“Tenho a consciência absolutamente tranquila”, diz António Costa

  • ECO e Lusa
  • 18 Novembro 2023

Sem tomar partido de qualquer candidato, o ainda primeiro-ministro mostrou-se disponível para ajudar o próximo líder do partido PS e defendeu o trabalho feito pelos seus governos.

No decorrer a reunião da Comissão Nacional do Partido Socialista (PS), o secretário-geral do partido e primeiro-ministro demissionário afirmou que a melhor solidariedade que o seu partido pode dar em relação à sua situação pessoal é uma vitória nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Aos socialistas, António Costa disse que tem “a consciência absolutamente tranquila” em relação a todas as suspeitas que se levantaram sobre si, no seguimento do processo de investigação do Ministério Público sobre negócios relacionados com a área de energia e que levaram à sua demissão a 7 de novembro.

Esta posição, segundo fontes socialistas, foi transmitida no discurso inicial que António Costa proferiu à porta fechada perante a Comissão Nacional do PS, durante o qual não se referiu ao processo judicial que o envolve e que causou a sua demissão das funções de primeiro-ministro na semana passada.

À saída da reunião, o primeiro-ministro disse aos jornalistas que, segundo a sua interpretação do segundo comunicado da Procuradoria-Geral da República, “é um processo que, seguramente, demorará muito e muito tempo”, sublinhando ainda que “se for diferente, ficarei a saber pela comunicação social, que é o meio de comunicação que a Justiça tem tido comigo.”

Focando também a necessidade de o PS se abstrair do caso judicial, António Costa referiu que a missão do PS é “aproveitar este debate interno para renovar ideias, corrigir erros, inspirar-se nas coisas boas que também aconteceram, e apresentar-se aos portugueses de forma unida e capaz de assegurar uma vitória nas eleições de 10 de março.”

O primeiro-ministro reforçou ainda que “o que cabe ao PS não é intrometer-se no tempo da Justiça, mas é considerar-se no tempo dos portugueses” que, segundo António Costa, “é o tempo que exige resposta aos problemas que estão em curso num cenário internacional que é muito pesado e que em tudo recomendava que tivesse havido bom senso em não desencadear esta crise política, mas uma vez desencadeada, o PS tem de fazer como fez nas últimas eleições: falar aos portugueses, mobilizar os portugueses.”

Na sua intervenção inicial na reunião da Comissão Nacional do PS, o ainda líder dos socialistas elogiou por igual dois dos três candidatos à sua sucessão no cargo de secretário-geral do PS, cujas eleições diretas internas estão marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro.

António Costa assinalou que, tanto Pedro Nuno Santos, como José Luís Carneiro, trabalharam consigo. Nesta referência, deixou de fora Daniel Adrião, que se candidatou contra si nas eleições diretas internas de 2016, 2018 e 2012. No entanto, o líder socialista não tomou parte de qualquer candidato.

Aos jornalistas, António Costa referiu que, “tendo tido o privilégio de, durante nove anos, ser secretário-geral do PS e com um apoio tão vasto, não me ficava bem, estar a intervir na escolha de quem me vai substituir.”

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Daniel Adrião candidata-se pela “descontinuidade” à liderança do PS

  • Lusa
  • 18 Novembro 2023

Além de defender uma reforma do sistema eleitoral, Daniel Adrião advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

O dirigente socialista Daniel Adrião afirmou hoje que se candidata ao cargo de secretário-geral do Partido Socialistas (PS) em nome da “descontinuidade” face à linha seguida por António Costa e defendeu que o novo ciclo exige outros protagonistas.

Daniel Adrião falava aos jornalistas à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS, no Parque das Nações, em Lisboa, depois de interrogado sobre a razão da sua candidatura à liderança dos socialistas, cujas eleições deverão ser marcadas para 15 e 16 de dezembro.

Para um novo ciclo político são necessários novos protagonistas. A minha candidatura não é de continuidade, sendo antes de descontinuidade. É uma candidatura com ideias muito claras, muito distintas, com um novo modelo de governança para o PS e com um novo projeto reformista e transformador para o país”, sustentou.

Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo.

Daniel Adrião

Candidato à ldierança do PS

Interrogado sobre como se vai posicionar entre dois candidatos à liderança do PS considerados fortes, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, Daniel Adrião contrapôs: “Havia candidato mais forte do que António Costa, primeiro-ministro do país?”

“No entanto, em nome dos ideais e do projeto alternativo que defendo, decidi apresentar candidaturas à liderança do PS. Nenhum dos meus camaradas José Luís Carneiro ou Pedro Nuno Santos é tão forte como foi António Costa”, frisou.

Daniel Adrião vai anunciar formalmente hoje, durante a reunião da Comissão Nacional do PS, que se recandidata à liderança dos socialistas, depois de já o ter feito em 2016, 2018 e 2021, sempre contra o atual secretário-geral, António Costa.

A Comissão Nacional do PS vai formalizar as decisões de realizar o congresso em 6 e 7 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral socialista em 15 e 16 de dezembro.

“Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo”, declarou Daniel Adrião à agência Lusa na sexta-feira.

Neste momento, estão no terreno as candidaturas do ex-secretário-geral adjunto e atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a do deputado socialista e ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Nas declarações que fez à agência Lusa, Daniel Adrião fez também uma referência às causas da demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro. Uma demissão que conduziu à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

“Passei estes anos todos a alertar para más práticas que culminaram na situação em que atualmente nos encontramos. Se me tivessem dado ouvidos…” comentou.

Na semana passada, durante a última reunião da Comissão Política do PS, Daniel Adrião defendeu que o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno deveria ser o candidato a primeiro-ministro dos socialistas nas próximas eleições legislativas.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

Na sequência do último congresso do PS, que se realizou em Faro, no verão de 2021, a sensibilidade socialista liderada por Daniel Adrião elegeu 12% dos membros da Comissão Nacional e 15% da Comissão Política.

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“Deve ser um compromisso do país ter contas certas” diz José Luís Carneiro

  • ECO e Lusa
  • 18 Novembro 2023

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro elogiou hoje o ministro das Finanças, Fernando Medina, pelas “contas certas” do país, salientando que as dívidas são para pagar.

O Partido Socialista dá hoje o primeiro passo para escolher o seu próximo líder numa reunião da Comissão Nacional que visa formalizar as decisões de realizar o congresso a 6 e 7 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral a 15 e 16 de dezembro.

À entrada para a Comissão Nacional do PS, José Luís Carneiro elogiou o ministro das Finanças, Fernando Medina, seu apoiante na corrida à liderança dos socialistas, pelas “contas certas” do país, salientando que as dívidas são para pagar.

“Quero felicitar o ministro das Finanças, porque a notação financeira do país é muito positiva e representa um sinal de confiança dos investidores no país. Esse sinal de confiança é fundamental, quer para financiar as condições de desenvolvimento, quer para manter o estatuto de Portugal como um país que honra os seus compromissos internacionais. Isso é essencial para valorizarmos salários e rendimentos”, declarou o ainda ministro da Administração Interna.

Recorde-se que esta sexta-feira, a agência norte-americana Moody’s decidiu subir o rating da dívida soberana em dois níveis, por conta das perspetivas de médio prazo para o país apoiadas em “significativos investimentos privados e públicos, como a implementação de novas reformas estruturais, ambas ligadas ao PRR” e com o caminho feito a nível económico e orçamental, a “desalavancagem do setor privado e fortalecimento contínuo do setor bancário”.

Nas suas declarações aos jornalistas, José Luís Carneiro nunca se referiu ao seu principal adversário na corrida à liderança do PS, Pedro Nuno Santos, que, enquanto vice-presidente da bancada socialista, em 2012, quando António José Seguro liderava este partido e durante o período da Troika, admitiu que Portugal não pagasse a sua dívida externa.

“Desde criança sempre aprendi que pagar aquilo que devemos é mesmo essencial. O país ser hoje reconhecido no plano internacional como de grande credibilidade nas contas públicas é crucial para enfrentar o quadro exigente que vamos ter de enfrentar no futuro”, realçou.

José Luís Carneiro estendeu também o elogio que tinha feito a Fernando Medina ao primeiro-ministro, António Costa, sustentando que a consolidação orçamental é “um desafio coletivo”. “Deve ser um compromisso do país ter contas certas. Esse é um compromisso essencial para o bem-estar e coesão do país”, acrescentou.

O outro candidato à liderança do PS é Pedro Nuno Santos que não estará presente na reunião da Comissão Nacional do PS porque não faz parte da mesa nacional do partido. Porém, está presente Alexandra Leitão que coordena a moção de Pedro Nuno Santos.

À chegada da reunião dos socialistas, Alexandra Leitão rejeitou a ideia de que esta campanha esteja ganha por Pedro Nuno Santos mesmo antes de ter arrancado, como muitos antecipam. “Nunca há campanhas que são um passeio no parque. Temos sempre que respeitar os adversários”, referiu a ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública.

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Inflação em Angola deverá superar os 20% no próximo ano

  • Lusa
  • 18 Novembro 2023

A Oxford Economics antecipa que a taxa de inflação no país africano atinja os 20,3% no próximo ano e que o banco central do país suba a taxa de juro em 200 pontos base até ao fim de 2023.

A consultora Oxford Economics antevê que Angola termine o ano com a inflação nos 18%, depois da subida de 16,6% em outubro, a sexta consecutiva, devendo acelerar para uma média de 20,3% no próximo ano.

“Prevemos que a taxa de inflação vá continuar a subir para 18% até final do ano e que o Banco Nacional de Angola vá subir a taxa de juro em 200 pontos base [2 pontos percentuais] antes do final do ano, e esperamos que os efeitos da desvalorização da taxa de câmbio continuem a fazer-se sentir no primeiro semestre de 2024, resultando numa inflação média de 20,3% no próximo ano”, escreve a Oxford Economics.

