Mais de metade das novas empresas não chega aos três anos
Em 2022 foram criadas 232.173 novas empresas o que representa um aumento de 24,1% face ao ano anterior, segundo dados do INE. A proporção de sobrevivência num período de três anos é de 48,5%.
Mais de duas em cada 10 novas empresas desaparecem antes de completarem o primeiro ano e mais de metade não consegue vingar nos primeiros três anos de vida, segundo mostra o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2022, nasceram 232 mil novas empresas, que empregaram mais de 265,5 mil pessoas.
No final de 2022, havia 1.453.728 empresas ativas em Portugal, sendo que 232.173 nasceram nesse ano, o que representa um crescimento de 24,1% face a 2021, ultrapassando o nível pré-pandemia, adianta o INE. No mesmo ano, estima-se que o número de mortes tenha atingido 150.661 empresas (+5,2%).
“A proporção de empresas sobreviventes um ano após o nascimento fixou-se em 75,5% (-0,2 pontos percentuais face a 2021) e as sobreviventes três anos após o nascimento corresponderam a 48,5% (-0,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior)”, refere o instituto.
Segundo o INE, estas novas empresas foram responsáveis por empregar 265.507 pessoas e geraram 4,59 mil milhões de euros de volume de negócios, respetivamente, mais 21,7% e 45,9% que no ano anterior.
No que se refere à morte de empresas, estima-se que estas tenham sido responsáveis pela redução de 176.233 pessoas ao serviço e de 3.790 milhões de euros de volume de negócios.
Apesar do elevado número de empresas que ficam pelo caminho nos primeiros anos de vida, o INE refere que, “em termos líquidos, diferença entre os nascimentos e mortes, registou-se um saldo positivo no número de empresas, do pessoal ao serviço e do volume de negócios”.
Mais gazelas em 2022
No que toca a sociedades de elevado crescimento, designadas gazelas, em 2022 existiam 5.635 sociedades, mais 5,3% que no ano anterior, e eram representativas de 10,7% do total das sociedades não financeiras com 10 ou mais pessoas remuneradas, 16,2% do pessoal ao serviço, 12,6% do volume de negócios e 14,4% do valor acrescentado bruto (VAB).
O número de sociedades não financeiras jovens de elevado crescimento, designadas gazelas, aumentou 10,8% em 2022, contrariando a tendência observada nos últimos anos (-3,8% em 2021 e -13,6% em 2020), totalizando 614 sociedades. O conjunto das gazelas foi responsável por um VAB de 1.132 milhões de euros.
Mais empresas de transportes e armazenamentos
Os setores dos outros serviços, construção e atividades imobiliárias, comércio e alojamento e restauração concentraram o maior número de nascimentos de empresas (59,6%, 9,2%, 8,5% e 7,1%).
Segundo o INE, “entre os setores com um aumento no nascimento de empresas, destacaram-se os transportes e armazenagem, o alojamento e restauração e a informação e comunicação (57,7%, 49,6% e 36,3% entre 2021 e 2022)”.
Já os serviços financeiros registaram o maior decréscimo no número de nascimento de empresas (61,4%), sendo um dos setores, juntamente com a agricultura e pescas, com nascimentos líquidos negativos.
“No que se refere às mortes de empresas, estima-se que os outros serviços, o comércio e a agricultura e pescas registaram o maior número de situações (55,8%, 11,5% e 8,4%). O setor da informação e comunicação evidenciou um maior crescimento no número de mortes entre 2021 e 2022 (+24,6%), seguido dos outros serviços (+12,1%)”, refere o INE.
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