O setor têxtil assume a liderança nos desafios ESG para empresas

  • Servimedia
  • 13 Novembro 2023

Aproximadamente um em cada três funcionários usa uniformes e roupas de trabalho.

O contexto atual de emergência climática, em que os recursos naturais são escassos e a pegada ambiental continua a crescer, faz com que a indústria têxtil surja como um protagonista chave na luta por um futuro mais sustentável. O seu alto impacto ambiental levou as autoridades a concentrarem sua atenção no impulso de medidas que freiem um setor que é responsável por 10% das emissões globais de CO2, uma cifra que, segundo o Parlamento Europeu, é muito superior à soma da aviação internacional e do transporte marítimo.

Dados como o fato de que 20% da poluição da água potável é proveniente dos processos de produção têxtil, ou que no ano passado foram gerados na Espanha uma quantidade de resíduos têxteis equivalente a uma caravana de caminhões de carga que vai do centro de Madrid ao centro de Barcelona, ​​demonstram a necessidade de mudar o modelo atual do setor por um que promova a circularidade das peças e assegure a atividade e sustentabilidade dessa indústria a longo prazo.

A União Europeia (UE) começou a dar passos para enfrentar os desafios ambientais e éticos apresentados por essa indústria. No mês de junho passado, o Parlamento Europeu aprovou as recomendações para a implementação de uma estratégia da UE para tecidos sustentáveis e circulares, cujo objetivo é combater o excesso de produção e consumo de têxteis. Essa mudança terá impacto não apenas nos consumidores individuais, mas também nas empresas, uma vez que estima-se que aproximadamente um em cada três pessoas usa uniformes no seu trabalho.

Entre os objetivos da nova legislação proposta está a implementação de medidas que promovam a durabilidade e reciclabilidade dos têxteis na UE, além de desacelerar a cultura do “fast fashion”, que tem sido em grande parte responsável pelo aumento de 400% na produção têxtil nos últimos anos. Nesse sentido, vários projetos surgiram nos últimos anos oferecendo soluções interessantes para garantir a transição para a economia circular no setor da moda. Um exemplo disso é a Circoolar, uma empresa que busca fazer parte da verdadeira mudança em direção a um modelo de negócio têxtil mais respeitoso com o planeta, ao mesmo tempo que ajuda as empresas no seu propósito de serem mais sustentáveis através de seus uniformes e roupas de trabalho.

Os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) se tornaram imperativos no tecido empresarial, valorizando o impacto ambiental, social e governamental gerado pelas empresas. A Circoolar é a primeira empresa especializada em roupas de trabalho certificada como BCorp que aposta em introduzir os princípios da economia circular e o impacto social na uniformidade das empresas, um elemento essencial nos principais setores de atividade na Espanha. Sua abordagem do setor da moda é baseada em um modelo circular sustentado por três pilares fundamentais: trabalhar com tecidos 100% ecologicamente corretos e reciclados, desenvolver um eco-design que reduza os resíduos a zero e gerar um impacto social positivo com a confeção das suas peças.

Essa startup fundada em Barcelona responde a três perguntas que se alinham com os princípios da economia circular: do que é feita a roupa de trabalho, quem a produziu e quantos resíduos ela gera. A Circoolar confeciona suas peças a partir de tecidos ecológicos, como algodão triturado, reciclado ou orgânico, poliéster reciclado ou outros tecidos recuperados, e produz suas peças em oficinas locais que promovem a inclusão social e o empoderamento feminino (às quais são doados 10% dos lucros) e/ou oficinas nacionais e locais com condições dignas de trabalho, agregando assim valor social a cada peça. Além disso, a fim de garantir a circularidade das peças, a empresa fabrica todos os seus produtos seguindo critérios de eco-design que permitem reciclar os tecidos, dando-lhes uma segunda vida através do serviço de coleta e reciclagem implementado para reintroduzi-los nos uniformes dos seus clientes.

A Circoolar desenvolveu duas propostas diferentes para ajudar as empresas a se vestirem de maneira sustentável e transmitirem seus valores éticos através de uniformes e brindes. A empresa oferece, por um lado, a possibilidade de recolher resíduos têxteis antigos e reciclá-los em novos fios e tecidos para desenvolver novos produtos, dependendo da qualidade final do fio. Por outro lado, também recicla esses resíduos em feltro 100% rastreável, com o qual desenvolve e confeciona possíveis produtos promocionais, tanto internos quanto externos. Ambas as opções cumprem o propósito de promover segundas oportunidades, valor que também é transmitido no seu processo de confeção realizado exclusivamente em oficinas locais de inclusão social.

