Greve dos trabalhadores da IP suprimiu 798 comboios até às 19:00
A CP avança que no serviço de longo curso foram suprimidos 48 comboios de 66 estimados, sendo que no regional não se realizaram 177 composições de 257 programadas.
A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou esta terça-feira à supressão de 798 comboios, de um total de 1.086 estimados, tendo sido cumpridos apenas os serviços mínimos até às 19:00, adiantou a CP. Os trabalhadores da IP cumprem esta terça o primeiro de dois de greve intercalados, podendo os impactos da paralisação ser ainda sentidos na quarta-feira de manhã.
De acordo com a CP – Comboios de Portugal, no serviço de longo curso foram suprimidos 48 comboios de 66 estimados, sendo que no regional não se realizaram 177 composições de 257 programadas. Nos urbanos de Lisboa, foram suprimidos 390 comboios de 518 programados, no Porto não circularam 161 de 217 estimados, e, em Coimbra, não se realizaram 22 de 28 programados.
Os comboios efetuados, 288, correspondem aos serviços mínimos definidos. A paralisação, que abrange os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da IP, está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão, segundo explicou à Lusa, Adriano Filipe, presidente da Aprofer – Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário
“Os motivos desta greve são os mesmos” da paralisação que tinha sido convocada para setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então. “O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar”, afirmou.
Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão. “Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP”, indicou, salientando que o trabalho é “num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro”.
A greve poderá também afetar a circulação dos comboios na quarta e na sexta-feira, esclareceu a CP, numa nota publicada no site. Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.
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