Lucros da Navigator caem 26% para 201 milhões de euros até setembro

As contas do terceiro trimestre ficaram marcadas por uma queda homóloga de 29% do volume de negócios e por uma correção de 40% do EBITDA.

O ano de 2023 tem sido particularmente desafiante para a Navigator e para os seus acionistas. De acordo com um comunicado publicado esta quarta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 201 milhões de euros, menos 26% face aos resultados apresentados há um ano no mesmo período.

Os números referentes apenas ao terceiro trimestre do ano espelham bem a forte contração da atividade da empresa entre julho e setembro. Segundo a Navigator, o volume de negócios da empresa liderada por António Redondo fixou-se nos 481 milhões de euros no terceiro trimestre, menos 29% face ao período homólogo, quando alcançou 680 milhões de euros.

A mesma contração é espelhada no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que se fixou nos 124 milhões de euros, menos 40% face aos valores contabilizados no terceiro trimestre de 2022. A papeleira, que é detida em 70% pela Semapa, justifica os valores apresentados pelo “contexto especialmente adverso” neste período.

Recorde-se que o ano de 2023 compara com um ano extraordinário [2022] em que os preços atingiram níveis históricos, por um desequilíbrio sem paralelo entre oferta e procura em todos os produtos, justificado por limitações logísticas e por uma inflação de custos que em 2023 temos conseguido controlar com sucesso, estando os cash costs já ao nível do início de 2022″, lê-se no comunicado da empresa enviado para a CMVM.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

 

Além disso, a Navigator ressalva que, quando se compara os resultados alcançados no terceiro trimestre deste ano com o período homólogo, “verificamos uma acentuada quebra de custos em todos os segmentos, com uma redução entre 16% e 18% nos segmentos de pasta e papel e de perto de 12% no segmento de Tissue.

A empresa ressalva que o volume de vendas de Tissue atingiu as 102 mil toneladas nos primeiros nove meses, “um aumento de 32% face ao período homólogo, tendo a evolução de preços levado a um crescimento do valor de vendas de cerca de 51%.”

Segundo a papeleira, estes fatores, “aliados à estratégia comercial de diversificação de produtos e mercados” contribuíram para a empresa fechar os primeiros nove meses do ano com um EBITDA de 377 milhões de euros e com uma margem EBITDA de 26%. Há um ano, no mesmo período, a a Navigator apresentou um EBITDA de 551,9 milhões de euros e uma margem EBITDA de 30,3%.

Os resultados da Navigator mostram ainda uma dívida líquida remunerada equivalente a 0,98 vezes o EBITDA e um crescimento homólogo de 118% do investimento. Segundo o comunicado enviado ao regulador, a empresa realizou investimentos de 142 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

“Entre os investimentos destacam-se, em Setúbal, a nova caldeira de recuperação, de elevada eficiência – com incineração dos gases não condensáveis –, e o tratamento de águas residuais (ETAR em Setúbal)”, refere a empresa, sublinhando ainda investimentos no complexo industrial da Figueira da Foz e em Aveiro.

“É de registar que com a execução deste plano [de investimento] a Navigator pretende antecipar em três anos a sua meta intermédia de emissões diretas, prevendo alcançar já no final de 2026 os objetivos inicialmente previstos para 2029 no seu Roteiro para a Neutralidade Carbónica”, revela a empresa.

As ações da empresa encerraram a sessão de hoje a valorizar 0,34% para os 3,528 euros; e este ano contam com uma valorização de 2,32%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não está em cima da mesa” compensar operadoras pela exclusão da Huawei, diz Galamba

Ministro das Infraestruturas disse que "neste momento" não está "em cima da mesa" compensar as operadoras de telecomunicações pela exclusão de fornecedores como a Huawei das redes 5G.

O ministro das Infraestruturas disse esta quarta-feira que “não está em cima da mesa” compensar as operadoras de telecomunicações pela exclusão dos fornecedores de alto risco das redes 5G em Portugal. É o caso da tecnológica chinesa Huawei, que até já avançou com uma ação administrativa em tribunal para tentar travar a decisão do Estado na Justiça.