O caminho a seguir para alcançar o Pacto Verde Europeu passa por conseguir que, em 2030, na Europa, todos os têxteis sejam duráveis e recicláveis, fabricados em grande parte com fibras recicladas, livres de substâncias perigosas e produzidos com respeito aos direitos sociais e ambientais. Essa é uma tarefa imprescindível, considerando que os europeus consomem quase 26 kg por ano e apenas 10% dos resíduos têxteis são reciclados. Em resposta a essa situação, iniciativas que apostem em uma indústria têxtil sustentável se tornam ferramentas essenciais para avançar em direção à circularidade do setor, começando a colocar em prática medidas incluídas na proposta de Regulamento sobre o projeto ecológico de produtos sustentáveis ou na Estratégia da União Europeia para produtos têxteis sustentáveis e circulares. Tudo isso enquanto se aguarda a aprovação da modificação da Diretiva Europeia-Quadro de Resíduos.

Usar uniformes sustentáveis torna-se uma oportunidade para as empresas alcançarem os seus objetivos ESG, gerarem um impacto social e ambiental positivo, real, mensurável e tangível, e expressarem seus valores, envolvendo seus funcionários com o uso de roupas de trabalho alinhadas com os valores corporativos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 13 de novembro

  • ECO
  • 13 Novembro 2023

Ao longo desta segunda-feira, 13 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Novembro 2023

A semana arranca com uma descida dos preços dos combustíveis, mais audições de ministros no âmbito da discussão do OE2024 e os dados definitivos da inflação em Portugal no mês de outubro.

As audições aos titulares das pastas ministeriais continuam esta segunda-feira, no âmbito da discussão na especialidade da proposta orçamental para o próximo ano. O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados definitivos da inflação de outubro. E o preço dos combustíveis volta a baixar.

Discussão do OE2024 continua com audições a ministros

Apesar de o Presidente da República ter decidido dissolver o Parlamento e agendar novas eleições, na sequência da demissão do primeiro-ministro na semana passada, Marcelo vai dar margem para que a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) possa ser aprovada pela atual maioria parlamentar. Assim, mantêm-se as audições aos titulares das pastas ministeriais, no âmbito da apreciação do documento na especialidade, sendo ouvidos a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.

Como evolui a inflação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta segunda-feira os dados definitivos do índice dos preços no consumidor em outubro. De acordo com a estimativa rápida do gabinete estatístico, a inflação em Portugal recuou para 2,1% no mês passado, um valor já bastante próximo da meta do Banco Central Europeu (BCE). São ainda divulgadas as estatísticas rápidas do transporte aéreo e os índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços, ambos relativos a setembro.

Candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança do PS

Com a demissão do primeiro-ministro, António Costa abandona também a liderança do Partido Socialista (PS). Pedro Nuno Santos deverá formalizar a candidatura a secretário-geral do partido esta segunda-feira, devendo ir a votos contra o ainda ministro José Luís Carneiro. A apresentação da candidatura será antes do habitual espaço de comentário do antigo ministro das Infraestruturas na SIC Notícias, às 18 horas.

Combustíveis mais baratos

Os preços dos combustíveis voltam a diminuir esta semana. Quando for abastecer o seu veículo, o gasóleo simples custará 1,687 euros por litro, menos 4,5 cêntimos do que na semana passada, enquanto o preço da gasolina simples 95 desce três cêntimos, para 1,763 euros por litro.

Comissão Nacional de Acompanhamento divulga relatório do PRR

A Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA-PRR) apresenta esta segunda-feira o relatório sobre a evolução da “bazuca” – o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Neste documento vão ser analisados mais de 80 investimentos, medidas e submedidas pelo presidente da CNA-PRR.

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App portuguesa de biscates não receia impacto da nova lei do trabalho nas plataformas digitais

Novo "country manager" do Oscar não prevê que técnicos peçam para ser reconhecidos como trabalhadores dependentes, à luz da nova lei do trabalho nas plataformas. Diz que valorizam independência.

