China escapa à deflação após subida de 0,1% dos preços no consumidor em agosto

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

O índice de preços ao consumidor (IPC) da China registou uma subida homóloga de 0,1% em agosto, após uma queda de 0,3% em julho.

O índice de preços ao consumidor (IPC) da China registou uma subida homóloga de 0,1% em agosto, segundo dados oficiais divulgados, após uma queda de 0,3% em julho, num fenómeno designado como deflação.

Apesar de a segunda maior economia do mundo ter conseguido escapar à deflação, o aumento revelado pelo Gabinete Nacional de Estatística chinês ficou aquém do previsto por analistas consultados pela agência financeira Bloomberg, que esperavam uma recuperação de 0,2%.

Em julho, o IPC caiu 0,3% em termos anuais, com a China a entrar em deflação pela primeira vez desde fevereiro de 2021, em plena pandemia de covid-19, devido à queda do preço da carne suína, a mais consumida no país.

A economia chinesa estava à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Apesar da recuperação dos preços em agosto, muitos analistas não excluem uma recaída nos próximos meses, numa altura em que os principais motores de crescimento da China continuam a desacelerar.

A deflação na China pode ajudar a conter os preços na Europa, disse à Lusa em agosto o presidente da consultora IMF — Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

Por outro lado, o índice de preços ao produtor (PPI), que mede os preços à saída das fábricas, contraiu novamente em agosto, caindo 3%, pelo 11.º mês consecutivo, admitiu o Gabinete Nacional de Estatística da China. Analistas consultados pela Bloomberg já esperavam esta descida, depois de o PPI ter diminuído 4,4% em julho. Este índice dá uma visão geral da saúde da economia, sendo que os preços ao produtor em queda significam margens de lucro reduzidas para as empresas.

As empresas chinesas foram penalizadas por uma queda homóloga de 8,8% em agosto nas exportações do país asiático, segundo dados divulgados na quinta-feira pela Administração Geral das Alfândegas da China.

Ainda assim, a queda nos dados oficiais, denominados em dólares e utilizados como referência por analistas internacionais, foi menor do que a esperada.

Esta situação tem um impacto direto em dezenas de milhares de empresas chinesas que se concentram em fabricar produtos para exportação e cujas operações estão atualmente em câmara lenta.

Uma situação que representa um novo obstáculo para a China, numa altura em que o desemprego jovem atingiu um máximo histórico de mais de 20% em junho, levando as autoridades a suspender a divulgação da taxa oficial.

 

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Vítor Constâncio alerta para risco de estagflação na zona euro

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

BCE deveria optar por uma pausa na subida das taxas de juro na reunião do Conselho de Governadores da próxima quinta-feira, defende o antigo vice-governador.

O ex-vice-governador do BCE Vítor Constâncio prevê que a zona euro está próxima de uma recessão e alerta para o risco de uma estagflação, considerando que colocaria a instituição liderada por Christine Lagarde em dificuldades. “Penso que a área do euro está muito perto duma recessão que, apesar de não ser muito marcada, criará uma situação de estagflação (inflação mais recessão) que é a situação mais difícil com que a política macroeconómica pode ser confrontada”, afirmou em entrevista por escrito à agência Lusa, o antigo governador do Banco de Portugal (BdP) e ex-vice do Banco Central Europeu (BCE).

Vítor Constâncio recorda que “uma situação de estagflação nunca existiu desde a criação do euro”, considerando que ela “porá o BCE em dificuldade”.

O antigo vice-governador do BCE adverte que a eventualidade de uma estagflação na zona euro levanta desafios acrescidos para a política monetária, dado “o Tratado impor uma prioridade absoluta ao combate à inflação, ao contrário do que acontece nos EUA, onde o banco central tem um mandato duplo em relação à inflação e ao emprego”.

Assinala ainda que a desaceleração nas maiores economias europeias tem vindo a acentuar-se, apontando que “no primeiro semestre, oito países tiveram crescimento negativo em relação a 2022 e nove, comparando com o primeiro trimestre”.

Para Vítor Constâncio, tendo em vista os últimos dados macroeconómicos conhecidos da zona euro, o BCE deveria optar por uma pausa na subida das taxas de juro na reunião do Conselho de Governadores da próxima quinta-feira. “Penso que não seria necessária nova subida, mas creio que a probabilidade de vir a acontecer é superior a 50%”, disse.

De acordo com as intervenções públicas dos responsáveis do BCE e as atas da última reunião, a decisão da próxima reunião está dependente dos dados económicos, que permitam medir o pulso à economia e à redução da inflação.

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Constâncio defende que banca beneficia com reajustamento de créditos

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

Vítor Constâncio defendeu ser do interesse dos bancos oferecer soluções para famílias em dificuldades.

O vice-governador do Banco Central Europeu (BCE) Vítor Constâncio defendeu ser do interesse dos bancos oferecer soluções para famílias em dificuldades, como o aumento da maturidade dos créditos, ou a alteração do perfil temporal do pagamento de juro.

