Candidato da extrema-direita à Comissão Europeia excluído dos debates

Anders Vistisen alega "censura" por ter sido excluído do próximo debate entre os candidatos à presidência da Comissão Europeia. Transmissora argumenta que ID não nomeou um 'sptizenkandidat'.

O candidato pelo Identidade e Democracia (ID) – família europeia do Chega, do Reagrupamento Nacional, de França, a Lega, de Itália, e a Alternative für Deutschland, da Alemanha – foi impedido de participar nos debates entre os spitzenkandidat à presidência da Comissão Europeia.

A decisão foi anunciada pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), organizadora dos debates, que justifica a decisão por o ID não ter nomeado, oficialmente, um spitzenkandidat para a corrida, embora Anders Vistisen já tinha participado num primeiro debate, no início do mês, em representação da família partidária. A decisão foi comunicada ao partido esta semana, revela a Euronews.

Consideramos que existe censura por parte das emissoras públicas europeias“, afirmou Anders Vistisen, em declarações ao Politico.

Numa carta dirigida à Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a direção do grupo ID afirma que as regras da EBU são “incoerentes”, uma vez que existem outros grupos partidários que apresentaram mais do que um candidato na corrida a Bruxelas. O Renew Europe (futura família partidária da Iniciativa Liberal) será representado por três candidatos – o principal será agora Sandro Gozi, em substituição de Marie-Agnes Strack-Zimmermann – enquanto os Verdes nomearam dois spitzenkandidats: Bas Eickhout e Terry Reintke.

Segundo o ID, esta realidade também “vai contra” o princípio do spitzenkandidat e por isso pediu que Metsola que interviesse e instasse a EBU a recuar da decisão, de forma a que o eurodeputado Anders Vistisen, do Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita, participasse no debate de 23 de maio em nome do grupo.

O ID junta-se assim ao Partido Europeu dos Conservadores e Reformistas (ECR) que rejeitou não só participar nos debates como apresentar um candidato principal à corrida a Bruxelas, por considerar o processo de candidato partidário como “inútil”, depois do sucedido em 2019.

Além da exclusão do ID, o EBU também não convidou a Aliança Livre Europeia (ALE), que reúne os partidos regionalistas e separatistas da Europa, a participar no debate por alegar que o grupo tem atualmente representação no Parlamento Europeu ao abrigo da coligação com os Verdes. De acordo com as regras, apenas um candidato de cada um dos sete grupos políticos do Parlamento Europeu pode participar no debate.

“Em coordenação com o Parlamento Europeu, a UER convidou os partidos políticos do Parlamento Europeu a nomear um candidato principal de cada um dos sete grupos políticos oficiais representados”, cita a Euronews o comunicado da EBU a que teve acesso. “Os partidos desses grupos fizeram a seleção do candidato principal. Para o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, o candidato principal apresentado foi Terry Reintke, do partido dos Verdes Europeus”, acrescenta.

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