Desde maio que a nova lei do trabalho abre a porta a que os prestadores de atividade sejam considerados trabalhadores por conta de outrem das plataformas digitais. Mas a aplicação portuguesa Oscar – uma espécie de Glovo dos serviços domésticos – não está a contar que as centenas de técnicos, que agrega, peçam para ser reconhecidos como dependentes, assegura o novo country manager. Em entrevista ao ECO, Diogo Coutinho sublinha que os prestadores de atividade valorizam a independência e flexibilidade e garante que o Oscar funciona como um “mero intermediário” entre esses técnicos e os portugueses que precisam de contratar, por exemplo, quem lhes limpe a casa ou repare a máquina de lavar a louça.

“Não tenho a expectativa [que os técnicos peçam para ser reconhecidos como trabalhadores dependentes]. A verdade é que quem trabalha na plataforma aprecia bastante a flexibilidade e o facto de ser o seu próprio patrão. Obviamente que também não posso pedir que um técnico ande com um autocolante gigante do Oscar no carro”, sublinha o responsável, que foi anunciado como novo country manager no final de outubro.

Convém explicar que em maio entrou em vigor um pacote de alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, que abre a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores das plataformas digitais, desde que sejam identificados alguns indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixa a retribuição, tem poder disciplinar ou controla a prestação de serviço, pode estar em causa um laço de subordinação.

Ainda assim, Diogo Coutinho está tranquilo e entende que a nova lei não afetará a relação de trabalho que o Oscar tem com os técnicos que lhe prestam serviços. “São puramente prestadores de serviço. Somos apenas o intermediário“, insiste o responsável.

Atualmente, o Oscar tem inscritos dez mil técnicos, mas nem todos prestam serviços regularmente, indício da tal independência para com a plataforma, salienta o country manager. “Há muita flexibilidade“, assinala. Assim, dos dez mil técnicos, por mês, só 500 a mil técnicos fazem, pelo menos, um serviço.

Por outro lado, quanto à remuneração, Diogo Coutinho explica que o Oscar cobra uma comissão de 30% sobre o valor do serviço ao técnico. E exemplifica: “Não pagamos um valor muito baixo, que obriga as pessoas a trabalhar sem parar. Na Glovo, um estafeta não faz mais do que três euros num serviço. Significa que tem de fazer muitos serviços. No nosso caso, não. Uma limpeza doméstica de um apartamento T2 são 60 euros. Um técnico fica, em média, com 40 a 45 euros por este serviço.

Apesar dessa comissão, Diogo Coutinho considera que é atrativo para os técnicos trabalharam com o Oscar, porque a plataforma encarrega-se de todo o trabalho burocrático, nomeadamente de agendamento dos serviços e da resolução das situações em que o cliente acaba por não permitir a realização da tarefa.

Tanto que, embora as empresas portugueses se queixem de escassez de mão de obra, o Oscar não tem tido dificuldades em “recrutar” técnicos para a plataforma. “À medida que crescemos, tem sido cada vez mais fácil. Em Lisboa, já nem precisamos de fazer anúncios para os técnicos. Já aparecem automaticamente“, conta o responsável.

App portuguesa de olho em Espanha e Itália. E já sonha com o Brasil

Fundado no final de 2019, o Oscar garante ser hoje a app líder a nível nacional no que diz respeito aos serviços domésticos, como limpeza de casa, reparações de eletrodomésticos e limpeza de vestuário.

Atualmente tem presença na Grande Lisboa, no Porto e em Coimbra, mas também em Madrid, onde se estreou muito recentemente e já está a conseguir crescer mais rapidamente do que em Portugal, adianta o mencionado responsável.

Quanto ao futuro, Diogo Coutinho aponta o crescimento dentro de Portugal como um objetivo – Braga, Leiria, Viseu e Algarve estão na mira –, mas também em Espanha e eventualmente também em Itália. Debaixo de olho estão igualmente o Brasil e o México, mas esses são sonhos “que exigem mais esforço”.

Além da expansão geográfica, o country manager indica como meta o alargamento do portefólio de serviços prestados, isto é, poderá estar no horizonte a disponibilização de serviços de passeio de cães e aulas de ioga e pilates em casa.

Já quanto à sua chegada à liderança da equipa portuguesa, Diogo Coutinho frisa que o objetivo é ajudar a app a continuar a crescer. “O Oscar levantou recentemente 1,1 milhões de euros em investimento. O objetivo é que a próxima ronda seja bastante mais expressiva“, salienta.

Formado em Física, este responsável conta com uma “vasta experiência em diferentes empresas e indústrias”. No currículo, tem passagens pela McKinsey, Glovo (onde liderou o departamento comercial e de expansão) e pela Kitch.