Em entrevista escrita à agência Lusa, o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) e ex-vice do BCE considerou que a banca deve evitar uma subida do malparado, daí o interesse em oferecer hipóteses de resolução dos problemas a famílias em dificuldades económicas neste período.

É do interesse dos bancos oferecerem soluções de reajustamento daquelas prestações, sem redução do crédito devido, seja aumentando a maturidade dos créditos e/ou alterando o perfil temporal do pagamento de juros, para os clientes em maiores dificuldades e para manter os seus compromissos nesta fase”, afirmou.

Vítor Constâncio recordou que estas soluções têm “acontecido em maior grau em vários países europeus”.

O antigo responsável do BCE e do BdP salientou que “os níveis de capitalização dos bancos são muito mais elevados do que antigamente em todos países Europeus e também em Portugal”, mas alertou que “é necessário que os bancos não deixem subir muito o crédito malparado que pode resultar dos enormes aumentos dos pagamentos das prestações do crédito à habitação, dada a subida das taxas de juro pela política monetária”.

“Apesar da robustez da posição de capital, uma subida do crédito malparado poderia afetar os ratings dos bancos”, adverte.

Questionado sobre qual deverá ser a melhor estratégia para a gestão da dívida pública perante a atual conjuntura, defendeu que “o essencial é que a dívida pública continue a diminuir significativamente e possa brevemente situar-se abaixo dos 100% do PIB”, uma vez que “Portugal continua a ser o terceiro país mais endividado da área do euro e o elevado endividamento tem um efeito negativo no crescimento a médio e longo prazos”.

Vítor Constâncio prevê ainda que “depois de um crescimento superior a 2% este ano”, o Produto Interno Bruto (PIB) português irá crescer cerca de 1,5% em 2024.

O ex-vice do BCE revela ainda confiança de que há sinais de a inflação começar a estar controlada, argumentando que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para que a inflação nacional se aproxime mais rapidamente do objetivo de 2% de inflação, o que é encorajador”.

“Por outro lado, os números do INE indicam que as remunerações médias por trabalhador subiram de janeiro a junho 7,2%. Após a perda de salários ajustados à inflação no ano passado, este ano as remunerações reais estão a aumentar, o que é também muito positivo”, acrescentou.

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Procura por elétricos acelera mas ainda nem representa 1% da frota nacional

Já se vendem tantos elétricos como carros a combustão, mas a quota de mercado é ainda residual em Portugal. Utilizadores pedem redesenho dos apoios e operadores apelam a que haja menos burocracia.

A procura por carros elétricos em Portugal tem subido de forma exponencial nos últimos cinco anos, à boleia das apertadas metas europeias de combate às alterações climáticas. Este sábado, assinala-se o Dia Mundial do Veículo Elétrico.

Se recuarmos até 2017, as vendas de carros a bateria eram praticamente nulas em Portugal, mas hoje já igualam as vendas dos carros a combustíveis fósseis. Por exemplo, em agosto, foram matriculados 6.951 automóveis ligeiros eletrificados: destes, 3.068 eram carros 100% elétricos – uma subida de 160,4% face ao mesmo mês do ano passado – e 2.191 eram veículos plug-in – mais 125,9% face a agosto de 2022. Estes seis mil novos carros a circular representam um aumento de 58,7% quando comparado ao mesmo mês do ano passado. Mas agosto não foi exceção. Desde o início do ano, foram matriculados 60.793 novas unidades eletrificadas, uma variação positiva de 67,8% relativamente aos primeiros oito meses de 2022.

Os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) concluem assim que no conjunto dos veículos elétricos, as vendas de ligeiros de passageiros novos atingiu, em agosto, os 40,3% de quota de mercado, quase igualando a soma das vendas dos ligeiros de passageiros a gasolina e a gasóleo, que representam 40,97% do mercado.

A tendência deverá continuar a evoluir alinhada com as ambições do Governo que, em 2019, ambicionava chegar ao final da década com os veículos elétricos a representar 30% da frota nacional. Mas ainda existem “vários quilómetros” a percorrer, e parte disso prende-se com o facto de o parque automóvel nacional ser envelhecido. A idade média de circulação dos carros em Portugal é atualmente superior a 13 anos, e esse valor tem vindo a aumentar desde 2019, segundo os dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA).

A ACAP indica que, no final do ano passado, existiam cerca de 5,5 milhões de automóveis ligeiros de passageiros a circular no país. Destes, 96,4% eram representados pelos carros a combustão interna: 37%, carros alimentados a gasolina e cerca de 60%, veículos a gasóleo. Já os híbridos convencionais e plug-in, e carros movidos a outras energias, como o GPL, representavam um total de 2,7%. Os restantes 0,9% são referentes aos elétricos.

