Sem surpresas, Reserva Federal mantém taxas de juro inalteradas pela quinta vez seguida
O banco central manteve o custo do dinheiro no intervalo 5,25%-5,5% conforme esperado e continua a prever três cortes este ano. Dúvida sobre início descidas mantém-se questão principal.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) manteve esta quarta-feira inalteradas as taxas de juro, estendendo pela quinta reunião seguida uma pausa que iniciou em setembro do ano passado.
O Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) informou, em comunicado, que as Fed Funds Rates permanecem inalteradas no intervalo 5,25%-5,5%, confirmando uma decisão que era esperada por analistas, economistas e investidores.
“O Comité procura atingir o nível máximo de emprego e de inflação à taxa de 2% a longo prazo”, referiu a instituição liderada por Jerome Powell, adiantando que “em apoio a estes objetivos, decidiu manter o intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais entre 5,25% e 5,55%”.
A tendência descendente da inflação deu confiança à Fed para, no final do ano passado, abrir pela primeira vez a porta a descidas de juros, levando os investidores e economistas a anteciparem múltiplos cortes ao longo de 2024. O início do ciclo de descidas chegou a estar previsto para março, depois passou para maio e agora está a crescer a incerteza se vai acontecer já em junho, dado que a inflação nos dois primeiros meses deste ano ficou acima do esperado pelos economistas, colocando em causa a narrativa de que o banco central estaria perto de declarar vitória sobre a pressão inflacionista mais forte em 40 anos.
O índice de preços do consumidor dos Estados Unidos aumentou 3,1% em janeiro e 3,2% em fevereiro. A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, situa-se em 3,8%, quase o dobro da meta da Fed.
Apesar dessa distância à meta da inflação, segundo o dot plot, gráfico que representa as avaliações dos membros do FOMC para a política monetária, 10 dos 19 membros prevêem uma descida da taxa directora de, pelo menos, três quartos de ponto percentual até ao final deste ano, uma visão mediana estabelecida pela primeira vez em dezembro.
A Fed reviu em alta as projeções de crescimento da maior economia do mundo. Prevê agora expansões de 2,1% este ano e de 2,% no próximo, que comparam com as anteriores projeções – da reunião de dezembro – de 1,4% e 1,8%, respetivamente. Em relação à inflação, o banco central manteve as projeções praticamente inalteradas, nomeadamente de 2,4% este ano, 2,2% em 2025, atingindo a meta de 2% em 2026.
Em relação ao desemprego a Fed também prevê taxas de 4% este ano e em 2026, com uma ligeira subida para 4,1% em 2025.
(Notícia atualizada às 18h30)
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