AON identifica os 10 principais riscos para as empresas portuguesas
As previsões da Aon colocam o risco cibernético em primeiro lugar. São vários os riscos a assombrar as empresas nacionais, mas os gestores subvalorizam os riscos ambientais e as alterações climáticas.
O risco de ataques cibernéticos é considerado o principal risco para as empresas portuguesas. Quem o concluí é o Global Risk Management Survey (Inquérito sobre a gestão global do risco), realizado pela Aon, empresa de serviços nas áreas de risco, reforma, saúde e pessoas. O estudo também dá conta que a escassez de mão-de-obra integra, pela primeira vez, o top 5 dos principais riscos para as empresas portuguesas.
Além do risco de escassez de mão-de-obra, outros riscos que não foram considerados nos 10 principais da edição anterior, mas que foram considerados no último ranking são os riscos de alterações regulatórias e legislativas (3.º lugar), falha nas cadeias de abastecimento e distribuição (4.º) e risco de liquidez (10.º).
Importa referir que o principal risco para as empresas portuguesas – o risco cibernético – subiu 5 posições desde a edição anterior para o lugar de maior destaque. Este risco também alcança o pódio dos principais riscos globais devido à “aceleração da transformação digital das empresas que originam um acentuar dos ataques cibernéticos e episódios de violação de dados em todo o mundo”, indica a Aon num comunicado.
Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, considera que as empresas apostam na proteção contra o risco cibernético, consequentemente, os prejuízos provenientes deste risco são menores, frisando que “o risco cibernético apresenta o nível mais elevado de preparação para o risco e, em consonância com isso, tem uma das perdas de rendimento mais baixas e uma das percentagens mais elevadas de ações de atenuação do risco”, cita o comunicado.
Riscos globais
A Aon concluiu que o risco de ataques cibernéticos é também o principal risco para as empresas a nível global. O segundo maior risco é a interrupção de negócios e o risco de desaceleração da economia / recuperação lenta ocupa a 3.ª posição.
O risco de dificuldade na captação e retenção de talento estreou entre os principais riscos que afetam as empresas a nível global, ocupando o quarto lugar no ranking. Assim, os gestores que participaram no estudo consideram que as questões de capital humano atualmente ultrapassam a esfera individual, constituindo importantes riscos para as empresas.
De acordo com Carlos Freire, “os gestores estão a reconhecer o verdadeiro custo dos desafios do capital humano e como a falta de talento, de mão-de-obra ou de competências especializadas críticas podem prejudicar a inovação e a competitividade das empresas e aumentar a exposição a outros riscos como ataques cibernéticos, alterações regulatórias e legislativas, falha nas cadeias de abastecimento e distribuição, interrupção do negócio e danos reputacionais”, lê-se no comunicado.
O estudo revela que os cerca de três mil gestores de risco que participaram na sua nova edição subvalorizam os riscos associados ao ambiente e sustentabilidade e aos avanços tecnológicos. Ficando excluídos do TOP 10, o risco das alterações climáticas ocupa a 17ª posição, o risco ambiental situa-se na 20ª posição, a ESG – Environmental , Social and Governance na 23ª posição e a inteligência artificial na 49ª posição.
A AON refere que as alterações climáticas podem provocar danos à propriedade e motivar alterações regulatórias e legislativas relacionadas ao ambiente que podem impactar as empresas. Também a inteligência artificial pode introduzir novos e alterar a gravidade e velocidade de riscos existentes.
Futuro das empresas portuguesas
O estudo prevê que em 2026 os principais riscos sejam:
- Ataques cibernéticos / data breach
- Risco no mercado de commodities / Escassez de matérias-primas
- Escassez de mão-de-obra
- Dificuldade na captação e retenção de talento
- Volatilidade dos preços dos ativos
O Global Risk Management Survey da Aon é realizado bianualmente desde 2007 e fornece dados e insights em torno do risco. A edição deste ano reuniu cerca de 3.000 inquiridos em 61 países e 16 setores de atividade para identificar os principais riscos e desafios que os gestores enfrentam nas suas organizações.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
AON identifica os 10 principais riscos para as empresas portuguesas
{{ noCommentsLabel }}