“Começamos a ter uma venda de veículos elétricos muito recentemente, e hoje, embora esse volume seja residual, se recuarmos uns cinco anos ela era praticamente zero. Diria que é possível, e até necessário, chegar aos 30% da frota eletrificada, até porque a indústria automóvel tem obrigações comunitárias de descarbonização até ao final da década bastante ambiciosas”, aponta Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP.

A acompanhar a evolução dos carros elétricos, está a rede de carregadores elétricos que, até 2017, encontrava-se “estagnada” e com “poucos carregadores”, e os existentes tinham pouca potência, o que resultava num período de carregamento mais demorado, recorda a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) ao Capital Verde.

Hoje, existem cerca de 3.769 postos de carregamento na totalidade da rede nacional de carregamento, o que representa mais de 6.700 pontos — isto sem contar com os carregadores privados que estão instalados em casa ou nos locais de trabalho, indicam os dados da Mobi.E, entidade pública que agrega a grande maioria dos postos de carregamento disponíveis para utilização em todo país. Face ao ritmo de crescimento, até ao final do próximo ano a entidade prevê que a rede passe a contar com 10 mil pontos.

Esta evolução deveu-se a “vários fatores”, aponta a UVE. E enumera: a concessão dos carregadores da rede pública aos operadores privados de carregamento, a um aumento da oferta dos veículos elétricos por diferentes marcas e uma maior variedade de modelos, “assim como um aumento significativo das respetivas autonomias reais”.

Além do número de carregadores estar a crescer, também está a sua utilização que tem vindo a registar sucessivos recordes desde o início do ano. Segundo a Mobi.E, este ano, já se realizaram mais de 2,3 milhões de carregamentos. No acumulado anual, tal representa um aumento de cerca de 68% face ao meso período do ano passado.

Isto, na prática, representa uma subida de 83% no consumo de energia para um total superior a 40 terawatts-hora. Da parte da E-Redes é garantido que a rede elétrica “está preparada” para dar resposta aos atuais níveis de consumo, “uma vez que ela própria se vai adaptando e crescendo em função das necessidades do país”. De momento, indica a Mobi.E, a utilização da rede pública de carregamento em simultâneo “raramente” ultrapassa os 25% da totalidade existente, “pelo que está preparada para absorver o crescimento expectável de veículos 100% elétricos e plug-in“, assegura a entidade ao Capital Verde.

A evolução da rede, embora não esteja equitativamente distribuída pelo território — havendo uma maior disponibilidade no litoral do país, onde existe uma maior densidade populacional — permite reduzir a range anxiety, isto é, o receio de que a autonomia do veículo não seja suficiente para levar o condutor até ao destino final. Segundo a UVE, a autonomia de grande maioria dos carros elétricos no mercado já permite “facilmente” percorrer a área territorial do país, “de uma ponta à outra”, com até dois carregamentos.

“Hoje em dia, já conseguimos encontrar modelos elétricos de 11.000 euros com uma autonomia considerável. E também o mercado dos usados já começa a incorporar elétricos na oferta. No entanto, é necessário investir mais no interior e isto só acontecerá quando realmente o nosso parque automóvel estiver mais eletrificado”, considera Daniela Simões, CEO da startup portuguesa miio. A app, nascida em 2019, em Aveiro, tem permitido a utilizadores em Portugal, Espanha e França localizarem mais facilmente postos de carregamento e simularem os respetivos custos da utilização das tomadas, além de comparar preços, avaliar o estado da bateria e indicar soluções de carregamento adequadas ao veículo de cada utilizador. Hoje, soma mais de 220 mil utilizadores nos três mercados onde opera e, face à evolução do mercado de elétricos, as perspetivas de crescimento são “animadoras”.

Os resultados deste ano vão superar, sem dúvida, as previsões, especialmente naquilo que diz respeito à quota de mercado e à receita. Vamos ultrapassar o breakeven e esperamos continuar assim nos próximos anos”, indica a jovem gestora ao Capital Verde.

Equipa da Miio conta atualmente com 16 elementos, todos em trabalho remoto.DR

A evolução deverá ir de mãos dadas com o crescimento de outra empresa portuguesa: a Powerdot. A operadora de postos de carregamento prevê chegar aos 300 milhões de euros investidos na instalação e ativação de pontos de carregamento para veículos elétricos nos seis países onde está presente, até 2025. Ao todo serão 19 mil pontos. Mas esse valor até poderia ser mais elevado, não fosse a elevada burocracia, partilha o CEO da empresa, Luís Pinto.

“Se eu quiser instalar um carregador, eu não o consigo fazer numa semana. Todo o processo demora tempo. Existe alguma burocracia na parte da instalação dos carregadores para os veículos elétricos que dificulta, ou trava mesmo, a rápida instalação de carregadores para veículos elétricos. Desburocratizar é um passo em frente na aceleração dos carregadores”, partilha com o Capital Verde.

