FC Porto SAD regista prejuízos de 48 milhões de euros na última época desportiva
A SAD azul e branca fechou a época de 2022/2023 com prejuízo e permanece em falência técnica. Fernando Gomes assegura que não está em causa o fair-play financeiro.
A SAD do FC Porto terminou a época de 2022/2023 com prejuízos de 47,6 milhões de euros, após dois exercícios consecutivos de resultados positivos. O resultado deve-se “exclusivamente à inexistência de mais-valias de vendas de direitos desportivos de jogadores”, refere a SAD numa apresentação à imprensa.
“Este resultado negativo sucede a dois anos de resultados positivos”, assinalou o administrador executivo da SAD, Fernando Gomes, administrador da SAD, durante a sessão de apresentação de resultados que decorreu esta sexta-feira no pavilhão Dragão Arena.
É ainda de notar que os resultados da SAD azul e branca ainda não incorporam a transferência do jogador Otávio para o Al-Nassr Football Club, por 60 milhões de euros, dado que o negócio foi concretizado após o termo do exercício. “Vendemos o Otávio por 60 milhões, mas não recebemos logo os 60 milhões imediatamente. As nossas contas refletem os 60 milhões, mas a caixa não reflete os 60 milhões. Registamos 20 milhões no momento do contrato, mas faltam 40 milhões”, detalha Fernando Gomes.
Os resultados relacionados com passes de jogadores foram negativos em 24,15 milhões de euros, o que contrasta com o valor positivo de 44.997 milhões de euros obtidos em 2021/2022. Fernando Gomes está convicto que o défice apresentado até 30 de junho será “compensado até ao final do ano com a receita do Otávio e com a receita da Liga dos Campeões”.
Os resultados da época passada mostram também um crescimento de 15,5% dos proveitos operacionais excluindo proveitos com passes dos jogadores para 166 milhões de euros, com destaque para um encaixe de 62 milhões de euros com as provas da UEFA e mais de 42 milhões de euros com os direitos de transmissão.
Não devíamos ter capitais próprios negativos. Seria bom que não houvesse capitais próprios negativos, mas não prejudica de nenhuma forma a atividade normal do FC Porto.
Em contraponto, também os custos operacionais excluindo custos com passes dos jogadores cresceram 14,5% para 166 milhões de euros, com destaque para um aumento de 15,5% com custos com o pessoal, que ascenderam a 95,4 milhões de euros.
Os números apresentados esta sexta-feira revelam também uma situação financeira pouco abonatória. Não só a SAD do FC Porto registou uma queda de 74% do EBITDA na última época desportiva, passando de 89 milhões de euros na época 2021/2022 para 23 milhões de euros na época 2022/2023, como permanece numa situação de falência técnica, como resultado de um agravamento substancial do seu balanço, ao apresentar capitais próprios negativos de 176 milhões de euros. Na época anterior, os capitais próprios eram negativos em cerca de 112 milhões.
“Não devíamos ter capitais próprios negativos, seria bom que não houvesse capitais próprios negativos, mas não prejudica de nenhuma forma a atividade normal do FC Porto”, realça Fernando Gomes.
Apesar destes resultados, Fernando Gomes assegura que não está em causa o fair-play financeiro. Isto significa que, de acordo com o administrador da SAD do dragão, não tem dívidas em atraso em relação a outros clubes, jogadores, Segurança Social e autoridades fiscais
“Não está em causa, de nenhuma forma, qualquer espécie de fair-play financeiro que possa incorrer. Com dois anos de resultados positivos e um ano de resultado negativo mais ou menos equivalentes, não há, de nenhuma forma, qualquer perigo de regressarmos ao fair-play financeiro”, nota o administrador da SAD para o pelouro financeiro.
Exploração comercial do Estádio do Dragão e Dragão Arena em “negociações avançadas”
Parte da solução para o equilíbrio das contas da SAD do FC Porto pode estar na exploração comercial do Estádio do Dragão e da Dragão Arena. O Jornal O Jogo avançou que o FC Porto está em negociações com uma empresa norte-americana. Fernando Gomes garantiu que as negociações estão num processo “avançado”. No entanto, não revela quem é a entidade por uma questão de confidencialidade.
“Uma pequena parte está resolvida, desse processo global”, revela Fernando Gomes. “Parece-me que o FC Porto pode dar um grande passo no sentido de melhorar a sua imagem, a qualidade da presença dos sócios no Estádio, melhorando as qualidades do estádio, melhorando por outro lado as questões das receitas do FC Porto”, conclui.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h36)
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