Concorrência autoriza venda da Mercedes-Benz Retail à Santogal. Há nova líder em Portugal
Não antevendo “entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional”, AdC dá luz verde à compra da retalhista detida pelo importador. Santogal destrona Carclasse na venda de Mercedes.
A Autoridade da Concorrência (AdC) acaba de dar luz verde à compra da Mercedes-Benz Retail (MBR), a empresa retalhista da própria marca de origem alemã, por parte do grupo Santogal. Um negócio que entrega a liderança nacional de vendas de automóveis da Mercedes à histórica retalhista pertencente ao ramo Moniz Galvão da família Espírito Santo.
A “decisão de não oposição à operação de concentração” que tinha sido notificada há pouco mais de um mês foi adotada esta quarta-feira pelo conselho de administração da AdC, com o argumento de que “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”.
Com esta operação, a Santogal destrona a Carclasse, que detém concessionários no Minho, em Lisboa e no Algarve. Os dados de comercialização da marca relativos a 2023, a que o ECO teve acesso, mostram que ao somar os concessionários de Sete Rios (Lisboa) e de Loures à operação de retalho direto localizada em Sintra, até agora nas mãos do próprio importador, a holding da Santogal passa a deter uma quota de quase 19% em Portugal, ficando um ponto acima da anterior líder (17,9%).
Além dos automóveis das marcas Mercedes-Benz e Smart, a MBR dedica-se também à comercialização de peças e acessórios para as mesmas viaturas e desempenha serviços de reparação e de assistência técnica automóvel para veículos destas marcas, oferecendo ainda serviços de intermediação de crédito para a compra dos veículos.
Com um total de 14.018 veículos ligeiros de passageiros matriculados em 2023, mais 22,6% do que em 2022, a Mercedes foi a terceira marca mais vendida em Portugal e, pelo nono ano seguido, a primeira no segmento premium – a venda de elétricos e híbridos já vale mais de metade do negócio. Antes desta aquisição, e seguindo as quotas de mercado no ano passado, o pódio era disputado pela C. Santos VP (13,8%) e pela Soc. Com. C. Santos (13,4%), seguidos de perto pela Nasamotor (11,1%).
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