 

Utilizadores pedem redesenho dos apoios

A componente dos apoios públicos à compra de carros elétricos desempenha um papel importante na aceleração da mobilidade “verde”.

Nascido em 2017, através do Fundo Ambiental, o programa de incentivos veio permitir a muitos cidadãos e empresas adquirir um veículo ligeiro de passageiros ou de mercadorias elétrico, recebendo um incentivo de 4.000 euros para os particulares e 6.000 euros para as empresas, ficando isentas do pagamento do IVA. Mas atualmente, além de serem insuficientes, já são desadequados face à procura existente. O Governo já admitiu estar em cima da mesa a possibilidade de substituir o incentivo à compra de automóvel elétrico por medidas que permitam uma redução dos custos de carregamento. Mas tanto o setor como os utilizadores já se manifestaram contra a decisão, urgindo um redesenho dos apoios.

“A tecnologia dos veículos elétricos tem ainda um valor muito superior à dos motores a combustão, que já tem muitos anos de produção. Sem o apoio devido do Estado, sobretudo no caso dos particulares, muitas pessoas ficam excluídas da mobilidade elétrica e não as podemos excluir”, considera Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP.

As palavras são subscritas pela UVE, que considera um possível fim aos apoios como uma medida que “vai contra tudo” aquilo que esperavam. “Manter este conjunto de Incentivos e benefícios, e nalguns casos aumentá-los para serem ainda mais abrangentes e permitirem a um número cada vez maior de cidadãos adotarem a mobilidade elétrica, é sem dúvida o caminho a seguir”, vincam. Mas, para já, não existem indicações de que esse seja o rumo a seguir pelo Governo.

Este ano, os apoios à mobilidade elétrica não só chegaram mais tarde, face aos avisos lançados anteriormente, como esgotaram a dotação disponível mais cedo do que previsto. Segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, a dotação dos 10 milhões de euros disponibilizados para apoiar os consumidores na compra de um veículo elétrico, bicicleta ou carregadores foi ultrapassada “muito cedo”. O aviso deste ano foi lançado em maio e as candidaturas estão abertas até ao dia 30 de novembro. Mas até à passada quinta-feira, 7 de setembro, já tinham sido submetidas 13.393 candidaturas que representam um total de cerca de 16 milhões de euros.

Apesar do programa ter nascido inicialmente como apoio aos veículos, a procura por bicicletas eletrificadas foi aquela que registou maior interesse no aviso deste ano, tendo acumulado um total de 5.542 candidaturas, ainda que só estivessem disponíveis inicialmente 4.550 pedidos. Só esta tipologia representa cerca de 2,2 milhões do total da verba disponível.

Depois dos motociclos, ciclomotores, triciclos, quadriciclos, surgem os veículos elétricos como a terceira tipologia mais procurada. Para este tipo de apoio foram disponibilizados 5,2 milhões de euros que se traduzem em 1.300 pedidos. Até à passada terça-feira, foram submetidas 2.509 candidaturas.

“Os apoios foram criados numa altura em que as vendas eram residuais. Em 2018, venderam-se duas mil unidades. Só até agosto deste ano foram 22 mil novos carros ligeiros de passageiros. É um apoio que está desatualizado“, considera Hélder Pedro.

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Putin visita principal centro nuclear da Rússia

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Presidente russo diz que centro em Sarov é o resultado da política do Kremlin, que visa garantir a "soberania tecnológica".

O Presidente russo, Vladimir Putin, visitou esta sexta-feira o principal centro nuclear da Rússia, em Sarov, uma cidade de acesso restrito localizada a 400 quilómetros a leste da capital de Moscovo.

Putin, que conversou com os alunos do Instituto de Física Experimental na presença do diretor da agência nuclear russa, Rosatom, destacou que este centro é o resultado da política do Kremlin (Presidência russa) que visa garantir a “soberania tecnológica”.

A este respeito, acusou mais uma vez o Ocidente de tentar conter e limitar o desenvolvimento da Rússia, provocando o conflito na Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro de 2022.

“As nossas previsões foram cumpridas (…). Começámos a pensar [em 2014] no que fazer para garantir a soberania. Muito já foi feito, mas, claro, ainda há muito a fazer”, observou o chefe de Estado russo.

Durante a visita, o Presidente russo deixou no local um ramo de flores aos pés da estátua de Yuli Khariton, o criador em 1949 da primeira bomba atómica soviética (RDS-1).

Andrei Sakharov, que esteve na génese da bomba de hidrogénio e mais tarde seria galardoado com o Prémio Nobel da Paz pela criação do movimento de defesa dos direitos humanos na União Soviética, também trabalhou neste centro.

Sarov pertence às 30 cidades russas consideradas uma Divisão Administrativa Territorial Fechada (ZATO, na sigla em russo).