Num comentário à evolução dos preços em Angola, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas estimam que os preços estejam, em dezembro, 18% mais caros do que em dezembro de 2022, o que faz com que, juntando o total deste ano, os preços tenham, em média, subido 13,6% no conjunto do ano.

A significativa fraqueza da moeda desde maio, com o kwanza a transacionar nos piores níveis de sempre, nos 830 por dólar, levou a um ressurgimento da inflação alimentar, a que se junta o facto de a redução nos subsídios aos preços dos combustíveis também ter começado a colocar pressão na subida dos preços dos transportes”, escrevem ainda os analistas.

A inflação, concluem, “está ao nível mais elevado desde outubro de 2022 e já leva seis meses consecutivos de subida, desde maio”.

O Instituto Nacional de Estatística do país divulgou recentemente que a inflação tinha subido 2,2% em comparação com os preços de setembro, o que representa uma ligeira aceleração face aos 2,1% de crescimento registado em setembro face ao mês anterior, impulsionada principalmente pelos setores da alimentação e bebidas não alcoólicas e pelos bens e serviços.

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Comissão Nacional do PS reúne-se para marcar congresso e eleição direta do novo líder

  • Lusa
  • 18 Novembro 2023

A Comissão Nacional do PS reúne-se hoje para formalizar as decisões de realizar o congresso a 6 e 7 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral socialista a 15 e 16 de dezembro.

A Comissão Nacional do PS reúne-se hoje para formalizar as decisões de realizar o congresso a 6 e 7 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral socialista a 15 e 16 de dezembro.

Esta reunião, que decorrerá no Parque das Nações, em Lisboa, a partir das 10 horas, será aberta com uma intervenção do ainda líder socialista, António Costa, sobre a situação política nacional, mas desta vez, ao contrário do que aconteceu nas anteriores, será fechada à comunicação social.

António Costa pediu a demissão das funções de primeiro-ministro no passado dia 7, ocasião em que também anunciou que não voltará a recandidatar-se a este cargo nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Para a sucessão de António Costa na liderança do PS, estão já no terreno duas candidaturas: a do ex-secretário-geral adjunto e atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a do deputado socialista e ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Além destes dois, junta-se ainda Daniel Adrião, que volta a candidatar-se a secretário-geral do PS pela quarta vez. O anúncio será feito este sábado.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Pedro do Carmo, adiantou que as candidaturas ao cargo de secretário-geral do PS terão de ser entregues até 30 deste mês, com assinaturas de 200 proponentes militantes socialistas e acompanhadas de uma moção de orientação política.

Para as eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS dos dias 15 e 16 de dezembro, segundo o presidente da COC, podem votar cerca de 80 mil militantes socialistas, desde que tenham as respetivas quotas pagas (do primeiro semestre deste ano) até ao fim deste mês.

O próximo congresso do PS, que se deverá realizar em Lisboa, vai ter 1.600 delegados eleitos e mais 1.100 com direito de inerência por serem titulares de cargos políticos autárquicos ou em órgãos nacionais desta força política.

Com eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março, a Comissão Nacional do PS também deverá hoje tomar a decisão de adiar as eleições federativas e concelhias deste partido, que estavam previstas para o início de 2024.

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Lei do lóbi é “imprescindível” para a transparência, mas não impediria Operação Influencer

Apesar do veto de Marcelo em 2019 à lei do lóbi, os advogados consideram que é "imprescindível" e "absolutamente importante" existir um diploma em Portugal para regular esta atividade.

Sabe o que é o lobbying? De forma sucinta são as comunicações e contactos estabelecidos de forma a influenciar decisões públicas e políticas. Em Portugal já esteve perto de ser regulado, mas Marcelo Rebelo de Sousa acabou por vetar esse diploma em 2019. Uma coisa é certa, os casos de corrupção e tráfico de influências continuam a crescer no país e no “palco” da justiça.

Com uma crise política “instalada” no país, e com suspeitas de terem existido alegados favores e influências por parte do ex-chefe de gabinete de Costa junto do Governo, será que se a lei do lóbi estivesse em vigor a investigação em torno da Operação Influencer estaria em curso?

Não me parece que a regulamentação do lóbi impedisse esta investigação, pela simples circunstância de a ausência de regulamentação também não significar que a atividade lobista não é possível, ou que não é lícita. É evidente que é. Só não está regulada. E, por conseguinte, mesmo não sendo proibida, temos em curso a investigação que temos”, disse Rui Costa Pereira, associado coordenador da MFA Legal.

Mas o advogado não tem dúvidas sobre a importância e necessidade de Portugal regular o lóbi, considerando que é mais uma área em que Portugal está profundamente atrasado. “Já era assim em 2019 e continua a ser, na medida em que essa regulamentação potenciaria a transparência das relações estabelecidas entre lobistas e as entidades públicas“, disse.

Certamente que haveria hoje em dia mais transparência na interação com o setor público e uma definição bem clara sobre o que é, e não é, o lóbi.

