa.

Esta é a segunda alienação que a Core faz este ano. Em agosto, a capital de risco vendeu a Electrofer à Metalogalva, uma empresa do VigentGroup com presença em 15 países e um volume de negócios consolidado de 400 milhões em 2022. A Core fica ainda com duas participações maioritárias, através do fundo Core Restart (criado em 2018 para investir em empresas em recuperação) na Portugal Senior Health Care, no setor da saúde, com 12 unidades a operar e em desenvolvimento, dedicadas a cuidados continuados e a alojamento residencial para idosos, e a Varandas de Sousa, no setor “agro food”, o maior produtor nacional de cogumelos frescos.

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