Em 27 de fevereiro de 2022, três dias após o início da guerra na Ucrânia, Putin colocou as suas forças nucleares em alerta em resposta a uma onda de sanções económicas ocidentais.

Em maio passado, a Rússia recusou-se a divulgar o número de ogivas nucleares que possuía ao abrigo do tratado de desarmamento nuclear START III, depois de os Estados Unidos terem tornado públicos esses dados.

Putin suspendeu o cumprimento do START III pelo seu país no início do ano, embora tenha defendido que a Rússia não estava a abandonar o acordo, mas apenas a suspendê-lo devido à atitude hostil de Washington, que apoia a Ucrânia com armas e financiamento.

O líder do Kremlin anunciou em junho o envio de armas nucleares táticas para a Bielorrússia, o seu principal aliado na campanha militar na Ucrânia e que faz fronteira com a Polónia, Lituânia e Letónia, Estados-membros da NATO e da União Europeia (UE), como medida dissuasora contra potenciais ameaças da Aliança Atlântica.

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Morais Leitão e PLMJ assessoram acordo para a aquisição do Banco Montepio Investimento

A equipa da ML foi constituída por Eduardo Paulino e Nuno Sobreira, Filipe Lowndes Marques e Vera Esteves Cardoso. A equipa da PLMJ foi liderada por Bruno Ferreira.

A Morais Leitão assessorou a Rauva Enterprises, uma empresa fintech que tem como objetivo desenvolver e implementar uma plataforma digital pan-europeia de serviços financeiros para pequenas e médias empresas e pequenos empresários, com sede em Portugal, – na celebração do acordo para a aquisição da totalidade das ações do Banco Montepio Investimento (que tem a designação comercial BEM – Banco Empresas Montepio).

A equipa da Morais Leitão envolvida na operação foi constituída por Eduardo Paulino e Nuno Sobreira (corporate), Filipe Lowndes Marques e Vera Esteves Cardoso (financeiro e regulatório).

A PLMJ assessorou o Grupo Banco Montepio. A concretização da operação está sujeita à aprovação do Banco de Portugal.

A equipa da PLMJ foi liderada pelo Bruno Ferreira, managing partner e sócio das áreas de Bancário e Financeiro e de Mercado de Capitais e contou com o apoio de Tomás Almeida Ribeiro, associado coordenador na área de Corporate M&A, André Abrantes, associado coordenador da área de Bancário e Financeiro e Mercado de Capitais, Rita Romão, associada sénior nas áreas de Bancário e Financeiro e Mercado de Capitais e David Cuba Topete, associado da área de Corporate M&A.

A PLMJ encontra-se igualmente a assessorar o Grupo Banco Montepio na operação de transferência dos ativos, passivos, operações e trabalhadores do Banco Empresas Montepio para o Banco Montepio, a qual deverá ficar concluída até ao final do ano.

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S&P melhora perspetiva da dívida portuguesa para “positiva”

  • Ana Petronilho
  • 8 Setembro 2023

A agência de notação Standard & Poor's manteve a notação de Portugal em BBB+, mas melhorou a perspetiva da dívida soberana de estável para positiva.

A Standard and Poor’s (S&P) decidiu manter, esta sexta-feira, o rating de Portugal em BBB+, mas melhorou a perspetiva para a dívida soberana de “estável” para “positiva”. A decisão antecipa novas subidas da notação do país nos próximos 24 meses e é justificada pela “resiliência” da economia num cenário de maior incerteza.

“A posição orçamental e externa de Portugal melhorará gradualmente”, acredita a S&P, antes de apontar para os contributos do turismo e do investimento, via fundos europeus. A agência também sublinha a redução da dívida líquida de 99% do PIB este ano para 87% em 2026, um “dos declínios mais acentuados” da Europa.

Num cenário de inflação, e incerteza na Europa, a S&P aponta para um crescimento de 2,5% em 2023, em termos reais, “superior ao de outros pares europeus” e que “sinaliza a resiliência da economia portuguesa”. As receitas “dinâmicas” do turismo – mais 30% no primeiro semestre face ao mesmo período em 2019 – estão a compensar, “de certa forma, o declínio das exportações de bens devido à fraca procura por parte da Europa, o principal mercado de Portugal”.

A S&P estima que o desemprego aumente ligeiramente de 6% em 2022 para 6,5% este ano e permaneça estável entre 2024 e 2026.

No capítulo das contas públicas, a agência prevê um superávite este ano e que entre 2024 e 2026 haja “excedentes orçamentais, embora mais pequenos à medida que o aumento da inflação nas receitas se desvanece e persistem algumas pressões sobre as despesas”. Já as despesas com juros devem aumentar para 5,7% das receitas em 2023 face a 4,4% em 2022, mas devem permanecer “contidas” ao longo de 2024-26 com a “queda do stock da dívida e da maturidade”

A fricção entre São Bento e Belém, sobre a manutenção do ministro João Galamba, também não passou despercebida à agência, que considera agora que as “tensões diminuíram” e desvaloriza um cenário de eleições antecipadas.