“Neste momento, isso não está em cima da mesa. [Em] todas as questões ligadas com o tema que refere, temos mantido um diálogo com os operadores e esse diálogo continua”, referiu João Galamba, em resposta a uma questão colocada pelo ECO à margem da inauguração do Centro de Interligação de Redes Internacionais da Altice.

O ministro não mencionou diretamente a Huawei, embora a pergunta tenha sido feita nesse sentido. Em causa está a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança, assinada em maio, que obriga as operadoras a deixarem de usar tecnologia e de recorrer aos serviços de empresas que, entre outros critérios, tenham sede em países que não pertençam à União Europeia, à OCDE ou à NATO.

Essas empresas são consideradas pela Comissão Europeia como de “alto risco” para a segurança nacional, nomeadamente ao nível da cibersegurança e dos dados. Alguns governos europeus, e também o norte-americano, suspeitam que a Huawei, em particular, pode ser um veículo de espionagem ao serviço de Pequim, uma acusação que a empresa sempre negou com veemência.

A posição de João Galamba, embora não seja fechada – por referir o “diálogo” com o setor –, poderá frustrar as operadoras, que fizeram investimentos no 5G com tecnologia chinesa e que passa agora a ser proibida. Mais, empresas como a Meo, Nos e Vodafone vão ter obrigações de cobertura para cumprir cuja primeira fase termina já no fim deste ano.

Contudo, o Governo tem argumentado que a exclusão não é negociável e o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, onde se insere a referida comissão, já argumentou que esta medida zela “pela utilização segura das redes de comunicações eletrónicas nacionais, procurando mitigar as ameaças e riscos sobre as mesmas, para que se possa implementar e usar, de forma segura, a nova tecnologia de comunicações móveis 5G, que deverá ser escrutinável, transparente e confiável para o Estado, para os cidadãos e para as empresas”.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h23)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vendas da dona do Pingo Doce disparam 22% para 22,5 mil milhões até setembro

No arranque da temporada de resultados na bolsa, a Jerónimo Martins anunciou lucros de 558 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 33,3% em relação ao mesmo período de 2022.

A Jerónimo Martins JMT 2,07% vai a caminho de um ano recorde. Até setembro, a dona do Pingo Doce faturou 22,5 mil milhões de euros, o que representa um disparo de 22% face ao ano passado. Já os lucros neste período subiram 33,3% para 558 milhões.

A retalhista da família Soares dos Santos fala em “competitividade do preço” como fator que impulsionou as vendas e os resultados para níveis que superaram as estimativas dos analistas.

O CEO, Pedro Soares dos Santos, antecipou meses de maior pressão para o grupo em resultado “do cruzamento de duas forças contrárias: a queda acentuada da inflação alimentar e a forte inflação dos custos” e do impacto da “guerra sem fim à vista na Ucrânia” e da “escalada de tensão no Médio Oriente” na confiança “já muito frágil” dos consumidores.

Em todo o caso, a Jerónimo Martins reiterou o seu outlook e a intenção de investir cerca de mil milhões de euros em 2023, “com a Polónia a receber cerca de 45%”.

A margem – diferença entre as vendas e os custos das vendas – aumentou 18,3% para 4,6 mil milhões de euros. Subtraindo os custos operacionais, a Jerónimo Martins alcançou um EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – de 1,6 mil milhões de euros, uma subida homóloga de 18%.

O grupo adianta que todas as insígnias tiveram um “forte desempenho das vendas”, o que permitiu mitigar os efeitos da tensão gerada pela “acentuada redução da inflação alimentar e pela elevada inflação nos custos” na margem de EBITDA.

Na Polónia, a Biedronka – a principal marca da Jerónimo Martins – faturou 15,8 mil milhões de euros, mais 24,2% em relação ao mesmo período do ano passado, contrariando a contração do mercado de retalho alimentar.

Já em Portugal, perante um “contexto de consumo que permanece débil”, a cadeia de supermercados Pingo Doce registou um crescimento de 8,8% das vendas para 3,5 mil milhões e o Recheio superou pela primeira vez a marca dos mil milhões faturados em nove meses, registando uma subida de 18,1% face a 2022.