Miguel Pereira Coutinho

Associado sénior da Cuatrecasas

Também Miguel Pereira Coutinho, associado sénior da Cuatrecasas, apesar de não conseguir afirmar se a investigação estaria em curso ou não com uma possível lei do lóbi, garante que pelo menos traria mais “transparência”. “Certamente que haveria hoje em dia mais transparência na interação com o setor público e uma definição bem clara sobre o que é, e não é, o lóbi”, referiu.

O advogado sublinhou ainda que, apesar do veto de Marcelo em 2019, o chefe de Estado fê-lo não por discordar, mas antes por ter identificado no diploma importantes lacunas. Entre elas, a ausência de obrigação de declaração dos rendimentos obtidos com a atividade exercida, bem como a sua origem, a ausência de identificação da estrutura acionista e beneficiários últimos no que diz respeito a pessoas coletivas e o facto de o diploma não se aplicar a interações com o Presidente da República ou os representantes da República nas Regiões Autónomas.

“Não entendo a razão pela qual, identificadas lacunas, não se voltou a abordar o tema, à semelhança do que sucedeu com outras matérias, como por exemplo a morte medicamente assistida”, disse Miguel Pereira Coutinho.

Lei do lóbi reforçaria confiança no poder político

Apesar do veto do Presidente da República em 2019, os advogados consideram que é “imprescindível” e “absolutamente importante” existir um diploma em Portugal para regular a atividade de lóbi, uma vez que aumentaria a transparência e já é regulamentado na maior parte dos países.

Alexandra Mota Gomes, sócia da Antas da Cunha Ecija, alertou que é necessária essa lei, até devido ao número crescente de casos de corrupção e de tráfico de influências que têm surgido. A advogada defende que a regulamentação da atividade de lóbi iria contribuir para a existência de uma “maior transparência nas decisões legislativas”.

“Acredito que esta atividade, se for devidamente regulamentada, poderá contribuir para uma maior igualdade de acesso ao poder legislativo, uma maior capacidade de informação no que toca aos representantes políticos e, principalmente, um aumento exponencial da confiança no poder político, porquanto qualquer cidadão poderia aceder livremente aos registos que determinaram todo o percurso efetuado até à tomada de decisões políticas e legislativas”, explicou.

Considerando a regulamentação do lóbi como “imprescindível”, Miguel Pereira Coutinho considera que na cultura de Portugal está muito “enraizada” a ideia de que o lóbi é pernicioso.

Apelidar alguém de lobista não é elogiá-lo, mas sim a associá-lo a clientelismo e compadrio. Convém, todavia, que se tenha presente que a representação de interesses junto de entidades públicas se encontra prevista, desde logo, no Tratado da União Europeia, além de que, nos Estados Unidos da América, se chega ao ponto de entender que possui assento constitucional, pelo que se queremos promover uma democracia madura e desempoeirada, convém que o Estado não passe a recusar toda e qualquer interação com representantes de interesses privados e que não se comece a gerar a ideia de que a participação destes últimos em processos decisórios constitui, automaticamente, um crime”, disse.

O associado sénior da Cuatrecasas garante que a partir do momento em que se definam regras claras para essa interação entre privados e o Estado, contribuir-se-á para uma “maior transparência” e “responsabilidade de parte a parte”.

Acredito que esta atividade, se for devidamente regulamentada, poderá contribuir para uma maior igualdade de acesso ao poder legislativo.

Alexandra Mota Gomes

Sócia da Antas da Cunha Ecija

“Em vez de se fazer de conta que o lobismo não existe, o que importa é reconhecer que os comportamentos abusivos só se previnem e são combatidos mediante o estabelecimento de limites e obrigações, passando todos a conhecer as linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas”, acrescentou.

Registo e incompatibilidades. O que deve estar na lei

Desde o registo e do regime das incompatibilidades até à implementação de mecanismos de prevenção de riscos de corrupção e combate ao branqueamento de capitais, são vários os “pilares bases” apontados pelos advogados que a lei do lóbi deveria acautelar.

Para Rui Costa Pereira, os aspetos relativos ao registo das entidades dedicadas ao lóbi ou o respetivo regime de impedimentos e incompatibilidades são decisivos, tais como os aspetos sublinhados por Marcelo Rebelo de Sousa quando vetou a lei.

“Tudo, portanto, a bem da transparência do exercício de atividades que, ao fim e ao cabo, são todas elas de prossecução do interesse público, mesmo quando este convirja com interesses privados. É perfeitamente possível, diria até desejável, que o interesse público e privado estejam a par”, garantiu.

Para além do registo público para o exercício da atividade, onde estão indicados todos os interesses representados e eventuais situações ou ligações que poderão gerar conflitos de interesse, Miguel Pereira Coutinho apontou ainda a “obrigatoriedade de divulgação das remunerações recebidas, situação patrimonial e estrutura acionista, com identificação dos beneficiários últimos”. Bem como a “criação de um código de conduta que obrigue os representantes de interesses ao cumprimento de um conjunto de deveres éticos, obrigando-se os mesmos a alargar esse cumprimento, também, a quem com eles colabore”.