Na última avaliação, em março, a S&P tinha reafirmado a avaliação da dívida soberana portuguesa em ‘BBB+’, com perspetiva estável. E nesse relatório, a S&P explica que a perspetiva estável reflete a expectativa “de que os elevados níveis de dívida pública e externa de Portugal continuem a diminuir, equilibrando os riscos para o crescimento económico e a trajetória orçamental decorrentes de uma potencial estagflação na Europa” e da incerteza do contexto geopolítico.

Foi em setembro de 2022 que a agência americana subiu o rating da dívida soberana portuguesa de ‘BBB’ para ‘BBB+’, com perspetiva estável.

Desde o pico da crise das dívidas soberanas – há 12 anos, cinco meses e seis dias – com Portugal a semanas de pedir um resgate internacional, visto por mais de meio mundo como inevitável, que a S&P atirou a notação soberana da dívida do país para fora da zona ‘A‘, atribuindo um rating de ‘BBB-‘. Foi a primeira agência de notação financeira a atirar o país para fora da zona A.

De acordo com o calendário das agências, a Fitch volta a olhar para a dívida portuguesa em 29 de setembro e a Moody’s em 17 de novembro.

O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

 

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Quase três mil docentes colocados, mas escolas têm ainda 1.300 horários vazios

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Segunda reserva de recrutamento deixa cerca de 1.300 horários vazios, sobretudo em Lisboa, Setúbal e Algarve. Foram colocados 2.924 professores, dos quais 2.355 são contratados.

Quase três mil docentes foram colocados esta sexta-feira, a maioria contratados, em resultado da segunda reserva de recrutamento, mas as escolas ainda têm cerca de 1.300 horários vazios, sobretudo em Lisboa, Setúbal e Algarve.

Depois de, na semana passada, terem sido colocados perto de três mil docentes, a segunda reserva de recrutamento permitiu às escolas preencher outras tantas vagas.

No total, foram colocados 2.924 professores. “Foram colocados 2.355 contratados e 589 professores do quadro”, explicou à Lusa o professor Arlindo Ferreira, especialista em estatísticas da educação.

Não foi, no entanto, suficiente para colmatar as necessidades dos estabelecimentos de ensino e, esta sexta-feira, havia ainda cerca de 1.300 horários em contratação de escola, o último recurso disponível para a contratação de professores.

Até às 19:40, os diretores já tinham publicado hoje cerca de 560 horários, muitos dos quais ficaram por preencher na segunda reserva de recrutamento, e, à semelhança da semana anterior, é nas zonas de Lisboa, Setúbal e Algarve que parecer ser mais difícil contratar.

De acordo com a análise feita por Arlindo Ferreira, foram pedidos hoje 220 horários para escolas em Lisboa, 103 em Setúbal e 59 em Faro.

Entre os horários colocados hoje a concurso, a maioria é para Português do 3.º ciclo e secundário (61) e pré-escolar (55), o que mostra que as dificuldades em encontrar professores para Informática são cada vez menores, explicou o diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio, Póvoa de Varzim.

A propósito da segunda reserva de recrutamento, Arlindo Ferreira sublinhou ainda que, nesta fase, há 135 professores vinculados em quadros de zona pedagógica sem colocação, a maioria de Educação Física (29) e Biologia e Geologia (24) e do quadro de zona pedagógica 1, que abrange o litoral norte.

Por outro lado, a maioria dos professores de quadro que conseguiram um lugar, em resultado da reserva desta semana, foram colocados em horários temporários, uma situação que o diretor escolar diz ser pouco frequente, mas que poderá estar relacionada com o elevado número de professores que entraram nos quadros do Ministério da Educação este ano, através do novo mecanismo de vinculação dinâmica.

A falta de professores nas escolas, provocada em parte pelo envelhecimento da classe e pela pouca atratividade da profissão entre os mais jovens, levou o Governo a permitir às escolas que selecionassem docentes detentores de cursos reconhecidos como habilitação própria para a docência.

No entanto, para Arlindo Ferreira, o problema, que já se tornou habitual a cada arranque de ano letivo, é agora mais grave e os números registados a poucos dias do regresso às aulas são “muito elevados comparativamente a anos anteriores”.

 

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Ministra diz que existem 70 mil trabalhadores em situação irregular em empresas notificadas pela ACT

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

A ministra do Trabalho revela que existem 70 mil trabalhadores identificados pela ACT com contratos a termo em situação irregular e cujo prazo para a regularização termina no domingo.

A ministra do Trabalho adiantou esta sexta-feira que existem 70 mil trabalhadores identificados pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) com contratos a termo em situação irregular e cujo prazo para a regularização termina no domingo.