Quanto à Colômbia, que convive com um cenário de hiperinflação alimentar de 17,3% entre janeiro e setembro, as vendas da cadeia Ara avançaram 35,5% para 1,8 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 18h05)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara de Braga apoia curso básico de teatro. Já são mais de 250 alunos

Projeto-piloto envolve mais de 250 alunos do 1.º ao 7.º anos de escolaridade de Braga. Município apoia deste a primeira hora experiência que foi depois homologada e alargada ao resto do país.

Numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Braga e da Academia Contemporânea de Espetáculo, começa esta quarta-feira uma nova edição do curso básico de teatro, na EB 2,3 André Soares, na cidade, envolvendo já mais de 250 alunos do 1.º ao 7.º anos de escolaridade. Este projeto-piloto arrancou em 2018 e já foi entretanto reconhecido formalmente pelo Ministério da Educação como domínio artístico.

Esta experiência pedagógica foi homologada e alargada ao país em 2022. “Hoje são mais de 50 escolas do país e das Regiões Autónomas que promovem este curso, que começou no distrito de Braga. É com grande satisfação que vemos o entusiasmo de alunos e professores na continuidade deste trabalho”, afirmou a vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, citada em comunicado.

“O município de Braga esteve sempre na linha da frente na defesa da homologação deste curso que, após um longo trabalho de campo, foi reconhecido formalmente pelo Ministério da Educação como domínio artístico”, sublinha a autarquia liderada por Ricardo Rio.

Hoje são mais de 50 escolas pelo país e Regiões Autónomas que promovem este curso, que começou no distrito de Braga. É com grande satisfação que vemos o entusiasmo de alunos e professores na continuidade deste trabalho.

Carla Sepúlveda

Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Braga

O município é um dos financiadores deste projeto que se “assume como uma mais-valia para as crianças e jovens na aquisição de novas competências artísticas, pessoais e sociais“, avança a autarquia. A oferta do curso básico de teatro está a ser implementada nos agrupamentos das escolas André Soares, Alberto Sampaio e Celeirós.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-cofundador da Altice deixa prisão domiciliária se pagar caução de 10 milhões de euros

  • Lusa
  • 25 Outubro 2023

O Ministério Público tinha pedido a substituição da medida de coação de prisão domiciliária de Armando Pereira, cofundador da Altice, pelo pagamento de uma caução de dez milhões de euros.

O tribunal substituiu a medida de coação de prisão domiciliária ao ex-CEO da Altice Armando Pereira por uma caução de 10 milhões de euros, adiantou à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, o cofundador da Altice terá de prestar a caução, ficando também proibido de contactar os outros arguidos do processo e colaboradores de empresas ligadas ao também arguido Hernâni Antunes (conhecido como braço direito de Armando Pereira) e ao grupo Altice, bem como de viajar para o estrangeiro sem autorização.

O Ministério Público tinha pedido a substituição da medida de coação de prisão domiciliária de Armando Pereira, cofundador da Altice, pelo pagamento de uma caução de dez milhões de euros. O requerimento do procurador Rosário Teixeira foi entregue ao juiz de instrução Jorge Bernardes de Melo. Que acabou a concordar com o MP.

O procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) defende que a medida de coação aplicada a Armando Pereira já não se justifica, refere a Visão. Recorde-se que em julho, o MP já tinha apresentado ao juiz de instrução, que na altura era Carlos Alexandre, a alternativa de substituir a prisão domiciliária pela caução de 10 milhões de euros.

Armando Pereira encontra-se em prisão domiciliária desde julho sem qualquer vigilância, eletrónica ou policial, tal como o outro arguido do processo Hernâni Vaz Antunes.

Armando Pereira está indiciado pelo Ministério Público (MP) de 11 crimes, entre os quais seis de corrupção ativa e um de corrupção passiva no setor privado, além de quatro de branqueamento de capitais e crimes não quantificados de falsificação de documentos no processo ‘Operação Picoas’.

Neste processo está em causa uma “viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência” que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento.

Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo confirma escolha de Sandra Maximiano para presidente da Anacom

Ministro das Infraestruturas confirmou que aguarda parecer da CReSAP para oficializar a escolha da académica para o regulador. E revela que Anacom pode ganhar competências de regulação no digital.