O advogado defende que a lei deverá ainda acautelar a obrigatoriedade de implementação de mecanismos de prevenção de riscos de corrupção e combate ao branqueamento de capitais; a sujeição a auditorias por parte de autoridades públicas, permitindo-se que, detetada alguma irregularidades, se possa escrutinar a atividade do representante de interesses e sujeitá-los a sanções; a obrigatoriedade de divulgação pública, para arquivo futuro, de todas as reuniões e interações realizadas, para que se possa saber quem e em que momento interveio nos processos decisórios, e que documentos foram apresentados; e a definição de prazos mínimos “para que alguém, depois de sair do Governo, por exemplo, possa passar a agir como representante de interesses”.

Ainda há muito a fazer no combate à corrupção

Face a esta investigação em curso e aos alegados crimes em questão, os advogados acreditam que ainda é cedo para fazer um balanço da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção.

Rui Costa Pereira relembrou que até há pouco tempo o Mecanismos Nacional Anticorrupção (MENAC) só tinha recebido sete denúncias em 2023 e que só em junho é que foi instalado. Este mecanismo tem como função fiscalizar e criar mecanismos para evitar a corrupção e conta com uma dotação orçamental de 2,1 milhões de euros.

O MENAC substituiu o Conselho de Prevenção da Corrupção, que funcionava junto do Tribunal de Contas, e faz parte do pacote anticorrupção aprovado em 2021, ainda era Francisca Van Dunem a ministra da Justiça. A ideia é que apoie a criação e desenvolvimento de políticas anticorrupção e que reúna e trate de informação fiável sobre a corrupção.

É uma entidade da maior relevância, sobretudo para atuar a montante da investigação criminal, de maneira a que esta seja ‘poupada’. Seria sinal de eficácia da estratégia, parece-me. Ao mesmo tempo, poderá ter também uma importante vertente pedagógica, congregando toda a informação relevante sobre o combate à corrupção, incluindo estatística”, referiu o associado coordenador da MFA Legal.

Apesar de considerar a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção um documento “apelativo” e “bem estruturado”, Miguel Pereira Coutinho acredita que se o objetivo era desenvolver e implementar todas as medidas aí previstas até ao final 2024, há muito a trabalhar nos próximos 12 meses.

É uma entidade da maior relevância [MENAC], sobretudo para atuar a montante da investigação criminal, de maneira a que esta seja “poupada”. Seria sinal de eficácia da Estratégia, parece-me.

Rui Costa Pereira

Associado coordenador da MFA Legal

Já Alexandra Mota Gomes afirma que a estratégia ainda está numa fase “embrionária” e que o regime sancionatório do Regime Geral da Prevenção da Corrupção ainda só é aplicável às entidades públicas e às grandes empresas, e muitas ainda não iniciaram a sua implementação.

“As regras definidas neste regime são importantes no combate a este tipo de criminalidade, porém, muito irá depender da efetiva implementação pelas entidades públicas e privadas das respetivas regras e do próprio controlo do cumprimento, seja pelos órgãos internos daquelas, seja pela autoridade competente para a respetiva fiscalização, o MENAC”, explicou a advogada.

Para a sócia da Antas da Cunha Ecija, relativamente à criminalidade que possa surgir no seio de pequenas empresas ou de entidades públicas com menos de 50 trabalhadores, este regime sancionatório é “irrelevante”, uma vez que não lhes é aplicável. “No entanto, o RGPC prevê que as entidades públicas que não sejam consideradas entidades abrangidas devem adotar instrumentos de prevenção de riscos de corrupção adequados à sua dimensão e natureza“, acrescentou.

A luta contra a corrupção tem ocupado um lugar de destaque na lista de compromissos assumidos no programa do Governo, mas já vinha do anterior Executivo. Uma das medidas é justamente a obrigatoriedade das empresas com mais de 50 colaboradores terem canais de denúncia para reportarem comportamentos suspeitos dos colegas de trabalho.

Assim, torna-se vinculativo a adoção por aquelas entidades públicas e privadas de um programa de compliance, que inclua “a elaboração de um plano de prevenção da corrupção, a aprovação de um código de conduta, a disponibilização de um canal de denúncia, a realização de um programa de formação, a designação de um responsável independente pelo cumprimento normativo e a aplicação de sanções para o respetivo incumprimento”.

Para fiscalizar esta e outras medidas foi criado o MENAC, assumido como “uma prioridade” por Catarina Sarmento e Castro, ministra da Justiça, que reiterou o compromisso do Governo no combate à criminalidade económico-financeira com a criação desta “entidade independente que será dotada dos meios necessários para exercer as funções de iniciativa, controlo e sanção”.

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China vai continuar desenvolvimento pacífico, garante Xi Jinping

  • Lusa
  • 18 Novembro 2023

O Presidente da China disse que o país vai continuar a "manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico" para "melhorar a vida do povo chinês" e defendeu pontes com os EUA.

O Presidente da China disse que o país vai continuar a “manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico” para “melhorar a vida do povo chinês e não [para] substituir ninguém”.

