BRANDS' ECO Reporte ESG é “exigente”, mas também “uma oportunidade para as empresas”
Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, avisa que as novas regras europeias vão atingir as PME que integrem cadeias de valor das empresas cotadas.
A jornada da sustentabilidade é um desígnio que convoca todas as empresas, mas que representa desafios do ponto de vista da gestão – especialmente agora, em que as novas obrigações de reporte de dados não financeiros, que incluem os critérios ESG, vão ser aplicadas. “Para o ano de 2024, que já está em curso, as empresas cotadas são as primeiras a ter que endereçar esta nova regulação e estes novos requisitos. Nos anos seguintes, vamos tendo progressivamente as empresas mais pequenas a serem obrigadas a reportar”, enquadra Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, durante a entrevista que concedeu ao ECO a propósito da nova campanha da consultora sobre o tema. Assista ao vídeo aqui:
Embora as regras prevejam que as pequenas e médias empresas (PME) não cotadas só tenham de partilhar informação sobre estes critérios em 2027, em muitos casos não será assim. A questão, explica o especialista, divide-se em duas forças que podem obrigar a uma antecipação do reporte ESG. Por um lado, o setor financeiro terá de divulgar a composição da sua carteira de crédito em função dos critérios ESG, o que leva os bancos a “pedir [este tipo de] informação às empresas mais pequenas” que “ainda não estão preparadas”.
“A segunda grande força e o segundo grande catalisador desta nova mudança é, efetivamente, a cadeia de valor”, aponta Pedro Cruz. Significa isto que basta ser fornecedor de uma empresa maior para que, a breve trecho, esta comece a pedir informações sobre a implementação de critérios ESG no negócio. “O ESG é um tema de compliance. É disruptivo, vai ser exigente, mas diria que há aqui muitas oportunidades”, assegura.
Transparência na comunicação é chave
“Fazer Diferente Faz a Diferença” é o mote da nova campanha da KPMG para alertar as empresas para a importância de endereçar o desafio do reporte ESG com uma perspetiva positiva. Teresa Cortes, Marketing Senior Manager da KPMG, não tem dúvidas de que as organizações “podem capitalizar [os investimentos em ESG] em favor da sua marca e da sua reputação”, desde que cumpram a regra de ouro: transparência acima de tudo.
“Defendemos que a empresa deve ser o mais transparente possível, porque o escrutínio é grande e à mínima imprecisão, as empresas serão sempre muito penalizadas. E o consumidor está muito atento a qualquer passo que as organizações dêem”, avisa. Os estudos comprovam que existe, de facto, uma vantagem comercial para as marcas que consigam percorrer este caminho com eficácia e que se pode traduzir em mais vendas. “As gerações mais novas têm capacidade e disponibilidade para pagar quase 20% mais por um produto sustentável”, acrescenta Pedro Cruz.
Mostrar ao tecido empresarial português que existem oportunidades na integração dos critérios ESG é o grande objetivo da KPMG com a campanha que acaba de lançar. É, também por isso, que os protagonistas são os especialistas da consultora em ESG. “O tema de ESG está em cima da agenda e felizmente a KPMG constituiu uma equipa multidisciplinar e com uma tremenda expertise nestes aspetos”, sublinha Teresa Cortes.
Assista à entrevista completa no vídeo acima e conheça as dicas deixadas pelos partners da KPMG para adotar uma estratégia ESG vencedora.
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