O ministro das Infraestruturas desfez esta quarta-feira o grande tabu do setor das comunicações ao confirmar ter convidado Sandra Maximiano para ser a próxima presidente da Anacom. A nomeação ainda depende do parecer positivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) e de uma audição da própria na Assembleia da República.

“Confirmo que foi escolhida pelo Governo como próxima presidente da Anacom, sim. Aguardamos o parecer da CReSAP” e do Parlamento, afirmou João Galamba esta quarta-feira, em resposta a uma pergunta do ECO, feita à margem de um evento promovido pela Altice Portugal.

A informação de que Sandra Maximiano tinha sido escolhida para liderar o regulador foi avançada na noite de 15 de outubro pelo comentador Luís Marques Mendes, no comentário semanal na SIC. Um dia depois, a professora do ISEG confirmou ter sido convidada pelo Governo para o cargo há alguns meses.

No entanto, o Ministério das Infraestruturas ainda não tinha confirmado ou desmentido essa informação, alimentando a especulação no setor que se estava a acentuar há já algum tempo – sobretudo desde 15 de agosto, o dia em que terminou o prazo normal do mandato do atual presidente, João Cadete de Matos, que se mantém em funções à espera de ser substituído.

Sandra Maximiano é licenciada em Economia pelo ISEG, onde também fez mestrado, e doutorou-se na Universidade de Amesterdão. Deu aulas na Universidade de Purdue e em Chicago. Além da vida académica, escreve mensalmente uma coluna de opinião no Expresso sobre variados temas ligados à economia e à sociedade. Nos bastidores do setor, têm-se ouvido comentários sobre a alegada falta de experiência da professora para este cargo.

Think Tank ISEG "PRR Como medir o seu impacto?" - 30MAR23
Sandra Maximiano, professora do ISEGHugo Amaral/ECO

“Reforma” da Anacom discutida com a próxima administração

O ministro das Infraestruturas disse ainda que a “reforma” das competências da Anacom vai ser discutida com a próxima administração. Já por duas ocasiões, João Galamba falou da intenção de retirar algumas competências ao regulador. Agora, fala também em dar novas.

Instado pelo ECO a atualizar os planos do Governo para o futuro do regulador, João Galamba respondeu: “É uma discussão que teremos com a futura administração da Anacom.”

“O setor das telecomunicações está a viver transformações muito significativas. Uma das áreas mais relevantes atualmente é a área toda do digital e dos dados. Essa é uma competência que formalmente a Anacom não tem, mas tem as competências técnicas para desenvolver”, revelou o ministro da tutela.

“Estamos neste momento a olhar para a reorganização institucional do setor, não só nos termos em que referiu — as competências administrativas que deveriam sair da Anacom – e há competências de política nomeadamente na área do digital que se calhar deveriam entrar formalmente no setor”, ressalvou.

De seguida, o ministro continuou: “Essa é obviamente uma discussão que teremos com a futura administração da Anacom, mas é uma reforma que se torna particularmente relevante no momento em que vivemos hoje. Portugal tem de estar capacitado para abraçar e acolher todos estes investimentos e esta transformação muito acelerada que este setor enfrenta e isso implica adaptações a todos os níveis. Seja ao nível da colaboração entre as entidades públicas e o setor privado na criação de condições regulatórias e de licenciamento para que estes investimentos possam acontecer em Portugal, mas também na capacitação e na transformação da entidade que no fundo se ocupa deste setor, que é a Anacom”, concluiu o ministro.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h13)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Excedentes consecutivos são uma “excentricidade na história económica” do país, aponta CFP

Apesar de destacar a novidade de ter excedentes dois anos seguidos, o Conselho das Finanças Públicas alerta que um nível de dívida elevado pode "limitar a capacidade de adoção de medidas".

A história económica de Portugal vai agora passar a contar com uma “excentricidade”: a previsão de excedentes orçamentais em dois anos consecutivos, uma proeza obtida com Fernando Medina ao leme, que traz “inéditas interrogações” sobre a orientação da política orçamental, nota o Conselho das Finanças Públicas (CFP). Apesar desta situação, o organismo alerta que a dívida pública ainda está em níveis elevados, o que pode “limitar a capacidade de adoção” de medidas nos períodos maus.