Xi Jinping sublinhou a vontade da China de “trabalhar em conjunto” para alcançar mais resultados na cooperação na região Ásia-Pacífico, durante um discurso proferido na cerimónia de encerramento da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na sexta-feira, em São Francisco, nos EUA.

O líder chinês apelou à criação de “uma comunidade aberta, dinâmica, resiliente e pacífica” naquela região, para a qual propôs a aposta em áreas como a inovação tecnológica, a abertura económica e a integração regional, o desenvolvimento verde e a redução das desigualdades.

Xi apelou a esforços conjuntos para “criar em conjunto mais 30 anos dourados” para a região da Ásia-Pacífico.

Os presidentes das duas maiores potências económicas do mundo tiveram esta semana um encontro há muito esperado, após um ano sem contactos, numa altura em que ambos procuram estabilizar a relação bilateral, que tem estado tensa nos últimos anos.

Xi Jinping defendeu a “construção de pontes” com os EUA e garantiu que a China está pronta para ser “um parceiro e um amigo” da nação norte-americana com base nos princípios fundamentais do respeito e da coexistência pacífica.

No encontro, que durou cerca de quatro horas, concordaram em retomar as comunicações militares e, de acordo com a Casa Branca, chegaram a um acordo para que a China controle os precursores químicos utilizados no fabrico do fentanil, opiáceo que mata cerca de 200 norte-americanos por dia.

Além disso, as duas nações revelaram que estão empenhados em manter novas negociações comerciais no próximo ano, declarou já este sábado o Departamento do Comércio dos EUA, apesar das tensões que permanecem entre as duas potências.

“Durante a reunião, os dois responsáveis [Xi e Biden] discutiram os avanços do grupo de trabalho sobre as questões comerciais e acordaram reencontrar-se no início de 2024”, adiantou o Departamento do Comércio dos EUA em comunicado, citado pela AFP.

Estes avanços, no entanto, foram manchados quando o próprio Biden voltou a chamar ditador a Xi — como tinha feito em junho — durante a conferência de imprensa no final do encontro com o homólogo chinês.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China considerou as observações de Biden “extremamente erradas” e “um ato político irresponsável”, reiterando que as “únicas opções corretas” na relação bilateral são o diálogo e a cooperação.

Durante a estada em São Francisco, Xi defendeu a “construção de pontes” com os EUA e garantiu que a China está pronta para ser “um parceiro e um amigo” da nação norte-americana com base nos princípios fundamentais do respeito e da coexistência pacífica.

O líder chinês assegurou ainda que o país “está feliz por ver uns EUA confiantes, abertos, em constante crescimento e prósperos”, embora tenha acrescentado esperar que Washington “dê as boas-vindas a uma China pacífica, estável e próspera”.

Xi também aproveitou a cimeira da APEC para demonstrar a influência na região, mantendo um encontro com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e para aprofundar os laços com os parceiros latino-americanos, especialmente aqueles que se queixam de que Washington relegou a região para segundo plano, face às guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.

No primeiro dia da cimeira, o presidente chinês encontrou-se com os homólogos do México, Andrés Manuel López Obrador, e do Peru, Dina Boluarte, para reiterar a vontade de reforçar os laços comerciais.

Dos dois encontros, Xi recebeu um convite para visitar o México nos próximos meses e o Peru, quando este país acolher a cimeira dos líderes da APEC no próximo ano.

Criada em 1989, a APEC reúne 21 territórios asiáticos e americanos que fazem fronteira com o oceano Pacífico: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietname.

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Moody´s sobe rating de Portugal apesar da crise política

A agência norte-americana decidiu subir o rating da dívida soberana em dois níveis, de 'Baa2' para 'A3', com perspetiva 'estável'. É a terceira agência que revê em alta a notação do país este ano.

No meio da crise política, a agência norte-americana Moody’s decidiu subir em dois níveis, de ‘Baa2’ para ‘A3’, o rating de Portugal. É a terceira agência a rever em alta a notação da dívida portuguesa este ano, depois da Fitch e da DBRS. “É melhor registo desde 2011”, nota o ministério das Finanças, em comunicado às redações.

A Moody’s, que costuma ser a mais cautelosa das agências de rating, assinala no entanto que há “riscos políticos” – depois de António Costa se ter demitido por “investigações de corrupção” – que ensombram a tendência económica e orçamental no país. E estes riscos podem “retardar o progresso no investimento e nas reformas ligadas ao Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”. Ainda assim, a agência acredita que as instituições portuguesas resolvam a questão política “de forma eficaz e transparente”.

O facto do Presidente da República ter salvo o Orçamento do Estado para 2024, apesar da crise política, também não passou despercebido. A Moody’s crê que esta opção de Marcelo Rebelo de Sousa “fornece garantias” quanto à trajetória orçamental em 2024 e que a posição dos principais partidos políticos, nesta matéria, limita “mudanças significativas”.