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Web Summit regressa ensombrada por abandonos e crise política

Cimeira 'tech' abre hoje em Lisboa, mas deverá ter menos impacto que edições anteriores após a saída do CEO, fuga de gigantes e crise política. Inteligência Artificial vai ser o tema central.

A oitava edição da Web Summit no Parque das Nações arranca esta segunda-feira, precisamente um mês depois do polémico tweet do fundador e CEO da cimeira sobre o conflito no Médio Oriente ter abalado a confiança no evento que chegou a ser apelidado de ‘Davos para geeks’.

A 13 de outubro, Paddy Cosgrave escreveu na sua conta da rede social X (ex-Twitter) um post a classificar a reação de Israel ao ataque de Hamas como “crimes de guerra“. O irlandês ainda chegou a emitir um pedido de desculpas mas não conseguiu conter uma onda de retiradas de empresas e oradores.

A seguir ao natural abandono da participação israelita, um rol de grandes tecnológicas norte-americanas bateram com a porta da cimeira – Google, Meta, Microsoft, Amazon, IBM, Siemens e Intel, por exemplo. Celebridades como a atriz Gillian Anderson também reagiram em protesto.

Web Summit 2022 - 01NOV22
Paddy Cosgrave, CEO da Web SummitHugo Amaral/ECO

 

Paddy Cosgrave não resistiu à debandada e a 21 de outubro demitiu-se, dizendo que os seus comentários pessoais tornaram-se uma distração para o evento, adiantando que a despedida não punha em causa um evento que aguarda 70 mil visitantes, o mesmo número que em 2022.

A 30 de outubro a Web Summit nomeou Katherine Maher, antiga responsável pela Wikipedia Foundation, como CEO. “A nossa tarefa imediata é voltar o foco para o que fazemos de melhor: promover o diálogo entre todos aqueles conectados com o avanço tecnológico”, disse a nova líder da cimeira, citada em comunicado.

A organização, entretanto, salientara que alguns dos parceiros que estavam a deliberar voltaram a bordo e reverteram a sua decisão, mas sem avançar com os nomes. Apesar do exercício de controlo de danos, um olhar à lista de oradores mostra que o número de nomes sonantes é bastante menor do que em edições sonantes.

Os parceiros estatais portugueses demoraram a reagir. Carlos Moedas, autarca de Lisboa, foi o primeiro, dizendo a 24 de outubro, de forma vaga, que o evento não é sobre geopolítica, sem comentar a demissão de Cosgrave e a insistir que o evento é importantíssimo para a cidade. Do lado do Governo, no mesmo dia o ministro da Economia, António Costa Silva sublinhou que a Web Summit tem condições para decorrer “com normalidade”.

A 2 de novembro, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a polémica que levou à saída do CEO foi “a melhor publicidade para esta edição da cimeira tecnológica, em que prometeu aparecer “de surpresa”.

E quanto ao futuro? O acordo assinado em 2018 para garantir a rea­lização da Web Summit em Lisboa durante 10 anos, o Estado português e a Câmara Municipal de Lisboa podem rescindir o contrato com a Connected Intelligence Limited (CIL) – entidade organizadora do evento -, mas devem avisar 18 meses antes e têm de pagar tudo até 2028, noticiou o Expresso a 3 de novembro.

Crise política pode ter impacto

Se em edições passadas as sessões de abertura contaram com as presenças do Presidente da República, do primeiro-ministro António Costa, a agenda da Opening Night de hoje conta com Costa Silva como representante do Governo. A par do ministro, deverão estar em palco Katherine Maher, Jimmy Wales (fundador da Wikipedia), Cristina Fonseca (managing partner da Indico Capital), Vasco Pedro (CEO da Unbabel) e Carlos Moedas.

O presidente da Câmara Municipal deverá, aliás, ser um dos políticos portugueses com maior visibilidade no evento que decorre até dia 16, com pelo menos uma participação diária, seja em conferência de imprensa ou painel. Do Governo, além de Costa Silva a única participação ministerial prevista é de Ana Catarina Mendes, ministra dos Assuntos Parlamentares, num painel sobre inclusão na quarta-feira.

Num evento que habitualmente atraia vários governantes, a crise política que entretanto estalou em Portugal com a demissão do primeiro-ministro e a convocação de eleições para 10 de março, a edição deste ano poderá ser uma que os membros do Governo demissionário poderão querer evitar, numa altura de enorme de tensão política.