No Orçamento do Estado para 2024, prevê-se um excedente de 0,8% do PIB este ano que cai para 0,2% no próximo. “A previsão de saldos orçamentais excedentários em dois anos consecutivos surge como uma excentricidade na história económica do país e suscita inéditas interrogações sobre a orientação a dar à política orçamental”, comenta o CFP no relatório de análise da proposta, divulgado esta quarta-feira.

A questão que se coloca é se se “deve estimular mais a procura agregada (ou seja, atuando de forma pró-cíclica) ou se se deve conter o expansionismo orçamental, melhorando o saldo”, notam. A escolha de Medina foi… nem uma nem outra. “A análise à proposta de OE aponta para uma postura orçamental que se pode considerar neutra, quer para 2023 quer para 2024”, diz o CFP.

O excedente é mais reduzido em 2024 devido, essencialmente, ao “custo orçamental das medidas de política económica, quer novas, quer das aprovadas em anos anteriores, bem como a outras pressões orçamentais resultantes da legislação em vigor e contratos firmados”. As medidas novas terão um impacto líquido direto de 2.202 milhões de euros, que corresponde a 0,8 pontos percentuais do PIB, segundo os cálculos do CFP.

Este excedente “modesto” já não vai beneficiar do “dividendo inflacionista” que impulsionou a receita fiscal, sendo que se se materializarem os riscos negativos “o excedente pode não se concretizar ou o cumprimento da meta de 0,2% do PIB pode levar a uma execução orçamental constrangida”.

A entidade liderada por Nazaré Costa Cabral alerta ainda que, apesar do espaço orçamental obtido com os excedentes, ter “níveis elevados de dívida pública pode limitar a capacidade de adoção de medidas contracíclicas nos períodos maus da economia”.

O Orçamento prevê uma dívida pública já abaixo dos 100% do PIB em 2024, ainda que se mantenha elevada e acima da meta de 60% inscrita no Programa de Estabilidade e Crescimento. O próximo ano traz também um maior peso dos encargos com juros, alertam.

Conflitos geopolíticos e receita fiscal superior ao esperado são riscos ao cenário

O CFP identifica também os riscos orçamentais que podem por em causa as previsões inscritas no documento entregue pelo Governo ao Parlamento, começando pela atual conjuntura geopolítica, que pode trazer a necessidade de alocar verbas a respostas para a população, e pela execução do PRR. Receita fiscal pode também ser maior que o esperado.

Um enquadramento macroeconómico mais adverso do que o esperado teria impacto na receita, ao que acresce, “na atual conjuntura geopolítica o risco de não concretização de algumas das medidas propostas pelo Governo”. Isto já que pode ser necessária dar resposta, por exemplo, a uma subida do preço dos combustíveis.

Há também a “possibilidade de a receita fiscal e contributiva poder ficar acima do esperado pelo MF, caso as contribuições sociais efetivas apresentem um desempenho em linha com o crescimento esperado para as remunerações”, nota o organismo.

Salientam-se ainda “riscos no sentido de a execução da despesa poder vir a ser inferior ao previsto, nomeadamente uma menor execução de investimento público suportado por financiamento nacional e a não concretização das despesas do PRR nos montantes previstos na POE/2024″.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

José Luís Carneiro anuncia contratação de 300 funcionários não policiais para PSP

  • Lusa
  • 25 Outubro 2023

As contratações vão permitir "libertar recursos policiais" e "reforçar o policiamento, proximidade e visibilidade, porque é uma das prioridades políticas".

O ministro da Administração Interna anunciou esta quarta-feira que vão ser contratados 300 funcionários não policiais para a Polícia de Segurança Pública, uma medida que vai permitir colocar mais agentes na rua.

Na cerimónia de tomada de posse do Comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Fiães Fernandes, que decorrer no Ministério da Administração Interna, José Luís Carneiro avançou que já há a concordância do ministro das Finanças para a abertura de um procedimento para a demissão de 300 funcionários civis para a PSP.

Segundo o governante, estas contratações vão permitir “libertar recursos policiais” e “reforçar o policiamento, proximidade e visibilidade, porque é uma das prioridades políticas”.