A agência justifica a decisão de subir o rating do país com as perspetivas de médio prazo para o país apoiadas em “significativos investimentos privados e públicos, como a implementação de novas reformas estruturais, ambas ligadas ao PRR” e com o caminho feito a nível económico e orçamental, a “desalavancagem do setor privado e fortalecimento contínuo do setor bancário”.

O impacto negativo das tendências demográficas em Portugal, que a Moody’s faz questão de sublinhar, devem ser mitigadas pela “migração líquida sustentada” e um “aumento do crescimento da produtividade do trabalho”. Ao mesmo tempo, a agência sublinha que o crescimento “robusto” e os “orçamentos equilibrados” significam que a sobrecarga da dívida vai continuar “a cair um dos ritmos mais rápidos entre as economias avançadas, embora a partir de níveis elevados”.

Para este ano, a Moody’s estima um crescimento de 2,1%, que desacelera para 1,6% em 2024 e 1,9% em 2025. Nas finanças públicas, a agência aponta para um rácio da dívida pública “ligeiramente acima de 100% do PIB em 2024, ou seja, 16,4 pontos percentuais abaixo dos níveis pré-pandemia de 2019 e o mais baixo nível desde 2010”. Ainda assim, a Grécia, o Chipre e a Irlanda mostram um “declínio mais acentuado” entre as economias avançadas.

É uma “excelente notícia” para o país, diz Medina

Em comunicado, o ministro das Finanças afirma que esta subida no rating é uma “excelente notícia” para o país. “Portugal fica agora com uma notação de risco em patamares “A” por três agências de rating (Moody’s, Fitch e DBRS), o que abre a porta de um conjunto muito alargado de investidores à dívida pública portuguesa”, sublinha Fernando Medina.

Segundo o ministro, esta avaliação irá traduzir-se em juros mais baixos quer para o Estado, quer para as empresas e famílias, realçando esta importância num contexto de uma política do BCE de taxas de juro altas.

“O facto de esta decisão da Moody’s ter sido tomada já após a marcação de eleições legislativas antecipadas, demonstra que os fundamentais da economia são robustos e confirma que Portugal conquistou um lugar entre o grupo de países com maior qualidade creditícia e maior credibilidade internacional. Um lugar que é essencial preservar”, disse Medina.

No final de setembro, a Fitch também subiu o rating de Portugal, de ‘BBB+’ para ‘A-‘, com perspetiva da dívida portuguesa em “estável”. E, em julho, a agência canadiana DBRS melhorou a notação da dívida soberana portuguesa para ‘A’, com perspetiva “estável”.

Já a Standard and Poor’s, no início de setembro, melhorou a perspetiva para a dívida soberana de “estável” para “positiva”, no que costuma ser o passo anterior a uma revisão em alta da notação do país. A avaliação de rating desta sexta-feira foi a última prevista para este ano.

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Intermarché lança campanha de Natal assinada pela Grafe Publicidade

A campanha, que conta com a criatividade da Grafe Publicidade, está presente em televisão, pontos de venda, out-of-home (OOH) e online.

A nova campanha de Natal do Intermarché aproveita a essência dos momentos familiares durante a quadra natalícia para a promoção de fatores como a proximidade, variedade e acessibilidade da marca junto dos clientes.

“Um Natal cheio de preços baixos no Intermarché”, contou com a criatividade da Grafe Publicidade e produção da Still, enquanto a Initiative foi a agência responsável pelo planeamento de meios. A campanha marca presença em televisão, pontos de venda, out-of-home (OOH) e online.

A Grafe Publicidade já trabalhava com o Intermarché, nomeadamente na componente criativa dos folhetos, catálogos e lojas ou na criação do logótipo da Porsi (marca própria do Intermarché), mas esta foi a primeira vez que colaboraram com a marca na produção de uma campanha multimeios.

Tendo como mensagem “este Natal leve só os sonhos. Quem tem um Intermarché por perto tem um Natal cheio de preços baixos”, a campanha vai assim estar presente numa combinação criativa de publicidade visual e digital, “de forma a alcançar o maior número de portugueses, de várias idades e localizações”, explica-se em nota de imprensa.

“A campanha reflete a importância de estarmos juntos no Natal e como o Intermarché facilita estes encontros, oferecendo tudo o que é necessário para um Natal de sonho, com a tradição a assumir um papel de destaque”, lê-se na nota de imprensa.

A Grafe Publicidade refere-se “entusiasmada por colaborar com o Intermarché neste momento do ano, especial para qualquer marca, reforçando o compromisso de ambas as empresas em proporcionar aos clientes não apenas produtos, mas experiências e memórias inesquecíveis”.

 

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Apple suspende anúncios no X após Musk ser acusado de antissemitismo

Depois da IBM chegou a vez da Apple suspender os anúncios da rede social X. Esta tomada de posição surge depois de Musk ter apoiado uma publicação antissemita.

Após Elon Musk ser acusado de apoiar teorias antissemitas, a Apple decidiu suspender todos os anúncios na rede social X, antigo Twitter, detida pelo bilionário Musk, refere a Axios. Mas não foi a única empresa, também a IBM tomou a mesma posição e deu uma “nega” ao dono do X.

