Há mais trabalhadores insatisfeitos com o salário em Portugal

56% dos trabalhadores portugueses dizem-se insatisfeitos com o salário, ainda que os vencimentos estejam a aumentar, segundo a Michael Page. Ordenados são a chave para atração e retenção de talento.

Ainda que os salários estejam a aumentar, há mais trabalhadores portugueses insatisfeitos com o que recebem todos os meses do que havia há um ano. Segundo um estudo divulgado esta quarta-feira pela empresa de recursos humanos Michael Page, mais de metade dos profissionais não estão contentes com o ordenado e identificam essa insatisfação como um dos principais motivos pelos quais estão abertos a mudar de emprego.

“Em Portugal, o número de profissionais insatisfeitos com a sua remuneração atual aumentou para 56%, colocando o salário no topo dos motivos pelos quais se procura um novo emprego“, explica a Michael Page, que dá conta que esse descontentamento está a tornar o mercado de trabalho “mais dinâmico”.

Outro dado pertinente é que 58% dos profissionais portugueses dizem dar prioridade ao salário no momento de se candidatarem a uma posição ou de aceitarem um novo emprego.

Mais: 30% dos profissionais portugueses tentaram negociar um aumento salarial nos últimos 12 meses, destaca a Michael Page, sendo que, destes, apenas 10% tiveram sucesso.

Já do lado das empresas, 59% acreditam que oferecer um salário superior ao atual “é essencial para conseguir recrutar novos colaboradores” e 61% apontam os ordenados competitivos como essenciais para reter talento.

“Para as empresas, a mensagem é clara: o salário é fundamental para atrair e manter os colaboradores. Isto também foi evidente entre os profissionais”, sublinha o diretor-geral da Michael Page. Álvaro Fernández defende também que “o objetivo seria conseguir o equilíbrio certo entre o que os colaboradores procuram e o que o orçamento permite”.

Para as empresas, a mensagem é clara: o salário é fundamental para atrair e manter os colaboradores. Isto também foi evidente entre os profissionais.

Álvaro Fernández

Diretor-geral da Michael Page

Flexibilidade importa mais noutros países europeus

Ainda que a flexibilidade seja uma tendência também no mercado de trabalho português, os trabalhadores de outros países europeus tendem a valorizar mais este benefício do que quem exerce funções em Portugal, segundo o estudo conhecido na manhã desta quarta-feira. “Portugal é mesmo o país europeu que menos valoriza este fator”, realça a consultora.

Por exemplo, no que diz respeito aos modelos de trabalho, o regime híbrido, que mistura teletrabalho com trabalho presencial, está a ganhar terreno na Europa, mas Portugal situa-se abaixo da média.

Em concreto, enquanto menos de metade dos profissionais portugueses estão sujeitos a esse regime, no conjunto da Europa mais de metade já estão nessa situação (43% contra 52%).

“Em Portugal, 13% dos que passam mais tempo no escritório do que há 12 meses e têm um modelo híbrido fazem-no por acreditarem que é mais benéfico para o desenvolvimento das suas carreiras”, acrescenta ainda a Michael Page.

Além disso, regista-se uma “ligeira queda” na percentagem dos profissionais que em Portugal referem como prioritário o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Este estudo teve por base entrevistas a 49.407 pessoas em todo o mundo, incluindo 1.218 entrevistados em Portugal, “entre os quais 372 são empresas e 876 são profissionais, entre os 20 e 50 anos”.

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