Confiança e IA

A organização continua a mostrar confiança nos números do evento de decorre na FIL e na Altice Arena: 70 mil participantes, mais de 2.000 jornalistas, mais de 800 investidores, mais de 300 parceiros, pessoas de 160 países, uma equipa de 300 pessoas no staff, 6.000 empreiteiros e voluntários e mais de 250 startups de impacto (10%).

A Inteligência Artificial (IA), o grande debate tecnológico de 2023, irá naturalmente estar em destaque com dezenas de painéis sobre o tema, cobrindo as vertentes das aplicações, do impacto, da regulação, do financiamento entre muitas outras.

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Portugal tem o 7.º crédito à habitação mais caro da Zona Euro

No espaço de um ano, a banca nacional deixou de ter a sexta oferta de crédito à habitação mais barata da Zona Euro para disponibilizar atualmente a sétima proposta mais cara do espaço da moeda única.

Comprar casa em Portugal continua a não ser uma solução para todos. E não é apenas porque o preço das casas, sobretudo nas grandes cidades, continua a subir. É porque também o custo do crédito à habitação disparou no último ano e permanece em níveis historicamente elevados.

Segundo dados do Banco de Portugal, só no último ano, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação quase que duplicou, passando de 2,23% em setembro de 2022 para 4,26% em setembro deste ano, o valor mais elevado desde fevereiro de 2012.

A pressionar a subida da taxa de juro dos empréstimos à habitação esteve a subida galopante das taxas Euribor, que servem de indexante ao cálculo da prestação da casa de 98% dos créditos à habitação em Portugal, e que no último ano registaram oscilações entre a quase triplicação do seu valor (no caso Euribor a 3 meses) ou a quase duplicação (no caso da Euribor a 12 meses).

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A evolução da taxa de juro dos novos empréstimos mais moderada que a subida dos indexantes pode sinalizar que a margem dos bancos na concessão do crédito esteja a reduzir. “A taxa em Portugal tem aumentado de forma paralela com a Euribor a 6 meses (como referência) tendo até aumentado menos, o que revela uma redução nos spreads“, refere Carlos Santos, professor do ISEG.

Essa realidade tem sido bem visível ao longo de todo o ano, com os bancos a promoverem várias campanhas de crédito à habitação, quer seja para a contratualização de novos empréstimos, quer seja para a realização de transferências de créditos à habitação. E no centro dessas campanhas tem estado sempre a oferta de spreads cada vez mais baixos.

No entanto, isso não tem permitido tornar a oferta dos bancos portugueses mais competitiva que os seus pares europeus. Pelo contrário. No espaço de um ano, a oferta de crédito à habitação dos bancos nacionais deixou de ser a sexta mais barata da Zona Euro, para se tornar na sétima mais cara do espaço da moeda única.

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A forte oscilação de Portugal no ranking das ofertas de crédito à habitação da Zona Euro poderá ser explicada pelo perfil dos contratos celebrados pelas famílias.

“Em Portugal, o mercado de crédito à habitação tem uma proporção de empréstimos a taxa variável que é superior à média europeia, onde é mais comum a utilização de taxas fixas”, refere Filipe Santos, professor e diretor da Católica Lisbon School of Business & Economics. Sublinha que “assim, quando a Euribor é muito baixa (ou negativa), os cidadãos com empréstimos à habitação são beneficiados, mas sofrem muito mais com o aumento das taxas, como se verificou nos últimos 18 meses”.

Esta realidade observa-se quando se olha para a evolução das taxas Euribor e se compara com a evolução das taxas swap, que servem de base ao cálculo das taxas fixas do crédito à habitação.

Os novos contratos de crédito à habitação a taxa fixa apresentam constantemente uma taxa de juro inferior à praticada pelos novos contratos à taxa variável.

Se as taxas Euribor só agora estão a estabilizar, as taxas swap a 5, 10 e 30 anos, após um período de inclinação positiva até setembro do ano passado, começaram a inverter paulatinamente em todos os prazos, sobretudo a partir de março, quando passaram a ser inferiores às taxas Euribor pela primeira vez desde junho de 2020.

E é por isso que, desde maio, os novos contratos de crédito à habitação a taxa fixa apresentam constantemente uma taxa de juro inferior à praticada pelos novos contratos à taxa variável.