Numa intervenção na Academia Socialista, que decorre até domingo no distrito de Évora, Ana Mendes Godinho detalhou que, na sequência de uma ação da Autoridade para as Condições do Trabalho, foram notificadas, em julho, 80 mil empresas com 350 mil trabalhadores “em situação irregular, porque tinham ultrapassado os prazos relativamente aos limites legais dos contratos a termo”.

Desses, afirmou a ministra, existem 70 mil trabalhadores cuja situação ainda não foi regularizada (num universo de 18 mil empresas) e que terão que o fazer.

“Se não corrigirem até dia 10 [de setembro], a partir daí a ACT vai ter outro tipo de intervenção, vai para o terreno para uma intervenção de fiscalização”, acrescentou a governante.

Realçando que a Agenda para o Trabalho Digno “assumiu um reforço da ACT”, a ministra explicou que estas notificações surgiram após uma “ação de cruzamento de dados”, na qual esta autoridade cruzou dados com a Segurança Social e com a base do Fundo de Compensação do Trabalho para detetar situações de trabalhadores “cujo contrato a termo já ultrapassou todos os prazos legais”.

Segundo Ana Mendes Godinho, o Governo está a considerar aplicar esta fórmula de cruzamento de dados também aos designados falsos recibos verdes.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu a necessidade de “ser implacável” em matéria laboral e vincou que “o compromisso com os jovens não é um compromisso teórico, é um compromisso real no dia-a-dia”.

Na sua intervenção, Ana Mendes Godinho disse ainda que em 2015 existiam no país 150 mil trabalhadores estrangeiros e atualmente existem cerca de 660 mil.

Perante uma plateia de jovens, a governante apelou ainda à participação ativa nos sindicatos e classificou como “inaceitável” que exista uma taxa de precariedade nos jovens de cerca de 58%, apesar de salientar que em 2015 era de 67%.

“Mas mesmo assim eu diria que é inaceitável, significa que nós como sociedade ainda não conseguimos dar o salto do ponto de vista de traduzir este compromisso que todos dizemos que temos com o país numa realidade concreta na mudança da forma como olhamos para os jovens no mercado de trabalho”, afirmou, numa intervenção na qual destacou várias das medidas do executivo no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, que entrou em vigor no passado dia 01 de maio.

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TAP substituiu peças em motores depois de alerta de agência europeia

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

A TAP garante que “imobilizou os motores que tinham peças do fornecedor em causa e substituiu-as”, depois saber que havia certificado falsificado pelo fornecedor AOG.

A TAP “imobilizou os motores” e substituiu peças que foram identificadas pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) como tendo um certificado falsificado pelo fornecedor AOG, garantiu à Lusa fonte oficial.

Num comunicado, a AESA alertou as companhias aéreas e outras entidades para o facto de que havia aviões com motores CFM56 nos quais várias peças fornecidas pela empresa AOG Technics tinham um certificado de autorização ARC “falsificado”.

Contactada pela Lusa, a TAP assegurou que “cumpre escrupulosamente as orientações e recomendações emitidas pelas autoridades aeronáuticas” e que “assim que foi informada da situação”, “imobilizou os motores que tinham peças do fornecedor em causa e substituiu-as”.

“Não há nenhum motor de avião da TAP que voe com peças fornecidas pela entidade em causa”, garantiu a empresa.

A AESA indicou que “até à data, a AOG Technics não forneceu informações sobre a origem das peças ou dos ARC falsificados”, acrescentando que está, “por conseguinte, a emitir este alerta para determinar se foram fornecidas outras peças com ARC falsificados e para limitar o impacto” de “quaisquer peças” que potencialmente não sejam aeronavegáveis.

A AESA disse ainda que “poderá adotar novas medidas em resultado das investigações em curso e das informações recebidas das autoridades competentes, dos proprietários de aeronaves, dos operadores, das organizações de manutenção e dos distribuidores”.

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Lucros da Glintt subiram 19,1% no primeiro semestre para 2 milhões

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

“O crescimento do volume de negócios no mercado nacional foi de 7%, tendo o mercado internacional continuado a crescer a um ritmo superior de 12%”, referiu a tecnológica.

Os lucros da tecnológica Glintt aumentaram, nos primeiros seis meses de 2023, para cerca de dois milhões de euros, um crescimento de 19,1%, adiantou a empresa, num comunicado publicado no seu site. “Para este resultado, contribuiu essencialmente a melhoria na margem operacional”, destacou, na mesma nota.

Assim, a Glintt obteve, no primeiro semestre deste ano, um volume de negócios de 61,1 milhões de euros, crescendo 8,5% em termos homólogos, revelou. “O crescimento do volume de negócios no mercado nacional foi de 7%, tendo o mercado internacional continuado a crescer a um ritmo superior de 12%”, referiu a tecnológica.

Segundo a Glintt, “estes crescimentos resultam de crescimento orgânico quer nas áreas de farmácia em Espanha e em Portugal, em especial na venda e instalação de equipamentos, quer na área de software hospitalar em Espanha”.

