Certificados registam primeira quebra em ano e meio
Pela primeira vez desde março de 2022 o investimento nos certificados do Estado caiu. Procura por Certificados de Aforro praticamente desapareceu após Governo cortar remuneração.
Os certificados do Estado registaram em setembro a primeira quebra em ano e meio, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo IGCP.
Isto aconteceu porque a aposta nos Certificados de Aforro voltou a cair no mês passado para o valor mais baixo desde junho do ano passado, não compensando a perda de dinheiro nos Certificados do Tesouro pelo 23.º mês consecutivo.
Contas feitas, o investimento nos certificados caiu 20,5 milhões de euros em setembro face ao mês anterior, o que acontece pela primeira vez desde março do ano passado, atingindo os 45,7 mil milhões de euros, mostra o boletim mensal publicado pela agência que gere a dívida pública.
Em termos líquidos, os portugueses subscreveram um montante de 163,65 milhões de euros em Certificados de Aforro, 94% abaixo da média mensal registada entre janeiro e maio (2,5 mil milhões), antes da polémica decisão do Governo de cortar a taxa de juro para um máximo de 2,5% na nova série lançada no início de junho.
Quanto aos Certificados do Tesouro, há quase dois anos que observam mais resgates do que aplicações e em setembro não foi exceção: as emissões líquidas tiveram um saldo negativo de 184,2 milhões de euros.
Esta tendência deverá continuar nos próximos meses tendo em conta não só a perda de atratividade dos certificados como também o reforço da oferta de depósitos dos bancos com taxas de juro que já superam os 3%.
Para o próximo ano, o Governo nem está a contar com as poupanças das famílias para se financiar. A proposta de Orçamento do Estado prevê uma contribuição nula dos Certificados de Aforro e dos Certificados do Tesouro no financiamento do Estado para 2024.
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