EDP investe 15,5 milhões em estação de produção de hidrogénio verde no Carregado
A empresa de energia admitiu que o investimento “sofreu um ajustamento dos prazos inicialmente previstos devido ao atraso de cerca de um ano na decisão de alocação dos fundos do PRR.
A EDP estima investir 15,5 milhões de euros numa estação de produção de hidrogénio verde junto à antiga Central Térmica do Carregado, no concelho de Alenquer, foi esta sexta-feira referido à agência Lusa. Fonte oficial da EDP disse à agência Lusa que a estação de produção de hidrogénio verde, um investimento de 15,5 milhões de euros, vai ter capacidade de eletrólise de cinco megawatts.
95% da produção vai ser injetada na rede de transporte de gás natural e os restantes usados para abastecer um posto de distribuição de hidrogénio para veículos pesados. A empresa de energia admitiu, contudo, que o investimento “sofreu um ajustamento dos prazos inicialmente previstos devido ao atraso de cerca de um ano na decisão de alocação dos fundos Plano de Recuperação e Resiliência”.
Também “o lançamento do leilão de injeção, passo essencial para o financiamento e decisão de execução do projeto, está atrasado”, estando o projeto a ser avaliado. Em 2020, a EDP, o Município de Alenquer, uma marca de veículos pesados e uma empresa de logística estabeleceram uma cooperação destinada a avaliar e testar o uso do hidrogénio como vetor energético no setor de transportes e logística e promover o papel do hidrogénio na descarbonização da economia.
“O projeto visa investigar a forma de flexibilizar a produção de energia em centrais de ciclo combinado, permitindo um funcionamento mais eficiente e a redução dos impactos ambientais”, refere o acordo, a que a agência Lusa teve acesso. Segundo o documento, o projeto estuda também a utilização do hidrogénio produzido em diferentes utilizações, como a injeção na rede de gás existente, no setor dos transportes ou na indústria, centrando-se na produção do hidrogénio por eletrólise e no teste e sua utilização no setor dos transportes.
O projeto compreende três fases, a análise da sua viabilidade, a fase experimental e a fase comercial, defendendo os parceiros que para ser viável do ponto de vista comercial carece de financiamento. Para os parceiros, “o desenvolvimento de uma cadeia de valor do hidrogénio é fundamental para que Portugal mantenha e aumente a quota de energias renováveis na procura total de energia a um custo razoável”.
Segundo eles, o hidrogénio “é uma das soluções mais promissoras” para setores difíceis de descarbonizar, como as indústrias a altas temperaturas, a aviação ou o transporte pesado. O acordo estipulava um prazo de dois anos para produzir efeitos. A Câmara Municipal de Alenquer, que cedeu terrenos para o projeto, confirmou à Lusa que o projeto aguarda pela definição do leilão de preço para a injeção na rede de gás natural e do fornecedor de veículos que possua os dados técnicos e possa fornecer os equipamentos a tempo.
Entre o trabalho já efetuado, consta os pedidos de consultas para o fornecimento do eletrolisador e para a empreitada e a realização de um estudo geotécnico para enquadrar o impacto ambiental. Estão a ser definidas questões práticas para vir a operacionalizar a estação de abastecimento de hidrogénio.
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