O ministro disse ainda que este mês de outubro entraram para a PSP 580 novos polícias, “que já estão a trabalhar”, e que, durante o mês de novembro, terá início mais um curso de formação de agentes com 500 elementos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galamba conta que Altice faça os “investimentos necessários” na conectividade em Portugal

O ministro das Infraestruturas participou na inauguração do Centro de Interligação de Redes Internacionais da Altice e sublinhou contar com a empresa para continuar a investir na economia digital.

O ministro das Infraestruturas conta que a Altice Portugal faça os “investimentos necessários” para aproveitar o potencial do país nesta nova “fase de conectividade”, em que o Governo tenta atrair para Portugal mais investimento estrangeiro em cabos submarinos e centros de processamento de dados.

Numa intervenção esta quarta-feira, durante a inauguração do Centro de Interligação de Redes Internacionais da Altice em Linda-a-Velha, João Galamba insistiu que Portugal tem um “ativo único”, que é a sua localização geográfica estratégica para a instalação destas infraestruturas críticas para a economia digital, mas também a sua “competitividade energética”. “Ambas em combinação são um ativo imparável”, destacou.

Dito isto, o ministro salientou: “Contamos com a Altice e com todas as empresas deste ecossistema para, connosco e em conjunto, fazerem os investimentos necessários, não partindo do zero”, para aproveitar este “novo contexto” e esta “nova fase de conectividade”.

Importa recordar que, no início deste mês, Galamba reuniu com a presidente executiva da Altice Portugal, Ana Figueiredo, para medir o compromisso da Altice em investimentos no país, numa altura em que surgem rumores de que o grupo colocou a Altice Portugal novamente à venda.

A Altice anunciou esta quarta-feira um investimento de cerca de três milhões de euros, cofinanciado por fundos europeus, na instalação de um Centro de Interligação de Redes Internacionais, situado em Linda-a-Velha (Oeiras). Segundo a Altice Portugal, é o segundo centro deste tipo do país, dando redundância a Portugal num aspeto que é crítico para as comunicações eletrónicas.

O ministro teceu ainda uma “consideração geral” sobre o potencial das telecomunicações para o desenvolvimento da economia portuguesa: “Falamos sobre a necessidade de aumentar salários, melhorar o nível de vida, e admito que haja coisas a fazer no salário mínimo e em legislação vária. Mas o desafio fundamental que o país tem é atrair valor acrescentado, e isso é fundamental para a valorização salarial”.

“Numa altura em que se debate isso, e bem, é importante olhar para todo este setor como uma oportunidade para isso mesmo”, rematou o ministro da tutela.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

São precisos 15 anos de salários para pagar uma casa em Lisboa, calcula a Moody’s

  • Ana Petronilho
  • 25 Outubro 2023

Segundo a agência Moody's, em Lisboa, no ano passado, eram precisos pouco mais de 15 anos de salários para pagar uma casa. Para que o crédito seja acessível, o valor dos imóveis tem de cair 16,85%.

O preço das casas deverá descer “nos próximos meses”, prevê a agência de notação Moody’s. Mas, ainda assim, a queda dos preços “será ainda insuficiente para que a habitação seja acessível na maioria das capitais europeias”, sobretudo para quem compra casa pela primeira vez. Em Lisboa, no ano passado, eram precisos pouco mais de 15 anos de salários para pagar uma casa. E para que o crédito à habitação seja acessível, o valor dos imóveis tem de cair 16,85%.

De acordo com os dados da agência norte-americana, nos últimos 18 anos os preços da habitação em Lisboa foram mais baixos entre 2012 e 2016, quando eram necessários, no máximo, dez anos de salários para pagar uma casa.

“O número de anos de salários necessários para pagar uma habitação, na maioria das capitais europeias, tem vindo a aumentar na última década. E as grandes cidades estão a bater os níveis mínimos de preços comportáveis dos últimos 17 anos”, alerta o relatório da Moody’s Investors Service que traça o cenário europeu da habitação. A exceção é Dublin, Madrid, Estocolmo e Roma, evidencia a agência.

