Consórcio europeu desiste de fabricar baterias em Portugal devido à crise política
A crise política já está a afastar investidores de Portugal. É o caso do consórcio europeu Naima, que desistiu de fabricar baterias no país. Governo garante que está a tentar serenar os investidores.
O ministro da Economia, António Costa Silva, disse esta quarta-feira que “uma crise política cria incerteza em relação aos investidores”, adiantando que já houve a desistência do consórcio europeu Naima, que abrange 15 parceiros de sete países e que estava interessado em fabricar baterias a partir de Portugal. O governante assegura que, para já, é “caso único”, mas enfatiza que “não significa que não existam outros”. No entanto, salvaguarda que o Governo “está a fazer de tudo para serenar os investidores”.
“É evidente que uma crise politica desta índole, com as repercussões internacionais que teve, cria uma incerteza em relação aos investidores. Estamos a reunir com os investidores e a passar uma mensagem de tranquilidade: que temos uma democracia consolidada e que a crise política vai ser resolvida e que os investimentos que querem fazer vão assegurados seja qual for a solução encontrada”, diz o ministro da Economia, António Costa Silva, à margem da apresentação da Agenda para a Competitividade do Comércio e Serviços 2030, que decorreu em Matosinhos.
Já houve um grande investidor que desistiu completamente de investir em Portugal, um consórcio chamado Naima. Tínhamos reuniões agendadas com eles e já disseram que vão dar predominância aos investimentos em Espanha, Alemanha e França.
O governante realça que, apesar dos esforços do Estado português, já houve “um grande investidor que desistiu completamente de investir em Portugal, um consórcio chamado Naima“. “Tínhamos reuniões agendadas com eles e já disseram que vão dar predominância aos investimentos em Espanha, Alemanha e França”.
Face a esta desistência, António Costa Silva alerta que as “crises políticas têm consequências” e que “nesta crise quem pode perder é o país”. Com a crise política a afastar os investidores, o ministro da Economia destaca que o “Governo está a tentar minimizar os impactos”.
Como o ECO avançou no mês passado, são 50 as entidades que submeteram o interesse em avançar com projetos de energia eólica offshore em Portugal. António Costa Silva realça que “há uma nova geração de indústrias verdes que está a procurar Portugal para esverdear os seus processos produtivos”. O governante exemplifica que uma delas é o aço, “que é uma das indústrias mais poluentes do mundo”. Reforça que as empresas querem usar as energias renováveis portuguesas para desenvolver fábricas de aço verde no país.
“Estamos a dialogar com esses investidores, a atrair outros para instalarem no país fábricas de baterias e de veículos elétricos. É uma nova geração de indústria, uma espécie de reindustrialização do país usando os ativos que temos. No entanto, estamos preocupados com o sentimento de incerteza que a crise política pode gerar nos investidores e estamos a tentar minimizar todos os riscos”, assegura o ministro da Economia.
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