Neste momento, o diferencial entre as duas taxas é de 0,59 pontos percentuais, com os novos empréstimos à habitação celebrados em setembro à taxa fixa a apresentarem uma taxa média de 4,12%, face a uma taxa de 4,71% dos contratos indexados à taxa variável. Há um ano, o quadro era exatamente o oposto, com a taxa fixa média a situar-se nos 3,8% face a uma taxa variável média dos novos créditos à habitação de 1,95%.

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Sandra Maximiano já recebeu parecer positivo da CReSAP para a presidência da Anacom

Economista convidada para substituir João Cadete de Matos diz que crise política causa incerteza sobre audição no Parlamento, mas acredita que poderá ter lugar logo a seguir à aprovação do OE.

A economista e professora do ISEG Sandra Maximiano confirmou ao ECO que já recebeu o parecer positivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) para desempenhar o cargo de presidente da ANACOM. Falta agora ser ouvida na Assembleia da República, uma audição cujo timing implica “incerteza” no contexto da crise política.

“A audição com a CReSAP teve lugar, online, a 24 de outubro e resultou num parecer positivo”, disse Maximiano. “Houve aqui algum atraso, pois fui convidada para o cargo em meados de agosto, o pedido da audição seguiu em setembro, mas só aconteceu perto do final de outubro“.

Este atraso, sublinhou a convidada para substituir João Cadete de Matos na liderança do regulador do mercado das comunicações, levou a agora a uma “grande incerteza” sobre o agendamento da audição parlamentar, tendo em conta os acontecimentos políticos da semana passada.

O Presidente da República, na quinta-feira, optou pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições para 10 de março de 2024. Depois de ouvir os partidos e o Conselho de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa informou ainda, em declaração ao país, que vai deixar passar o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) do Governo demissionário de António Costa e só depois, no início de dezembro, irá formalizar a exoneração.

António Costa pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro na quarta-feira após ter tido conhecimento que estava a ser investigado pelo Ministério Público, no âmbito de suspeições de corrupção ligadas aos negócios do lítio e hidrogénio verde.

Segundo Sandra Maximiano, a informação que tem é que não deverão existir audições antes da aprovação do OE2024, mas acredita que o assunto ANACOM será prioritário logo a seguir, para ficar encerrado ainda nesta legislatura.

Sandra Maximiano é atualmente professora no ISEG, instituição onde fez a licenciatura em Economia e também o mestrado. Doutorou-se na Universidade de Amesterdão e deu aulas na Universidade de Purdue e em Chicago. Além da vida académica, escreve mensalmente uma coluna de opinião no Expresso sobre variados temas ligados à economia e à sociedade.

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As melhores firmas, segundo a Leaders League Ranking 2023

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  • 13 Novembro 2023

No ranking, que é divulgado em primeira mão numa parceria com o ECO/Advocatus, ficamos a conhecer os melhores escritórios de advogados em cinco áreas.

O ranking é divulgado em primeira mão numa parceria com o ECO/Advocatus e dá a conhecer os melhores escritórios de advogados em cinco categorias. Conheça os distinguidos.

A Leaders League divulgou mais um ranking com as melhores sociedades de advogados em Portugal em cinco áreas distintas: Real Estate, Banking & Finance, Corporate Tax, Private Equity Advisory e Restructuring & Insolvency.

Os resultados dos rankings do diretório internacional baseiam-se nos questionários aos clientes, entidades externas e aos respetivos pares – advogados – de cada jurisdição.

Ranking Leaders League: melhores firmas de advogados 2023

 

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Marcelo desmente Centeno sobre convite para o Governo

Centeno afirmou ao FT que tinha sido convidado por Marcelo e António Costa para liderar o Governo. Agora, o Presidente da República desmente o governador.

O Presidente da República desmente que tenha convidado quem quer que seja, nomeadamente o Governador do Banco de Portugal, para chefiar o Governo“. Foi assim, com um comunicado a uma hora inusitada, já na madrugada desta segunda-feira, que Marcelo Rebelo de Sousa desmentiu de forma clara as declarações de Centeno ao Financial Times.

Mário Centeno tinha quebrado o silêncio este domingo. Em declarações ao Financial Times (FT), depois de recusar prestar declarações ao ECO, o governador do Banco de Portugal ensaiou uma estratégia de contenção de danos após ter admitido liderar o governo socialista na sequência da demissão de António Costa. “Eu tive um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo. Eu estava muito longe de chegar a uma decisão”, garantiu Centeno ao FT. Envolveu Marcelo e foi uma resposta antecipada a uma reunião extraordinária do Comité de Ética, revelada em primeira mão pelo ECO, que está marcada para esta segunda-feira.

