Banco de Fomento passa de prejuízo a lucros em 2023, apesar de aumentar custos operacionais em 1,5 milhões
Em termos individuais, o Banco de Fomento passou de um prejuízo de 30 mil euros em 2022, devido às provisões e imparidades, para um lucro de 22,5 milhões. Custos operacionais subiram 1,5 milhões.
O Banco Português de Fomento (BPF) registou um lucro consolidado de 27,8 milhões de euros em 2023, que inclui as contas das seis empresas do grupo, o que representa um aumento de 24,7 milhões face ao ano anterior. Um desempenho justificado pelo aumento do produto bancário (54,8%) e da redução das provisões e imparidades que em 2022 levaram as contas individuais ao vermelho, para tapar buracos da anterior administração. A instituição aumentou os custos operacionais em 1,5 milhões de euros. E vai distribuir aos acionistas “apenas 1,7 milhões de euros”.
Em termos individuais, a instituição liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong, obteve um lucro de 22,5 milhões de euros no exercício de 2023 que compra com um prejuízo de 30 mil euros do ano anterior. Um desempenho, na altura, justificado pela necessidade de fazer provisões para acautelar investimentos tidos como irregulares, feitos entre 2017 e 2020, antes mesmo de o banco existir. No exercício passado, as provisões foram reduzidas apresentando “uma variação homóloga positiva de 11,8 milhões”, detalha o comunicado do Banco de Fomento publicado esta sexta-feira.
“Crescimento do produto bancário suportado pela margem financeira; ausência de constituição de novas provisões ou de reforço das existentes, no âmbito das auditorias externas à atividade de gestão de fundos do BPF”, são as razões apontadas pela instituição para esta melhoria.
O conselho de administração do banco decidiu alocar 53% do lucro de 22,5% na constituição de uma reserva que será usada para “suportar as dotações de futuros instrumentos de apoio à economia nacional”, revela o mesmo comunicado, que reconhece que a instituição não foi capaz de lançar a “linha abrangente de garantia mútua de mil milhões de euros – a Linha Fomento e Desenvolvimento Empresarial –, que iria substituir a Linha de Apoio ao Desenvolvimento do Negócio”. O banco justifica a incapacidade com o facto de “ter ficado pendente de aprovação pelas tutelas”, ou seja, o Ministério das Finanças e o da Economia.
O banco, no relatório e contas, reconhece ainda que “ao chegar ao fim do primeiro ano completo do atual mandato do conselho de administração”, o “projeto de refundação do banco, apresentado no Plano e Orçamento de 2023-2025, “não atingiu no final de 2023 as metas pretendidas por motivos alheios aos órgãos de gestão do banco”.
O documento sublinha que o Plano e Orçamento foi aprovado tardiamente, só entrou em vigor a 28 de julho de 2023, o que “condicionou o lançamento das ações” de reestruturação do banco. Além disso, “a maioria dos novos recursos humanos só entraram no banco a partir de janeiro de 2024”, depois da “análise e seleção de mais de 600 candidaturas”.
Ainda assim, sem os novos recursos humanos, os custos operacionais aumentaram em 1,5 milhões de euros para um total de 18,4 milhões o que contrasta com os 16,9 e 16,7 milhões de 2022 e 2021, respetivamente.
O relatório e contas revela que os membros do conselho de administração ganharam 1,31 milhões de euros em termos brutos em 2023, um valor que contrasta com os 810,7 mil euros do ano anterior. De sublinhar que Ana Carvalho e Celeste Hagatong só iniciaram funções em novembro de 2022 e o salário bruto de Beatriz Freitas, a então CEO, que acumulava o cargo de chairwoman, era de 5.739 euros, a que acresciam mais 2.295 euros de despesas de representação, enquanto o da CEO Ana Carvalho é de 22.833,33 e da presidente do conselho de administração, Celeste Hagatong, é de 18.500, sem quaisquer despesas de representação.
Os acionistas decidiram distribuir “apenas” 1,56 milhões de euros em dividendos, um valor que contrasta com os 6,62 milhões pagos em 2022 ou os 7,72 mil euros em 2021.
(Notícia atualizada com mais informação)
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