Esta tomada de posição surge depois de Musk ter apoiado uma publicação antissemita, na quarta-feira, que levou a que ativistas judeus apelassem a grandes empresas, como a Apple, Google, Amazon e Disney, para deixarem de pagar anúncios na rede social X.

Mas a história não fica por aqui. Um dia depois, uma organização não-governamental norte-americana denunciou que as publicidades de empresas como a IBM, Apple, entre outras, eram colocadas ao lado de mensagens antissemistas e de apoio a Adolf Hitler.

Também a Casa Branca acusou esta sexta-feira o empresário Elon Musk de ter feito uma “promoção abjeta do ódio antissemita e racista” numa das suas publicações na sua rede social X.

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Trabalhadores do BNP Paribas em Portugal pedem aumentos entre 800 e 1.000 euros anuais

  • Lusa
  • 17 Novembro 2023

Os trabalhadores também votaram favoravelmente a compensação de todos com medidas que mitiguem a inflação, nomeadamente um pagamento único de 1.000 euros.

Os trabalhadores do BNP Paribas em Portugal pediram aumentos entre 800 e 1.000 euros anuais e um pagamento único de 1.000 euros, para combater a inflação, com início em janeiro de 2024, adiantou a Comissão de Trabalhadores (CT).

Numa proposta enviada à Lusa, a CT destacou que os trabalhadores, reunidos em plenário, votaram favoravelmente a compensação de todos com medidas que mitiguem a inflação, nomeadamente um pagamento único de 1.000 euros e aumentos de 1.000 euros anuais para quem recebe até 40 mil euros por ano e de 800 euros anuais para vencimentos acima deste valor.

Os trabalhadores apelaram ainda a que o mecanismo de revisão de compensação usado pelo banco seja apenas “para compensar o desempenho e a experiência acumulada” e estabelecer que os aumentos salariais e outros pagamentos realizados por razões como o aumento da inflação “sejam feitos periodicamente e numa data diferente”.

Os trabalhadores pediram ainda mais transparência nas práticas salariais, e a implementação de um “projeto-piloto” para um horário semanal de 35 horas, a ser depois alargado a todos. De acordo com a proposta, os trabalhadores pedem ainda, entre outras medidas, uma opção de seguro de saúde, a subsidiação de transporte público, alimentação mais acessível nas cantinas do banco e mais flexibilidade no teletrabalho.

“O BNP Paribas SA tem cerca de 8.000 colaboradores a trabalhar em Portugal, um conjunto de trabalhadores muito considerável e diversificado que, no entanto, partilha muitos dos mesmos desafios e que, coletivamente, representa uma parte importante da força de trabalho do setor financeiro no país”, lê-se na proposta.

Os trabalhadores recordam ainda os resultados “excecionais e históricos” do banco durante este ano e deu conta de que, em França, depois de negociações entre a gestão e os sindicatos, a proposta do banco passou pelo pagamento único de 1.000 euros em dezembro e aumentos entre 600 e 700 euros por ano.

Esta proposta foi aprovada pela maioria dos trabalhadores no plenário (cerca de 1.300) e incluiu várias propostas de melhoria, também votadas favoravelmente.

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Reserva extra contra crise imobiliária pesa 30 pontos base nos rácios de capital do Novobanco

  • Ana Petronilho
  • 17 Novembro 2023

Banco liderado por Mark Bourke já informou a CMVM que a almofada financeira imposta pelo Banco de Portugal para uma eventual crise imobiliária será de 30 pontos base.

A almofada de capital adicional imposta pelo Banco de Portugal para a proteção de uma eventual crise no mercado imobiliário vai pesar cerca de 30 pontos base dos requisitos de fundos próprios do Novobanco.

De acordo com a informação enviada pelo banco liderado por Mark Bourke ao mercado a “implementação desta medida que estabelece a constituição de uma reserva para risco sistémico setorial traduz-se num aumento pró-forma esperado de cerca de 30 pontos base dos requisitos de fundos próprios”.

O administrador Luís Ribeiro já tinha dito, esta quinta-feira na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, que a medida iria ter um impacto de cerca de 50 milhões de euros no Novobanco assegurando que o banco “está muito bem capitalizado”.

Em causa está a constituição de uma reserva de capital adicional que corresponderá a 4% da carteira de empréstimos a particulares garantida por imóveis destinados à habitação, que irá obrigar os bancos afetados pela medida a colocarem de lado cerca de 400 milhões de euros. BCP e Santander, sendo os maiores bancos, deverão ter de criar almofadas de mais de 100 milhões.

E o banco liderado por Miguel Maya já informou a CMVM que a “reserva para risco sistémico setorial se traduziria em base proforma num aumento estimado dos requisitos de fundos próprios em 26 pontos base”.

Na nota, publicada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novobanco lembra ainda que esta “reserva visa aumentar a resiliência das instituições perante uma potencial materialização futura de risco sistémico no mercado imobiliário residencial em Portugal”.

 

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