Em Paris, por exemplo, “apesar de serem precisos mais de 15 anos de salários para pagar uma casa, desde 2020 que a tendência é decrescente”, lê-se ainda no documento, que refere que Amesterdão e Londres continuam a ser as capitais europeias menos acessíveis para quem quer comprar casa, mas “outras cidades como Berlim, Frankfurt, Lisboa e Milão têm vindo a registar nos últimos anos uma queda na oferta de habitação a preços acessíveis”.

A análise da Moody’s refere ainda que “apesar da redução dos preços na habitação e da subida dos salários, na maioria das grandes cidades europeias a capacidade do pagamento de crédito à habitação continua fraca por causa da perda do rendimento disponível” das famílias, que resulta “da subida custo de vida e do aumento das taxas de juro”.

Perante este cenário, a queda dos preços prevista para 2024 “não será suficiente para que os preços sejam acessíveis”, aponta o documento. Para que isso aconteça e para “restaurar a capacidade de pagamento do crédito médio em cada cidade europeia, entre o período 2010-22”, será necessária uma redução dos preços das casas na ordem de 31,51% em Frankfurt, de 29,58% em Berlim ou de 24,60% em Amesterdão, sendo estas as maiores quedas.

Em Lisboa, é preciso que os preços caiam 16,85%, logo seguida de Estocolmo onde seria necessária uma queda de 16,68% nos valores. Em Madrid, a queda seria de 6,74%, em Paris de 7,65% e em Milão de 8,10%. Roma é a única cidade europeia onde não é necessária qualquer correção nos valores para que as casas e o crédito à habitação sejam acessíveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Redução do IRS beneficia mais famílias entre 5.º e 9.º decil de rendimentos, diz CFP

A medida representa uma queda estimada de 9,7% nas receitas totais do IRS, face ao cenário em que não seria aplicada nenhuma política, calcula o Conselho das Finanças Públicas.

A redução de IRS determinada pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2024 beneficia mais as famílias entre o quinto e o nono decil de rendimento, conclui o Conselho das Finanças Públicas, o que corresponde a rendimentos líquidos mensais entre aproximadamente 1.260 euros e 2.326 euros. Esta medida representa uma queda estimada de 9,7% nas receitas totais do IRS face ao cenário sem esta política, calcula o organismo.

“Em termos relativos os maiores beneficiários desta medida serão os agregados situados entre o quinto e o nono decil de rendimento (que não correspondem aos escalões de IRS)” – mas dividem as famílias entre grupos com igual dimensão populacional classificados de acordo com os níveis de rendimento disponível –, indica o CFP, no relatório de Análise da Proposta de Orçamento do Estado para 2024, divulgado esta quarta-feira.

Entre estes decis, o impacto na receita fica acima de 7% do total da base, sendo que “genericamente, as alterações propostas levarão a perdas anuais de receita crescentes com a escala dos decis, quer em termos absolutos, quer em termos relativos (em percentagem dos valores do cenário base)”. A redução da receita vai desde 79,3 milhões de euros para o quinto decil até 353,1 milhões no nono.

Em termos relativos, é no oitavo decil que este valor é mais representativo: tem um impacto de 8% nos montantes que o Estado ia arrecadar com os impostos.

Segundo os dados mais recentes do INE, de 2019, o rendimento médio monetário anual líquido por agregado doméstico privado é de 17.651 euros no 5º decil, subindo para 20.570 euros no sexto e 23.499 euros no sétimo. Já o oitavo decil corresponde a rendimentos anuais de 25.816 euros, e o nono a 32.567 euros.

Quer isto dizer que esta redução de IRS beneficia salários mensais desde aproximadamente 1.260 euros até 2.326 euros. Se tentarmos fazer uma correspondência aos escalões de IRS (que são divididos por rendimentos coletáveis), acaba por incidir principalmente entre o quarto e o sexto escalões.

O CFP indica que “a alteração aos limites dos escalões e às taxas de IRS propostas para 2024 implicaria uma redução de cerca de 1.559 milhões de euros nas receitas totais de IRS face ao sistema atualmente em vigor, resultando numa redução no mesmo montante nas receitas totais do Estado e no saldo orçamental, ceteris paribus“, o que corresponde a 9,7% das receitas.

