Tavares diz que mudança de rosto na Madeira não chega e pede coerência nos critérios
Em declarações aos jornalistas, à chegada ao XIII Congresso do Livre, que decorre até domingo, no Porto, o deputado único foi questionado sobre se defende a necessidade de eleições na Madeira.
O porta-voz do Livre Rui Tavares defendeu que uma mudança de rosto na liderança do Governo Regional da Madeira “não chega” e pediu “coerência nos critérios” entre a região e o continente.
Em declarações aos jornalistas, à chegada ao XIII Congresso do Livre, que decorre até domingo, no Porto, o deputado único foi questionado sobre se defende a necessidade de eleições na Madeira e respondeu que “deve haver consistência nos critérios”.
“Tivemos uma legislatura com um Presidente da República dizendo que dissolveria o parlamento em condições de o chefe de Governo da República portuguesa não poder continuar. Depois tivemos um governo pré demitido e uma assembleia pré dissolvida no todo nacional, no todo da República. Portanto, nós nunca dissemos ao senhor Presidente que decida de uma maneira ou de outra, mas uma coisa que queremos certamente é consistência nos critérios”, defendeu. Rui Tavares disse ainda que uma mudança de rosto no Governo regional da Madeira “não chega”.
“Quem conhece bem a Madeira, quem fala com os madeirenses, sabe que a mudança de um protagonista não muda o sistema na Madeira entre PSD e os interesses económicos. O sistema chamava-se jardinismo, continua com Albuquerque, não é a mudança de um nome que vai mudar isso. Quem achar isso está a iludir-se ou então está a enganar as pessoas”, considerou.
Tavares deixou ainda críticas ao presidente do PSD, Luís Montenegro, dizendo que “um político não pode ser um fato que fala, tem que ser uma pessoa que pensa no futuro do país e que mantém uma certa consistência”.
“O Livre não pediu demissões, as demissões quando ocorrem devem ser por imperativo de consciência dos próprios. Agora, quem andou a pedir quando o caso era no outro partido e depois só quer esclarecimentos quando o caso é no seu partido, evidentemente, isso é que está errado”, apontou.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.
O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.
Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.
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