Exclusivo Primeiros dois projetos de baterias autónomas deverão estar operacionais este ano

Voltalia e Infraventus são as duas empresas que deverão ter operacionais, até ao final deste ano, os primeiros projetos de baterias autónomas.

O líder da Direção Geral da Energia e Geologia, Jerónimo Cunha, avançou que este ano deverão entrar em operação os primeiros dois projetos de armazenamento autónomo, ou seja, que não estão acoplados a nenhum centro de produção de eletricidade — funcionam de forma independente. Estes projetos são da autoria das empresas Infraventus e Voltalia.

Eu creio que este ano teremos a oportunidade de ter os dois primeiros projetos de armazenamento stand-alone [autónomo] já operacionais. E diria que daqui para a frente só poderemos ver nascer mais desses projetos”, indicou o diretor-geral, numa intervenção no painel “Energias Renováveis: desafios e oportunidades de investimento”, no âmbito da 7.ª edição da Advocatus Summit.

Eu creio que este ano teremos a oportunidade de ter os dois primeiros projetos de armazenamento stand-alone [autónomo] já operacionais. E diria que daqui para a frente só poderemos ver nascer mais desses projetos.

Jerónimo Cunha

Diretor-Geral da Energia e Geologia

Num contexto de preços baixos no mercado grossista da eletricidade, Jerónimo Cunha mencionou o armazenamento como uma “opção lógica” para lidar com esta circunstância, que tem vindo a levantar preocupação entre os investidores. “Diria que grande parte dos promotores com quem reunimos regularmente já está a avançar com processos de compra de equipamentos de armazenamento, para instalar os seus centros produtores e, naturalmente, também o armazenamento stand-alone vai ajudar”, afirmou.

Ao que o ECO/Capital Verde apurou, os projetos em causa são da Voltalia e da Infraventus. Fonte da Infraventus adiantou que o respetivo projeto terá uma capacidade de 12 megawatts e será localizado na zona da Batalha, devendo ligar-se à rede através da subestação da Azóia. O investimento implicado são 12 milhões de euros, desde o início do processo de licenciamento, que remonta a 2019, até agora ao final da fase de construção.

Este equipamento consegue absorver eletricidade da rede durante uma hora, armazená-la durante duas horas e injetar durante uma hora também. Essencialmente, o projeto pretende comprar a eletricidade quando esta está mais barata e vendê-la quando estiver mais cara. Em paralelo, o equipamento deverá estar disponível para equilibrar o sistema caso esta energia seja requisitada pela REN, que gere as redes elétricas nacionais, prevenindo eventuais falhas no abastecimento. De acordo com a Infraventus, estas baterias autónomas conseguem dar resposta em milissegundos, mais rápido que uma barragem, o que pode ser importante em alturas de aperto para o sistema elétrico.

No que diz respeito ao projeto da Voltalia, não foi possível apurar mais detalhes até ao fecho deste artigo.

Na mesma conferência, Jerónimo Cunha garantiu que “para já, não se verifica ainda uma redução no investimento” em projetos de energias renováveis, na sequência do novo contexto de preços mais baixos, que se tem vindo a verificar este ano. “Temos uma carteira de projetos, quer em licenciamento, quer em construção, quer já em testes, bastante grande. Eu diria que esses projetos vão ver a luz do dia, sem dúvida“, rematou.

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