Se os cálculos forem feitos tendo em conta os valores previstos para 2023, o impacto total da medida deve atingir os 1.810 milhões de euros, ressalva o CFP, o que está em linha com o calculado pelas Finanças (1.769 milhões).

O Orçamento do Estado para 2024 prevê que os escalões de IRS vão ser atualizados em 3% em linha com a estimativa do Governo para a inflação do próximo ano, de 2,9%. Já as taxas descem entre 1,25 pontos percentuais e os 3,5 pontos até ao quinto escalão de rendimentos, beneficiando salários brutos mensais até aos 2.232 euros, de acordo com as contas do ECO com base na proposta do Orçamento do Estado para 2024.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portagem sobre comboios no porto de Sines pode pôr mais 60 mil camiões nas estradas

  • Lusa
  • 25 Outubro 2023

"Se pensarmos que cada comboio equivale a 30 ou a 40 camiões, estamos a pôr mais cerca de 50 a 60 mil camiões na estrada por ano”, apontou o presidente da APEF.

O diretor executivo da APEF – Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias, Miguel Rebelo de Sousa, apontou esta quarta-feira que a aplicação de portagens sobre comboios no porto de Sines pode colocar “cerca de 50 a 60 mil camiões na estrada por ano”.

Miguel Rebelo de Sousa remeteu para os cálculos da Administração do Porto de Sines (APS), que estima os custos para cerca de 60% do transporte ferroviário, considerando que pode “perder 40% do transporte ferroviário”.

“Se perder 40% do transporte ferroviário, isso significaria cerca de, grosso modo, dos 5.500, perder cerca de 2.200 ou 2.300 comboios one-way para a rodovia. Se pensarmos que cada comboio equivale a 30 ou a 40 camiões, estamos a pôr mais cerca de 50 a 60 mil camiões na estrada por ano”, apontou o presidente da APEF numa audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Na audição, no seguimento de um requerimento do PSD sobre o tema, o presidente da APEF criticou a aplicação desta taxa – que iria aplicar-se apenas ao transporte ferroviário – junto de um setor que “tem de ser competitivo” e que acaba por ir contra o “objetivo de descarbonização dos transportes”.

O responsável da associação, que representa operadores ferroviários, defendeu que o transporte ferroviário de mercadorias “contribui para a descarbonização de uma forma muito objetiva”, uma vez que, em média, “consome cerca de cinco vezes menos energia do que consome o transporte rodoviário” e emite “nove vezes menos emissões de dióxido de carbono que o transporte rodoviário”.

Assim, referiu que “não faz sentido esta taxa ser atribuída em exclusividade à ferrovia”, uma vez que um “camião que anda na estrada nacional não paga qualquer tipo de custo associado à utilização dessa infraestrutura”. Miguel Rebelo de Sousa teme que a aplicação desta portagem acabe por se refletir nos consumidores, uma vez que não serão as transportadoras a absorver o aumento dos custos de operação.

Certamente que não ajuda nada à competitividade da economia nacional e à competitividade das exportações nacionais, porque corremos o risco também de, tendo em consideração que os operadores ferroviários não vão absorver estes custos, porque não é possível, os operadores ferroviários imputarem estes custos aos seus clientes”, alertou.

De igual forma, registou que os clientes, quando confrontados com os custos do transporte, possam olhar “para as alternativas que existem e escolherem outras alternativas à ferrovia em primeira instância, claramente, mas também ao Porto de Sines”. A APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve implementou no início do ano uma taxa de 158 euros por comboio – tendo a entidade, entretanto, expressado interesse em reduzi-la para cerca de 95 euros.

A medida levou a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes a suspender, em maio, a aplicação da tarifa, que, apesar de legítima, “não foi cabalmente demonstrada a conformidade técnica e legal do valor da referida tarifa, resultando que a mesma não é proporcional, por se afigurar não existir uma relação direta entre a utilização e os custos associados”.

A decisão da AMT instruiu a APS a suspender a aplicação da tarifa “pelo prazo máximo de 90 dias” e reiniciar o processo para a aprovação com “todos os requisitos legais aplicáveis, incluindo a fundamentação da política tarifária – do ponto de vista jurídico, económico e financeiro – e prosseguimento de procedimento de consulta pública”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.