Marcelo não esperou pela manhã de segunda-feira para esclarecer o que está em causa. “O Presidente da República desmente que tenha convidado quem quer que seja, nomeadamente o Governador do Banco de Portugal, para chefiar o Governo, antes de ter ouvido os partidos políticos com representação parlamentar e o Conselho de Estado, e neste ter tomado a decisão de dissolução da Assembleia da República”.

Num segundo parágrafo deste comunicado, o Presidente da República vai mais longe e acaba por desmentir também, implicitamente, as palavras do primeiro-ministro António Costa de sábado à noite. Cuidadoso, Costa afirmou que fez o convite a Centeno com o conhecimento de Marcelo, expressão que sucedeu a uma notícia do Público e outra do Jornal de Negócios, com uma versão de fontes governamentais não identificadas, de que o Presidente tinha “autorizado” o convite. “Mais desmente que tenha autorizado quem quer que seja a contactar seja quem for para tal efeito, incluindo o Governador do Banco de Portugal“, escreveu Marcelo.

Como o ECO já revelou, o BCE escusou-se a fazer comentários sobre o caso concreto de Centeno, mas remeteu para a leitura do Código de Conduta.

O Código de Conduta do BCE, na sua última revisão, já é da responsabilidade de Christine Lagarde, entrou em vigor no dia 1 de janeiro deste ano e tem 21 artigos. O código refere questões como a separação de funções entre as competências prudenciais e a política monetária, o segredo profissional, as atividades profissionais privadas, as declarações de interesse e, no seu artigo 11º, os princípios gerais de conflitos de interesse. Neste artigo, é aliás explicitado que um conflito de interesses no desempenho da função — neste caso de governador — surge quando interesses particulares podem influenciar “ou podem criar a perceção de que influenciam” a imparcialidade e objetividade no desempenho das funções.

A oposição à direita, recorde-se, já veio pedir a demissão de Mário Centeno por considerar que não tem as condições de imparcialidade para liderar o Banco de Portugal, depois de admitir liderar um governo socialista.

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“Estava longe de uma decisão”. Centeno contém danos e envolve Marcelo no convite para liderar Governo

Mário Centeno admitiu liderar o governo socialista na sequência da demissão de Costa. Em declarações ao FT, revela agora que foi convidado por Marcelo para avaliar essa possibilidade.

Mário Centeno quebrou o silêncio. Em declarações ao Financial Times (FT), o governador do Banco de Portugal ensaia uma estratégia de contenção de danos depois de ter admitido liderar o governo socialista na sequência da demissão de António Costa. “Eu tive um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo. Eu estava muito longe de chegar a uma decisão“, garante Centeno ao FT.

O governador do Banco de Portugal escusou-se a responder às perguntas do ECO no final da semana, mas, depois da notícia sobre uma reunião do comité de ética do Banco de Portugal, avançada em primeira mão, o Financial Times noticia também a referida reunião, agendada para esta segunda-feira. E ao jornal inglês de referência, Centeno envolve agora também o Presidente da República neste processo.

A versão de Centeno é diferente daquela que se conhece até agora, revelada pelo próprio primeiro-ministro, e vai exigir esclarecimentos, desde logo de Marcelo Rebelo de Sousa. Na comunicação ao país, António Costa confirmou o convite a Centeno, “com o conhecimento” do Presidente da República, mas não afirmou que Marcelo tinha assumido também a responsabilidade da iniciativa. “A minha preocupação era habilitar o Presidente da República com uma alternativa a colocar o país a três anos do fim de uma legislatura a dissolver um Parlamento e a irmos para um processo eleitoral”, explicou António Costa, na conferência no Palácio de São Bento. O primeiro-ministro demissionário acrescentou que Centeno queria ter uma avaliação do Presidente da República e dos próprios órgãos do PS antes de uma decisão definitiva.

O BCE, recorde-se, foi questionado pelo ECO sobre eventual conflito de interesses de Mário Centeno ao admitir liderar um governo socialista na segunda metade da legislatura. O gabinete de Imprensa do BCE escusou-se a fazer comentários, mas remeteu o ECO para o Código de Conduta do banco central, no qual são definidas as regras que se aplicam a governadores, administradores e altos quadros do BCE e dos bancos centrais da zona euro que pertencem ao eurosistema.

