China expande poder energético com conquista no Iraque

A China deu um passo significativo este sábado no reforço da liderança energética com a aquisição dos direitos de exploração de vários campos de petróleo e gás no Iraque.

O Iraque, no seu mais recente leilão de petróleo e gás, demonstrou uma vez mais o seu papel central no xadrez energético global, atraindo o interesse predominante de empresas chinesas.

Num sábado decisivo, o país lançou a uma ronda extra de licenciamento para 29 projetos de exploração e produção, com a expectativa de desenvolver as suas vastas reservas de gás, impulsionar a economia nacional e atrair milhões de dólares em investimentos.

Espalhados por 12 áreas nas regiões central, sul e oeste do Iraque, os blocos de exploração incluíram, pela primeira vez, um bloco offshore nas águas do Golfo Árabe do Iraque. Este leilão marca uma nova fase na estratégia de diversificação das fontes de energia do país, que procura reduzir a sua dependência das receitas petrolíferas tradicionais.

O domínio chinês na participação deste leilão foi evidente, com cinco dos campos principais leiloados a serem concedidos a empresas da China, revela a Reuters.

A Zhongman Petroleum and Natural Gas Group assegurou a extensão norte do campo de Eastern Baghdad, localizado na capital, e o campo de Middle Euphrates que se estende pelas províncias sulistas de Najaf e Karbala. Adicionalmente, o China’s United Energy Group ganhou a licitação para desenvolver o campo de Al-Faw em Basra, ao sul, enquanto a ZhenHua ficou com o campo de Qurnain, situado na fronteira entre o Iraque e a Arábia Saudita, e a Geo-Jade desenvolverá o campo de petróleo e gás de Zurbatiya, no leste da província de Wasit.

Apesar da crescente atenção global voltada para critérios ambientais, sociais e de governance, que têm desacelerado alguns investimentos, o Iraque, que é o segundo maior produtor de petróleo do mundo a seguir à Arábia Saudita, mantém ambições elevadas para o seu setor energético. Sinal disso mesmo é o facto de ter registado um crescimento da sua capacidade de produção 3 milhões para cerca de 5 milhões de barris por dia nos últimos anos.

Contudo, a saída de gigantes do setor como a Exxon Mobil e a Royal Dutch Shell de diversos projetos, devido a retornos abaixo do esperado, semeia incertezas sobre o crescimento futuro da produção de petróleo e gás no país.

O recente leilão, que também incluiu uma nova “sexta ronda” com 14 projetos, não contou com a presença de grandes petrolíferas norte-americanas, diferentemente de rondas anteriores. Este fato reforça uma reconfiguração do interesse internacional no Iraque, com uma presença significativa de grupos europeus, chineses, árabes e iraquianos, refletindo uma diversidade crescente de atores dispostos a investir no potencial energético iraquiano.

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