A empresa revelou ainda que, “relativamente à composição do volume de negócios, verificou-se uma evolução favorável em ambas as rubricas, destacando-se uma variação de 14,7% na componente de vendas”, indicando que “para este crescimento relevante, contribuiu não só o mercado internacional, mas também a boa performance no mercado nacional, com um incremento na instalação de robots e venda de equipamentos hospitalares e de infraestruturas”.

Quando ao EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), no primeiro semestre de 2023, a Glintt obteve 10,5 milhões de euros, um crescimento de 12,1%, face ao período homólogo de 2022. Já a dívida líquida do grupo a 30 de junho ascendia a cerca de 36,3 milhões de euros, uma redução de 3,5 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2022, lê-se na mesma nota.

“No presente ano de 2023, a Glintt espera manter um crescimento sustentado no que respeita ao volume de negócios, ao EBITDA e ao resultado líquido”, assegurou, acrescentando que “a sólida posição de tesouraria e um nível de endividamento moderado sustentam um equilíbrio financeiro que permitirá aproveitar oportunidades de investimento, caso surjam”.

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Paragem na Autoeuropa já provocou centenas de despedimentos no parque industrial

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Há despedimento de trabalhadores nas empresas Benteler (40), Faurecia (3), KWD (28), Palmetal (20), SAS (40), Simoldes (20) e VANPRO (40) do parque industrial.

As Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa revelaram esta sexta-feira que a paragem de produção na fábrica da Volkswagen em Palmela já levou ao despedimento de 291 trabalhadores, mas o sindicato SITE-Sul diz que já são 560 despedimentos.

Segundo o coordenador das Comissões de Trabalhadores (CT) do parque industrial, Daniel Bernardino, as empresas do parque já confirmaram o despedimento de 191 trabalhadores precários, que se juntam aos 100 trabalhadores que a Autoeuropa também dispensou, embora estes últimos com a garantia de regressarem logo que seja retomada a produção.

De acordo com os dados disponíveis na Coordenadora das CT , além dos 100 trabalhadores precários dispensados pela Autoeuropa, também há despedimento de trabalhadores temporários ou contratados a termo nas empresas Benteler (40), Faurecia (3), KWD (28), Palmetal (20), SAS (40), Simoldes (20) e VANPRO (40), o que perfaz, assim, um total de 291 despedimentos.

A Coordenadora das CT do parque industrial admite também que o número de despedimentos de trabalhadores precários poderá aumentar de forma significativa uma vez que ainda não há dados disponíveis por parte de empresas como a Rangel, Isporeco, Nova Coat e Schnellecke, bem como de outras de menor dimensão.

Em comunicado, o SITE-Sul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, garante, no entanto, que já perderam o emprego 560 trabalhadores do parque industrial e que muitos deles vão ficar sem qualquer rendimento mensal.

“Do levantamento que o SITE-Sul fez até ao momento, 560 trabalhadores já perderam o seu emprego e a grande maioria deles nem ao subsídio desemprego têm direito, ficando sem qualquer rendimento mensal”, refere o comunicado desta estrutura sindical, adiantando que “muitos mais trabalhadores vão perder o emprego até ao início da próxima semana, uma vez que ainda há empresas que estão a negociar com os representantes dos trabalhadores”.

No comunicado o SITE-Sul critica também a alegada “intransigência das administrações da Volkswagen Autoeuropa e de algumas empresas fornecedoras”, por não garantirem o pagamento de salários na totalidade durante a paragem de produção.

O sindicato defende ainda que a atual situação se deve a “erros de gestão do Grupo Volkswagen”, por estar dependente de um único fornecedor e pela utilização do sistema Just In Time, em que a entrega de componentes para produção é feita pelos fornecedores na hora exata, dispensando a necessidade de uma grande capacidade de armazenamento na fábrica.

A Autoeuropa inicia segunda-feira uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi severamente afetado pelas cheias que ocorreram no início do mês de agosto naquele país. A administração da fábrica de automóveis do grupo Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal, tal como outras empresas do parque industrial, decidiu recorrer ao lay-off.

A empresa chegou, entretanto, a acordo com os trabalhadores e vai garantir o pagamento de 95% dos salários durante a paragem de produção, mas no parque industrial há empresas que vão aplicar cortes salariais de 5%, 10% e 33%. Entre as 19 empresas do parque industrial da Autoeuropa, de acordo com a Coordenadora das CT, só a Faurecia deverá manter o pagamento de salários na totalidade, uma vez que a empresa é fornecedora de outras marcas de automóveis e não apenas da Volkswagen.

O lay-off é uma medida que prevê a redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão temporária dos contratos de trabalho, devido a motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, incluindo catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tais medidas se mostrem indispensáveis para assegurar a viabilidade económica dessa empresa e a manutenção dos postos de trabalho.

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