O Código de Conduta do BCE, na sua última revisão, já é da responsabilidade de Christine Lagarde, entrou em vigor no dia 1 de janeiro deste ano e tem 21 artigos. O código refere questões como a separação de funções entre as competências prudenciais e a política monetária, o segredo profissional, as atividades profissionais privadas, as declarações de interesse e, no seu artigo 11º, os princípios gerais de conflitos de interesse. Neste artigo, é aliás explicitado que um conflito de interesses no desempenho da função — neste caso de governador — surge quando interesses particulares podem influenciar “ou podem criar a perceção de que influenciam” a imparcialidade e objetividade no desempenho das funções.

A posição à direita, recorde-se, já veio pedir a demissão de Mário Centeno por considerar que não tem as condições de imparcialidade para liderar o Banco de Portugal, depois de admitir liderar um governo socialista.

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Ministério Público pediu caução de 19,5 milhões de euros para a Start Campus

O MP pede ao juiz que aplique uma caução recorde em Portugal - de 19,5 milhões de euros. A empresa perde esse valor se perturbar o inquérito ou persistir na atividade criminosa.

O Ministério Público pediu ao juiz de instrução que aplicasse uma caução como medida de coação à empresa Start Campus. Um valor, aliás, recorde (19,5 milhões de euros) e que fica ‘retido’ e, caso a empresa persista na atividade criminosa, perturbe o inquérito ou destrua provas, terá de pagar esse valor.

O Ministério Público pediu a prisão preventiva para o ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária e para o advogado Diogo Lacerda Machado, arguidos na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines.

Para o administrador da Start Campus, Afonso Salema, foi pedida proibição de contactos e uma caução de 200 mil euros e para o também administrador da empresa Rui Oliveira Neves uma caução de 100 mil euros e igualmente proibição de contactos.

Para o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, o Ministério Público pediu como medidas de coação a suspensão do mandato, a proibição de contactos e a proibição de entrar nas instalações da autarquia.

Estes cinco arguidos encontram-se detidos no âmbito deste processo, tendo este domingo decorrido no Campus de Justiça, em Lisboa, as alegações finais dos advogados e do Ministério Público, após a conclusão dos interrogatórios.

As medidas de coação serão conhecidas na segunda-feira, às 15:00.

No total, há nove arguidos, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus. Nestes casos, não houve detenções.

Neste processo são investigadas as concessões de exploração de lítio de Montalegre e de Boticas, ambos no distrito de Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um centro de dados na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

Segundo o Ministério Público (MP), podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

António Costa é alvo de uma investigação do MP no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.

 

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Lucros do grupo Allianz sobem 20,2% até setembro

  • Lusa
  • 12 Novembro 2023

Presidente-executivo sublinhou que a aposta na eficiência permitiu um crescimento rentável com margens saudáveis, colocando a seguradora numa "excelente trajetória para atingir os objetivos".

A seguradora alemã Allianz obteve nos três primeiros trimestres do ano um lucro líquido de 6,39 mil milhões de euros, mais 20,2% do que no mesmo período de 2022, informou sexta-feira a empresa.

O desempenho deve-se a uma melhoria operacional em todos os segmentos, exceto na gestão de ativos.

A Allianz deu conta de que as receitas globais do grupo subiram 4,7%, para 122,1 mil milhões de euros, entre janeiro e setembro, e o lucro operacional aumentou 3,6%, para quase 11 mil milhões de euros.

O rácio de solvência situou-se em 212% no final do terceiro trimestre de 2023, em comparação com 201%, um ano antes.

O presidente-executivo da Allianz, Oliver Bate, sublinhou que a aposta na eficiência permitiu um crescimento rentável com margens saudáveis, colocando a seguradora numa “excelente trajetória para atingir” os objetivos.

Bate afirmou que nos primeiros nove meses deste ano a empresa registou um “crescimento robusto” no volume de negócios, no lucro operacional e no lucro líquido principal.

O presidente executivo da Allianz confirmou as previsões de um resultado operacional entre 13,2 e 15,2 mil milhões de euros em 2023, apesar de uma queda no terceiro trimestre.

O lucro operacional caiu no terceiro trimestre para 3,5 mil milhões de euros (-14,6%) devido a uma queda no negócio de seguros de propriedades e acidentes (-25%), afetado por um maior número de catástrofes naturais, o mais elevado numa década.

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